Mostrando postagens com marcador Café Filosófico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Café Filosófico. Mostrar todas as postagens

Modernidade Liquida

 

 
Muitos de nós acham que o que importa é ter segurança, e para isso será necessário mais do que tudo ter e conservar um emprego.

Mas na vida, “trabalho”, vai muito para além de ter um emprego. Trabalhar é mais do que tudo exercer uma ação no mundo, uma ação que modifique, e mesmo que sendo pequena, deve ter valor e transformar.

Pensar no que queremos e como podemos dar a nossa contribuição para modificar o mundo é fundamental. O trabalho é tão importante, porque nesse processo de transformar o mundo, nós mesmos também somos modificados e assim se dá a grande relação: (re) construímos o mundo ao mesmo tempo que somos (re) construídos por ele.

Para melhor entendermos este processo, trago aqui um depoimento exclusivo em vídeo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, gravado em sua casa na cidade de Leeds, Inglaterra, no dia 23 de julho de 2011.

Para Bauman (1999 e 2004), na sua visão de pós-modernidade, o que mudou foi a "modernidade sólida", que cessa de existir, e, em seu lugar, surge a "modernidade líquida". A primeira seria justamente a que tem início com as transformações clássicas e o advento de um conjunto estável de valores e modos de vida cultural e político. Na modernidade líquida, tudo é volátil, as relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, familiar, de casais, de grupos de amigos, de afinidades políticas e assim por diante, perdem consistência e estabilidade.

Nesta entrevista Bauman motiva-nos a encarar um grande desafio contemporâneo: entender as mudanças que o advento da modernidade líquida produz na condição humana. E esse desafio orienta a forma de repensamos os velhos conceitos que costumavam cercar as narrativas de nossas vidas.

Bauman fala-nos com rigor conceitual, reconhecendo a fluidez entre os laços, entre os conceitos e os saberes - temas que ainda não haviam conquistado um estatuto académico claro, como o amor, o medo e a felicidade.

Mas Zygmunt Bauman aborda também as expectativas para o século XXI, relativas à internet, e da necessidade de construção de políticas globais, na construção de uma nova definição de democracia, entre outros temas.

Atualmente Zygmunt Bauman é considerado mundialmente uma sumidade, sendo professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.



Fontes: http://www.sermelhor.com/trabalho/projeto-de-vida.html; https://www.youtube.com/watch?v=1miAVUQhdwM;http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernidade

A História Educacional dos Filhos


"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida."

John Dewey


As formas de educar os nossos filhos são variadas. Mesmo hoje em dia, diversas são as opiniões sobre a melhor maneira de formar as nossas crianças para serem futuros adultos éticos e de bom caráter.

Pensar a evolução da educação dos filhos ao longo dos anos, suas bruscas alterações ao longo do século XX e suas permanências, é repensar o que ainda fazemos de errado e o que já melhoramos na construção educacional do futuro.

Mudanças económicas, sociais e até mesmo tecnológicas, fizeram com que as práticas de nossos pais, avós, bisavós e de outras gerações anteriores, já não sejam olhadas como válidas; mas não podemos descartar o que ainda é preciso manter dessas mesmas tradições educacionais.

Neste encontro, Rosely Sayão traça a evolução da educação dos nossos filhos e provoca a reflexão sobre nossos erros, para que arrisquemos projetar o futuro para a educação daqueles que mais amamos.

Rosely Sayão é psicóloga e consultora em educação. Autora de diversos livros como “Em defesa da escola” e “Família: modos de usar”.



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=IuGJ06mtdOM
 
 

Família: Coração de um Mundo sem Refúgio


A organização da família e a experiência da infância passam por transformações profundas nos dias atuais. Estruturas familiares inéditas emergem numa sociedade que hiperestimula a infância, celebra a autonomia e não admite a velhice. São tempos de mães libertas, pais fraternos e inseguros e filhos críticos.

O que é e para onde vai, a família nuclear contemporânea, centro de um mundo tão descentrado como o nosso?

A crise atual teve o mérito de escancarar, aos olhos de todos, os problemas e impasses  de um modelo de sociedade baseado no consumo desenfreado, na obsessão pelo lucro e na expectativa (quando não no imperativo) da satisfação sem limites.

Este modelo, que se tornou tão hegemónico nas últimas décadas a ponto de se tornar quase impossível imaginar uma alternativa, não se resume a um modo de funcionamento da economia, ou aos modos de produção e circulação de bens materiais.  Ele implica um imaginário social, estilos de relacionamento pessoal, modos de construção de identidades, modalidades de agrupamento social, pautas de sentimentos e formas de sofrimento. Por outras palavras, a crise económica atual aponta para os impasses e o possível esgotamento de um modo de vida, que abarca tanto os aspetos objetivos e materiais, quanto a dinâmica das relações sociais e o campo da experiência psicológica dos indivíduos.

Esta é uma Palestra de Diana Corso no programa Café Filosófico CPFL, que faz parte do módulo: Efeitos Psicológicos da Crise.

Diana Lichtenstein Corso é Psicanalista e Membro da APPOA (Associação Psicanalítica de Porto Alegre). Formada em psicologia pela UFRGS, é colunista do jornal Zero Hora e publicou o livro “Fadas no Divã: psicanálise nas histórias infantis”, em 2005, e “Psicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia”, em 2010, ambos pela Ed. Artmed, escritos em parceria com seu marido Mário Corso.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Q56iKnXRjSw; http://www.discussoesereflexoes.com.br/2010/11/familia-coracao-de-um-mundo-sem-refugio-diana-corso/

Novas subjetivações e o mal-estar na contemporaneidade


Com a globalização, vivemos com a sensação que perdemos o domínio de nós mesmos, vivemos numa sociedade de risco.

O propósito desta conferência é crcunscrever as novas formas de subjetivação na atualidade, indicando os impasses do discurso psicanalítico de se confrontar com um Mundo no qual o Estado perdeu o seu lugar de referência axial no espaço social, tendo como contrapartida a disseminação da economia neoliberal.

A questão da autoridade paterna foi também colocada na berlinda, de forma que o imaginário da barbárie se atualizou no espaço social. É nessa perspectiva que o Édipo como referencia ética foi colocada em questão.

Nela o psicanalista Joel Birman chama a atenção para três categorias fragilizadas:

1.    Corpo - estamos sempre aquém do que queremos. Há um cuidado corporal acentuado; a saúde ao contrário da alma transformou-se no nosso bem supremo e o Stress tornou-se uma palavra-chave nos dias de hoje.

2.    Ação - há um excesso de sexualidade, de violência e criminalidade. Como consequência surgem ações fracassadas - as compulsões às drogas, à comida, ao consumo.

3.    Sentimentos - referem-se a variações de humor, depressões e enfermidades como a síndrome do pânico.

Há ainda um empobrecimento no campo do pensamento e no campo da linguagem; surge a linguagem-ação. Como consequência dessa fragilização o sujeito prefere explodir pela ação - passagem ao ato - que o Psicanalista Dr. Jorge Forbes chama de sintomas da globalização, como os crimes inusitados.

Esta é uma excelente palestra do psicanalista Joel Birman no programa Invenção do Contemporâneo, promovida pela CPFL Cultura, sob a curadoria do psicanalista Jorge Forbes, e transmitido pela TV Cultura.

Joel Birman é Psicanalista, membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos e do Espace Analytique, Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Professor Adjunto do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).


A não perder!...



Fontes: https://www.youtube.com/watch?v=Qeb0Fs_N9eQ; http://www.cpflcultura.com.br/2009/12/01/integra-novas-subjetivacoes-e-o-mal-estar-na-contemporaneidade-joel-birman/

O medo e suas relações com a violência e a sociedade


Guernica de Pablo Picasso

Não temos, nos nossos registros sociais, atualmente, meios de dissipar e lidar adequadamente com os nossos medos. Quais medos? Todos e quaisquer que se apresentem ao nosso inconsciente ou ao nosso consciente.

No passado, a cultura encarregava-se de nos dar meios suficientes de suportar os medos de todo tipo. Hoje, os nossos medos não têm mais suporte, são medos impossíveis de correção, como o medo do corpo deformado - feio, gordo, magro, impossível de ser aceite - como o medo do futuro, que nos faz querer morrer no presente, como o medo do insucesso, etc.

O medo irremediável gera a impotência que nos oferece dois caminhos: a depressão ou a violência - auto ou heterodirigida. Somente um cuidador afetivo e presente pode dar conta disso.

Ivan Capelatto é psicoterapeuta, psicólogo clínico e professor do curso de pós-graduação em pediatria da Faculdade de Medicina da PUC - Paraná. Autor da obra Diálogos sobre Afetividade - o nosso lugar de Cuidar (2001).



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=myqFpFetUH4

O Pensamento no Mundo atual

 
Este mundo não presta, venha outro.
Já por tempo de mais aqui andamos
A fingir de razões suficientes.
Sejamos cães do cão: sabemos tudo
De morder os mais fracos, se mandamos,
E de lamber as mãos, se dependentes.

 
José Saramago, Demissão, in "Os Poemas Possíveis"


Qual o papel da filosofia no contexto atual? Que tipo de desafios a própria filosofia precisa enfrentar? Como interpretar o mundo contemporâneo tendo Nietzsche como referência? Vivemos a emergência de uma nova cultura, uma nova subjetividade?
Nesta excelente palestra do Café Filosófico, os filósofos Oswaldo Giacoia Jr. e Viviane Mosé falam-nos sobre os desafios do pensamento no mundo atual.
A não perder!

 


Fontes: https://www.youtube.com/watch?v=XGvAc42-K9Q&list=PLAD82553316B97A14
http://www.cpflcultura.com.br/2010/07/21/cafe-filosofico-cpfl-o-pensamento-oswaldo-giacoia-jr/ http://www.citador.pt/

Nova Renascença ou o Fim da Picada?




"Explosão do silicone"
Colagem virtual de Fátima de Carvalho
 

 
No nosso presente e cada vez mais, as nossas relações são mediadas por ferramentas digitais: a política, a educação, as relações sociais e amorosas, os negócios...

O mundo vive cada vez mais online, trocando informação numa rede em tempo real. Somos a geração que testemunha e é cobaia de uma importante transição tecnológica: do analógico para o digital.

É um tempo de aceleração de velocidade e variedade na publicação das informações e do conhecimento compartilhado, onde cada um pode ser o autor de sua obra fictícia ou não.

Como confiar e conviver no caldo cultural gerado por tantas possibilidades e ruídos? Quais os nós dramáticos desta história? Estamos diante de uma nova renascença ou diante do fim da picada?

Neste episódio do Café Filosófico, Módulo: Mundo Virtual: Relações Humanas, Demasiado Humanas, Marcelo Tas, jornalista, ator e roteirista, trata o tema das relações humanas através da Internet.
Entre as suas obras destacam-se os vídeos do repórter ficcional Ernesto Varela; as séries "Rá-Tim-Bum" (TV Cultura) e a sua participação na criação do "Programa Legal" e "Telecurso" (TV Globo). Recentemente, Tas realizou o "Beco das Palavras", um jogo interativo no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.


Fontes: http://www.youtube.com/watch?v=ToA4OyQQtNo&NR=1&feature=endscreen http://fatimadecarvalhoartistaplastica.blogspot.pt

O Ser Humano como Animal em Ruínas


Inútil definir este animal aflito.
Nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.

António Gedeão, Homem, in 'Movimento Perpétuo'

Todas as ciências falam do medo: o homem ao tornar-se consciente ascende à condição de animal que conhece, como nenhum outro, sua inviabilidade biológica.

Seja no ambiente externo onde se move sob a ameaça da lógica implacável do mundo, seja no espaço interno onde habita a sua ruína (a consciência dessa lógica implacável), não há como não perceber a condenação ao fracasso fisiológico final.

O medo é um sinal de que somos continuamente ameaçados pela falta de sentido da vida, pela perceção da deformação final do corpo, pela violência da ciência, pela indiferença do Universo.

Como nossos ancestrais na savana africana, marchamos em direção a um horizonte que não parece ter em seus planos a nossa felicidade. Então, como enfrentar o terror cósmico?



Esta é mais uma palestra do Café Filosófico, realizada por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta brasileiro, que atualmente, é Vice-Diretor e Coordenador de Curso da Faculdade de Comunicação da FAAP; professor de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e de Filosofia na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).
 


Fontes: http://www.youtube.com/watch?v=2wxBG1kZIZw; http://www.citador.pt/poemas/homem-antonio-gedeao

http://pt.wikipedia.org/

Limites: a formação necessária do Superego


Hoje olhamos, falamos e discutimos muito sobre a violência e as consequências sociais e psicológicas dela decorrentes, mas, o que mais nos assusta e atinge é a indiferença com que o violento se comporta, como não se importasse nem com o seu ato e muito menos com as consequências dele; como se nada do que nos horrorizasse fizesse algum sentido; mas, assim também é com o menino que rouba ou com o jovem que atropela porque bebeu.

São as sequelas da ausência de lucidez, a Aufklãrung de Kant ou a ausência do Superego de Freud, que pode ser adquirido no colo de um cuidador.

Esta é mais uma excelente palestra do Café Filosófico, realizada por Ivan Capelatto, psicoterapeuta, psicólogo clínico e professor do curso de pós-graduação em pediatria da Faculdade de Medicina da PUC do Paraná. Ivan Capelatto é também autor da obra Diálogos sobre Afetividade - o nosso lugar de Cuidar (2001).

No entanto, embora Ivan Capellato aborde com pormenor o assunto, deve aqui ficar feita a diferenciação entre Id, Ego e Superego, para melhor entendimento daquilo que se escutar nesta ótima palestra.

O que é o Id? Id significa identidade. Mas Id também é uma das três estruturas do aparelho psíquico, juntamente com o Ego e o Superego. O Id é responsável pelos instintos, impulsos orgânicos, e os desejos inconscientes. O Id não tem contato com a realidade e pode satisfazer-se na fantasia, mesmo que não realize uma ação concreta referente aquele desejo.

Os psicopatas têm um Id dominante e um superego muito reduzido, o que lhes tolhe o remorso, sobressaindo a falta de consciência moral.

E o que é o Ego? O Ego é a segunda natureza existente na nossa psicologia. É a nossa parte mais grotesca, a nossa parte animal, que infelizmente se constitui em 97% da nossa psicologia. A essência constitui-se apenas em 3%, porém está adormecida, inconsciente... Então a conclusão disto tudo é que passamos a vida toda adormecidos, achando que vivemos em plena consciência.

Vivemos a vida do Ego, com as suas preocupações, preconceitos, rancores, invejas, maledicências, orgulhos, luxúria, vaidades, materialismos, enfim os nossos pecados capitais; ou vivemos de lembranças do passado ou de planos para o futuro, e esquecemos de viver o momento presente, o agora, isto é o exato instante.

Finalmente o que é o Superego? O Superego designa na teoria psicanalítica, uma das três instâncias dinâmicas do aparelho psíquico. É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade.

O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o bem a ser procurado; e a consciência moral (al. Gewissen), que determina o mal a ser evitado. O Superego tem três objetivos: Inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (consciência moral); Forçar o ego a comportar-se de maneira moral (mesmo que irracional); Conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras (ego ideal).

O Superego forma-se após o Ego, durante o esforço da criança de intrometer os valores recebidos dos pais e da sociedade, a fim de receber amor e afeição.

Segundo o livro de André Luiz (um autor espiritual, que escreve pela mão de Francisco Cândido Chavier), "Num Mundo Maior", o nosso cérebro é como um castelo de três andares. No primeiro andar, o sistema nervoso, é a sede de nossas atividades subconscientes, onde estão arquivadas todas as nossas experiências, desde os menores factos. No segundo andar, na região do córtex motor, zona intermediária entre os lobos frontais e os nervos, temos a parte do cérebro que sintetiza as energias necessárias para nossas conquistas atuais. É onde reside o consciente. O terceiro andar representa a parte mais nobre deste castelo. É onde fica o superconsciente, e onde estão escritas as leis divinas. As metas superiores estão aí, em forma de embrião à espera para desabrochar...


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Lf7SeEfy_s8

Fontes / Ler mais em: http://www.significados.com.br/id/ http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060710112137AAm7Hnl http://pt.wikipedia.org/wiki/Superego http://espiritismo-br.blogspot.pt/2009/05/limites-formacao-necessaria-do-superego.html

Os Desafios da Arte no Mundo Contemporâneo


“Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre o muro – havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fiorde e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza.”

Edvard Munch

                                           Skrik de Edvard Munch
Como é que a filosofia nos pode ajudar a enfrentar a crise contemporânea? O que é ser artista? O que é a arte dos dias de hoje?
 
Como é que a arte se expressa numa sociedade como a nossa, que se transforma tão rapidamente, com o avanço da tecnologia, com as descobertas científicas e que ao mesmo tempo, se questiona sobre os seus valores e o seu futuro? O mundo reinventa a arte ou a arte recria o mundo?

Quais são os desafios da arte no mundo contemporâneo? Como é que as artes plásticas, o teatro, a poesia convivem com a tecnologia, e os novos meios?
O lugar do teatro; Os destinos do livro; a computação gráfica; o (des)limite entre as artes; o direito autoral; as expectativas e ansiedades sobre o mundo contemporâneo são aqui debatidas neste episódio do Café Filosófico.
Para este debate, Viviane Mosé (poetisa, filósofa, psicóloga e psicanalista), convida o ator Henrique Diaz e o artista plástico Marcos Chaves, para conversarem em conjunto sobre os desafios da arte no mundo contemporâneo.


Mas também em Portugal este tema foi objeto de análise. Pode a crise contemporânea ser uma fonte de inspiração para quem é artista?

Neste vídeo da SIC Noticias, emitido no dia 27.01.2013, subordinado ao tema: “A Arte da Crise”, podemos ver o jornalista Pedro Mourinho, a conversar com um artista de Art Grafitti, um poeta popular, um escritor brasileiro radicado em Portugal e um cantor de intervenção, que nos mostram como a situação atual do país pode ser, afinal, um motivo para dar largas à criatividade.



Fontes: http://www.youtube.com/watch?v=plZhcbJLVRk ; http://www.youtube.com/watch?v=MY2OqtPi-eQ
http://raiz-de-pensamentos.blogspot.pt/2009/05/o-grito-de-edvard-munch.htm   

O mal primordial: o orgulho nosso de cada dia


 “Não era a vaidade que a atraia para o espelho, mas o espanto de descobrir-se.”

Milan Kundera

A vaidade é um sentimento de todos nós. É um sentimento, mais escondido nuns e mais evidente noutros, mas é comum a todos, e é ela que na maioria das vezes, nos impulsiona para a conquista da nossa vida ou mesmo a do mundo. Não quero a última, mas quero sem dúvida a primeira!...


 

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita
  Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
 E quando mais no céu eu vou sonhando,
  E quando mais no alto ando voando,
  Acordo do meu sonho... E não sou nada!
                             
Florbela Espanca, Vaidade, in Sonetos

 
Um dia, o mais belo arcanjo, Lúcifer, disse Eu, em vez de Nós. Surgia o ser individual que se destacava da criação e buscava um lugar de consciência de si, onde antes só havia o coletivo da criação. Iniciava-se a história.
 
Na mitologia religiosa, o mensageiro do Mal preside ao pecado original da soberba e da vaidade.
 
O mundo contemporâneo rebatizou a soberba como autoestima e a necessidade de se amar acima de tudo, como repete o mantra de quase toda a literatura que vende felicidade em drageas nas bancas dos aeroportos.
 
A humildade, o recato e a modéstia, passaram de virtudes a deficiências de lítio.
 
Este encontro de mais um Café Filosófico, trata do mais original e primordial de todos os pecados, o orgulho, capaz de seduzir a todos, especialmente aqueles que se consideram humílimos.
 
De atributo maléfico, o orgulho virou parte do mundo burguês contemporâneo. A virtude/defeito erigiu estátuas, criou biografias e deleites pessoais. Perdida a inocência/humildade original, resta o anseio pelo Nós, rejeitado pelo pai da mentira, ou seja, pelo pai de todos nós.
 
Filhos legítimos do individualismo orgulhoso, lutamos pela adoção de um mundo humilde e voltado ao outro, ou seja, o mundo oposto a todos nós.
 
Apátridas, vagamos fixados na miragem do humilde modelo criado por nós, que insiste em estar além do espelho borgiano. Parte deste Aleph pode ser encontrado ao destrinçar-se o fascinante mundo do orgulho.
 
Esta é mais uma excelente palestra de Leandro Karnal, historiador, doutor em História Social pela USP, professor da UNICAMP e autor de diversos livros.
 

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=cpxVd5whW9U http://www.citador.pt/
http://www.cpflcultura.com.br/evento/cafe-filosofico-cpfl-o-mal-primordial-o-orgulho-nosso-de-cada-dia-com-leandro-karnal/

A Perda da Amizade no Mundo Contemporâneo


Num momento em que as relações de amizade se fazem de acordo com interesses comuns por vezes bastante dúbios ou mesmo clubísticos, é importante fazer a real diferenciação entre o sentimento de amizade e a mera junção de partes.
Nesta palestra, de mais um Café Filosófico, Olgária Matos fala-nos da perda do sentimento da amizade real no mundo contemporâneo e quais as consequências desse processo.
Começa no entanto, por fazer uma abordagem, a partir dos gregos, dizendo-nos como os laços afetivos eram construídos e quais as consequências da sua rutura, onde a ideia de amizade estava associada diretamente ao espaço público e regia as relações entre iguais, enquanto cidadãos da Pólis.
A essa visão política da amizade, os renascentistas acrescentaram a ideia do divino. Para eles, a amizade é uma experiência sacra e pela amizade o homem se diviniza.
Olgária Matos é filósofa e professora titular de Teoria das Ciências Humanas do Departamento de Filosofia da USP e Autora dos livros, “Os Arcanos do inteiramente outro: a Escola de Frankfurt, a melancolia, a revolução (editora Brasiliense); O Iluminismo Visionário: Walter Benjamin, leitor de Descartes e Kant (editora Brasiliense), entre outros.

A não perder!...



Nossos Medos e Fantasias da Perfeição




“A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela afasta-se dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

 Eduardo Galeano

 
O que é ser humano? Um animal frágil que esconde os seus medos? Um corpo finito preso a uma alma que observa o infinito? Uma consciência que percebe a tragédia de viver?

Entre a vida e a morte, entre o céu e o inferno, entre ser e não ser, o ser humano procura por sentido. A saída pode estar na religião, na ciência, nas utopias… Ou o sentido da vida pode estar na total ausência de sentido?

Neste excelente episódio do Café Filosófico, transmitido pela CPFL Cultura, Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé, Oswaldo Giacóia Jr, Marcelo Coelho, Caterina Koltai e Ricardo Goldenberg, reúnem-se para tratar o tema Nossos Medos e Fantasias da Perfeição”.

Nesta multipalestra, filósofos, historiadores, sociólogos, psicanalistas, reúnem-se para falar sobre a condição humana, num debate sobre as perguntas que nunca se calam: Quem somos? Para onde vamos? Como viver no meio de tanta incerteza?

É aí que reside a importância de “pensar”. O mecanismo de “pensar” é acionado de cada vez que precisamos encontrar respostas a perguntas determinadas, e esse é um atributo exclusivo da espécie humana. Por isso esse deverá ser sempre o nosso principal desafio!...

Dos nossos medos
nascem as nossas coragens,
e em nossas dúvidas
vivem as nossas certezas.
Os sonhos anunciam
outra realidade possível,
e os delírios outra razão.
Nos descaminhos
Esperam-nos surpresas,
Porque é preciso perder-se
Para voltar a encontrar-se.

 Eduardo Galeano




Fonte: http://pensador.uol.com.brhttp://olharaesquerda.blogspot.pt ; http://www.youtube.com/watch?v=cfaiBKBBzPU&list=PLjbRZ4RvBP9FQXcJJkrUgQT1DEffeyF7Q

"O myto é o nada que é tudo"



Ulysses

 
O mytho é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mytho brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

 
Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos creou.
 

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecunda-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre. 

Fernando Pessoa


"O myto é o nada que é tudo", a frase primeira deste poema de Fernando Pessoa dedicado a Ulisses, o mítico fundador de Olisippo (Lisboa), exprime a ideia dos mitos como potenciais motores sociológicos. Mesmo se falso um mito tem o potencial de provocar comportamentos sociais e, portanto, promover e facilitar a evolução, segundo determinados vetores.

"Mito, filosofia e história exprimem o espírito humano e são constituintes da cultura. A deformação do mito implica mistificação. A sobrevivência do mito na modernidade demonstra a força perene do simbólico como forma de conhecimento que sobrevive às crises por sua universalidade concreta e sua capacidade de atribuir sentido pleno à vida."

Neste episódio do Café Filosófico, Antonio Medina Rodrigues, José de Paula Ramos Júnior e Demétrio Magnoli, Professores da USP, Brasil, mostram a importância do pensamento mítico, na formação de uma nação e da nossa identidade cultural.



Fonte: http://www.historia.com.pt/ http://www.youtube.com/