Visita a San Remo – Parte I


San Remo I

Após deixarmos a AC no grande parque de estacionamento paralelo à praia, situado no Corso Imperatrice, a avenida marginal ladeada de inúmeras palmeiras, fomos visitar a cidade de San Remo.

Começando por esta avenida, convém saber-se a sua história. Entre 1874 e 1875, a czarina russa Maria Aleksandrovna, esposa do czar Alexandre II, passou a temporada de Inverno, em San Remo. Para mostrar a sua gratidão à forma carinhosa como foi recebida, a czarina decidiu doar à cidade muitas das palmeiras que ainda hoje podem ser vistas ao longo da avenida. Então, a Câmara Municipal da cidade, decidiu dedicar a avenida à Imperatriz, tomando esta o nome de "Corso Imperatrice", para expressar a sua gratidão à czarina.

Tomámos o caminho do Casino, a principal atracção turística de San Remo, tanto no passado, como no presente. O Casino de San Remo foi construído em 1905, é um exemplo do estilo Arte Nova e tem um interior digno de um palácio. A entrada paga-se e não se podem tirar fotos, mas os funcionários são de uma enorme gentileza.
Do lado esquerdo do casino, o sacro ao lado do profano. Ali se encontra a Chiese dei Cappuccini, (Igreja dos Capuchinhos), construída em homenagem aos frades da Ordem Franciscana, fundada por São Francisco de Assis.

É uma bonita igreja, com fachada principal estilo Arte Nova, pintada de amarelo e branco e possuindo em frente ao portal principal, uma estátua de São Francisco de Assis. No interior a singeleza e a simplicidade, próprias da Ordem Franciscana.

Descemos novamente para o Corso Imperatrice. Come-se um gelado e procura-se a Igreja Ortodoxa Russa de San Borilio. Aparece-nos à direita, por entre a folhagem do palmar que por ali existe. Lá chegados, entra-se por um euro. O lugar é de recolhimento e simplicidade.

A história desta igreja, é muito interessante. A primeira ideia de se construir uma igreja russa é atribuída ao Grão-Duque Sergej Michajlovic, morador em San Remo. Naquela época, muitas famílias russas escolhiam San Remo para passar o Inverno e na cidade já existiam banhos russos, uma padaria e uma farmácia russas.
No final do século XIX, a ideia de construir a igreja começou a espalhar-se dentro da colónia russa, mas o projecto foi prejudicado durante algum tempo, pela falta de fundos. Em 12 Março de 1912, o czar Nicolau II, emitiu um decreto que aprovou o Comité de San Remo e permitiu uma colecta de fundos em toda a Rússia, tendo ele próprio doado dois mil rublos.

As autoridades locais aceitaram o projecto russo e foi escolhido o local que o Comité considerou perfeito para a igreja, situado no centro da cidade e em frente à estação ferroviária, exactamente no início do Corso Imperatrice. Em Maio de 1912, o Comité compra o lote de terreno, com o dinheiro colectado na Rússia (dezoito mil rublos) e ali é construída a igreja.
A cripta (Cave), está ocupada pelos sarcófagos da família real do Montenegro. O rei, a rainha e duas das suas filhas. Ali se guardam fotos, a árvore genealógica e a história da família.

O rei Nicolau I de Montenegro, no exílio em França desde 1910, morreu em Antibes em 1921 e foi segundo a sua vontade sepultado na cripta desta pequena igreja russa em San Remo. Em 1989, os restos mortais da família real foram transferidos para a antiga capital do Montenegro.

No entanto permanecem na cripta real, os seus sarcófagos, em mármore preto. Em frente à igreja e ainda dentro do jardim, estão colocados os bustos do rei italiano Vittorio Emanuele III e de sua esposa, Elena de Montenegro, filha de Nicolau I. Das seis filhas de Nicolau I, duas tornaram-se rainhas, da Itália e da Sérvia, e duas outras foram Grand Duquesas da Rússia.

Fonte: www.sanremoguide.it / www.ortodossia-russa.net/nostre_chiese/Sanremo

San Remo

A chegada a San Remo, já de noite fez-nos procurar de imediato a área de serviço para autocaravanas. Esta está situada junto do campo de futebol municipal, à entrada da cidade e é um parque muito grande, mas sem grandes condições, faltando sombras e esgoto químico. No entanto proporcionou-nos uma calma noite de sono e um acordar silencioso.

Na manhã seguinte, observámos que tinha uma óptima localização junto ao Mediterrâneo, com praia privativa, onde muitos autocaravanistas se detinham durante dias, para ali fazerem praia.

San Remo é uma cidade situada numa enseada larga entre Cabo Verde e Cabo Negro. A sua cidade antiga chama-se La Pigna e é caracterizada por casas na encosta de traça medieval, pintadas em tons pastel, ruas íngremes e estreitas, becos cobertos e pequenas pracetas, onde se vislumbram ainda os tempos medievais, sendo um verdadeiro prazer explorar os seus lugares mais secretos.

San Remo é também chamada de “La Città dei Fiori”, a Cidade das Flores, sendo as suas flores bem conhecidas em todo o mundo, podendo ser vistas nos seus jardins luxuriantes, nos inúmeros canteiros floridos e nos parques da cidade, onde as plantas tropicais florescem em todo o seu esplendor.
As flores, são também um aspecto importante da economia da cidade. À sua volta, bem como das cidades vizinhas, é feito o cultivo de flores, para o abastecimento do Mercado Internacional de Flores de San Remo. No entanto a cidade está rodeada por olivais, sendo o azeite que ali se cultiva, de excelente qualidade.

Um mercado é realizado às terças-feiras e sábados, pela manhã na Praça Eroi Sanremesi e o seu famoso mercado de flores, é realizado todos os dias, desde o mês de Junho até ao mês de Outubro, na Avenida Corso Garibaldi.

San Remo goza de condições climáticas especiais ao longo de todo o ano, devido à sua proximidade com o Mar Mediterrâneo e a presença da Alpes Marítimos situados logo atrás da cidade. O clima da cidade é por isso descrito como uma “Primavera Eterna”, com dias quentes e noites frias e poucas variações de temperatura durante todo o ano.

Estas condições tornam San Remo um dos destinos turísticos mais atraentes na Riviera italiana, para onde vinham reis, príncipes, cientistas, literatos e compositores famosos, como Tchaikovsky, para apreciar o azul profundo do mar e o cheiro intenso de suas flores.

Os portos turísticos de Porto Vecchio e do moderno Porto Sole acomodam muitas embarcações turísticas, que ali chegam todos os dias. No entanto a sua principal atracção é na realidade o seu famoso Casino de San Remo, construído em 1905, um belo exemplo de arquitectura Art Nouveu.

Achados arqueológicos, testemunham que a presença do homem no território de San Remo, remonta a períodos muito antigos, do período Paleolítico e da Idade do Ferro. No entanto revelaram também a existência de uma povoação romana (Villa Matuciana) na área da actual catedral.

No início da Idade Média a população teve que se mudar para uma vila fortificada para se proteger dos ataques contínuos dos sarracenos. Mais tarde tornou-se uma cidade livre e já na segunda metade do séc. XV, a pequena aldeia de pescadores foi crescendo e espalhando as suas construções sobre a colina de La Pigna e na região de San Siro, perto da Catedral.

Mais tarde a antiga aldeia de pescadores, a partir do início do séc. XX, transformou-se numa elegante estância balnear, mundialmente famosa e numa cidade moderna, que actualmente recebe turistas e visitantes durante todo o ano.
Fonte: Wikipédia / initaly.com/regions

A Ligúria


A Ligúria é uma longa e estreita faixa costeira do Noroeste da Itália, aninhada no sopé das altas montanhas dos Alpes Marítimos e dos Apeninos. É a terceira menor das regiões italianas, sendo a sua capital Génova.

A sua arquitectura e paisagens fazem desta faixa de terra uma verdadeira pérola da Itália. É uma região muito apreciada pelos turistas, não só pelas suas belas praias e enseadas paradisíacas, mas também pelas suas pequenas cidades pitorescas, repletas de coloridas casas, pintadas em tons pastel e aquecidas pelo constante sol mediterrânico.

A Ligúria é uma terra de contrastes, onde as cidades litorais ao estilo de Cannes e de Monte Carlo, com dezenas e dezenas de vertentes arenosas, enseadas rochosas e praias de cascalho, fazem as delícias de inúmeros turistas.

Possui o maior porto comercial do país e o maior porto naval. No litoral, alguns dos seus trechos mais isolados, estão repletos de florestas luxuriantes, limoeiros e laranjeiras, ervas, flores, amendoeiras e pinheiros, que enviam um inebriante cheiro a doces brisas.

A viagem pela estrada ao longo da costa é uma experiência inesquecível, onde o sol, irrompe ou esconde constantemente das trevas para a luz ou vice-versa, quando passamos os vários túneis da estrada. Do lado direito a água marinha brilha intensamente e nas encostas menos abruptas, os socalcos sucedem-se, onde as vinhas e os olivais cultivados, produzem vinhos e azeites de excelente qualidade.

Fonte: www.initaly.com/regions/liguria / Wikipédia

A caminho de Itália - Parte II


De Nice a San Remo

Após termos deixado para trás Nice, seguimos para Cap Ferrat, um dos locais mais belos da Riviera Francesa. É uma península situada à beira do Mediterrâneo, entre Nice e Villefranche sur Mer. Um lugar de enorme tranquilidade e clima quente, o que o torna um destino natural de férias, preferido desde o início do séc. XX, pela aristocracia europeia e muitos milionários internacionais.

Saint Jean Cap Ferrat é uma povoação internacionalmente conhecida por ser uma um lugar de férias de elite, com inúmeras propriedades de luxo, situadas entre uma vegetação exuberante. Discretamente construídas entre a vegetação e protegidos de olhares curiosos, estas propriedades muitas vezes incluem uma praia privativa.

Junto ao porto de Saint Jean Cap Ferrat , existem muitos restaurantes com belos terraços sombreados e na ponta de Cap Ferrat, encontra-se um dos mais belos palácios do mundo, o "Grand Hôtel du Cap", que fica no meio de um belo jardim.

Depois de deixarmos Cap Ferrat e a seguir a várias curvas da estrada, logo nos aparece, à direita da estrada na encosta, a antiga e atraente cidade e porto de Villefranche-sur-Mer. A linda cidade de Villefranche-sur-Mer, dispõe-se em anfiteatro, caindo levemente até à baía, onde o porto se esconde.

Fomos lá abaixo e ao subirmos para continuar viagem, o labirinto de estradas quase nos fazia perder o rumo traçado. Continuámos para o principado de Mónaco, incluindo a sua capital, a bonita cidade de Monte Carlo, que não faz parte da Provença francesa, uma vez que se trata de um principado independente.

O enclave do Mónaco, é imperdível para quem por aquelas paragens passa. É um lugar mítico, situado entre os Alpes e o mar Mediterrâneo, que fica bem na divisão entre a Riviera Francesa e a Riviera Italiana.

Chegámos ao Mónaco já ao entardecer e por lá jantámos, junto à sua esplendorosa marina, mas após o jantar tivemos de abandonar o local, pois não se pode ter à noite (a partir das 22 horas), autocaravanas estacionadas dentro do principado, a não ser num parque subterrâneo próprio para autocaravanas, onde não é permitido pernoitar.

Pelo caminho ainda tivemos tempo de ver as vilas próximas, de Roquebrune-Cap-Martin e La Turbie e em seguida, Menton, uma cidade portuária sofisticada, da Riviera e já bem perto da fronteira com a Itália.
Continuámos viagem até San Remo, já na Riviera Italiana onde pernoitámos, numa área de serviço para autocaravanas, situada num parque muito grande, junto do campo de futebol, à entrada da cidade, mas sem grandes condições. No entanto na manhã seguinte, observámos que tinha uma óptima localização junto ao Mediterrâneo, com praia privativa, onde muitos autocaravanistas se detinham durante dias, para ali fazerem praia.
Fonte: francethisway.com/regions/cote-d-azur

A caminho da Itália - Parte I


Estrada Maritima - Riviera
No dia seguinte à pernoita em Cannes, partimos a caminho da Itália, sendo o caminho escolhido, a estrada marítima, que se faz muito lentamente devido ao trânsito.

Queríamos visitar todas as povoações litorais e observar de perto as praias da costa. Primeiro as estâncias de Antibes, Juan-les-Pins e Theoule-sur-Mer, praticamente coladas umas às outras e depois Nice.
Antibes é uma antiga vila de pescadores, com um burgo antigo dentro de muralhas, encostado ao mar. A zona nova estende-se pelo litoral, num avenida florida e cheia de casas antigas e prédios modernos.

A seguir aparece-nos de imediato a povoação de Juan-les-Pins, que se estende pelo litoral dentro de um enorme pinhal manso, com muitos prédios de apartamentos encostados às praias.

Depois Theoule-sur-Mer, já situada na bonita Corniche D’ Or, aninhada numa bonita baía, com uma praia de areia branca e com as suas casas semeadas pela encosta, formando um bonito anfiteatro.

Em seguida e depois de se percorrerem alguns quilómetros de praias repletas de banhistas, aparece-nos a importante cidade de Nice (uma das maiores cidades da França, e a mais popular estância de férias à beira-mar do país).

Em Nice destaca-se a Promenade des Anglais, um passeio largo, que separa a praia da estrada, ao longo de todo o litoral de Nice. O passeio vai do extremo leste de Nice, ao longo da cidade velha e todo o caminho até o aeroporto, com cerca de seis quilómetros de distância.

A Promenade des Anglais, foi construída em 1844 depois do reverendo Lewis Way ter notado que muitos Ingleses que ali viviam, gostavam de passear para cima e para baixo, no caminho junto à praia. Foi alargado consideravelmente desde então, cumprindo ainda hoje o mesmo papel que à quase 200 anos atrás.

Na segunda metade do século XIX, vinham para a cidade muitos ingleses passar o inverno no clima menos severo da Riviera Francesa. Nos dias de hoje neste grande passeio, podem ser vistos corredores, caminhantes, ciclistas, patinadores… Mas continua a ser um lugar muito popular para pessoas de todas as idades e níveis de aptidão, muitos deles passeando os seus cães.

É um local longe da azáfama da cidade, cheio de enormes palmeiras, onde se pode caminhar junto ao mar Mediterrâneo, tendo do outro lado um desfile espectacular de hotéis, casinos, restaurantes e lojas de luxo. Ali se encontram os grandiosos hotéis de Nice, que foram construídos no virar para o séc. XX, sendo o mais famoso deles todos, o famoso Hotel Negresco.
Fonte: www.vrcotedazur.com

A Riviera até Itália

No dia seguinte o acordar junto à baia de Cannes, com o som de leves ondulações batendo nas rochas de protecção ao parque de estacionamento e com a próxima Île Sainte-Marguerite a dominar o horizonte.

O dia estava quente e bastante ensolarado. Sentados nas rochas, com os pés descalços dentro de água, fomo-nos refrescando até nos pormos a caminho da cidade de Nice, pois naquele dia iriamos percorrer toda a Riviera até San Remo, já na Itália.

O nome Côte d'Azur, torna-se evidente logo que se chega ao litoral do Sul de França. A Côte d'Azur é assim todo o litoral, onde um mar azul-celeste, bate contra as praias de pedra e areia fina e onde nas várias marginais as roxas buganvílias, trepam pelas paredes sem cor de encantadoras casas antigas.

Ali ao longo do tempo, foram prosperando cidades como Cannes, Nice com sua abundância de museus e Marselha, fazendo moda a partir do início do séc. XIX, devido ao clima e à presença do mar Mediterrâneo.

Até hoje com o seu clima mediterrânico, a Côte d'Azur atrai gente de longe e de perto, que não perdem por nada alguns dias de sol na praia, nem o observar das gentes do jet-set, que chegam com seus barcos aos portos da fantasia, onde a vida se desenrola à volta do ver e de ser visto.

A partir de Cannes, começa a Riviera francesa, com setenta quilómetros de costa entre Cannes e Menton, até à fronteira com a Itália. Outrora foi uma terra inóspita, com poucos portos naturais, e pequenas comunidades locais a poucos metros acima do mar, algumas com castelos feudais.

No séc. XIX os aristocratas, alguns deles estrangeiros, começaram a escolher esta bela região para passar o Inverno devido ao seu clima ameno. Mas a verdadeira transformação foi realizada por volta de 1950, quando o turismo de massa assaltou a região.

Hoje em dia, a Riviera francesa é constituída por um passeio quase ininterrupto, alinhado por palmeiras e inúmeros hotéis, e uma estrada costeira repleta de carros esportivos e uma costa de águas azuis cheia de iates, com transatlânticos atracados em cada porto.

Com pouco se diz muito!

Não Simples, que mente.

Simplesmente se devia viver sem que a vaidade nos tirasse esse modo de fazer. Simples. Sem medo.
Causa dessa coisa, à humanidade…Vestida e Crua à procura de algo para subir mais, nem que para isso faça mal ao muito próximo de si.
Para quê condenarem-se à morte ainda em vida? Não são eles mesmos, fingem.
A Tumba destes não terá flores devido aos horrores?
Terá. São esses que prosperam. Os que passam e ultrapassam os demais sem sentimentalismos mais.
Pela simplicidade se alcança a maioridade... que não se vê, mas concretiza a felicidade, mesmo que para isso se julgue a maldade como um bem complementar à verdadeira Natureza do Homem. O viver em Amizade.
Porquê usar máscara?
Esconde o que não se é?
Também…ninguém pediu para ser fora do que lhe pertence.
O que não lhe pertence é roubo à imaginação, sendo esta Cão desobediente, que mais do que aos outros, ao seu dono mente.
Postado por CoaBreca no 10/21/2010 06:05:00 PM 1 Bocas Links para esta postagem

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Chegada a Cannes


Cannes à noite

A chegada a Cannes já à noite, fez com que logo se procura-se o lugar para a pernoita. Fomos procurar um local já nosso conhecido, onde tínhamos estado noutra anterior visita a Cannes. Esse local, no cais de recreio junto ao Casino/discoteca Palm Beach, encontrava-se vedado ao estacionamento.

Resolvemos então ir procurar outro local, que felizmente foi encontrado, mesmo ali, por trás do Casino, num enorme parque de estacionamento, à beira mar e vigiado pela polícia, com uma vista magnifica para a Île Sainte-Marguerite, onde esteve preso o “Homem da Máscara de Ferro”, num terreno a beijar a baía.

Embora cansados da viagem, resolvemos ir viver durante algumas horas a noite de Cannes. Deixámos a AC, no parque de estacionamento, ao lado de um outro companheiro autocaravanista da Hungria e fomos de autocarro até ao Quartier des Anglais, a zona mais badalada da cidade.

Cannes é a "estrela" da Riviera francesa, famosa pelo Festival Internacional de Cinema, pelos hotéis de luxo e carros, como Maseratis, Porsches, Lamborghinis e Ferraris, praias a perder de vista e inúmeros turistas por ela atraídos em qualquer altura do ano.

Apesar de ser provavelmente o oposto das opções turísticas que preferem a calma e o sossego, seria impensável visitar o sul de França, sem conhecer a cidade de Cannes e por isso queríamos mostra-la à nossa filha.

Parámos no fim de La Croisette, a avenida à beira-mar com palmeiras, que se estende em torno da baía. Esta famosa avenida é conhecida pelas suas praias pitorescas de areia fina, pelos inúmeros restaurantes, cafés e boutiques de alta-costura, galerias de arte e joalharias.

Para Oeste fica o bairro de La Suquet, a parte antiga da cidade, que nos proporciona uma boa visão sobre a zona nova da cidade e de La Croisette.

De Cannes do século XIX, ainda podem ser vistas as inúmeras mansões inspiradas, em castelos medievais e até em vilas romanas e construídas para reflectir a riqueza permanente dos seus proprietários. Esta zona marginal ao Mediterrâneo, também conhecida como “Quartier des Anglais”, é a mais antiga área residencial de Cannes e onde se encontram os melhores cafés da cidade.

A caminhada pela famosa "La Croisette", a avenida e a praia que se estende em torno da baía, a leste do porto, na protegida "Rade de Cannes", passando pelo Casino e após as fotos da praxe na red carpet da escadaria do Grande Auditório, a sala de espectáculos onde decorre o Festival de Cannes e as fotos com George Clooney, foi a vez de deambular pelos cafés do Boulevard Jean Hibert que corre ao longo da costa, a Oeste, com mais praias de areia fina.
Depois foi a vez da Rue d'Antibes, a rua principal de nos leva de leste a oeste pelo centro da cidade, tornando-se na Rua Félix Faure, na extremidade inferior, após a Allée de la Liberté e do porto. Para Norte fica o Boulevard Carnot, que corre para o Norte da cidade, através das áreas comerciais e residenciais.
Já bastante cansados, resolvemos voltar à AC para a pernoita, mas como já era tarde apanhámos um táxi, que nos levou até lá.
Fonte: villages/cannes-provence-france

Uma caminhada por Arles


Arles
No dia seguinte, o acordar em plena Place de la Liberation, mais movimentada e barulhenta do que de noite. Esta praça encontra-se na margem esquerda do rio Ródano, e bem perto da gare ferroviária de Arles.

Depois de tomarmos o pequeno-almoço tardio, numa esplanada de café, bem perto da Gare, fomos visitar a bela cidade de Arles. Caminhando para Sul, logo encontramos a antiga porta da cidade, aberta no que resta da velha muralha da cidade.

A partir desta antiga porta, seguimos em frente, pela rue Cavalerie, até atingirmos a Place Voltaire, cheia de esplanadas e a abarrotar de turistas. Ali parámos para nos sentarmos durante o tempo suficiente para se sentir o lugar, admirando com pormenor os passantes, bem como os seus hábitos e costumes.

Seguimos pela rue Voltaire, cheia de comércio e com muitas lojas de artesanato. Logo no início da rua, podemos observar já no seu final, a imponente e bela Arena Romana, que nos espreita, enchendo os espaços e limitando o horizonte.

Chegados à praça, impõe-se, no cimo de uma escadaria em semicírculo, o enorme Anfiteatro Romano que é provavelmente a maior atracção turística da cidade de Arles e que é testemunho da sua próspera e longínqua época romana.

Comprámos bilhetes e entrámos. O Anfiteatro é avassalador e obviamente inspirado no Coliseu de Roma. Tem a forma oval medindo 136 m de comprimento e 109 m de largura, possui 120 arcadas e 60 galerias no total, rede de drenagem em muitos corredores e escadas de acesso para uma saída rápida da multidão. Datando do séc. I a.C., tinha a capacidade para 20.000 espectadores e foi construído para proporcionar entretenimento na forma de corridas e sangrentos encontros entre feras e gladiadores ou lutas entre gladiadores. Hoje, ainda ali se podem assistir a touradas e espectáculos de Verão.

Após a visita à Arena, seguimos subindo a rua do lado direito e paralela ao Anfiteatro. As lojas de “souvenirs”, os cafés e os restaurantes sucedem-se do lado direito, até ao final da rua. Do lado esquerdo o gradeamento, que a separa da área do Anfiteatro.

Um pouco antes de chegarmos ao topo da rua, encontramos do lado direito o edifício que guarda trabalhos de vários artistas plásticos que homenageiam van Gogh. Entrámos e observámos com atenção as obras presentes, de onde se destaca um Botero e uma maqueta do quarto de van Gogh, na casa amarela. Depois de sairmos da galeria/museu, continuamos a subir a rua, intercalando com algumas paragens para a compra de várias lembranças. No topo da rua, encontramos uma praça na colina de Hauture.

Nesta praça, desde logo se vêem os muros e as vedações do Teatro Romano. Também construído no final do século I a.C., um século antes de seu vizinho e famoso Anfiteatro, o Teatro Romano de Arles está muito menos bem conservado. Data da primeira fase de urbanização da colónia romana, fundada por César em 46 a.C. sendo construído sobre a colina de Hauture. Ao lado do Teatro Romano, temos o bonito Jardin D’ Eté.

Descendo pela rue de la Calade, cruzamos com a rue de l´Hotel de Ville e virando à esquerda, deparamo-nos com a bela Place de la Republique, que possui no centro um alto obelisco egípcio. Ela é o verdadeiro coração da cidade e ali encontramos alguns dos mais emblemáticos edifícios de Arles.

O edifício do Hôtel de Ville (Câmara Municipal), encontra-se à direita e a Igreja de St. Trophime, à esquerda. Há entrada, um casamento. Esta Igreja foi anteriormente uma catedral e é sem dúvida uma bela e importante obra de arquitectura românica. Possui um bonito portal, que é considerado um dos melhores exemplos da arte e escultura românica, representando o Juízo Final. Também se deve visitar o claustro, assim como as colunas adjacentes.

Na Idade Média, esta praça estava reduzida a um pátio estreito entre a Igreja de St. Trophime e a Igreja de St. Anne. Desde a construção do Paço Municipal, no século XVII, o local foi profundamente alterado e a sua área actual encontra-se mais alargada e ocupada lateralmente por vários blocos habitacionais.

Pela rue de l’Hotel de Ville, fomos até à Place du Forum, onde se encontram vários restaurantes e cafés, entre os quais o célebre Café Terrace, pintado por van Gogh, intitulado “Café Terrace à Noite”, que o proprietário pintou de amarelo (a cor do quadro), para satisfazer os turistas, uma vez que na realidade o café tinha cor bege, mas que à noite, devido à iluminação da época, ficava amarelado, sendo por isso pintado dessa cor.

Depois caminhámos até à margem esquerda do rio Ródano, caminhando calmamente pelo Quai M. Dormoy. Subimos por escadas até ao cimo do paredão feito em pedra, que segue contornando todo o cais. Ali encontramos as magníficas paisagens do rio e da cidade que nos acompanham durante muitos metros de andamento.

É um local onde para além de se observar as paisagens naturais, com suas cores vibrantes, pode ainda ser feita, a observação da vida das pessoas simples de Arles, que por nós passam, a caminho de suas casas ou das suas vivências mais comuns.

Depois, já novamente na Place de la Liberation, fomos ao encontro da AC, que no estacionamento nos esperava, para o início de uma nova etapa, a caminho de Cannes, onde no final do dia, iriamos pernoitar.

Fonte: Wikipédia / Mapa de Arles

Arles

A chegada a Arles, já por volta das 02h00 da madrugada, depois de uma longa estirada pelas auto-estradas do Sul de Espanha e França, fez-nos desde logo procurar o lugar de pernoita, pois o cansaço já era grande.

A pernoita foi num lugar calmo à entrada da cidade amuralhada, num parque de estacionamento junto de uma rotunda, na margem esquerda do rio Ródano, a dois passos da porta na muralha, por onde se acede à cidade antiga.

Arles é uma cidade situada no Sudeste de França, mergulhada na cultura provençal em pleno vale do rio Ródano e rodeada de paisagens de enorme beleza, pertencentes à Camargue, que desde ali se entende até ao mar.

Arles fica numa colina, onde dois ramos do rio Ródano, partem em direcção ao mar. Possui vários dos mais importantes monumentos romanos fora da Itália e está classificada desde 1981 como Património Mundial da Unesco.

A cidade foi fundada pelos gregos no séc. VI a.C., ainda que provavelmente houvesse assentamentos anteriores. Numa colina entre o Ródano e o Crau, no ex-delta do rio Durance, que nestes tempos fluía directamente no mar Mediterrâneo, deve ter sido uma localização óbvia para se fundar uma povoação.

Os celtas conquistaram-na em 535 a.C. e denominaram-na “Arelate”. A antiga Arles era mais perto do mar do que é hoje e serviu como um grande porto comercial fenício, antes de ser tomada pelos romanos. Mais tarde tornou-se num famoso centro cultural e religioso já durante o final do Império Romano.

Na Idade Média, Arles foi gravemente afectada pelas várias invasões da Provença, por muçulmanos, francos e vikings. Depois de ser governada por vários senhores feudais até ao séc. XII, tornou-se numa cidade livre, até à Revolução Francesa, quando foi integrada na França.

Arles manteve-se economicamente importante por muitos anos, como um importante porto no Ródano. No entanto, com a chegada da ferrovia, no séc. XIX o comércio fluvial decaiu, levando a cidade a tornar-se mais sossegada, tornando-a numa espécie de remanso provençal.

Isso fez de Arles um destino até hoje, muito atraente para os pintores, como Vincent van Gogh e Paul Gauguin. van Gogh chegou a Arles, em 21 de Fevereiro de 1888 e ficou fascinado com as paisagens provençais, produzindo mais de 300 pinturas e desenhos durante sua estadia em Arles. Muitas de suas pinturas mais famosas foram lá concluídas, inclusive “O Café Night”, a “Sala Amarela”, “Noite Estrelada Sobre o Ródano” e “L'Arlésienne”.

Paul Gauguin visitou van Gogh em Arles. No entanto, a saúde mental de van Gogh deteriorou-se rapidamente, tornou-se demasiado excêntrico, culminando com o infeliz incidente, quando corta a sua orelha, em Dezembro de 1888, sendo internado no hospício vizinho de Saint-Rémy-de-Provence.

Na Arles dos dias de hoje, a água está em toda parte, seja ao longo do cais, onde Van Gogh pintou e onde os barcos de cruzeiro atracam e nas terras da Camargue que se estendem desde a cidade até ao mar, ao longo dos 50 km de praias de areia branca, que separam as saídas em delta, do Petit e do Grand Rhone (Ródano), para o mar.

Arles é hoje um dos destinos turísticos favoritos na Provença. A sua localização, a presença do belo rio Ródano, os seus maravilhosos monumentos romanos, (como a sua maravilhosa Arena, usada ainda hoje para as touradas), as muralhas, a Place de la Republique, a Catedral de Saint-Trophime, a impressionante Câmara Municipal, e o refazer dos passos de van Gogh, fazem desta cidade uma das principais atracções turísticas de França.

Fonte: Wikipédia
Os Passos de van Gogh