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Salamanca


Depois de termos ficado uma noite em Zaragoza, e depois de um almoço em que se degustou uma tenra chuleta de ternera com acompanhamento de saborosos espargos frescos grelhados, partimos direito a casa. Depois de muitos e cansativos quilómetros, fez-se uma paragem obrigatória em Salamanca, para se descansar e jantar, para depois de uma última etapa chegarmos ao nosso local de abrigo permanente.

Salamanca, cidade espanhola e mística... Cheia de monumentos ímpares... Cidade espantosa... Salamanca é considerada por muitos, uma das cidades mais excepcionais de Espanha pelo seu valor histórico, artístico e cultural.
Situa-se na comunidade de Castela e Leão e tem cerca de 200 mil habitantes. Desde dos tempos pré-históricos até à actualidade, que a região salamanquina é habitada. Foi testemunha de muitas civilizações importantes e todas elas ergueram monumentos religiosos e civis, excelentes exemplos da arte arquitectónica europeia.

Tornou-se na Idade Média, um importantíssimo centro cultural por causa das universidades. A mais antiga da Península Ibérica e uma das mais antigas da Europa. Por isto e muito mais a cidade foi declarada pela UNESCO (em 1988), Cidade Património da Humanidade e em 2002, Cidade Europeia da Cultura.

A Plaza Mayor é sem dúvida o monumento mais belo de Salamanca. É de estilo barroco e as obras começaram em 1728. Um magnífico Balzac, esculpido por Rodin, ergue-se no centro da Plaza Mayor. Ponto de encontro, e de passagem obrigatória, nela palpita o coração de Salamanca.

Aqui situa-se o Ayuntamiento de Salamanca, equivalente à Câmara Municipal. Possui também diversas catedrais: a Catedral Vieja (Sec. XII) e a Catedral Nueva (Sec. XVI). Possui também diversos conventos como o de San Esteban e de Santa María de las Dueñas.
O centro histórico agrega-se em torno dos seculares edifícios da Universidade (onde já não são dadas aulas, remetidas, entretanto, para um campus), mas o rendilhado de pedra, que ganha um delicioso tom rosa quando iluminado pelo sol, está presente um pouco por todo o lado.

Miguel Unamuno, que não nasceu aqui, embora se tenha identificado até ao fim com Salamanca, falou de "corales de oro que reverberan al sol desnudo del invierno". Estava certo...
A Universidade é o monumento que mais importância trouxe a Salamanca, mas existem mais universidades e colégios importantes. Tem também, inúmeras casas e palácios. A Casa de Las Conchas possui uma fachada curiosa, toda ela é ornamentada por conchas. O Palacio de Monterrey é majestoso e existem muitos mais palácios e casas em Salamanca.

Por fim vem os museus... Como por exemplo o Museo de Salamanca ou o Museo de Historia de Salamanca. Salamanca é uma cidade calma, sem multidões, sem problemas de trânsito, sem barulho. Uma cidade na qual o tédio não existe, e onde sempre existe algo de novo para se ver. Vale mesmo a pena conhecer esta cidade mística...

Até Sempre Barcelona...

Barcelona, orgulhosa, soberana no sentir do seu povo, hospitaleira e acolhedora, local de derrotas históricas e de vitórias recentes, vitórias que se comemoram colectiva ou individualmente de cada vez que um visitante resolve tomar para si a chave da cidade e transformá-la na sua cidade adoptiva.

Da história catalã rezam várias tentativas de conquista de soberania nacional, nunca verdadeiramente alcançada, mas apesar dos revezes o orgulho de ser catalão mantém-se intacto, facto que pode ser comprovado na festa nacional anual celebrada a 11 de Setembro, a "Diada", à qual nós assistimos por estarmos lá nessa altura.

Neste dia tão especial para os habitantes da Catalunha, celebra-se uma derrota! Uma derrota militar onde a soberania nacional ficou mais uma vez longe do horizonte deste povo. A dança, como já se referiu chama-se "la sardana" e a coreografia interpretada por vários círculos de pessoas de mãos dadas é intimista e simples a contrastar com as danças tradicionais de outros povos em que a alegria é o sentimento a realçar.

Virada para o Mediterrâneo, Barcelona soube crescer de uma forma ordenada e integrada. Este crescimento conheceu as suas raízes no projecto urbanístico concebido em 1856, cuja filosofia assentou na integração das aldeias próximas, derrubando as muralhas medievais e abrindo a cidade às zonas circundantes e a ventos promissores.

De malas feitas com o propósito de mais uma vez abandonar a cidade a contragosto, e junto à Praça da Catalunha, petiscar qualquer coisa, e depois viajar rumo a Portugal...
A viagem de regresso, foi feita sempre por auto-estrada, com uma paragem aqui, outra acolá e chegada após mais 2 dias a Portugal. Talvez antes... Mas isso dependeria do trânsito, da disposição, da viagem propriamente dita, sendo sempre desta forma que encaramos as viagens de regresso, desde que haja tempo.

ADEUS BARCELONA, até sempre...

A Sardana, uma Dança Peculiar

Na região da Catalunha, a dança que marca como símbolo da cultura catalã e que reside numa tradição bem antiga é a chamada "sardana". É a dança nacional da Catalunha e um poderoso símbolo de unidade, de identidade e orgulho catalão e em Barcelona existe inclusive um monumento para reverenciá-la.

A sardana é uma dança de roda, tradicional da região autónoma espanhola da Catalunha. A sardana é mais complicada do que parece e é dançada em círculo por um número indeterminado de pessoas. O êxito da sardana depende da precisão com que os dançarinos contam os passos, curtos e longos, bem como os saltos, o que explica os seus rostos muito sérios.
Os participantes dão as mãos, que ficam levemente erguidas, e realizam os passos correctos, às vezes mais suaves, e noutras, mais saltados, mas sem girar muito. O acompanhamento musical é feito por uma orquestra ao vivo, designada de "Cobla", uma banda de 11 pessoas, de instrumentos populares.
A banda tem um líder, que toca uma espécie de flauta com 3 buracos, a "flabiol", e um pequeno tambor, a "tabla" (uma espécie de pandeireta), que define o ritmo. Na "cobla", há 5 tocadores de instrumentos de sopro, feitos em madeira, e 5 tocadores de metais. Quando a música começa os bailarinos dão as mãos e formam círculos. A sardana dança-se nos fins de semana, nas festas locais e em reuniões especiais, "as aplecs".

A origem da dança é incerta, embora seja possível relacioná-la com os antigos gregos, já que a semelhança na forma de dançar é muito grande. Existem diversos testemunhos que provam a sua existência já no século XIII, mas as referências mais concretas indicam que ela já exista desde o final do século XVI.

Esta dança tradicional catalã, pode ser observada durante todos os meses de Verão, no final da tarde ou em serões. Na cidade de Barcelona, os pontos quentes incluem Plaza Jaume I ao domingo à noite, assim como a vizinha praça junto da Catedral de Barcelona, nas tardes de sábado.
Na rua, numa praça, num parque da cidade, ou em frente a Catedral de Barcelona, por exemplo, podem encontra-se dançarinos de sardana, e qualquer pessoa entra e dança. É divertido e uma óptima oportunidade para contactar com as gentes barcelonesas. Se numa próxima viagem, resolver passar por Barcelona, e a oportunidade aparecer, nem se deve pensar em ter vergonha ou sentir insegurança, o que interessa é experimentar. Não se deve perder um óptimo momento de descontracção!...

A Catedral de Barcelona

No centro do Bairro Gótico, bem no coração de Barcelona, a catedral gótica é também conhecida como La Seu. A catedral é oficialmente designada por Catedral de la Santa Creu i Santa Eulália (Santa Cruz e Santa Eulália), e está situada na Plaça de la Seu.
Também é dedicada à Vera Cruz ou Santa Cruz (cruz onde Jesus foi executado), e a Santa Eulália, que nos dias de hoje, é mais celebrada como a Virgem de las Mercedes, patrona da Arquidiocese de Barcelona, uma jovem donzela que, de acordo com a tradição católica, sofreu o martírio durante a época romana.

A primeira igreja no local foi construída por volta do século VI. A actual construção foi realizada entre 1298 e 1430, à excepção da sua fachada gótica que foi construída em 1913 durante a redescoberta do encanto da Barcelona medieval.
Já em 343 d.C. durante o Império Romano, uma basílica foi construída no local da actual catedral. Em 985 a basílica foi destruída pelos Mouros, liderados por Al-Mansur. Foi substituída por uma catedral romana, construída entre 1046 e 1058. A capela romana, a Capela de Santa Llucià, foi acrescentada entre 1257 e 1268, que foi posteriormente incorporada no claustro ao lado da catedral.

Mais tarde, mais precisamente em Maio de 1298, a construção da catedral gótica foi iniciada sob as ordens do rei Jaime II, conhecido como "o Justo". A construção da catedral gótica actual, começou pela cabeceira, sendo o edifício existente na altura, demolido à medida que se construía a presente catedral, com excepção da capela de Santa Llucia.
Devido às guerras civis e à peste negra que atingiu a cidade por diversas vezes, a construção avançou muito lentamente. Demorou a sua construção até 1460, antes do edifício principal ser concluído. A fachada gótica foi terminada muito mais tarde, em 1889, e a última parte, o pináculo central, foi concluído em 1913. O projecto da fachada foi baseada no desenho original, e foi realizada a partir de 1408, pelo arquitecto francês Charles Galters.

Assim sendo a actual catedral, foi construída durante os séculos XIII ao XV sobre uma antiga catedral românica, edificada por sua vez sobre uma igreja da época visigoda e esta precedeu uma basílica paleocristã, cujos restos podem ser encontrados no subsolo e alguns no Museu de História da Cidade.
A igreja actual tem 93 m por 40 m de largura. O relógio da torre octogonal está a uma altura de mais de 50 m, e a cripta contém o sarcófago de Santa Eulália. A Catedral também possui um coro com cadeiras lindamente esculpidas, e um elevador, no nordeste da catedral que nos leva para o alto, ao nível do telhado da catedral.
O claustro também contém um pequeno museu com artefactos litúrgicos. Adjacente à catedral há um claustro do século XIV, onde estão sempre 13 gansos no seu pátio central. Cada ganso representa um ano na vida da mártir Santa Eulália, uma jovem que foi torturada até a morte no século IV, pelos romanos.

Segundo a lenda, esta mártir depois de morta, foi exposta nua no fórum da cidade, quando milagrosamente, caiu uma nevasca que cobriu toda a sua nudez como que com uma coberta branca, o que foi desde logo considerado milagre pelos cristãos que assistiam ao acontecimento, pois era Primavera. As enfurecidas autoridades romanas meteram-na num barril com vidros quebrados, e lançaram o barril por uma inclinação de terreno abaixo, que de acordo com a tradição, se trata da rua Baixada de Santa Eulália, ou Costa de Santa Eulália, em Barcelona.

O Bairro Gótico



O Bairro Gòtic, é o encantador centro da antiga Barcelona, é um labirinto de ruas escuras, cheias de cafés e bares em edifícios medievais, com notável arquitectura. Este bairro, tido como um dos centros medievais mais extensos e harmoniosos da Europa, em que a maioria dos edifícios data dos séculos XIV ou XV, quando Barcelona passava por uma época áurea de prosperidade comercial.

É a parte mais antiga da cidade de Barcelona, onde tudo começou. Ali podem ser encontradas ruínas romanas, inúmeros edifícios medievais e modernistas. É uma delícia perdermo-nos por suas ruas e ruelas tão estreitas, que constituem um autêntico labirinto. No entanto devemos ter muito cuidado com malas, carteiras, máquinas fotográficas…pois são vulgares os roubos por esticão.
Aqui também podem ser encontradas algumas das mais emblemáticas atracções turísticas de Barcelona, como por exemplo:

A Muralha Romana de Barcelona, que foi construída no final do século IV e que converteu a então Barcino num dos mais impressionantes recintos fortificados do ocidente romano. A pequena cidade transformou-se numa autêntica fortaleza que impediu muitos ataques à cidade. A muralha tinha em média 1,3 mil metros de perímetro e 9 metros de altura por 3,5 metros de espessura. Foi ampliada e reforçada no século III e IV e defendeu a cidade durante mais de 600 anos. Encontra-se dispersa por várias ruas do centro mas pode observar-se facilmente ao lado da Catedral Gótica. Para a vermos melhor devemos dar uma passeata, passando pelas suas ruínas, junto à Plaza Nueva, Plaza Traginers, avenida da Catedral, Calle Tapinería e Calle Subteniente Navarro.
O Palau de la Música Catalana, também designado por Liceu, é um importante teatro, com uma estética realmente espectacular. É uma das jóias do movimento modernista de arquitectura, com vitrais e mosaicos maravilhosos. Foi projectado pelo arquitecto barcelonês Lluís Domènech i Montaner e sua construção, entre os anos 1905 y 1908 foi paga por industriais, pessoas ilustres e amantes da música. Mesmo por fora já se pode sentir o poder deste lugar, e se se entrar, deve o olhar elevar-se para se observar a sua linda clarabóia multicolorida.

A Catedral de Barcelona, com uma fachada em estilo neo-gótico é bastante mais moderna do que se possa imaginar, uma vez que a sua constução foi iniciada no século XIX, e só foi terminada em 1913. As suas torres gémeas, no entanto são mais antigas (século XIV). A Catedral, é a principal herança do período medieval do Barri Gòtic (em catalão), é uma das maiores construções góticas da Espanha.

A Plaza del Rey, com um edifício que serviu como alojamento aos Condes de Barcelona e que posteriormente foi usado pelos reis de Aragão. A sua bonita Capela Palatina ou de Santa Águeda foi construída no ano 1302 por Jaime II. A sua sala principal foi onde os Reis Católicos, Isabel e Fernando, que unificaram Espanha, receberam Cristóvão Colombo depois da sua primeira expedição às Américas. Neste mesmo salão, obra de Guillermo Carbonell (1359-1362), tiveram lugar os nefastos juízos da Santa Inquisição.

A Plaza Sant Jaume, é o centro do bairro, um lugar de movimentado comércio, e uma das praças onde ocorrem apresentações da Sardana (dança tradicional catalã, onde só participam maiores de 16 anos), sendo também vulgares neste lugar, as manifestações em prol da independência da Catalunha. É também o centro político de Barcelona, já que de um lado da praça temos o Palau de la Generalitat (Sede do Governo da Catalunha) e do outro lado o Ajuntament de Barcelona (a Câmara da cidade de Barcelona).

A Sede Central dos Correios de Barcelona, um belo edifício no final da Via Laietana com pinturas maravilhosas, foi o lugar escolhido para ser a Sede Central de Correios de Barcelona.

A igreja de Santa Maria del Mar, é também um dos pontos turísticos interessantes desta zona. Foi construída por e para o povo no século XIV. Isso não quer dizer que tenha poucos atractivos. Ao contrário, com um maravilhoso estilo gótico, é bastante alta e com muita luz que atravessa os seus bonitos vitrais. Na sua construção, feita com a ajuda braçal dos habitantes da cidade, em que cada um fazia o que podia. Os que trabalhavam com vidro, colocavam os vidros, os mais fortes traziam as pedras para construir a catedral, os com mais dinheiro, patrocinavam a obra. Além do mais, ela encontra-se situada no começo da Rambla do Born, um bom lugar para se tomar um café ou comer algo antes de seguir o passeio.

O Museu Picasso, está localizado num dos mais belos edifícios de uma rua de casas senhoriais e palacetes, a calle Montcada, na continuação da Igreja de Santa Maria del Mar. Aqui pode ter-se uma ideia bastante completa da evolução deste pintor malaguenho que viveu muitos anos em Barcelona. Lá se encontram desde os primeiros desenhos e quadros de quando era apenas criança até às fases mais importantes, como a fase azul. No primeiro domingo de cada mês, a entrada é gratuita. Foi junto à sua porta que por esticão, nos roubaram uma câmara digital Sony de filmar e fotografar, cheia de fotos e filmes da cidade que se perderam para sempre...

O Mercado de Santa Caterina, que foi recentemente reformado, é considerado uma obra de arte, após os três anos de reconstrução a que foi sujeito. Seu maior atractivo é o tecto de pastilhas coloridas e todo ondulado. Combina a modernidade de suas linhas, com a rusticidade de um mercado municipal original, e está situado no meio do bairro antigo.

O Tibidado é uma montanha situada no noroeste da cidade. O acesso é um pouco complicado já que tem que ser feito através de transportes públicos, mas vale a pena uma visita à igreja de Tibidabo, é linda, e ainda observar a magnífica vista da cidade. Aqui ainda se pode visitar o parque de diversões do Tibidabo, com várias atracções.

O Parque do Labirinto, também situado na parte alta de Barcelona, a “Horta”, o grande parque oferece magníficos lugares onde fazer um piquenique. Porém o mais importante do lugar é o labirinto de ciprestes onde nos podemos perder até encontrar o centro, fazer um descanso e procurar a saída.

Parque Joan Miró

O Parc Joan Miró, também conhecido por Parc de l'Escorxador, é um parque invulgar e bem distinto, por seguir uma linha futurista e surrealista bem ao estilo de seu inspirador, Joan Miró, importante artista plástico espanhol, ao mesmo tempo pintor e escultor nascido em Barcelona (1893-1983).

Anteriormente, por volta do ano 1881, na área onde o parque está localizado, havia um antigo matadouro (em catalão, escorxador), daí o nome alternativo para este parque. O Matadouro Municipal de Barcelona (Matadouro de Vinyet), do séc. XIX, onde eram abatidos todos os animais destinados ao consumo na cidade. Em 30 de Novembro de 1979 começou a demolição do matadouro, depois de ser transferido para outra zona da cidade em 1978. Em 1982 começou a construção do parque, que depois de concluido, abriu como um parque em 1983.

Os arquitectos que intervieram no projecto do parque, foram Antoni Solanas, Marius Quintana, Beth Gali e Andreu Arriola. As suas dimensões são de aproximadamente 47.000 m2, e encontra-se situado entre a rua Diputación Aragão e a rua Vilamarí Tarragona.

O parque é dividido em dois níveis. No nível mais baixo, ou inferior, encontramos uma área para as crianças, com repuxos e WC. A atracção principal é a "pirâmide vermelha", que é uma atracção para os mais pequeninos, feita de cordas vermelhas muito resistentes e elásticas, que permitem brincadeiras já um pouco radicais como as escaladas.


Nesta área, também se encontra uma biblioteca pública, bastante completa e dividida em áreas, com uma zona com livros infantis (para evitar os eventuais transtornos que possam causar os mais pequenos a todos aqueles que necessitem de ler ou estudar em silêncio), separada da biblioteca propriamente dita e uma livraria.

Aqui também podemos encontrar uma área desportiva, que inclui um campo de basquetebol/futebol de salão, completamente vedado. Esta área também tem várias pistas para corrida e para bicicletas e ainda um bar. Neste nível, existe também um bonito jardim com muitas árvores e muitos bancos, mas pouca relva e muita terra batida, onde se podem passear os animais domésticos.
No nível superior destaca-se uma praça pavimentada, onde podemos encontrar a escultura de Joan Miró, denominada "Dona i Ocell" (A Mulher e o Pássaro). Esta enorme escultura de 22 metros de altura, assente num lago no Parque Joan Miró, foi construída em 1983 pelo artista, que foi um dos grandes representantes do movimento surrealista na Europa. A peça está coberta por pedaços de cerâmica vidrade, brilhante e colorida, as chamadas "trencadís".

Neste agradável parque podemos descansar, retemperando forças, antes de uma nova investida pela cidade. Em redor deste parque, existe ainda um grande número de canais e lagos e um jardim de plantas exclusivamente mediterrânicas, como palmeiras, pinheiros, eucaliptos e flores, que criam lugares de sombra e repouso bastante aprazíveis.

Fundação Joan Miró




A Fundação Joan Miró, situada no Parque de Montjuïc, foi criada pelo próprio Joan Miró e pelo seu amigo Joan Prats em 1975. Esta Fundação foi criada como um Instituto para a Arte Contemporânea e o edifício em que se encontra, foi projectado pelo arquitecto Josep Lluis Sert, amigo de Miró.

Este edifício abre-se num plano de estrutura tradicional inspirada pelo estilo Mediterrâneo que consegue um equilíbrio perfeito entre a arquitectura e a paisagem circundante, e tem como uma das características mais notáveis uma torre octogonal, usada como auditório para concertos de música clássica.
A Fundação Joan Miró abriu ao público no dia 10 de Junho de 1975. Ela teve as suas origens na primeira grande exposição do Miró, em Barcelona, em 1968, no Antic Hospital de la Santa Creu, quando várias personalidades do mundo das artes viu aqui a oportunidade de ter um espaço em Barcelona dedicado ao trabalho do artista. No entanto, de acordo com seus desejos, a nova instituição foi também a de promover e divulgar os trabalhos dos artistas contemporâneos, em todos os seus aspectos.

Esta Fundação trouxe uma vitalidade refrescante à obra do artista, em conjunto com um novo e dinâmico conceito de museu de arte, na qual o trabalho de Miró é mostrado ao lado de uma grande variedade de trabalhos criativos de outros artistas, um facto que se reflecte num desejo inicial lavrado no relatório da Fundação, de nome completo, Centro para o Estudo da Arte Contemporânea.
A Fundação é o cenário ideal para as animadas esculturas e para as pinturas de cores vivas de Joan Miró. Uma galeria construída propositadamente para acolher o seu trabalho, com uma vista soberba sobre a cidade e as suas paredes brancas, lajes em terracota e telhados elegantemente curvados emprestam-lhe um certo ar mediterrâneo que complementa o trabalho de Miró.

A finalidade da criação desta fundação, foi a de abrir um centro dedicado ao estudo e experimentação da Arte Contemporânea. Para a criação desta fundação, Miró doou diversas obras suas, assim como Joan Prats também doou diversas obras de Miró, que possuía. Outros artistas, como Antoni Tàpies e Alexander Calder, também ofereceram para a Fundação Miró, obras da sua autoria.
A obra desta fundação é muito diversificada, indo desde a apresentação de obras dos artistas acima referidos, até espectáculos para crianças, passando também pela mostra de obras de artistas contemporâneos, assim como conferências, projecção de filmes, vídeos e espectáculos de música.
A colecção permanente está distribuída por uma série de salas dominadas pela luz natural, nas quais os visitantes podem admirar trabalhos de Miró em todos os formatos: grandes telas, tapeçarias, objectos de uso quotidiano, gravuras, fotografias, etc. Ao todo, são mais de 300 pinturas, 150 esculturas, nove tapeçarias, toda a sua obra gráfica e mais de 7000 desenhos, mostrando o desenvolvimento artístico de Miró e as diferentes técnicas que usou ao longo da sua carreira.
O jardim das esculturas também merece ser visitado, pelas obras de Miró e de outros artistas contemporâneos. Existe ainda nesta fundação, uma biblioteca com muitas obras sobre Arte Contemporânea. A fundação organiza ainda interessantes exposições temporárias.

El Pueblo Español

Desde que foi concebido em 1929, o Pueblo Español, um parque temático das regiões e cidades de Espanha, consolidou-se como uma atracção turística secundária, mais recomendável para quem visitar Montjuïc, ou depois de uma obrigatória visita à Fundação Joan Miró, como foi o nosso caso.

El Pueblo Español possui no seu interior, ruas e praças construídas rigorosamente segundo seus originais, proporcionam alguns momentos de tranquilidade num lugar com algumas e boas infra-estruturas de vários tipos. O Pueblo Español é uma espécie de aldeia espanhola, com várias réplicas da arquitectura e dos lugares mais emblemáticos de várias cidades espanholas.
A oferta turística é grande já que há muitas lojinhas e bares onde apreciar a cultura e a gastronomia do País. De noite, durante os finais de semana, é uma boa proposta para os visitantes do plantão nocturno, já que para além de discotecas e bares em seu interior, podemos jantar na esplanada de um dos seus belíssimos restaurantes de comida catalã, assistir a um espectáculo no palco da praça principal em dias especiais, ou ainda assistir a um bom filme ao ar livre, dobrado em espanhol, no grande ecrã da mesma praça.

Construído na colina de Montjuïc para a Exposição Internacional de Barcelona de 1929, o Pueblo Español foi dedicado à arte e converteu-se numa síntese da arquitectura e urbanismo espanhóis. A intenção inicial era demolir o complexo após o término da Exposição, mas foi conservado e transformado em centro turístico por conta do grande impacto que despertou nos visitantes estrangeiros durante o período do evento.
Foi concebido desde o início como uma "aldeia" no meio de uma cidade com uma área de 49.000 m2. O objectivo era dar uma ideia do que poderia ser um "modelo ideal" do povo ibérico que contêm em si as principais características de todos os povos da península. O conjunto de 117 edifícios, ruas e praças, foram seleccionados tendo em conta critérios de estética que poderia ajudar a encaixar uma composição global harmoniosa, em conformidade com a "aldeia", que tinha sido concebida.

O projecto contemplou diversas edificações e estilos espanhóis de diferentes regiões do país, uma espécie de colagem rigorosamente fiel dos originais. Nele estão representadas diversas comunidades espanholas, como Andalucía, Aragón, Asturias, Cantabria, Castilla-La Mancha, Castilla y León, Cataluña, Comunidad Valenciana, Extremadura, Galícia, Islas Baleares, Madrid, Múrcia, Navarra e País Vasco.

A ideia foi impulsionada pelo arquitecto Puig y Cadafalch e depois desenvolvido como uma unidade de conjunto pelos seus construtores, os arquitectos Ramon Reventós e Francesc Folguera, além dos artesãos e artistas Xavier Nogués e Miquel Utrillo, que pretenderam fazer um pueblo (aldeia), onde estariam, reproduzidos e representados edifícios das diferentes regiões da Espanha.

A sua construção foi realizada em treze meses e, curiosamente, o trabalho tinha uma data de validade, uma vez que era só para durar o tempo da Exposição Universal, que é de seis meses. O sucesso no seu planeamento, no entanto, tem permitido que a pequena vila tenha sobrevivido até aos dias de hoje.

Ao desenvolverem o projecto, os quatro profissionais realizaram diferentes viagens pelo país para recolher material iconográfico. Durante o percurso fizeram centenas de fotografias, anotações e desenhos que lhes permitiram escolher o que melhor se adaptaria à ideia fundamental do projecto. Os “turistas/criadores” visitaram mil e seiscentas cidades e povoados.

No Poble Español pretendia-se reunir uma colecção de obras mestras da arquitectura espanhola, já que se tratava de construir um recinto que fosse uma síntese da Espanha monumental e uma divulgação de sua cultura, além de ter um pouco mais de Espanha na Catalunha, tendo ainda como fim, divulgar e aclamar politicamente a ditadura de Primo de Rivera (militar e ditador espanhol, fundador da organização fascista Unión Patriótica, inspiradora da União Nacional Portuguesa).