Chegada a Toledo

A chegada a Toledo ao final da tarde, quando a luz começa a cair, fez com que mesmo de longe, na penumbra da distância, me viesse à memória o cognome, a “Glória de Espanha”, que o grande Cervantes deu a esta cidade.

Do alto de uma colina e após uma curva da estrada, onde a vista se estende à vontade, a antiga cidade mostra a sua inigualável beleza. A cidade antiga domina o conjunto urbanistico, do topo da uma alta colina, cercada nos três lados por uma ampla curva do rio Tejo.
No alto desta colina a cerca de 100 metros de altura, destacam-se mesmo de longe as belas torres do Alcázar, da Catedral (a igreja primaz da Espanha) e a presença do Zocodover, o seu mercado central.
Mas não são só estes os monumentos de Toledo, pois a cidade antiga é um todo monumental, com museus, igrejas, ermidas e palácios que aqui e ali se notam dentro de suas muralhas. A cidade conserva um marcado estilo medieval, mas nem por isso, deixou de lado os avanços tecnológicos e de modernização.

Antes de se entrar na cidade já nos esperava um corso carnavalesco, que nos prendeu durante algum tempo. Nele vários grupos de foliões mascarados, desfilavam animadamente, mostrando a sua alegria, por, pelo menos uma vez no ano, poderem dar azo à sua imaginação e ilusão, de viverem fantasias, que na realidade gostariam de viver todos os dias.
Toledo é conhecida como a cidade das três culturas, pois, como diz a história, foi povoada durante séculos por cristãos, judeus e árabes, sendo essa a razão por que a cidade tem importantes monumentos religiosos, como a Sinagoga de Santa Maria la Blanca, a sinagoga de El Tránsito e a Mesquita de Cristo de la Luz.

A cidade de Toledo possui uma das artes artesanais mais bonitas de Espanha e nela podemos apreciar uma enorme quantidade de lojas cheias de artesanato, onde podemos ver a arte do damasquino, que é uma obra artesanal, aplicável a todos os tipos de objetos de arte, realizada com figuras e desenhos, onde são introduzidos finos fios de ouro ou prata sobre um metal comum. É uma arte de ourivesaria, praticada desde os tempos antigos, que provem dos egípcios, gregos e romanos. O nome damasquino refere-se à cidade de Damasco, na Síria, mas que na Península Ibérica foi introduzida pelos árabes. Toledo é atualmente o principal foco da produção mundial de damasquino, onde se desenvolveu uma importante indústria deste artesanato mais conhecida como o Ouro de Toledo.
Para se entrar na cidade é necessário fazer os percursos pela cidade a pé, caminhando através de suas ruas empedradas e íngremes, estreitas e sinuosas, onde os vários fragmentos da sua história são encontrados um pouco por todo o lado, o que perfaz uma viagem no tempo e uma experiência realmente inesquecível.

Naquele dia, antes de deixarmos Toledo e como a noite se aproximava, fomos ver a cidade do seu melhor miradouro, em zona alta, a ver o Tejo e a cidade, situado a partir da Carretera de la Circunvalación, na zona conhecida por Camino Valle, uma vez que a luz àquela hora, é uma mais-valia para se conseguirem belas fotos da cidade.
Fonte: http://www.globalexpresstours.com / Wikipédia.org / http://meublogcafecomcanela.blogspot.com

A caminho de Toledo - 2ª Etapa - Parte II

A viagem rumo a Toledo continuou, com a entrada na região espanhola de Castilla la Macha, de que esta cidade é capital. É uma das regiões espanholas de minha preferência, não só pela sua beleza, mas sobretudo, porque a ela está ligada a figura de D. Quixote de la Mancha, imortalizada por Miguel de Cervantes (1547 – 1616).
Castilla la Mancha é um largo território situado no coração da Península Ibérica, e que se vai transformando ao longo das suas cinco províncias: Albacete, Ciudad Real, Cuenca, Guadalajara e Toledo, que nos oferecem um vasto património cultural, com muitas áreas naturais de enorme beleza cénica e uma excelente gastronomia.
A primeira povoação encontrada na estrada, após entrarmos na região de Castilla la Mancha, é Oropesa, que se avista ao longe, já em zona planáltica.

Oropesa fica situada entre a Serra de Gredos e o rio Tajo, já perto da cidade de Talavera de la Reina. É uma vila medieval monumental, salpicada de conventos, igrejas e palácios. 

Alvarez de Toledo lutou durante anos para converter o condado de Oropesa em capital, tendo para o conseguir, construído uma verdadeira e bela mansão/fortaleza. É este o seu poderoso Castelo, que lança a quem por ali passa um olhar desafiador, a que quase ninguém resiste. Ele é hoje um Parador Nacional de Espanha, onde já estivemos hospedados, quando ainda viajávamos sem autocaravana. É um Parador lindíssimo que respira história por todos os poros, servindo como um clímax majestoso, para um povo que preserva e exibe com orgulho a sua riqueza de monumentos e paisagens.
Oropesa possui além do castelo, outros imponentes edifícios, que são testemunhos da sua história, como a Igreja de San Bernardo, conhecida como A Empresa, a Igreja da Assunção e vários mosteiros que marcam a bela e pacata aldeia, bem como outras construções de caráter civil, que completam a povoação monumental, também rodeada por um ambiente natural de grande beleza.

A poucos quilómetros de distância de Oropesa e cercada por duas cadeias montanhosas (a norte, a Serra de San Vicente e a sul os Montes de Toledo), aparece do lado direito da estrada, Talavera de la Reina, que se estende pelas margens verdejantes do rio Tajo. 
Situada nas planícies férteis dos rios Tajo e Alberche, a cidade foi famosa pela sua cerâmica durante séculos. Hoje é uma cidade conhecida essencialmente pela sua indústria de cerâmica fina e é um grande centro de produção agrícola. 

Do ponto de vista histórico, foi palco da derrota dos franceses pelas forças britânicas e espanholas, em 1809, durante a Guerra Peninsular, onde Arthur Wellesley (futuro, Duque de Wellington) derrotou as forças comandadas por Joseph Bonaparte (rei José I de Espanha), irmão mais velho de Napoleão Bonaparte.
Mais à frente e a cerca de 30 quilómetros a norte de Toledo, do lado direito da A5, observa-se a povoação de Torrijos, situada numa depressão entre os rios Tajo e Alberche. Outrora chamada de "Torrijos das Oliveiras", é uma aldeia conhecida desde o século XIV pela abundância e qualidade da cultura da oliveira e das indústrias do azeite e sabão, que a tornaram famosa até ao final do séc. XIX.

Nesta aldeia viveram monarcas em momentos diferentes na história, sendo a residência de Pedro I de Castela, que ordenou a construção de um magnífico palácio, hoje o edifício da Câmara Municipal.
A partir dali a A5 segue o seu caminho, sem muito para contar, até que numa zona alta e após uma curva da estrada, se avista Toledo, que aos poucos se vai revelando entre colinas, na penumbra da distância.

Fonte: http://www.turismocastillalamancha.com/ / http://www.spainisculture.com / http://www.thefreedictionary.com / Wikipédia.org 

A caminho de Toledo - 2ª Etapa - Parte I

A partida de Cáceres foi realizada pelas 2 horas da tarde, para mais uma etapa, agora a caminho de Toledo. A estrada leva-nos por uma planície verdejante, onde depois de poucos quilómetros, numa colina granítica ao longe, se destaca o castelo da histórica cidade de Turjillo.
A linda Trujillo já várias vezes visitada por nós, é uma das cidades mais interessantes do ponto de vista histórico e turístico da Província de Cáceres. Fica localizada a leste da capital de província e o seu castelo domina num altaneiro contraforte granítico a planície em torno dele. Esta posição privilegiada foi segundo reza a história, escolhida pela tribo celta dos vetones militares, por seu valor estratégico e facilmente defendida pelos Celtas para o estabelecimento de um forte celtico, que eles chamaram de "Turaca".
Trujillo, é também berço de conquistadores do Novo Mundo e uma cidade verdadeiramente mágica e única, talvez em meu entender, uma das povoações mais bonitas de Espanha.
A planície torna-se rochosa, com muitos afloramentos graníticos e a estrada vai serpenteando entre leves colinas. A vegetação é determinada pelo carvalho e sobreiro e veem-se outras espécies nesta mata, como a esteva e alfazema.

Mais à frente e do lado esquerdo aparece a povoação de Jaraicejo, situada entre a Serra de Piatones e o Parque Nacional de Monfragüe. A povoação estende-se num prado verde, protegida a norte pelos primeiros contrafortes serranos.
Jaraicejo é banhada pelo rio Almonte, e no meio de alvas casas de telhados cor de ocre, destaca-se a antiga torre da Iglesia de Ntra Sra de la Asunción, de aspecto medieval. Diz a tradição que Jaraicejo foi fundada pela Rainha D. Urraca (1109-1126), e o seu nome, Jaraicejo é um diminutivo de Jaraiz, do árabe, xaharig, que quer dizer "lagar" ou "lagar pequeno".

A partir dali a estrada entra pela serra, marcada ao longo do lado sombrio das serranias, entre densa vegetação. Percorrem-se terras já pertença do Parque Nacional de Monfragüe, e ali se vê um estrato arbóreo, que consiste essencialmente em sobreiros e azinheiras, numa variedade de vegetação entre as quais incluem a urze e a murta.
O Parque Nacional Monfragüe, também chamado de Parque do Povo, é de referência obrigatória e está localizado na província de Cáceres, no centro do triângulo formado por Navalmoral de la Mata, Plasencia e Trujillo.

O Tejo e o seu afluente Tiétar fornecem a água a esta região, que vai esculpindo os penhascos de quartzito, onde se estabelecem grandes colónias de nidificação dos espetaculares abutres falcão-peregrino, águia e coruja.
Mais à frente situada num baixio, entre colinas e rodeada de vegetação luxuriante, aparecem as casas pintadas de branco da pequena povoação de Casas de Miravete, situada em pleno Parque Nacional de Monfragüe.

Após a passagem pelas margens de alguns dos braços da albufeira conseguida pela represa de Arrocampo, que regulariza o rio Tajo (para nós, Tejo), observa-se a Central Nuclear de Almaraz, situada do lado esquerdo da A5 a Autovia da Extremadura, já bem próxima da pequena povoação que lhe deu o nome.
A Central Nuclear de Almaraz é a central nuclear que a associação ambientalista Quercus reivindica o fecho, por se encontrar apenas a 100 quilómetros da fronteira portuguesa e de ser refrigerada pelas águas do rio Tejo.
A seguir aparece logo a pequena povoação de Almaraz, do lado esquerdo da estrada, que se estende numa peneplanície verdejante, tendo como fundo, os cumes pintados de brancas neves das altas montanhas da Serra de Gredos.
Logo a seguir na estrada, somos acompanhados de um lado e de outro, pela extensa Central Solar Fotovoltaica de Almaraz, uma das maiores do país e da Península Ibérica.
Fonte: http://www.trujillocaceres.com /http://www.inforural.com / Wikipédia.org

A Mente Livre Está em Perigo

A nossa espécie é a única espécie criativa, e tem apenas um único instrumento criativo, a mente e espírito únicos de cada homem. Nunca nada foi criado por dois homens. Não existem boas colaborações, quer em arte, na música, na poesia, na matemática, na filosofia. De cada vez que o milagre da criação acontece, um grupo de pessoas pode construir com base nela e aumentá-la, mas o grupo em si nunca inventa nada. A preciosidade reside na mente solitária de cada homem.
E agora existem forças que enaltecem o conceito de grupo e que declararam uma guerra de exterminação a essa preciosidade, a mente do homem. Através das mais variadas formas de pressão, repressão, culto, e outros métodos violentos de condicionamento, a mente livre tem sido perseguida, roubada, drogada, exterminada. E este é um rumo de suicídio coletivo que a nossa espécie parece ter tomado.
E é nisto que eu acredito: que a mente livre e criativa do homem individual é a coisa mais valiosa no mundo. E é por isto que eu estou disposto a lutar: pela liberdade da mente tomar qualquer direção que queira, sem direção. E é contra isto que eu vou lutar com todas as minhas forças: qualquer religião, qualquer governo que limite ou destrua o indivíduo. É isto que eu sou e é esta a minha causa. Posso até compreender que um sistema baseado num padrão tenha que destruir a mente livre, pois esta é a única coisa que pode inspecionar e destruir um sistema deste tipo. Com certeza que compreendo, mas lutarei contra isso por forma a preservar a única coisa que nos separa das restantes espécies. Pois se a mente livre for morta, estaremos perdidos.
John Steinbeck, in 'A Leste do Paraíso'

Cáceres - 1ª Pernoita

A saída a caminho de Valencia foi feita pelo final da tarde. Estava destinada uma paragem para jantar uma fritada de leitão, na Portagem, num pequeno café esplanada, situado junto da Torre Medieval (onde outrora funcionou a aduana de Marvão e se cobravam direitos de portagem, daí o nome da povoação), do rio Sever e Ponte romana que o corta.
A povoação da Portagem fica situada no sopé do monte que sustenta a linda povoação de Marvão, próxima da fronteira com a Espanha e nela é habitual pararmos antes de sairmos do país, a caminho da Estremadura espanhola.

Nesta viagem a primeira etapa seria concluída em Cáceres, onde iriamos pernoitar na ótima Área de Autocaravanas, situada junto da Pousada Municipal, na Avda. Lope de Veja, frente à Iglesia de San Blas.
A Área de Autocaravanas, possui ainda à frente para a sua entrada, um excelente restaurante, com comida caseira e farta, pertença da pousada, onde habitualmente almoçamos ou jantamos, quando passamos ou pernoitamos na cidade.

Cáceres é uma bonita e histórica cidade, já muitas vezes visitada por nós que nos transporta a outras épocas, a outros feitos e a outras vidas. Passear pela Cidade Antiga, de noite ou debaixo de chuva, conduz-nos à evocação da Idade Medieval e, sobretudo, a desfrutar de muitas e boas sensações.
Pinturas rupestres do Paleolítico, cerâmica do Neolítico, estelas de guerreiros da Idade do Ferro, berrões vetões, restos da cidade romana Norba Caesarina, a muralha e a cisterna árabe de Qazris, as inúmeras casas fortes medievais e os palácios renascentistas, a Concatedral e restantes edificações religiosas, situadas dentro da cidade antiga, a Real Audiencia, a Universidade e as avenidas..., são algumas das marcas deixadas pelas culturas que foram compondo Cáceres, ao longo da sua história.

A Cáceres moderna, por outro lado, permite a oferta de muitas atividades culturais e de ócio, contando ainda com serviços turísticos de grande qualidade, que transformam a visita à cidade, numa experiência memorável.
Mais sobre Cáceres em: Carnaval 2009 - Espanha (Extremadura)

Fonte: http://pt.turismo.ayto-caceres.es / http://www.tagzania.com/

Carnaval 2011 - Espanha, Valencia

No Carnaval de 2011, a região escolhida para passarmos estas pequenas férias, foi a bela cidade de Valencia, a capital e a maior cidade da Comunidade Valenciana, além de ser a terceira maior de Espanha.

É uma cidade muito antiga, referenciada desde o séc. II a.C.. Com uma longa história, diversos museus e tradições populares como as Fallas, que nesta época são festejadas na cidade. Devido à sua proximidade ao Mar Mediterrâneo, é uma das cidades mais conhecidas e visitadas de Espanha.

As Fallas são uma festa com uma arreigada tradição na cidade de Valencia e povoações circundantes, celebrada em homenagem a São José, o santo padroeiro dos carpinteiros.

É a festa que naquela região está destinada à celebração do Carnaval, comemorado em todas as praças da cidade, onde são erguidas umas enormes esculturas, que ali substituem os carros alegóricos, e que são na realidade as Fallas propriamente ditas.

Hoje, as Fallas, em valenciano "Les Falles", é a maior celebração valenciana com uma semana de duração, durante a qual se queimam nas principais praças da cidade, as figuras chamadas "fallas". É um festival tradicionalmente valenciano, com uma forte tradição na cidade de Valencia, em que participam vários bairros da cidade. De 15 a 19 de março, durante Las Fallas, rolam desfiles pelas ruas, feiras de comida e bebidas típicas e tudo aquilo que estamos habituados a ver em qualquer festa ou romaria popular.

Poder-se-ia dizer que no Carnaval da cidade de Valencia, a população ao desenhar e realizar aquelas enormes esculturas com grande conotação crítica, representada nos monumentos erguidos nas praças da cidade, faz uma espécie de exorcismo ao queimá-las, para que se eliminem os problemas e males da cidade.

No entanto, nesta viagem como fazemos sempre, não nos limitámos só ao conhecimento da cidade eleita, mas também à procura de alguns lugares interessantes, que sabíamos estarem próximos das rotas efetuadas, quer no caminho de ida, como no caminho de volta.

Assim sendo o percurso escolhido para ir e voltar, foi:

1º Dia – Cáceres;


2º Dia – Cáceres,Turjillo, Oropesa, Toledo, Chinchón (jantar), Uclés;

3º Dia - Uclés, Mosteiro de Uclés, Valência;

4º, 5º e 6º Dias - Valência;

7º Dia – Valência, Ciudad Real, Almagro;
8º Dia - Almagro, Mérida;

9º Dia – Mérida, Casa.

Fonte: Wikipédia.org

Fim da Viagem (Verão 2010)

Depois de uma tarde bem passada em Andorra La Vella, seguimos rumo a Portugal, o que já foi feito ao final da tarde. Queríamos fazer naquela noite o maior número de quilómetros possíveis, até estarmos cansados, pois já ansiávamos chegar a casa, após tantos dias de viagem.
Já bem tarde, por volta das duas horas da manhã, procurámos o lugar de pernoita, que recaiu, pela proximidade à estrada que se percorria, na pequena povoação espanhola de Saúca, um município espanhol, situado na Província de Guadalajara, na comunidade autónoma de Castilla - La Mancha.
Para chegarmos a Saúca, tomámos a saída 126 da N-II e encontrámos a aldeia a menos de uma milha de distância. A pernoita foi realizada à frente do quartel da polícia da cidade, onde a calma e o silêncio se fizeram sentir durante toda a noite.
Na manhã seguinte, seguimos viagem atravessando Espanha, a caminho de casa, praticamente sem pararmos, para que ainda naquele dia fossemos dormir a casa. No entanto pela hora de jantar, parámos em Cáceres para jantar e desentorpecer as pernas, num breve passeio noturno pela bela e silenciosa cidade antiga, antes de fazermos a etapa final desta nossa inolvidável viagem de tantos dias, com passagem por Portagem/Marvão, a caminho de casa.

Andorra . Parte II

No dia seguinte à nossa chegada a Andorra, saímos de Canillo a caminho da Andorra la Vella a capital do Principado de Andorra, para ali passarmos a tarde, para compras e conhecimento da nova cidade, que desde a nossa última visita tinha crescido muito.
A cidade antiga é atravessada por uma larga rua no sentido Norte-Sul, aliás praticamente a única rua da cidade. No bairro central, uma rede de ruas estreitas conduz o visitante à igreja românica e à Casa de La Vall (século XVI), a sede do governo: a visita com um guia permite descobrir sucessivamente a cozinha, no primeiro andar, o grande salão (pinturas murais do século XVI) de onde se pode ter acesso à Câmara do Conselho, onde se conservam os arquivos no armário «das sete chaves» (cada uma das sete paróquias de Andorra dispõe da sua).

A cidade nova encontra-se agora cheia de grandes centros comerciais, enormes parques de estacionamento, avenidas cheias de edifícios modernos onde o vidro predomina, um mundo incomparável de ofertas comerciais, onde abundam as lojas outlet e por isso um verdadeiro perigo para os gastadores compulsivos ou distraídos.

Andorra é um pequeno Principado, situado num país não muito extenso, mas a sua pequena extensão contrasta com o número de ofertas. A oferta turística de Andorra é muito ampla, pois nos dias de hoje vive dos desportos de inverno como o esqui, e de atividades desenvolvidas ao ar livre, dentro dos seus domínios.
Andorra é um principado livre de impostos onde se pode comprar produtos a preços muito mais baixos dos que se encontram no nosso país de origem. Trata-se por isso de uma região onde a maioria das pessoas vêm para esquiar, fazer compras ou passarem umas férias nas montanhas.
A história de Andorra é uma história relativamente jovem. A sua localização nas alturas, fez com que os seus domínios fossem zonas inexpugnáveis durante séculos. Segundo algumas lendas, Carlos Magno foi seu fundador no ano de 805.
Os primeiros sinais de povoamento, embora não sejam muito específicos encontram-se em Engordany e datam ao primeiro ou segundo séculos antes de Cristo.
O primeiro soberano conhecido de Andorra foi um nobre espanhol, o Conde de Urgel, que dominou a região no século IX. Por isso na Idade Média, Andorra e os seus vales pertenceram ao Condado de Urgel e pouco depois foram entregues ao Visconde de Castelbó. Mais tarde foi trocado por outras terras em Cerdaya, que passaram mais tarde para as mãos do condado de Foix e foram divididas entre o Conde de Foix e o Bispo de Urgell, após um tratado assinado em 1176. Essa situação perdurou até o século XIII, quando ambos decidiram dividir estas terras depois de anos e anos de disputas.
A partir dali, o bispo de Urgell e o rei de França ficaram a governar Andorra. Esta situação continua até aos dias de, com a diferença de que atualmente em França existe uma república e quem tem a responsabilidade sobre Andorra é o Presidente da República.
O Principado, desde o século XIII que mantêm esta condição política, exceto por um pequeno período de anexação que teve na altura em que Napoleão governou a França.
Durante o século XV, os condes de Foix tornaram-se reis do Reino de Navarra. Um século depois em 1589, Enric, rei de Navarra, Conde de Foix, visconde de Béarn e senhor das terras de Andorra, sobe ao trono da França. Em 1419 realizou-se a primeira forma de auto-governo em Andorra, com o Conselho da Terra.
No século XIX, a política de Andorra começou a germinar e estabelece-se uma democracia em que os chefes de família podiam votar e escolher os seus representantes.
Nos nossos dias, Andorra é um principado Parlamentar Constitucional. A sua constituição data de 1993, mais especificamente ao dia 14 de Março e o poder recai, da mesma forma que no século XIII, sobre o bispo de Seu d'Urgell e ao Presidente da República de França.
No que diz respeito à economia, nos dias de hoje o Principado conta com uma forte dependência do turismo europeu, com 80% do seu produto interno bruto que provêm das cerca de nove milhões de pessoas que o visitam anualmente. Andorra tem uma enorme procura no turismo de Inverno, devido à prática de ski e de verão, para as caminhadas de natureza e das montanhas. É por isso que é uma região onde os hotéis em grande parte, permanecem abertos durante todo o ano.

Atualmente, Andorra não é membro da União
Europeia, mas está diretamente relacionada com a instituição supranacional, tendo acordos específicos, como por exemplo, a moeda corrente em Andorra é o Euro.
Atualmente, este país tem cerca de 80 000 habitantes, divididos entre Andorrenses (35%), Espanhóis (38%), Franceses e Portugueses que compõem cerca de 20% e de outras nacionalidades são á volta de 5%.

Fonte:
http://andorra.costasur.com / Wikipédia.org

Andorra - Parte I

Depois de dois dias de descanso passados em Narbonne Plage, seguimos para o Principado de Andorra que já não visitávamos há muito tempo e onde queríamos passar para fazer algumas compras, antes de entrarmos em Espanha, a caminho de casa.
Saímos de Narbonne a caminho de Perpignam, seguindo depois pela N116 em direção aos Pirenéus, para ainda naquele dia irmos dormir a Andorra. Nesta estrada acompanham-nos cenários de enorme beleza cénica. É uma estrada espetacular, onde o verde abunda e que é pontuada por pequenas aldeias que se agarram às encostas.
Já perto do Principado de Andorra, apanha-se a N20 que nos leva até à N22, que nos conduz até à fronteira com Andorra. A partir dos enormes tuneis da fronteira com a França e da estação de ski de Pas de la Case, seguimos a CG-2, que nos leva montanhas a dentro por tuneis e estrada ziguezagueante, que não para de subir.
Pas de la Case é uma animada estância (referida localmente somente como Pas) está situada a apenas algumas centenas de metros da fronteira francesa. Fica a uma altitude de 2050m e é a estância mais alta dos Pirenéus. Devido à sua excelente localização, Pas goza de neve na maioria do ano, complementada por uma abundância de sol e céu azul. Enquanto no resto de Andorra o idioma que mais se ouve é o catalão e o espanhol, em Pas de la Case a língua predominante nas ruas é o francês.
Cai a noite em plena montanha e o silêncio e breu combinam-se para nos incentivar a um maior respeito pelo cuidado na condução. O ar é puro e de uma frescura inexplicável, o que me levou a abrir a janela, para me inebriar com o sublime vento fresco que oscilava entre o boémio e o atrevido.
Começam a aparecer algumas das povoações de montanha, que vivem da neve e a nossa atenção centra-se na procura de um lugar para a pernoita. Esse lugar é encontrado na famosa estância de ski de Canillo, no fresco e reconfortante Camping Janramon, situado junto da estrada, na margem esquerda do rio Valira d´Orient, cujas águas rápidas e cantantes, descem pelas vertentes, embalando-nos pela noite dentro.
Na manhã seguinte, o dia acordou ensolarado e pela janela por onde entrava um ar gélido, observámos com melhor perceção o pequeno parque de campismo, confinado entre a margem esquerda do rio Valira d’Orient e altas montanhas escarpadas, que caem a pique no fresco relvado do parque, que se espalha aos pés de uma paisagem vegetal de verde intenso.
Fonte: Wikipédia.org