3º Dia (Cont.) - Potes


Depois da visita ao Mosteiro de Santo Toribio de Liébana e da subida ao seu belo mirante, começamos a descer para Potes, afim de visitarmos profundamente a cidade.

Potes é uma linda cidade medieval, quiçá uma das povoações mais bonitas do norte de Espanha, que se encontra numa das portas do Parque Nacional dos Picos da Europa, que é a capital da comarca de Liébana, um importante centro turístico e cultural que atrai milhares de visitantes durante o ano.

A preciosa povoação de Potes na Cantábria, foi designada por Potes ou Pontes, como a quiseram chamar-lhe os romanos. Não se sabe ao certo porque a chamaram assim, possivelmente porque algumas pontes haviam neste povoado. Três rios a cruzam, o Bullón, o Quiviesa e o rio Deva.

Podemos ali encontrar, moinhos de água, pontes romanas onde o musgo, as eras e o silêncio são os protagonistas. Potes é também uma encruzilhada de vales verdes de uma beleza sem igual. O vale de Valdebaró, por exemplo, regado pelo rio Bullón, o Valdeprado, que se estende pelas margens do rio Deva, assim como os vales de Cerceda e Cillorigo.

Em Potes o visitante fica absolutamente encantado por desfrutar de um bom passeio pela cidade, perdendo-se pelas ruelas do casco velho, que foi declarado conjunto histórico/artístico. Este núcleo urbano, concentra numerosos edifícios e monumentos que foram construídos durante os séculos XVII e XVIII.

Mas a beleza de Potes não se fica só pela povoação, mas também pelos seus arredores, uma vez que fica no sopé dos Picos de Europa, apresentando umas vistas incomparáveis. Potes é um lugar perfeito para passar a noite, para quem pratica o senderismo de montanha, ou para aqueles que querem percorrer os belíssimos desfiladeiros que rodeiam a região. No entanto Potes é a maior povoação do vale de Liébana, sendo sem dúvida o melhor local, para se explorar a maravilhosa região de Liébana, cheia de povoados pitorescos como Potes.

A cidade de Potes tem um centro histórico com casas e ruelas de pedra absolutamente fabuloso. O início da visita à cidade, deve começar pela Torre del Infantado, construção que data da baixa idade média, situada na linda encruzilhada dos rios Deva e Quiviesa. O abraço de ambos esteve na origem desta robusta torre do séc. XIV, que foi testemunho das lutas por um título nobiliário entre os Manrique e os Mendoza.

A belíssima praça em frente, cheia de esplanadas com chapéus brancos, foi o local escolhido por nós, para o jantar de sopa de cozido, seguido de um bom cozido asturiano, confeccionado com grão de bico cozido, saborosa couve migada, carne de porco, carne de vaca e enchidos. Uma delicia.

Muito perto também do rio, com o som melancólico da água ao fundo, ergue-se o Torreão de Orejón de la Lama, do séc. XV. Ainda mais melancólica e nostálgica, temos a igreja de San Vicente, com uma torre com relógio, parado eternamente nas seis menos um quarto, de uma beleza antiga, mas única.

Em cada segunda-feira há um mercado, onde os visitantes podem encontrar todos os produtos típicos da região, como o chouriço de Potes, o queijo picón, licores e a famosa aguardente de orujo, que no entender do Errante é uma autêntica especialidade.

Potes é assim uma espécie de velho e preservado reduto medieval, secreto e privilegiado, que pode ser encontrado na Cantábria profunda, situado no centro de um largo e fértil vale, só acessível através de desfiladeiros, que mais parece um povoado encantado e que por isso, não se deve deixar de visitar…

No entanto não se deve apartar estas andanças urbanas, do contexto mais vasto que modela a alma e a identidade asturianas e com o qual comunicam por uma teia de fios subtis. Para compreendermos melhor este mistério, não há nada como a palavra a Ortega y Gasset, que via as Astúrias como o espaço natural de "uma raça de homens capazes de intervir na vida contemporânea, sem perder o espírito de solidariedade com a área nativa".

Site: Verdenorte.com

3º Dia - Mosteiro de Santo Toribio de Liébana


O dia acordou com uma belíssima temperatura de Verão, que é habitual a partir do final da Primavera até o início do Outono, uma vez que o microclima de Potes e do vale de Liébana é muito idêntico ao da meseta ibérica.
Como dormimos até tarde, o pequeno almoço serviu de almoço e logo partimos de mota para uma visita ao Mosteiro de Santo Toribio de Liébana, um dos mais reverenciados lugares de peregrinação do culto cristão, que se encontra a somente 3 km a Oeste de Potes e a 2 Km do camping La Viorna, sempre a subir em estrada íngreme e sinuosa.
Quando chegámos ao mosteiro, fomos acolhidos por um frade franciscano que recebia os visitantes, conduzindo-nos a visionar um filme, no pátio do mosteiro e por baixo de um grande telheiro, sobre a história do mosteiro, a vida e obra de Santo Toríbio e sua obra e ainda sobre a história da relíquia "Lignum Crusis", que o mosteiro guarda.
É um mosteiro românico, fundado no séc. VII, tendo-se tornado conhecido um século mais tarde, quando recebeu o que se diz ser o maior fragmeto da Cruz de Cristo. O “Lignum Crucis”, como deve ser designado, é o fragmento da cruz maior do mundo e que pode ser observado, beijado ou tocado, por quem visita o mosteiro.
Os edifícios românicos do mosteiro, foram reconstruidos e restaurados no séc. XIII e hoje encontram-se ocupados por monges franciscanos.
Esta relíquia, que faz parte da cruz onde morreu Cristo, foi trazida por Santo Toríbio da Terra Santa e está hoje guardada dentro de uma cruz em ouro, com aberturas que mostram o pedaço de madeira no seu interior.
Naquela época era habitual fazerem-se códices manuscritos mais ou menos abundantemente ilustrados com belas iluminuras, que copiavam o Apocalipse de São João. Ali no mosteiro, um monge do séc. VIII, S. Beatus de Liébana, escreveu o "Comentário sobre o Apocalipse".
Estes comentários sobre a obra de São João, foram redigidos no século VIII, pelo Beato de Liébana, no ano de 776, que dez anos depois, em 786, redige a versão definitiva destes comentários. Esta como outras obras do Beato encontram-se no mosteiro, sendo também aqui que está sepultado S. Beatus de Liébana, junto ao altar da capela do mosteiro.
Após a visita ao mosteiro, subimos mais um pouco para pararmos num belo miradouro de onde se desfruta uma maravilhosa vista sobre a povoação de Potes e aldeias vizinhas, bem como das belíssimas montanhas da zona, sendo um dos melhores miradouros sobre o maciço oriental dos Picos da Europa. Ali também se encontra a Ermida de São Miguel, que pertence ao Mosteiro de Santo Toribio de Liébana.

Site: Wikipédia

2º Dia - O Caminho de Potes

Após o acordar no segundo dia em Cangas de Onís, rumámos para leste afim de percorrermos os caminhos que nos levariam a Potes, local que é um dos melhores pontos de partida para explorar o maciço central dos Picos da Europa.

Desde Cangas de Onís até Arenas de Cabrales, a estrada é sinuosa e feita em desníveis, passando por vários túneis, numa paisagem de fragas abruptas, de onde se goza uma vista soberba sobre os vales vizinhos.

Ali fizemos a primeira paragem, no Mirador del Pozo de la Oración, que oferece panorâmicas de Naranjo de Bulnes (um pico com 2519 m) onde se pode observar ao longe a majestosa coluna de rocha em redor da qual se centram os Picos Urriellu. A zona oferece uma belíssima paisagem envolvente, com um vale verdejante, onde no meio de um bosque corre um rio de águas límpidas e rápidas. Depois de uma descida até ao rio, as fotos da praxe e de um breve lanche, seguimos viagem.

Chegados a Arenas de Cabrales, foi seguida a rota do rio Cares, caminho espectacular que acompanha o rio por túneis e pontes que chegam a ficar a muitos metros acima do rio.

Arenas de Cabrales não passa de uma pequenita localidade encravada nas escarpas, com o rio Cares a borbulhar entre bosques. É a terra de origem do famoso queijo Cabrales e que possui alguns hotéis, cafés, bares, restaurantes, lojas e mercearias, onde o sossego dificilmente poderia ser maior.

A rota do Cares a partir de Arenas de Cabrales, é um percurso dos Picos da Europa. Sem desníveis acentuados desenvolve-se por um bom caminho até Panes. Panes é uma bonita povoação na parte mais oriental das Astúrias, situada num ponto onde se poderá ter acesso fácil ao campo, à montanha ou às praias, percorrendo distâncias muito curtas.

A partir de Panes vira-se para Sul, sendo aqui que começa o desfiladeiro de la Hermida que nos leva até ao vale de Liébana, onde se situa a cidade de Potes. A estrada desenrola-se sempre ao lado ou esquerdo ou direito do rio Deva.

A estrada (N-621), apanha-se em Panes e leva-nos até ao vale de Liébana. Esta estrada parte da costa ocidental sempre colada ao rio Deva, onde a partir de Panes descreve um percurso através de uma garganta estreita de paredes abruptas e verticais, ao longo de 27 km e a uma profundidade de cerca de 600 metros. Trata-se do espectacular desfiladeiro de La Hermida, um vale sinuoso que sobe lentamente para Sul, sobrevoado por águias e abutres e que merece a pena conhecer para se poder desfrutar das suas formosas características naturais.

É uma estrada maravilhosa, que é obrigatório percorrer devido à paisagem que durante todo o seu percurso nos rodeia. Um verde intenso, mostra-nos muitos dos mais belos atributos dos Picos de Europa, onde paredes verticais de 600 metros de altura, nos esmagam com a sua beleza. O desfiladeiro propriamente dito é marcado após a passagem pela povoação de La Hermida.

A pequena localidade de La Hermida, encravada em pleno desfiladeiro, é a mais importante de Peñarrubia. Cruzamento de caminhos, é ponto de passagem da estrada N-621, que permite o acesso da costa ocidental com Potes. Também é desde aqui, que parte a estrada que segue o antigo caminho que no séc. XIX, conduzia ao vale de Liébana e que hoje vai até ao vale de Lamasón e que nos conduz à comarca de Saja-Nansa. Por último, desde a povoação de La Hermida, parte ainda a única estrada que leva à aldeia de Bejes, no município de Cillorigo.

Depois de percorridos alguns quilómetros neste vale profundo e estreito, abraçado por altas escarpas verticais, quase de repente, deixam-se as montanhas e abre-se-nos o belo e largo vale de Liébana, de um verde intenso a contrastar com o azul do céu, onde o sol radioso nos espera, farto de não nos poder acompanhar no desfiladeiro, impedido pelas altas e estreitas escarpas rochosas dos picos, que só cederam passagem à erosão do Deva.
O vale de Liébana possui solos férteis que produzem castanhas, cerejas e uvas. Ali, chegámos à comarca de Liébana e seguidamente à sua capital, Potes, localidade totalmente medieval, também atravessada pelo rio Deva.

Uma vez em Potes, fomos logo de seguida para o Camping La Viorna, a cerca de um quilómetro de Potes, onde depois de nos instalarmos, jantámos no seu restaurante, ao pôr-do-sol. Após o jantar pegámos na mota e fomos até Potes para um passeio digestivo pela velha cidade medieval, que de noite tem uma aura única.
Potes à noite, resulta num encanto para todos os amantes da tranquilidade e gosto pelo silêncio. No entanto e ao entrarmos a fundo na cidade, por atalhos em becos surpreendentes carregados de história, descobre-se a noite animada de Potes, com pequenos bares em todas as esquinas e ruelas empedradas, que nos mostram um ambiente cheio de detalhes próprio de uma cidade antiga.
As suas casas de pedra e as paisagens que mesmo de noite se adivinham maravilhosas, como neblina negra que se mete dentro de uma tela verde, com fundo feito de negros e recortados picos, onde não pode faltar um copo de aguardente de orujo em cima de uma mesa de café, para se enganar o purificante frio da noite.

Site: Verdenorte.com

1º Dia - Cangas de Onís

O início do nosso primeiro dia nas Astúrias, amanheceu ainda com algumas nuvens, que se foram dissipando à medida que a manhã avançava e o sol começou a espreitar até se tornar radioso.

A saída da autocaravana, por volta das 11h00, foi obrigatória uma vez que ali bem perto, nas encostas junto ao parque de estacionamento, chamavam por mim um grupo de póneis e cavalos asturianos que por ali pastavam. Assim fui-lhes fazer uma visita, aproveitando para me deliciar com a sua presença próxima e com a paisagem envolvente, não deixando de registar em fotografia a incursão que demorou cerca de uma hora.
Nesse dia pretendíamos visitar o Santuário de Covadonga, bem no coração do Parque Nacional do mesmo nome e subir os cerca de 1200 metros até aos lagos Enol e Ercina, que oferecem paisagens de uma beleza incomparável.

Assim e após o almoço pegamos na mota e partimos de Cangas de Onís, dirigido-nos pela estrada em direcção a Covagonga. Depois de alguns quilómetros percorridos e de algumas paragens para visitar e fotografar as lindas aldeias que nos iam aparecendo pelo caminho, começamos a subir para os Picos da Europa e para o Parque Nacional de Covadonga.

Passámos o Santuário de Covadonga, subindo sempre para os lagos, uma vez que optámos por os visitar primeiro. A estrada sinuosa contorce-se nas vertentes e as paisagens magníficas deixam-nos muitas vezes quase sem fôlego, devido à beleza quase indescritível daquele lugar.

Ali o viajante mais atento, ou de coração aberto aos murmúrios da terra, do vento, das sinetas ou mugir do gado à solta pelas serranias e escarpas, poderá descobrir nos mais pequenos gestos ritualizados da natureza, a presença das referências essenciais da identidade de uma das mais belas regiões do país vizinho. E descobrir que a extraordinária beleza desta região toma forma e personalidade, muito para além de uma paisagem de suaves colinas verdejantes ou de respeitáveis montanhas que guardam marcas de velhos glaciares…
Continuando a subir, a próxima etapa leva-nos até aos famosos lagos de Covadonga, vencendo um desnível de mais de mil metros. Pelo caminho passamos pelo Mirador de la Reina, um fantástico mirante virado a norte.

No percurso, os alcantilados rochosos de impressionante recorte alternam com vales e encostas onde se podem observar florestas de faias, tílias e azevinho. A pouco mais de mil metros de altitude surge o Lago Enol e logo seguir o Lago Ercina, de origem glaciar.
Fizemos uma primeira paragem junto ao primeiro lago, para o fotografar e para um descanso e lanche num pequeno bar típico asturiano, com vistas para o lago. Aqui foram provadas algumas das famosas iguarias das Astúrias, como o seu famoso presunto asturiano e o queijo cabrales de aspecto similar ao queijo roquefort, mas de sabor muito diferente e igual modo saboroso.

Depois foi a vez do lago Ercina, a cerca de 1000 metros de distância para cima do lago Enol, que jaz num planalto calcário abaixo do pico da Peña Santa e apresenta uma melhor infra-estrutura de acolhimento ao visitante, mas o nosso interesse já só residia na observação da paisagem envolvente do lago.

A descida por vezes bastante íngreme, levou a que a que esta se fizesse mais lentamente do que a subida, com algumas paragens estratégicas em miradouros, para observação da paisagem e fotos da praxe.

A paragem seguinte foi no Santuário de Covadonga, junto à basílica neo-românica concluída em 1901, de grande beleza exterior, concebida pelo arquitecto Federico Aparici, em calcário rosa, como uma imitação das grandes catedrais germânicas medievais. Ergue-se magestosa no local da histórica vitória de Pelágio, mas a visita interior não apresenta grande interesse a não ser por via de alguma curiosidade natural.

Junto da Basílica de Covadonga existe uma gruta que é centro de peregrinação religiosa desde o séc. VIII, onde se encontra a Virgem de Covadonga. Há que notar que em dias de festa ou fins-de-semana, pode ser um verdadeiro suplício percorrer o serpenteante caminho de acesso ao santuário desde Cangas de Onís, ou até mesmo a sua sequência para o coração do parque. Por isso e para quem o quiser visitar, o ideal será escolher épocas não festivas ou dias de semana, como foi o nosso caso, quando a pressão turística diminui bastante.

Depois da visita à gruta, descemos até Cangas de Onís, para ainda de dia visitarmos a cidade. A visita ao centro da cidade abriu-nos o apetite e foi ali mesmo em frente á praça principal, que jantámos na esplanada do restaurante El Abuelo (O Avô), a famosa Fabada Asturiana, como entrada, seguida de um prato de salmão grelhado e de ternera com molho de cabrales.

O dono do restaurante, era uma pessoa na casa dos sessenta anos, com uma jovialidade e simpatia enormes, que rindo se intitulava ele próprio de El Abuelo, cativando qualquer cliente, sendo esta por certo a razão da grande clientela dentro do seu estabelecimento.
*Mais sobre este assunto em: Cangas de Onís e o Santuário de Covadonga

A Chegada a Cangas de Onís

A partida rumo às Astúrias fez-se após o almoço do dia 9 de Julho. A viajem decorreu sem qualquer sobressalto, sendo feita de esticão, desde casa até Cangas de Onís, com breves paragens pelo caminho, para reabastecimento de combustível ou para petiscar qualquer coisa, durante o caminho.

O tempo estava de chuviscos e com tendência a neblinas fáceis, o que fez com que a viagem tivesse que se fazer mais devagar. Após a entrada em Espanha parámos para jantar o leitão, com batata frita e pão, que tínhamos levado da zona da Bairrada.

Após passarmos a Leon, o tempo melhorou embora o céu ainda estivesse nublado. Já cheia de sono, comecei como de costume, os preparativos para a deita. Deitei-me em andamento e logo adormeci, mas o meu resistente companheiro continuou viagem até ao nosso destino.
A partir de Oviedo e continuando em direcção a leste, chegámos a Cangas de Onís. Desde a entrada em Espanha até Cangas de Onís ainda é um esticão, mas os quilómetros parecem menos, talvez porque neste recanto da Península reina, enfim, uma espécie de irmandade geográfica que parece propiciar e facilitar a vida ao viajante, (ahah).

Cangas de Onís, porta de entrada do Parque Nacional de Covadonga dista uns trinta quilómetros do litoral, tal como de Oviedo. E da capital asturiana aos Picos da Europa, temos também uma hora ou menos, de viagem.
A chegada a Cangas de Onís, pelas 03h00 da madrugada, materializou-se com uma paragem, mesmo à entrada desta pequena cidade, onde fomos recebidos amavelmente por um excelente vento fresquinho e pela bela Ponte Romana sobre o Rio Sella, que se encontrava toda iluminada. Saímos para a fotografar, uma vez que o cenário era absolutamente cativante.

A cidade já se encontrava profundamente adormecida, pelo que fomos à procura do parque de estacionamento que também é estação de serviço para autocaravanas, que nos proporcionou uma boa e tranquila noite de sono...

Astúrias, uma terra preservada


A agreste orografia do Principado das Astúrias, tem permitido ao longo do tempo, a preservação em cada vale, em cada município ou em cada aldeia, de uma maravilhosa paisagem. Isto permite aos visitantes desfrutar das áreas urbanas, bem como das paisagens selvagens descobrindo antigas formas de vida e costumes.

As Astúrias são uma região bem conhecida pelas suas paisagens verdes, tendo a poucos quilómetros das altas montanhas, a costa Cantábrica, com belas praias e coloridas aldeias piscatórias. Esta é a razão pela qual as incursões nas Astúrias, são uma boa maneira de descobrir as paisagens naturais e o seu rico património.
A cordilheira dos Picos da Europa, cobrem três regiões: Astúrias, Cantábria e Castela e Leão. Segundo a lenda estas belas montanhas receberam o seu nome da boca dos marinheiros, para quem constituíam o primeiro sinal de terra pátria.

Novas tendências na indústria do turismo, como o turismo rural, espalharam-se rapidamente pelas Astúrias, trazendo à região os desportos de aventura, juntamente com outras propostas culturais e de tempos livres para actividades relaxantes, como a canoagem, os passeios a cavalo e as caminhadas.

Esta região é limitada pelas altas montanhas da cordilheira cantábrica, onde se podem encontrar algumas das mais belas reservas naturais da Europa, tais como o Parque Natural dos Picos de Europa e os parques nacionais de Covadonga e Somiedo.

As Astúrias oferecem algumas das mais espectaculares paisagens cénicas da Europa, pois possuem além de belas paisagens de montanha, algumas magníficas paisagens costeiras, bem como cidades e vilas maravilhosas. As montanhas cobrem mais de metade desta região e os seus cumes imponentes e agrestes oferecem cenários magníficos.
O turismo comercial de massas, até agora escapou a esta bela e verde parte de Espanha, o que a torna um destino ideal para o turista mais criterioso, que além de tudo quer ter uma experiência genuína da cultura espanhola.
A região tem um clima imprevisível, o que é um importante elemento dissuasor para o desenvolvimento do mercado turístico de massas, onde as temperaturas médias são, em geral apenas ligeiramente maiores do que as do sul da Inglaterra e a chuva pode ser esperada em qualquer época do ano.

As Astúrias além de nos oferecerem uma enorme beleza natural, possuem uma população com hábitos de cortesia e bons modos. É uma zona de Espanha, onde podemos deixar para trás as pressões e tensões da vida moderna e voltar a um mundo já por nós algo esquecido, onde a passagem do tempo não tem importância.

Com uma economia baseada em métodos agrícolas tradicionais, que continuam a ser amplamente praticados, possui ainda regiões remotas nas montanhas, onde se podem encontrar aldeias que salvaguardam um modo de vida, que pouco mudou ao longo dos séculos.

O pastoreio e a pesca na costa do Cantábrico, são também modos de vida que mantêm uma continuidade que a maioria das outras regiões de Espanha, já perderam.

As Astúrias são também o lar de antigos ritos e crenças e os costumes populares da região estão entre os mais interessantes de Espanha.
À mesa, as Astúrias oferecem a célebre sidra da região e especialidades que recordam sabores rurais, como o "cozido asturiano", ou a típica "fabada asturiana", um suculento guisado de feijão branco, carne de porco e enchidos.
A Sidra é a sua mais tradicional e histórica bebida típica. É um produto natural, com um baixo teor alcoólico, feito a partir de maçãs e servido a através do vazamento a uma boa distância em altura, de uma garrafa de vidro para um copo ou directamente a partir do barril para a garrafa, nas casas de sidra.
Há mais de uma centena de diferentes tipos de queijo nas Astúrias, de excelente qualidade. O mais conhecido é o queijo Cabrales, produzido apenas na vila do mesmo nome e em três aldeias do município de Peñamellera Alta. Este é certamente o mais conhecido queijo azul espanhol (idêntico ao queijo roquefort francês), devido à maneira pela qual os agricultores fazem este queijo de cabra, guardando ciosamente o segredo do seu fabrico.

A proximidade das montanhas com o Mar Cantábrico, nesta pequena região, permite um grande número de diferentes microclimas e habitats, que por sua vez permitem uma enorme diversidade de flora e fauna.
Os altos picos, os desfiladeiros, os verdejantes vales, as planícies férteis e a costa das Astúrias, são o lar de uma variedade de plantas e vida inigualável em qualquer parte da Europa Ocidental. Estes diversos habitats são também a casa de lobos selvagens, de ursos, da camurça e de uma única espécie de gamo, águias douradas e uma raça especial de póneis de origem celta, conhecida como pónei Asturcon.

Sites: BizTravels.net / almadeviajante.com

Fim de Semana nas Astúrias

Nem só de praia e planície se devem fazer as férias, mas também de montanha! Especialmente, quando já não está frio… E assim ganhou corpo a preparação de uma pequena viagem, às Astúrias e mais uma vez aos Picos da Europa.

Aproveitando os feriados do início de Junho, nos dias 10 e 11, partimos dia 9, terça-feira depois do almoço, para mais uma vez viajarmos pelas Astúrias.

As Astúrias são uma zona que faz parte das nossas paixões, onde há sempre coisas novas para ver e fazer, além de tantos e novos segredos por descobrir. Este saltinho às Astúrias há muito tempo que fazia parte de mais um dos nossos planos de viagens a realizar... E garanto que depois desta, muitas mais virão para a mesma região!

Assim sendo, o percurso para ir e voltar, foi decidido:

1º Dia - Partida de casa /Cangas de Onís;

2º Dia - Cangas de Onís / Lagos Enol e Ercina / Santuário de Covadonga;

3º Dia - Cangas de Onís / Arenas de Cabrales / Panes / Desfiladeiro de La Hermida / Potes;

4º e 5º Dia - Potes;

6º Dia - Potes / Comillas / Santillana del Mar / Valladolid;

7º Dia - Valladolid / Casa.