Chegada a São João da Pesqueira - 5º Dia - Parte V

 
Chegados à vila de São João da Pesqueira, que é considerada o coração do Alto Douro Vinhateiro, pela hora de jantar, fomos de imediato procurar um lugar para a pernoita, o que não foi difícil uma vez que é uma terra pequena e muito sossegada onde é fácil encontrar bons lugares que convidam a um bom descanso.

Na procura desse lugar há a destacar a passagem, antes de se chegar ao centro da vila, pela belíssima Casa do Cabo, um palacete brasonado, uma das muitas casas senhoriais existentes no Alto Douro Vinhateiro, que demonstram bem a tradicional riqueza desta região.


Era Sexta-Feira Santa e as famílias supostamente e como é tradição em Portugal, deviam de estar reunidas jantando o tradicional bacalhau, deixando para o domingo de Páscoa, o também tradicional cordeiro pascal.
O nosso jantar foi realizado na autocaravana e seguido de um breve passeio ao centro histórico da vila. Depois o repouso no quentinho do interior da autocaravana destinado à leitura, enquanto no exterior lá pelas 23h00 começava a cair uma chuva insistente.
 
A noite estava escura e sem estrelas, mas no lugar de pernoita, junto de um varandim a ver as serranias no terreno situado um pouco abaixo do nível da estrada, pastava um rebanho de ovelhas, que nos embalaram durante a primeira parte da noite, com a leve melodia do tilintar dos seus guizos.


Já em hora tardia essa melodia deixou de se ouvir, significando que as ovelhas já estavam deitadas na pastagem. Abri a janela e vi na obscuridade os pequenos pontos brancos salpicando o lugar.
Uma brisa fria fazia-se sentir, e pensei... O que fizeram estes animais fofos, meigos, obedientes, tranquilos e tão úteis, para merecerem uma noite ao relento? Não sendo esta sua situação suficiente, uma chuva persistente não parava de cair e as infelizes ovelhas ali continuaram espalhadas um pouco por todo o terreno, aguentando a noite molhada e gélida, sem um telheiro para se recolherem.
 
Onde estava o pastor que cuida delas e não dorme nunca? Não deveria ser ele e a música da sua flauta, que as deveria acompanhar? Não, nos dias de hoje é o carro que dorme sob telheiro e nem em época pascal as ovelhas e seus cordeiros têm o direito ao respeito, que deviam merecer pela companhia, o leite e a própria pele e carne que nos dão.


São João da Pesqueira é uma bonita vila da Região Norte do País, pertencente ao Distrito de Viseu e sede de município, situada num local de grande beleza natural, por entre os férteis vales do rio Douro, e localizada da importante Região Demarcada do Douro, e também um dos centros de produção do afamado vinho do Porto, além de outros vinhos finos de prestígio internacional.
Esta bonita vila tem as suas origens muito antes da formação da nacionalidade portuguesa, com uma situação geográfica estratégica para a produção e recolha de alimentos, com a proximidade do grande rio Douro e rodeada de férteis terras.

 
O seu topónimo “Pesqueira” virá talvez de uma primitiva comunidade pesqueira e agrícola que ali se terá outrora desenvolvido. Crê-se, que, pela sua localização, a primeira fortaleza tivesse consistido num castro lusitano, que teria sido aproveitado posteriormente pelos romanos.

 
Consta que quando D. Afonso III de Leão encontrou a fortaleza arrasada e a povoação erma de habitantes, mandou construir ali um castelo medieval, no ano de 900. 
 

Ao longo dos tempos, e com uma situação privilegiada na margem do Douro, São João da Pesqueira foi-se desenvolvendo e ali terá mesmo vivido enquanto novo o Marquês de Pombal, responsável mais tarde pelo desenvolvimento da atividade vinícola da região.


Fonte: http://www.guiadacidade.pt/ Wikipédia.org

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