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Educação, Ética, Direito e Moral


A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” e que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem da palavra “mores”, significando costumes.
 
Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava a Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório.
 
Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma como todo o homem deve comportar-se no seu meio social.

Ética e Moral são então os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida".

Assim o homem, no seu livre arbítrio, vai formando o seu meio ambiente ou destruindo-o. Apoiando a natureza e suas criaturas ou subjugando tudo que pode dominar, e assim ele se transforma no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral formam-se numa mesma realidade.


Fontes: http://www.coladaweb.com/filosofia/moral-e-etica-dois-conceitos-de-uma-mesma-realidade; http://www.youtube.com/watch?v=NmkZfRySFRI

A Educação Proibida


A Educação Proibida (La Educación Prohibida) é um filme documentário que se propõe questionar as lógicas da escolarização moderna e a forma de entender a educação, visualizando experiências educativas diferentes, não convencionais que colocam a necessidade de um novo paradigma educativo.

Este é um documentário imperdível para todas as pessoas que sejam educadores, pais e todos aqueles que de alguma maneira, estejam envolvidas em atividades educativas e de crescimento de crianças.

Boa visualização…



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=AeubY7iqQ2U
 

O Medo que dá Medo


Muitas mães estão com medo de que os seus filhos sintam medo. Pedem para a escola não contar determinadas histórias e para trocar a indicação do livro que o filho deve ler. Elas também não deixam que as crianças assistam a filmes que, seja qual for o motivo, provoquem medo. Basta que o filme veicule uma ideia: nem precisa conter cenas aterrorizantes.

Essa reação dos pais leva a crer que o medo é necessariamente provocado por um motivo externo à criança e que é uma emoção negativa que os pequenos não devem experimentar. Vamos pensar a esse respeito.

Primeiramente, vamos lembrar que toda criança pequena sentirá medo de algo em algum momento de sua vida. Medo do escuro, medo de perder a mãe e medo de monstro são alguns exemplos. E esses medos não serão originados necessariamente por causa de uma história, de uma situação experimentada ou de um mito. Esses elementos servirão apenas de isca para que o medo surja.

Tomemos como exemplo o medo do escuro. De fato, é na imaginação da criança que reside o que nela lhe dá medo; o escuro apenas oferece campo para que essas imagens de sua imaginação ganhem formato, concretude.

É que, no escuro e em suas sombras, a criança pode "ver" monstros se movimentando e até "ouvir" os rugidos ameaçadores dessas figuras. No ambiente iluminado, tudo volta a ser a realidade conhecida porque a imaginação deixa de ter seu pano de fundo. Os rugidos dos monstros voltam a ser os sons naturais do ambiente. E as monstruosas imagens são diluídas pela claridade.

E por que é bom a criança experimentar o medo desde cedo? Porque essa é uma emoção que pode surgir em qualquer momento da sua vida e é melhor ela aprender a reconhecê-la logo na infância para, assim, começar a desenvolver mecanismos pessoais de reação.

A criança precisa reconhecer, por exemplo, o medo que protege, ou seja, aquele que a ajudará a se desviar de situações de risco. Paralelamente, precisa reconhecer o medo exagerado que a congela, aquele que impede o movimento da vida e que exige superação.

É experimentando os mais variados medos que a criança vai perceber e aprender que alguns medos precisam ser respeitados pelo aviso de perigo que dão, enquanto outros medos exigem uma estratégia de enfrentamento que se consegue com coragem.

A coragem, portanto, nasce do medo. E quem não quer que o seu filho desenvolva tal virtude?

Por fim, é bom lembrar que, muitas vezes, a criança procura sentir medo por gostar de viver uma situação que, apesar de difícil, ela pode superar. Cito como exemplo um mito urbano que provoca medo em muitas crianças na escola: "a loira do banheiro". Para quem não a conhece, é a imagem de uma mulher que assusta as crianças quando elas vão ao banheiro.

Uma escola decidiu acabar com esse mito. Por meio de várias estratégias conseguiu convencer os alunos de que isso não existia. Alguns meses depois, as crianças construíram outro mito para que pudessem sentir o mesmo medo que experimentavam quando se viam perseguidos pela "loira do banheiro".

E quantas crianças não choram de medo depois de ouvir uma história e, no dia seguinte, pedem aos pais que a contem novamente?

Conclusão: o que pode atrapalhar a criança não é o medo que ela sente, e sim o medo que os pais sentem de que ela sinta medo. Isso porque a criança pode entender que os pais a consideram desprovida de recursos para enfrentar os medos que a vida lhe apresenta.

Rosely Sayão, in Jornal Folha de São Paulo de 02-04-2013


Rosely Sayão é psicóloga e consultora educacional há mais de 30 anos.


Mario Sergio Cortella é um filósofo, possui Graduação pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira 1975, mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica 1989 sob a orientação do Prof. Dr. Moacir Gadotti e doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 1997, onde também é professor-titular do Departamento de Teologia e Ciência da Religião e da pós-graduação em Educação (Currículo), além de professor-convidado da Fundação Dom Cabral e do GVpec da FGV-SP.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=VhvmmDxcfrg / Wikipédia.org
 
 

Educação é Tudo


"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos, as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".

Rubem Alves




Hoje trago aqui uma entrevista com Rubem Alves, filósofo, educador, psicanalista, teólogo, poeta e escritor brasileiro, que é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.

A sua mensagem é direta e, por vezes, romântica, explorando a essência do homem e a alma do ser. É algo como um contraponto à visão atual de homo globalizatus que busca satisfazer desejos, muitas vezes além de suas reais necessidades.

"Ensinar" é descrito por Rubem Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir.

Ensinar é fazer aquele momento único e especial. Ridendo dicere severum: rindo, dizendo coisas sérias. Mostrando que esta, na verdade é a forma mais eficaz e verdadeira de transmitir conhecimento. Agindo como um mago e não como um mágico. Não como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer, que deve fazer acontecer.



"Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos
fragmentos de futuro em que a alegria é servida como
sacramento, para que as crianças aprendam que o
mundo pode ser diferente. Que a escola,
ela mesma, seja um fragmento do
futuro..."

Rubem Alves

Fonte: http://www.releituras.com/rubemalves_bio.asp; http://pt.wikipedia.org/wiki/Rubem_Alves

“O essencial é invisível para os olhos.”


"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirás, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"

Antoine de Saint-Exupéry, in “O Principezinho” 


Numa altura em que se sente um conjunto de fenómenos sociais, onde imperam o descaramento, o julgar os outros por si próprios, o não respeitar a personalidade alheia ou a diferença, o fechar de olhos ao não, porque o que interessa é o que “quero nem que seja à martelada”… E onde não resulta, nem uma persistente ética de sobrevivência como antídoto para a situação, é oportuno fazer aqui um apelo à leitura de um livro que deviria estar presente em qualquer época, para a concretização de uma boa formação pessoal e social.

Esse livro é “O Principezinho”. É um livro que todos nós devíamos ler e mesmo para aqueles que já o leram em alguma das fases da sua vida, é sempre um livro a reler.  

Ele mostra-nos o caminho para uma profunda mudança de valores, e mostra-nos como nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam à solidão. Nós entregamo-nos às nossas preocupações diárias, tornamo-nos adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos.

O Principezinho de Saint-Exupéry, é aparentemente um livro infantil mas que na verdade é, um livro dedicado à criança que todo o adulto foi um dia.

É uma espetacular e simples metáfora sobre a natureza humana em si. Incrivelmente cheia de sutilezas e subjetividade, a história faz o leitor pensar e descobrir-se consciente ou inconscientemente, sendo uma verdadeira lição de vida.

Na metáfora global da história, o Principezinho simboliza a esperança, o amor e a força inocente da infância que habita no nosso inconsciente; a rosa simboliza a taça da vida, a alma, o coração, o amor, enfim representa no fundo a perfeição; o deserto é nossa própria mente. O tempo que o Narrador passa com o Pequeno Príncipe é uma jornada para o autoconhecimento, e a água que o Narrador, angustiado, teme acabar, é a sua satisfação espiritual. A Raposa aparece inexplicavelmente, quase como uma epifania e simboliza a sabedoria. O seu diálogo com o Principezinho é um dos momentos imperdíveis do livro, explicando a importância do “cativar=criar laços” e falando-nos nas sutilezas que os olhos não veem. (Ler o diálogo entre o Principezinho e a Raposa em: http://www.cirac.org/Principe/Ch21-pt.htm)

Mas neste livro existem ainda muitas outras sutilezas e mensagens sobre a dualidade adulto x criança nos vários diálogos, que não se devem perder…

Para aqueles que quiserem assistir aqui à sua leitura, deverão prestar muita atenção, e então quando terminar a audição deste pequeníssimo e simples livro, julgo, não serão mais os mesmos.
Boa audição.



Também poderão lê-lo na integra em: http://www.cirac.org/Principe/Ch1-pt.htm

“Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas.”

Antoine de Saint-Exupéry, in “O Principezinho”

Fontes: https://www.youtube.com/watch?v=HtUwu9tv9_o&list=PLF6195BED69261C72; http://animusmundus.wordpress.com/category/o-pequenoprincipe/; http://alquimistadaalma.blogs.sapo.pt/5379.HTML

Poderá também gostar de: A criança como espelho do funcionamento familiar

Modernidade Liquida

 

 
Muitos de nós acham que o que importa é ter segurança, e para isso será necessário mais do que tudo ter e conservar um emprego.

Mas na vida, “trabalho”, vai muito para além de ter um emprego. Trabalhar é mais do que tudo exercer uma ação no mundo, uma ação que modifique, e mesmo que sendo pequena, deve ter valor e transformar.

Pensar no que queremos e como podemos dar a nossa contribuição para modificar o mundo é fundamental. O trabalho é tão importante, porque nesse processo de transformar o mundo, nós mesmos também somos modificados e assim se dá a grande relação: (re) construímos o mundo ao mesmo tempo que somos (re) construídos por ele.

Para melhor entendermos este processo, trago aqui um depoimento exclusivo em vídeo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, gravado em sua casa na cidade de Leeds, Inglaterra, no dia 23 de julho de 2011.

Para Bauman (1999 e 2004), na sua visão de pós-modernidade, o que mudou foi a "modernidade sólida", que cessa de existir, e, em seu lugar, surge a "modernidade líquida". A primeira seria justamente a que tem início com as transformações clássicas e o advento de um conjunto estável de valores e modos de vida cultural e político. Na modernidade líquida, tudo é volátil, as relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, familiar, de casais, de grupos de amigos, de afinidades políticas e assim por diante, perdem consistência e estabilidade.

Nesta entrevista Bauman motiva-nos a encarar um grande desafio contemporâneo: entender as mudanças que o advento da modernidade líquida produz na condição humana. E esse desafio orienta a forma de repensamos os velhos conceitos que costumavam cercar as narrativas de nossas vidas.

Bauman fala-nos com rigor conceitual, reconhecendo a fluidez entre os laços, entre os conceitos e os saberes - temas que ainda não haviam conquistado um estatuto académico claro, como o amor, o medo e a felicidade.

Mas Zygmunt Bauman aborda também as expectativas para o século XXI, relativas à internet, e da necessidade de construção de políticas globais, na construção de uma nova definição de democracia, entre outros temas.

Atualmente Zygmunt Bauman é considerado mundialmente uma sumidade, sendo professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.



Fontes: http://www.sermelhor.com/trabalho/projeto-de-vida.html; https://www.youtube.com/watch?v=1miAVUQhdwM;http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernidade

O que é a Liberdade?


“Liberdade é para o homem o que o céu é para o condor”
Castro Alves

 
Eu passei a adolescência e a juventude sob o regime da ditadura e isso significou, entre outras coisas, a censura. Não havia liberdade de expressão naquela época. Jornais e revistas tinham trechos cortados, diversos filmes não puderam ser exibidos por um longo período e alguns livros não podiam ser vendidos livremente. Tudo em nome da segurança nacional. Para quem estava no poder durante a ditadura, pensar de modo diferente colocava em risco o modelo de sociedade que eles idealizavam.

Aliás, a liberdade de expressão foi um dos componentes da liberdade que foi suprimida. A liberdade estava comprometida como um todo. E por falar nisso, o que é liberdade.

Esse é um conceito difícil de definir já que, como foi e é muito influenciado por ideologias e interesses dos mais diversos, está bastante distorcido. Em uma pesquisa feita com jovens, o conceito de liberdade para eles é bem simples: fazer o que quer, quando e como quer. Dá para perceber como essa noção, para eles, está influenciada pela ideologia do individualismo.

Para Hannah Arendt, esse conceito restrito de liberdade (de ir e vir e de agir conforme a própria vontade, por exemplo) surge quando o sujeito perde a liberdade no espaço público, ou seja, perde o contato com seus pares e o livre debate de ideias com base no pensamento plural e em um ambiente público organizado. Para essa pensadora, o conceito de liberdade tem, portanto, um caráter essencialmente político.

Eu me lembro de que um amigo da juventude teve de sair do país porque aqui era perseguido por suas ideias. De vez em quando ele retornava por curtos períodos e tínhamos a oportunidade de conversar. Minha maior curiosidade era a de saber da experiência dele de viver em um país em que os livros – sem restrição - estavam todos disponíveis. Nunca me esqueço da resposta que ele me deu. Ele disse que no país em que vivia na época, a situação era muito pior porque as pessoas não queriam ler muitos dos livros aqui proibidos, porque estavam convencidas de que não valia a pena, ou seja, o pensamento estava massificado.

Algumas vezes penso que o mundo contemporâneo, que nos contempla com tanta diversidade em todos os campos – estilos de vida, correntes de pensamento, comportamento, ciências etc. -  retirou de muitos de nós o pensamento crítico e, portanto, a liberdade de pensar e de agir.

Vejamos alguns exemplos. Atualmente temos todo tipo de calçados e roupas e em todos os tamanhos, mas a maioria se veste de modo muito semelhante e, pelo menos as mulheres, querem usar apenas os manequins 38 ou 40. Temos uma diversidade enorme de maneira de ser, mas todos querem ser iguais: no comportamento, na aparência do corpo, nas preferências, no ritmo do pensar, entre outras coisas.  Temos lugar para todo tipo de gente, mas acreditamos que precisamos ser extrovertidos, alegres, jovens e ter uma imensa rede social de “amigos”. E por aí vai... O que buscamos? Ausência de conflitos, anular as diferenças, aceitação social...

Liberdade de expressão combina sempre com conflitos de ideias. E nada mais salutar para o crescimento do que travar contato com pensamentos diversos. Hoje não temos quase (quase!) censura institucional talvez porque a tenhamos internalizado. Estamos submetidos a pensamentos quase (quase!) totalitários.

Já observaram como é comum a postura de, ao travar contato com livros, textos, análises etc., concluir que concordamos ou não concordamos? Essa talvez seja a melhor garantia de nada mudar. Quando concordamos é sinal de que já pensávamos assim; quando discordamos, recusamos o diálogo e o conflito que poderia – quem sabe? – inaugurar outros pensamentos diferentes dos dois anteriores.

Este blog teve, em sua origem, uma intenção: a de estimular o livre debate, o diálogo e o embate de ideias a respeito da educação informal e formal neste mundo tão complexo. Mas isso ficou bem difícil, não é verdade? 
 
Rosely Sayão, in http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/

Rosely Sayão é psicóloga formada pela PUC de Campinas e atua há mais de 30 anos. É consultora em educação e ministra palestras em escolas e empresas sobre educação de crianças e adolescentes. Colunista da Folha de São Paulo – do Caderno Equilíbrio, da Band News FM. Livros publicados: “Família: modos de usar” (2006, Editora Papirus), “Em defesa da escola” (2004, Editora Papirus), “Como educar meu filho?” (2003, Publifolha).





Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=vkj2cQzIg8A ; http://www.cpflcultura.com.br/palestrante/rosely-sayao/


A História Educacional dos Filhos


"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida."

John Dewey


As formas de educar os nossos filhos são variadas. Mesmo hoje em dia, diversas são as opiniões sobre a melhor maneira de formar as nossas crianças para serem futuros adultos éticos e de bom caráter.

Pensar a evolução da educação dos filhos ao longo dos anos, suas bruscas alterações ao longo do século XX e suas permanências, é repensar o que ainda fazemos de errado e o que já melhoramos na construção educacional do futuro.

Mudanças económicas, sociais e até mesmo tecnológicas, fizeram com que as práticas de nossos pais, avós, bisavós e de outras gerações anteriores, já não sejam olhadas como válidas; mas não podemos descartar o que ainda é preciso manter dessas mesmas tradições educacionais.

Neste encontro, Rosely Sayão traça a evolução da educação dos nossos filhos e provoca a reflexão sobre nossos erros, para que arrisquemos projetar o futuro para a educação daqueles que mais amamos.

Rosely Sayão é psicóloga e consultora em educação. Autora de diversos livros como “Em defesa da escola” e “Família: modos de usar”.



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=IuGJ06mtdOM
 
 

A Importância da Meditação

 

Inglória e vaga atitude,
O ideal haverá sempre de ser maior.
Seríamos incapacitados na origem?
Desejar voar e nunca ter asas.
Talvez tenhamos apenas o olhar,
E a distância do céu da imaginação.
E qual é a verdadeira graça da realidade?
Não teria o delírio do sonho força maior?
Como não ter desprezo de si
Se o distante parece ser mera miragem?
E ainda assim sustenta a estranha vontade
O querer chegar neste não sei onde.
E chegar para que
Se o lúdico parece estar apenas no caminho?
Entre pedras duras e delicadas flores,
Num quadro bruto pintado com sensíveis tons.
Alma prisioneira, alma fugitiva....
Sempre esta alma a perturbar.
Tantos são os horizontes,
Imenso é o infinito,
E toda tolice será sempre insuficiente,
E ainda assim necessária
Para ter algo de ingénuo e puro.
E isto talvez seja o grande delírio,
Imaginar o bem infinito,
Pois houvesse ele não havia o mal.
Afinal de contas:
O que é bem? O que é o mal?
Por toda nossa moral esclerosada,
Por toda nossa desgastada ética.
Afinal de contas:
Qual é a promessa que não se cumpre?
E cumprida. Como viver sem promessas?
Iludidos pelo fato de existirmos.
Existirmos na constatação biológica de ser.
Na prova dos sentidos,
Justamente estes que hão de morrer com o corpo.
Então, como criticar os enganos?
Somos ignorantes em toda nossa sabedoria,
E só resta por dizer:
Que de tudo que pensamos saber,
Apenas estamos a brincar
Em nosso frágil castelo de cartas.

Gilberto Brandão Marcon, Sem as Asas do Infinito

  

Não podemos negar que o mundo hoje invade o nosso cotidiano e até mesmo os nossos momentos de descanso e prazer com pressões que se acumulam, tumultuando a nossa mente, tornando assim cada vez mais difícil nos voltarmos para dentro de nós mesmos e visualizar a causa de nossas angústias.

Todos sabemos que as respostas para a maioria de nossas perguntas estão dentro de nós, mas as pessoas insistem em buscar as respostas fora, demorando cada vez mais para se encontrarem.

A meditação é um dos caminhos para esse encontro com nós mesmos. A prática da meditação ajuda-nos a limpar a mente, amplia a capacidade de lembrança e acima de tudo, proporciona prodigiosos insights que podem ajudar a resolver os nossos problemas.

Neste vídeo o mestre budista Thubten Lhundrup ensina-nos técnicas básicas de meditação por meio da respiração, uma das melhores técnicas meditativas para iniciantes.



Fontes: http://sitedepoesias.com/poesias/86609; https://www.youtube.com/watch?v=YpbFOhDsUSw; http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=10412

*Saiba quem é o poeta Gilberto Brandão Marcon em:
http://www.administradores.com.br/u/tarkus/

Ler mais sobre a importância da Meditação em: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=10412

Família: Coração de um Mundo sem Refúgio


A organização da família e a experiência da infância passam por transformações profundas nos dias atuais. Estruturas familiares inéditas emergem numa sociedade que hiperestimula a infância, celebra a autonomia e não admite a velhice. São tempos de mães libertas, pais fraternos e inseguros e filhos críticos.

O que é e para onde vai, a família nuclear contemporânea, centro de um mundo tão descentrado como o nosso?

A crise atual teve o mérito de escancarar, aos olhos de todos, os problemas e impasses  de um modelo de sociedade baseado no consumo desenfreado, na obsessão pelo lucro e na expectativa (quando não no imperativo) da satisfação sem limites.

Este modelo, que se tornou tão hegemónico nas últimas décadas a ponto de se tornar quase impossível imaginar uma alternativa, não se resume a um modo de funcionamento da economia, ou aos modos de produção e circulação de bens materiais.  Ele implica um imaginário social, estilos de relacionamento pessoal, modos de construção de identidades, modalidades de agrupamento social, pautas de sentimentos e formas de sofrimento. Por outras palavras, a crise económica atual aponta para os impasses e o possível esgotamento de um modo de vida, que abarca tanto os aspetos objetivos e materiais, quanto a dinâmica das relações sociais e o campo da experiência psicológica dos indivíduos.

Esta é uma Palestra de Diana Corso no programa Café Filosófico CPFL, que faz parte do módulo: Efeitos Psicológicos da Crise.

Diana Lichtenstein Corso é Psicanalista e Membro da APPOA (Associação Psicanalítica de Porto Alegre). Formada em psicologia pela UFRGS, é colunista do jornal Zero Hora e publicou o livro “Fadas no Divã: psicanálise nas histórias infantis”, em 2005, e “Psicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia”, em 2010, ambos pela Ed. Artmed, escritos em parceria com seu marido Mário Corso.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Q56iKnXRjSw; http://www.discussoesereflexoes.com.br/2010/11/familia-coracao-de-um-mundo-sem-refugio-diana-corso/

Exorcizando as Emoções Venenosas


Na essência dos seres humanos
Há sempre um janela aberta
Uma possibilidade concreta
De transformar os sonhos

Porém, em suas incessantes buscas pela felicidade
Esquecem o mais elementar
Que é o sentido de compartilhar
Para que seja possível mudar a realidade

É necessário ceder e doar,
tolerar e acolher
Transigir e dialogar
Conquistar e sobretudo, fazer:

" ... fazer da vida, um convite à liberdade
e ao despertar da “humaneza” latente
cá dentro de cada um de nós, somos mais
e talvez possamos descobrir outros caminhos, aportar em nossas mesmas terras, mares e rios…"

AjAraújo*


Hoje trago aqui uma conversa entre o psicólogo Marco Aurélio Bilibio e todos nós, que nos ajuda a compreendermo-nos uns aos outros.

Fala-nos sobre a função psicológica das emoções e do seu papel na autorrealização e no adoecimento psíquico a partir de uma abordagem budista.

As emoções dão colorido à nossa vida, mas tornam-se tóxicas quando se transformam em feridas afetivas de que não sabemos mais libertar-nos.

As emoções tóxicas estão na raiz de vidas insatisfatórias e de pouca realização. Quando se tornam epidemias sociais levam à desorganização familiar e comunitária. Na vida profissional podem gerar prejuízos grandes à carreira das pessoas, levando a relações conflituosas e à desmotivação.

Além da compreensão da dinâmica emocional, Marco Aurélio focaliza também atitudes e posturas que podemos aprender para nos desintoxicarmos dessas fixações e recobrarmos o fluxo natural de emoções nutritivas, tanto na vida pessoal como na profissional.

Marco Aurélio Bilibio é Psicólogo Clínico há vinte anos e possui orientação claramente fenomenológica. É Mestre em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília (2005) e Doutorado  em Desenvolvimento Sustentável (com finalização para 2012), também na UnB, na proposição de um diálogo entre  a Ecopsicologia e a Abordagem Gestáltica. Foi pioneiro na apresentação de trabalhos em Ecopsicologia e Gestalt nos Congressos Nacionais e Internacionais de Gestalt Terapia.


*Alberto Araújo é um médico e poeta brasileiro, natural de Santanésia, distrito de Piraí, Rio de Janeiro. Tem por ofício a medicina e dedica-se a cuidar das pessoas vítimas do tabaco e doenças respiratórias ocupacionais. Escreve desde os 12 anos sobre temas humanistas: espiritualistas, ambientais, político-sociais e românticos. Busca fazer da arte do verso uma ferramenta crítica que propicie reflexão e tomada de consciência para as mudanças sociais. Escreve sobre temas dentro do contexto histórico, social e político em que vive e labuta. Sonha ver a humanidade caminhar para um futuro de maior compromisso planetário, solidariedade e desenvolvimento da espiritualidade.


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=gG75OPKc3-c; http://publicartextos.aaldeia.net/o-sentido-da-amizade/; http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=105588 ;http://www.comunidadegestaltica.com.br/

Ensinar passos a quem vai correr diferente de nós


 
 
Quando eu fui professor do ensino básico costumava propor aos meus alunos um jogo que intitulei “Não é normal”. A ideia era simples: sentávamo-nos num círculo no chão e todos repetiam “Não é normal…” e, de seguida, cada um, à vez, completava a frase dizendo o que, na sua opinião, não era normal.

O interessante do jogo – além do seu carater divertido – era a oportunidade de discutir o que é a “normalidade”. Por exemplo alguém dizia: (Não é normal) “um homem usar vestido”. E daí – depois de se identificarem culturas em que os homens vestem algo semelhante a um vestido – discutíamos a diversidade biológica e cultural da humanidade e muitos outros assuntos que lhe estavam associados.

Jogar o “Não é normal” é um desafio interessante para repensar – voltar a pensar – o papel da escola na nossa sociedade. Talvez exista um grande descompasso entre as competências que os jovens devem ter adquirido à saída da escola e aquilo que se pensa que a escola deve fazer para lhes permitir adquirir estas competências. Por exemplo: dizemos que os jovens devem ser empreendedores, dinâmicos, criativos, autónomos, com capacidade para resolver problemas... Mas, de forma contraditória, defende-se que, para que o jovem adquira estas competências, deve frequentar uma escola que seja transmissiva, diretiva, estrita e uniformizadora… É aqui que o jogo “Não é normal” nos pode ajudar a perceber que certas estratégias, objetivos e funcionamento da escola não são adequados para que os jovens sejam formados para aquilo que a sociedade tanto preza e valoriza. E vamos dar quatro exemplos:

1. A escola deve preocupar-se com o desenvolvimento integral da criança. Na verdade, se não for a escola a assegurar este desenvolvimento, quem o fará? Sabemos que as famílias não se encontram disponíveis nem capacitadas para desempenhar todo este papel. Muito do desenvolvimento global da criança se passa sob a responsabilidade da escola. As famílias confiam nas escolas para que elas desempenhem e bem esta função que está longe de ser exclusivamente académica. Hoje a escola é um ambiente de desenvolvimento de numerosas capacidades, atitudes e conhecimentos que são essenciais para a vida adulta. Se assim é, “Não é normal” que a escola afunile as competências para a Língua Materna e para a Matemática. Precisamos sim de um currículo que cubra as áreas do desenvolvimento integral do aluno: o estudo e a intervenção no meio, a música, as artes, a motricidade, a socialização, a solidariedade, a análise crítica, a cidadania, a ecologia, etc.


2. A criatividade é um pilar do desenvolvimento e – cada vez mais – do sucesso da pessoa. Sabemos hoje que a criatividade pode ser mais ou menos exuberante em cada ser humano mas sabemos igualmente, que se podem criar ambientes que incentivam, acarinham e apoiam a criatividade e permitem às pessoas a ir mais além nesta sua capacidade. Precisamos por isso de criar nas escolas ambientes que acolham e ajudem a florescer a criatividade. Se assim é, “Não é normal” que entupamos a vida escolar das crianças com aulas, mais aulas e mais aulas, na esperança insensata que a criatividade se desenvolva tal como uma erva teimosa que desabrocha na frincha de dois monólitos de granito.

3. Sabemos que o sucesso na escola é preditivo do sucesso na vida. Disse “preditivo” e não determinante. A escola deve ter um papel decisivo na organização da vida prática e dos valores dos alunos. O insucesso na escola é também o insucesso na organização da vida e uma formação de valores reativa face à escola e ao conhecimento. Por isso é fundamental que a escola cuide do sucesso de todos os alunos (não é gralha, é mesmo “todos”). Sucessos diferentes, sem dúvida, porque as escolas não podem colocar entre as suas opções educativas a possibilidade de insucesso. Se assim é, “Não é normal” que as escolas não tratem cuidadosamente do apoio aos seus alunos que evidenciam dificuldades: o apoio aos professores que os ensinam, o apoio às famílias que por vezes não entendem o que se passa, o apoio aos alunos que não vêm saída para ultrapassar o seu afastamento da escola, enfim o apoio à turma para trabalhar em entreajuda.

4. Os desafios para educar uma criança no século XXI são muito diferentes do que seriam há 20 ou 30 anos. Sabemos que a escola tem de procurar novas formas de ensinar, tem de procurar novos significados para a sua missão, diferentes estratégias, mesmo diferentes conteúdos. A escola não é uma instituição intemporal e necessita de se modificar tal como a sociedade e os alunos que lhe chegam se modificam. Se assim é, “Não é normal” que se defenda a que a escola deve regressar aos modelos transmissivos, à organização estrita e rígida do passado. As soluções do passado nem resolveram os problemas do passado, nem – muito menos – resolvem os problemas do presente.

Não é fácil encontrar uma solução para o sucesso da Educação. Diria mesmo que é impossível encontrar “uma” solução. Existem muitas possibilidades, todas no caminho mais ou menos longo do sucesso. Precisamos de desenvolver nas pessoas e nas instituições uma atitude de “heurística”, de caminho, de procura permanente das soluções possíveis, mais justas e mais adequadas.

Precisamos, pois, de apoiar as escolas e os professores para se adaptarem a uma tarefa de uma grande complexidade e incerteza: a de ensinar os primeiros passos a pessoas que – de certeza – irão correr de forma diferente da deles. Muitos professores sabem fazer isto e muitos outros estão disponíveis e ativos para aprender como se dinamizam processos de aprendizagem cuja finalidade é holística, criativa, apoiada e diversa. E isso é que “normal”(?).

David Rodrigues, in Jornal público de 26/06/2013

 

David Rodrigues é professor universitário e presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial.