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Lisboa - 4º Dia - Visita à Torre de Belém - Parte III



Depois da visita ao Padrão dos Descobrimentos a caminhada continuou com rumo à Torre de Belém. É uma caminhada longa, uma vez que esta antiga torre foi construída como fortaleza, à entrada da barra, no ponto de partida para as naus dos Descobrimentos, mas que se torna num autêntico prazer. É muito gostoso passear pelos passeios de acesso às várias marinas cheias de belas embarcações, sempre acompanhados por zonas ajardinadas a perder de vista,  de onde podemos sempre ir admirando o rio.

Naquele dia a visita à Torre de Belém culminou com chave d’Ouro o passeio pela zona monumental dos Descobrimentos. Quando lá chegámos embora já a meio da tarde, o número de visitantes ainda era bastante, e depois de estarmos numa bicha algum tempo, lá conseguimos por fim entrar.

A Torre de Belém foi construída em homenagem ao Santo patrono de Lisboa, S. Vicente, no local onde se encontrava ancorada outrora a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião. Foi assim construída estrategicamente na margem norte do rio Tejo, entre 1514 e 1520, para defesa da barra de Lisboa.

Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme, a Torre de Belém é um dos maiores ex-libris de Portugal, sendo ainda considerada uma das joias da arquitetura do reinado de D. Manuel I.


No seu conjunto arquitetónico podemos separar dois corpos distintos, no modelo da arquitetura militar: a torre de menagem medieval e o baluarte, com dois níveis para disparo de artilharia, que permitia um tiro de maior alcance, rasante e em ricochete sobre a água, para atingir com facilidade os cascos dos possíveis navios agressores.

Concebida no séc. XVI por Francisco Arruda, a Torre de Belém é constituída por uma torre quadrangular com baluarte poligonal orientada para o eixo do rio Tejo. A decoração exterior abunda com fachadas que evidenciam influências árabes e venezianas nos balcões e varandins, contrastando com o interior, bastante mais austero na sua decoração. Os elementos orgânicos do estilo manuelino estão aqui amplamente representados, ostentando a Torre de Belém a primeira representação escultórica de um animal africano, neste caso um rinoceronte.


O interior gótico, por baixo do terraço, que serviu como armaria e prisão, é muito austero. Nos ângulos do terraço da torre e do baluarte, sobressaem guaritas cilíndricas coroadas por cúpulas de gomos, ricamente decoradas em cantaria de pedra. A torre quadrangular, de tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos acima do baluarte.

Ali dentro da Torre de Belém olhando a barra do estuário do rio Tejo, veio-me à memória a experiência inolvidável, vivida há muitos anos atrás, quando cheguei a Portugal pela primeira vez, entrando por barco em Lisboa, a bordo do paquete Príncipe Perfeito, com apenas 11 anos de idade.
 
 
Encostada a uma comprida varanda do convés do Príncipe Prefeito e absolutamente estasiada com a beleza do enquadramento paisagístico da barra de Lisboa, recordo com saudade quando olhei pela primeira vez, todos estes belos monumentos, intimamente reconhecidos porquanto tantas vezes lidas as suas descrições e observadas as suas imagens, gravadas no meu livro de História da 4ª classe, acabada de fazer em Angola. Pequenina ali debruçada, e muito entusiasmada, exclamava alto os seus nomes, à medida que a vista os descobria na paisagem, dando origem pouco a pouco, a um aglomerar de alguns adultos ao meu redor.

Acabada a visita à Torre de Belém, encetámos mais uma caminhada de volta à autocaravana, a fim de partirmos a caminho de casa, finalizando mais ótimo final de semana.

Fonte: http://www.torrebelem.pt/ http://www.visitlisboa.com/ http://www.guiadacidade.pt/

Lisboa - 4º Dia - Visita ao Padrão dos Descobrimentos - Parte II



Após o almoço realizado num dos restaurantes da zona, seguimos a caminho do Padrão dos Descobrimentos. Quando lá se chega olha-se o Padrão da gigantesca Rosa-dos-Ventos implantada a seus pés, e o monumento fascina pela sua majestosidade e pelos seus 50 metros de altura.

Situado no espaço fronteiro ao Mosteiro dos Jerónimos, num local que foi outrora uma praia onde arribavam as naus, o Padrão dos Descobrimentos é um magnífico monumento que evoca claramente a expansão marítima, sendo visitado por milhares de pessoas todos os anos.

Foi desenhado por Cottinelli Telmo, com a forma de uma caravela, liderada pelo Infante D. Henrique, que segura numa mão uma pequena caravela, seguido de muitos outros heróis da história portuguesa.

As figuras localizadas do lado do espelho de água são: o infante D. Fernando, Gonçalves Zarco, Gil Eanes, Pêro de Alenquer, Pedro Nunes, Pedro Escobar, Jacome de Maiorca, Pêro da Covilhã, Gomes Eanes de Azurara, Nuno Gonçalves, Luiz Vaz de Camões, frei Henrique de Carvalho, frei Gonçalo de Carvalho, Fernão Mendes Pinto, D. Filipa de Lencastre e o infante D. Pedro.

No lado oposto encontram-se: Cristóvão da Gama, S. Francisco Xavier, Afonso Albuquerque, António Abreu, Diogo Cão, Bartolomeu Dias, Estêvão da Gama, João de Barros, Martim Afonso de Sousa, Gaspar Corte Real, Nicolau Coelho, Fernão de Magalhães, Pedro Álvares Cabral, Afonso Baldaia, Vasco da Gama e D. Afonso V. Todas as figuras têm 7 m de altura, à exceção da do Infante D. Henrique, que tem 9 m.

O Padrão dos Descobrimentos foi erguido num dos extremos da Praça do Império. Em 1940, o Padrão dos Descobrimentos foi erguido a título precário, em gesso, por altura da Exposição do Mundo Português e mais tarde em 1960, por ocasião das Comemorações do 5.º Centenário da Morte do Infante D. Henrique, o monumento é reerguido em betão armado e pedra rosal de Leiria.

O interior do monumento tem sete pisos dedicados a Auditório, Sala de Projeções, bar, Sala de Exposições e Terraço/Miradouro, cujo acesso é feito por um elevador situado dentro do edifício e de onde se disfruta de uma magnífica vista panorâmica sobre a Praça do Império e toda a zona monumental de Belém.

Lá do alto observa-se melhor o terreiro à volta do monumento, de onde sobressai uma enorme Rosa-dos-Ventos, feita com mármore de várias cores e proveniências, e um Planisfério de catorze metros, com figuras de galeões e sereias desenhadas, mostrando as rotas das descobertas concretizadas nos séculos XV e XVI.

Fonte: “Belém” de Isabel Corrêa da Silva e Miguel Metelo de Seixas, ed. Junta de Freguesia de Sta. Maria de Belém, 2000 / http://www.padraodescobrimentos.egeac.pt / http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=1124

Lisboa - 4º Dia -Vista ao Jardim Museu Botânico Tropical e Exposição "Viagens e Missões Cientificas nos Trópicos" - Parte I



O 4º e último dia em Belém foi destinado à visita durante a manhã ao Jardim Museu do Agrícola Tropical, sendo a tarde destinada à visita ao Padrão dos Descobrimentos e da Torre de Belém.

A partir do Cais de Cacilheiros de Belém, onde estava estacionada a nossa autocaravana, caminhámos pelo largo passeio que acompanha toda a fachada principal do Palácio de Belém, a caminho do Jardim Museu Botânico Tropical.


Situado também na zona monumental de Belém, ao lado do Palácio de Belém e junto ao Mosteiro dos Jerónimos este é um dos mais belos jardins que podemos visitar em Portugal.
O nosso interesse em visitar este jardim, não foi só pela sua beleza e as suas imponentes espécies tropicais, mas também porque ali ocorria no Palácio do Conde de Farrobo (situado em zona alta, a ver o estuário do Tejo, domina os terrenos ocupados pelo jardim), uma exposição dedicada às Viagens e Missões Cientificas nos Trópicos (1883/2010), que terminava no final de dezembro, e que eu como angolana e amante das Ciências Tropicais, também não queria perder.


O Jardim Botânico Tropical abriu ao público em 1912, com o nome de Jardim do Ultramar ou Jardim das Colónias, uma vez que na sua maioria as suas plantas vieram das antigas colónias portuguesas.
A visita iniciou-se pelo lindíssimo Jardim Museu Tropical, que ocupa uma área de cerca de 7 hectares, integrando um Jardim Botânico com cerca de 5 ha, incluindo uma estufa com aquecimento e outros abrigos de vários tipos.


Este jardim é um autêntico regalo para os sentidos, com exemplares gigantes de uma enorme beleza cénica, que só ali podem ser encontrados. Possui cerca de 500 espécies perenes na sua maioria de origem tropical ou subtropical, no entanto, dado o carácter não só de investigação, mas também didático e de lazer do Jardim, existem também algumas espécies originárias de regiões temperadas.
É um jardim que tem uma forte inclinação científica, o que quer dizer que dentro do jardim encontramos várias instalações destinadas ao estudo e conservação das várias espécies, um banco de sementes, estufas, laboratório de cultura in-vitro e uma xiloteca (arquivo/coleção de madeiras).


É um verdadeiro prazer passear ao longo das compridas avenidas ladeadas de palmeiras altíssimas e descobrir lagos e grutas, um Jardim Oriental e a topiária, sempre acompanhados durante toda a visita, por simpáticos galos, galinhas, patos, pavões e gansos.

Sobe-se depois até à plataforma onde está situado o Palácio do Conde de Farrobo e iniciamos a visita demorada à Exposição ali patente. A exposição estava estruturada em duas linhas discursivas: uma sobre viagens, expedições e missões científicas que tiveram lugar nos séculos XIX e XX e respetivos acervos, memórias e estudos; a outra sobre investigação interdisciplinar sobre desenvolvimento global.
 
 
Esta excelente exposição convidava-nos a explorar a diversidade das áreas disciplinares contempladas pelas Missões Científicas; conhecer as equipas no terreno e os equipamentos científicos utilizados; os materiais recolhidos e as metodologias aplicadas; e finalmente fazer a divulgação do “Saber Tropical” produzido pelos cientistas nas nossas ex-colónias, nas muitas viagens feitas aos trópicos.
Em alguns dos painéis as duas linhas discursivas sobrepunham-se, e noutros conviviam em «paralelo», refletindo estratégias e programas científicos que se foram sucedendo. Lá também podiamos encontrar e recordar alguns dos frutos e animais (embalsamados) que de certo modo acompanharam a minha infância.


Após a visita à Exposição Viagens e Missões Cientificas nos Trópicos, já no caminho para a saída, o belo Jardim Tropical torna a surpreender-nos, desta feita com um belo Jardim Oriental. Este é um jardim pequeno mas encantador, com os seus arruamentos, desníveis, jogos de água e espécies típicas daquela zona do mundo.
Neste jardim privilegiaram-se as plantas mais usadas nos jardins da ex-colónia de Macau. O arco que marca a entrada é uma réplica estilizada, construída por ocasião da Exposição do Mundo Português em 1940, do que limitava a entrada do "Pagode da Barra", o mais antigo de Macau, com cerca de seis séculos de existência.


Fonte: http://www.strawberryworld-lisbon.com/ http://centenariorepublica.pt/ http://www2.iict.pt/jbt/ http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/

Lisboa - 3º Dia - CCB - Museu de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo - Parte XII






"Não acredito na separação entre o popular e o inteligente, como se fossem coisas antagónicas".

Vik Muniz.

 
 
Depois do gostoso lanche na Fábrica dos Pastéis de Belém, caminhamos até ao Centro Cultural de Belém, para mais uma vez visitarmos o Museu de Arte Moderna e Contemporânea - Coleção Berardo.

Queríamos mais do que tudo, visitar uma exposição temporária que não queríamos perder por nada , com a emblemática obra de Vik Muniz, um artista plástico brasileiro, que àquela data, ali expunha os seus 25 anos de trabalho, no Museu da Coleção Berardo e que só ali estaria patente até dia 31 de dezembro.

Além desta exposição temporária, o Museu Coleção Berardo apresenta todos os anos diferentes espólios, uma vez que a Coleção Berardo é enorme e o espaço não é suficiente para uma mostra completa. Em 2011 o Piso 1 apresentava uma mostra de arte que ia de 1960 a 2010, que dava continuidade ao período 1900-1960, instalado no Piso 2 do Museu. Com estes núcleos expostos em permanência, era proposta uma panorâmica da história da arte do século XX até aos nossos dias.

A visita iniciava-se com o Minimalismo, o Conceptualismo e a Arte Povera, movimentos que originaram uma pluralidade de atitudes modificadoras do estatuto do objeto artístico; em seguida percorria também as emergências da narrativa e as reconfigurações da imagem fotográfica ou em movimento, e concluía-se com uma diversidade dos discursos de alteridade e uma generalizada prática de interrogação do arquivo histórico.
(Ver mais em: http://www.museuberardo.pt/original_site/Files/MCB_CB_1960-2011.pdf)

 
No último piso esperava-nos a bela e intrigante exposição com os trabalhos de Vik Muniz. Diamantes, caviar, açúcar, calda de chocolate, lixo, vários materiais reciclados, compota de morango e muitos outros materiais, são utilizados por Vik Muniz para realizar os seus belos e imaginativos trabalhos. É simplesmente surpreendente a obra deste artista de São Paulo, que começou sua carreira como escultor, no final de 1990, depois de se mudar do Brasil para Chicago, e em seguida para Nova York.

O artista começou a se destacar mundialmente com a série Sugar Children (Crianças do Açúcar - 1996), a partir de uma viagem feita ao Caribe, na Ilha de Saint Kitts, onde fotografou filhos de operários de uma plantação de açúcar, retornando a Nova York para reproduzir estas imagens em papel preto e usando vários tipos de açúcar para desenhá-las e em seguida fotografá-las.

 
Vik considera-se um desenhador, escultor, geógrafo e até cientista. A sua arte funde variadas técnicas, desde a montagem até à fotografia das suas obras. Obras como a Mona Lisa feita com compota, é depois fotografada ou um Mapa Mundo realizado com pedaços de computadores velhos, despertam a curiosidade do público visitante, sendo a originalidade o seu denominador comum.
 
Visitar a sua obra é fazer um pequeno passeio reflexivo pela história da arte. Algumas de suas obras são reproduções surpreendentes de obras do Renascimento, do Barroco, do Romantismo, que aproveita as liberdades trazidas pelas vanguardas do início do século passado e representando exemplarmente as tendências contemporâneas, onde não faltam referências ao pop arte de Andy Warhol, numa mistura que originou uma obra fabulosa, original e criativa.
 
Fonte: http://www.museuberardo.pt/ http://cinples.blogspot.pt/2011/

Nos Pastéis de Belém - 3º Dia - Parte XI


Quando a visita ao Mosteiro dos Jerónimos terminou pelas 18h00, e como era uma boa hora para lanchar, fomos como não podia deixar de ser, até à antiga Fábrica dos famosos “Pastéis de Belém”, situada bem perto do Mosteiro, para ali degustarmos alguns desses deliciosos pastéis, servidos quentinhos, saídos diretamente do forno e polvilhados com açúcar e canela em pó.
 
A Fábrica Pastéis de Belém é hoje um dos pontos de interesse turístico obrigatório para todos aqueles que por Belém passam. Esta famosa casa, recebe diariamente centenas de pessoas que visitam Lisboa em qualquer época do ano, sendo já considerada por muitos, como um património nacional e até mesmo mundial.

Turistas de todo o mundo reúnem-se em frente das portas principais, formando enormes filas para poderem apreciar esta iguaria feita com massa folhada, ovos e leite, ali confecionada desde 1837.

Os balcões de venda situados na loja/pastelaria de acesso direto à fachada exterior da fábrica, esconde várias salas interiores que se enchem de gulosos visitantes em dias de muita afluência. Nestas salas podemos apreciar também azulejos antigos do séc. XIX. ​​

Segundo reza a história no início do séc. XIX, em Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, laborava uma refinação de cana-de-açúcar associada a um pequeno local de comércio variado.

Como consequência da Revolução Liberal ocorrida em 1820, são encerrados todos os conventos de Portugal em 1834, expulsando o clero e ficando muitos dos seus trabalhadores desempregados. Numa tentativa de sobrevivência, alguém do Mosteiro pôs à venda nessa loja uns doces pastéis, rapidamente designados por "Pastéis de Belém".

Na época, a zona de Belém era distante da cidade de Lisboa e o percurso era assegurado por barcos a vapor. No entanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, atraíam muitos visitantes que depressa se habituaram a saborear esses deliciosos pastéis originários do Mosteiro.

Em 1837, inicia-se o fabrico dos "Pastéis de Belém", em instalações anexas à refinação, segundo uma antiga "receita secreta", oriunda do convento. Transmitida, e exclusivamente conhecida pelos mestres pasteleiros que ali fabricam artesanalmente os famosos pastéis na "Oficina do Segredo".

À medida que a produção foi aumentando, a necessidade de empregar mais trabalhadores foi-se tornando numa séria preocupação. A possibilidade de haver uma fuga de informação era algo que não podia de maneira nenhuma acontecer, razão pela qual se optou por escolher o novo pasteleiro entre o pessoal da empresa - neste caso, tinham que trabalhar na empresa pelo menos há 25 anos e tinha que ser alguém em quem a empresa confiasse. Mesmo assim, tinham que fazer um voto e assinar um acordo em que se comprometiam a não revelar o segredo dos pastéis. Se quebrassem o acordo, veriam as suas propriedades expropriadas e até podiam ir parar à prisão. Felizmente, nunca ninguém o revelou e o segredo mantém-se até hoje dentro das paredes da fábrica.

No entanto há que acrescentar que esta antiga fábrica/pastelaria possui outras especialidades, que embora menos famosas do que os seus Pastéis de Belém, também devem ser experimentadas, como: o Bolo-rei, o Bolo Rainha, o Bolo Inglês, Marmelada, bem como outros doces caseiros, ali confecionados.

Fonte: http://www.pasteisdebelem.pt/ http://www.portugaltours.com.pt/br/blog-viagens/20114/a-lenda-dos-pasteis-de-belem.aspx

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte X


Ainda no piso de cima do Claustro, caminha-se em direção à Sacristia. A Sacristia é uma obra do arquiteto João de Castilho e foi construída entre 1517 e 1520. Trata-se de uma sala ampla, em que a abóbada irradia de uma coluna central renascentista, na qual se notam vestígios do antigo lavatório.
Um arcaz de madeira, com pilastras de ordem jónica semelhantes às das capelas laterais do transepto da Igreja, emoldura três das paredes da Sacristia sendo ainda hoje utilizado para guardar paramentos e alfaias litúrgicas. Considerado "o melhor exemplar de mobiliário português do final do século XVI" (Rafael Moreira), o arcaz é, presumivelmente, da traça de Jerónimo de Ruão (1590-1600). Sobre o espaldar, catorze quadros a óleo representam cenas da vida de S. Jerónimo, que são atribuídos ao pintor maneirista Simão Rodrigues e datam de cerca de 1600-1610.

 
A Sacristia é ainda decorada por um amitário seiscentista indo-português e por uma série de quadros, quase todos do séc. XVI, princípios do séc. XVII. Destacam-se, entre eles, seis telas da Paixão de Cristo atribuídas ao pintor António Carneiro, provavelmente destinadas a cobrir os nichos do claustro, e uma representação de Nossa Senhora da Nazaré que, segundo a tradição, seria de Josefa de Óbidos.
Segue-se caminhando em direção à Livraria ou Biblioteca do Mosteiro. Esta foi mandada fazer no tempo do Prior Frei Bento de Siqueira, por volta do ano de 1640. Nela foram colocados os livros deixados pelo infante D. Luís (filho de D. Manuel I) e muitos outros legados à Comunidade, alguns de monges que morreram e outros que se compraram. À data da extinção da Comunidade, a livraria encerraria cerca de 8 000 volumes.

As estantes que eram de madeira desapareceram e os livros perderam-se na sua maior parte, salvo o lote que foi para a Biblioteca Nacional (impressos), para a Torre do Tombo (manuscritos) e para a Casa Pia de Lisboa. Hoje em dia a Sala da Livraria alberga uma exposição documental com carácter permanente e bilingue denominada “Um Lugar no Tempo”, que tem por objetivo construir uma memória cronológica dos 500 anos do Mosteiro, articulando a sua história, bem como a da Torre de Belém e seu espaço envolvente, com a História de Portugal e a História do Mundo.
A exposição inclui também uma reconstituição virtual da antiga Sala dos Reis (demolida em 1868) contendo um conjunto de retratos dos reis portugueses (a Série Régia do Mosteiro dos Jerónimos) e uma genealogia de D. Manuel I, a quem o Mosteiro deve a sua construção.


No final da visita, uma passagem pela excelente loja do Mosteiro, que além da simpatia e disponibilidade das senhoras, que nos ajudaram na escolha das suas excelentes publicações.
 
Fonte: http://www.mosteirojeronimos.pt/ http://www.paroquia-smbelem.pt/smbelem_guiao_visita_jeronimos.htm

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte IX

Sobe-se depois pela escadaria que dá acesso ao Coro-Alto. Entra-se pela porta que se encontra do lado esquerdo ao cimo dessa escada, e dali se observa a imponência do interior da Igreja do Mosteiro. Por trás da varanda observa-se o Coro-Alto.
O Coro-Alto era um espaço muito importante para as orações dos monges. Era o local onde era realizada a oração comunitária também chamada “Ofício Divino”, o mais significativo dos deveres religiosos. Essa oração repartia-se por sete momentos ou seja por sete horas – As Horas Canónicas – ao longo do dia. Assim, sete vezes por dia, os monges entravam no Coro-Alto para rezar, recitando ou cantando o “Ofício Divino”. Faziam-no então no Cadeiral (fila de cadeiras de madeira, ligadas umas às outras e fixas aos dois lados das paredes de um Coro). Na primeira parte dessa longa oração, os monges podiam estar sentados nas cadeiras do Cadeiral; na segunda, tinham de rezar de pé. Neste caso, era-lhes permitido apoiar-se nas misericórdias ou seja, numa pequena peça saliente colocada por baixo do assento de cada uma das cadeiras do Coro. Isso permitia então ao monge apoiar-se, aliviando, por momentos, o peso que exercia sobre os seus pés.
Este Cadeiral foi desenhado pelo arquiteto Diogo de Torralva e executado, em 1550, pelo mestre Diogo de Çarça. Esta obra merece ser admirada na sua globalidade mas especialmente nos pormenores de escultura que apresenta. Existem aqui duas séries de cadeiras. Cada uma possui um assento levadiço no qual se encontra a “misericórdia” decorada com vasos, cabeças de jovens, guerreiros e animais fantásticos. As cadeiras são todas diferentes tendo cada uma a sua própria decoração. Umas apresentam temas profanos, ou seja, que nada têm a ver com assuntos sagrados: paisagens, homens, etc.; outras, têm uma decoração de inspiração religiosa com imagens de santos.


As pinturas colocadas na parede à volta do cadeiral são do séc. XVIII e representam alguns apóstolos e outros santos, como por exemplo São Jerónimo e Santo Agostinho.
Antes de se sair do Coro-Alto, observa-se a imagem do Cristo Crucificado. É uma imagem feita em madeira, obra atribuída ao escultor flamengo Philippe de Vries. Foi oferecido pelo Infante D. Luís (filho do rei D. Manuel) ao Mosteiro, em 1551.

Sai-se do Coro-Alto e percorrem-se os corredores do piso superior do Claustro. Dos varandins podem observar-se as gárgulas (pequenas esculturas salientes que serviam na sua maioria, para escoar a água da chuva). Estas representam figuras de animais. As que têm um sulco são as originais (séc. XVI) e as que não têm, são apenas decorativas e foram acrescentadas no séc. XIX.
À volta da varanda deste piso, podemos observar várias esculturas em nichos. Representam o rei D. Manuel I de chapéu, a apontar para cima, rodeado de virtudes com forma humana, santos e vários profetas da Bíblia.

Fonte: http://www.strawberryworld-lisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt / http://www.e-cultura.pt/WebPatriPatrimonio.aspx?IDPatrimonio=2489&print=1

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte VIII

Sai-se do Refeitório e continua-se o percurso pelo Claustro em direção à Sala do Capítulo.
À medida que se vai andando nas galerias do Claustro, reparamos que o Claustro dos Jerónimos tem dois pisos com tetos abobadados. Nas alas e arcos do piso inferior abunda uma decoração manuelina, com representações naturalistas (plantas e animais de terras distantes), símbolos nacionais e emblemas do rei, bem como temas religiosos e náuticos, como é aliás normal neste tipo de estilo.


No piso superior a decoração é renascentista obedecendo a uma evolução natural do projeto, à medida que foi sendo executado sob a responsabilidade dos mestres João de Castilho e Diogo Torralva.
A caminho da Sala do Capítulo não podemos deixar de reparar no Túmulo de Fernando Pessoa. Este poeta nasceu em Lisboa em 1888 e morreu em 1935. Os seus restos mortais foram trasladados para o Claustro do Mosteiro dos Jerónimos em 1985. Fernando Pessoa escreveu um livro de poemas alusivos ao tema dos Descobrimentos, que é um marco na literatura portuguesa e se chama Mensagem. Para além disso, Fernando Pessoa gostava de visitar os Jerónimos com frequência.


Nos mosteiros, a Sala do Capítulo era a sala de reuniões dos monges. Após a missa da manhã, a comunidade juntava-se na Sala do Capítulo para a reunião diária que começava com a lembrança do santo do dia, seguindo-se a leitura de um Capítulo da Regra de Santo Agostinho. Depois os monges discutiam problemas relativos à sua vida administrativa: compra de terras; atribuição e distribuição de determinadas tarefas entre eles, etc. A disciplina era também um assunto ali tratado.
Neste Mosteiro, o Portal da Sala do Capítulo ficou terminado no séc. XVI. O seu interior é do séc. XIX, conforme a inscrição num dos fechos da abóbada. É nesta sala que ao centro está colocado o Túmulo de Alexandre Herculano, historiador e romancista do séc. XIX, e primeiro presidente do Município de Belém.

De novo no Claustro, encaminhamo-nos para a porta que dá acesso ao segundo piso do Claustro e ao Coro-Alto. Antes, porém, deve reparar-se na parede sul, com as várias portas que correspondem aos antigos confessionários. Do outro lado da parede ou seja, do lado da igreja, há portas iguais a estas. O confessor entrava pelo Claustro e o penitente pela igreja, ficando ambos separados por uma grade de ferro.
Fonte: http://www.strawberryworld-lisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt / http://www.e-cultura.pt/WebPatriPatrimonio.aspx?IDPatrimonio=2489&print=1

Lisboa - 3º Dia - Visita ao Mosteiro dos Jerónimos - Parte VII



Acabada a visita à Igreja do Mosteiro Jerónimos, sai-se para nos dirigirmos para o Claustro, para a continuação da visita ao Mosteiro.
Os claustros dos mosteiros, tal como o do Mosteiro dos Jerónimos, são construções normalmente de forma quadrangular, com um ou dois andares constituídos por galerias cobertas e abertas através de arcadas, para um pátio central. Aparecem quase sempre encostados a um dos lados da igreja, localizando-se à sua volta as várias dependências conventuais, como a Sala do Capítulo, o Refeitório e outras.


O Claustro do Mosteiro dos Jerónimos é considerado um dos mais belos do mundo, e nele podíamos passar horas, só observando a beleza e riqueza dos pormenores esculpidos nos seus pilares e arcadas. Este local era destinado apenas aos monges que o usavam para a leitura, oração, meditação e lazer. Por isso, ao longo das suas paredes, por baixo das arcadas, poderemos observar inúmeros medalhões em pedra, representativos das cenas da Paixão de Cristo, entre outros com símbolos régios. Era também por ali que os monges tinham acesso ao Refeitório, Sala do Capítulo, Sacristia e Coro Alto.
Dirigimo-nos depois para a Sala do Refeitório. Era nela que os monges tomavam, em conjunto, as suas refeições. O ambiente que se vivia, durante as refeições era silêncio e solenidade, obedecendo os monges a regras próprias de comportamento. Não era permitido conversar pois, durante a refeição, um dos monges lia passagens da Bíblia ou algum outro livro religioso. Para que todos pudessem ouvir claramente, utilizavam um púlpito de madeira, espécie de varandim, construído a um nível mais elevado, como os que existem nas igrejas e usada pelos sacerdotes quando pretendem pregar.

Esta sala encontra-se revestida de azulejos (séc. XVIII), num friso largo acima do rodapé, que representam cenas do Antigo e Novo Testamento.
No topo norte dessa Sala, por cima do painel de azulejos que representa o “Milagre da Multiplicação dos Pães”, vê-se uma pintura de Avelar Rebelo, representando novamente S. Jerónimo. É uma pintura a óleo sobre tela, do séc. XVII, onde se podem observar, os símbolos relacionados com a figura de S. Jerónimo: o leão; a caveira; o chapéu e o manto de cardeal; a vela, a ampulheta, o crucifixo e os livros.

No topo sul, por cima da lareira (do séc. XIX) e enquadrado por moldura de pedra lavrada está uma pintura mural (óleo sobre estuque) representando a Adoração dos Pastores”. É uma pintura que terá sido feita em finais do séc. XVI, e nela podemos observar que Nossa Senhora expõe o Menino Jesus num lençol branco, para ser adorado pelos pastores. Do lado direito da Virgem está S. José e em redor, os pastores. Um deles traz às costas um borrego, outro um cesto e outro ainda, um cabrito. Vê-se também um tocador de gaita-de-foles, o boi e a mula, próprios do presépio.

Fonte:http://www.strawberryworldlisbon.com/ http://www.mosteirojeronimos.pt/pt/index.php?s=white&pid=185 / http://www.paroquia-smbelem.pt/smbelem_guiao_visita_jeronimos.htm