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Final do Cruzeiro

Depois de zarparmos de Bergen, tivemos duas noites e um dia de navegação sem qualquer paragem até ao porto de Amesterdão. O cruzeiro estava a acabar, e na noite do dia 18 de Julho, o jantar foi de gala, e os cozinheiros do Century, bem como toda a equipa, serviram um magnífico jantar, seguido de uma ceia também de gala, por volta das 23h00, que nos surpreendeu a todos, com trabalhos de doçaria requintados, e artísticos trabalhos feitos em gelo. A sala de banquetes estava um primor e um regalo para os nossos olhos, porque o apetite já não era muito.

O dia 19 de Julho, foi passado a bordo do Century, a caminho do final deste cruzeiro, no porto de Amesterdão. O dia foi agitado, organizando novamente a bagagem para o desembarque. Embora o cruzeiro estivesse a acabar, tínhamos programado que as férias continuariam por mais uma semana, por terras da Holanda e Bélgica, e isso fazia com que os preparativos para o desembarque, fossem mais complicados, pois teria de estar tudo a postos para a continuação da viagem.

No final desses preparativos, aproveitámos para deambular pelo Century mais uma vez, e ver mais cuidadosamente a magnífica colecção de arte moderna que este navio possui, com vários trabalhos de alguns dos artistas plásticos mais famosos do mundo e visitar as lojas para se comprarem algumas recordações deste magnífico barco.

Depois do jantar e após mais uns jogos no convés do barco, resolvemos deitarmo-nos cedo, pois teríamos que acordar por volta das 08h00 da manhã do dia 20, afim de desembarcar-mos em Amesterdão.

Mitos e Lendas da Noruega

Com o cepticismo habitual que me acompanha desde sempre, não só em relação às coisas da vida como em relação a mitos e lendas, o meu espírito brincalhão e com lampejos de colegial, não me impede de ter curiosidade em analisar de forma crítica e objectiva esses mesmos mitos e lendas, tentando ligar o místico ao real de forma a perceber o que está por traz dessas crenças.

Sendo a história dos homens e das suas civilizações, não apenas aquilo que aos historiadores apeteceu contar para edificação e muitas vezes até sujeição dos povos, sendo muitas vezes ignorados ou deformados factos, passando estes a uma história paralela que o povo por esse meio, não deixa esquecer. Essa história paralela, que há primeira vista não passa de um ensaio anedótico e por vezes aventuroso, é quase sempre fundado a meu ver, em factos reais ocultos sob a forma do místico, a que os povos se referem como o " misterioso desconhecido".

Assim sendo, a existência dos Trolls para os noruegueses, é a forma simples de tentar contar a sua história, com o respeito real para com a Terra que os acolheu. Os Trolls, essas criaturas cheias de Natureza, tendo dentro de si a longa noite Invernal, as altas montanhas e as suas florestas profundas, não passam de uma personificação do seu próprio País.

"Bem longe no norte da Europa existe um país comprido e estreito chamado Noruega. Entre os bosques escuros, os lagos iluminados pela lua, os profundos fiordes e as enormes montanhas coroadas pela neve, encontraremos os trolls", diz a lenda.

Nos nossos dias fica a região coberta de neve e gelo apenas durante o semestre do frio, mas há muito, muito tempo que um pesado glaciar cobria por completo o território, (referência à Era Glaciar). Com o aquecer do clima, empurrando para norte o glaciar, as populações do sul acompanharam o movimento migratório das águas e gelos. Consideraram a nova terra como sua e chamaram-lhe de "Norge", o diminutivo de "o caminho do norte", intitulando-se a si próprios de "nordmenn", homens do norte, os naturais de Norge.

Julgaram-se os primeiros habitantes dessas terras, ao constatarem a beleza de uma natureza ainda por explorar, mas depressa constataram que a região era habitada pelas mais variadas criaturas, nos lugares mais remotos, (sem dúvida a personificação dos seus medos mais profundos em relação à terra desconhecida).

Nas profundezas dos bosques, que muitos afirmavam não ter solo, vivia Nokken. Pelos rios e quedas de água, vivia Fossegrimen, que entre outras, era conhecido pela sua mestria no desempenho da rebeca de Troll, e muitos dos músicos de então aprendiam com ele as suas músicas, (referência aos mais dotados e corajosos).

No mar ao largo da costa do norte, morava Draugen, e não foram poucos os pescadores que o reconheceram em momentos de tempestade e naufrágio, (mais uma vez o medo em momentos de aflição).

Pelas terras de cultivo, estábulos e celeiros, rondava um número elevado de pequenas criaturas denominadas Haugtusser, Tromter, Tuftekaller e Nisser. Divertiam-se juntos e muitas vezes também com os humanos, mas só quando estes as tratavam com consideração, (alusão ao necessário respeito constante para com a Natureza amiga, da qual tiravam o seu provento).

Nas montanhas, e havia muitas, viviam os Trolls e o maior e mais poderoso de todos era Dovregubben. Alguns dos Trolls eram enormes com árvores e plantas rupestres crescendo-lhe nos narizes e cabeça, (as grandes montanhas cobertas de densas florestas), mas outros podiam ser relativamente pequenos, (alusão às pequenas plantas que iriam adensar as florestas tornando-as ainda mais temíveis).

Todos tinham uns narizes compridos e curvados, só tinham quatro dedos tanto nas mãos como nos pés e a maioria tinha um rabo espesso. Alguns tinham somente um olho ao centro da testa, enquanto outros tinham duas e três cabeças. Os trolls eram criaturas da noite e com a luz directa do sol convertiam-se em pedra. Os trolls viviam centenas de anos e a maioria eram peludos e assustadores.

Apresentavam algumas semelhanças com os humanos, tendo apenas quatro dedos em cada mão e pés. As mulheres dos Trolls utilizavam muito os narizes para mexer a sopa e as papas, enquanto cozinhavam. Eram curvadas e guedelhudas e todas tinham o rabo enrugado. Apesar de meterem medo, eram usualmente benevolentes e ingénuas, caindo por vezes nas armadilhas dos filhos dos agricultores, (caracterização por comparação com as suas próprias mulheres, ingénuas e sem dúvida uma ilusória mas querida convicção relativamente ao ideal do comportamento feminino).

De entre os seus muitos dotes sobrenaturais, incluía-se o da metamorfose. As Trolls podiam transformar-se nas raparigas mais deslumbrantes. Davam-se pelo nome de Huldre e conseguiam levar atrás de si para a montanha, muitos dos jovens camponeses de olhos azuis. Daí que fosse sempre muito importante observá-las de trás, pois o rabo era impossível de esconder.

Segundo a lenda, o troll norueguês é enorme, rude, pesado e escuro, (as montanhas fortes e tenebrosas nas noites escuras de Inverno), e não sendo rápido, ainda consegue fazer para si prisioneiros, (referência ao desaparecimento de exploradores que se perdiam nas zonas montanhosas).

Designado como "predador da noite", gosta de adoptar a forma de um homem selvagem para sair à noite, quando as pessoas estão a dormir. Acreditava-se que a ira dos trolls não tinha limites. e por esse motivo, era importante manter uma boa relação com eles, que no futuro poderia ser frutífera, (o necessário respeito pelas forças da Natureza, e pela Natureza em si, que edificou o carácter ecologista dos noruegueses).

Ainda segundo a lenda, era durante a noite que todos os trolls dançavam e comemoravam os solstícios de Verão e Inverno, tudo ao ritmo do henking, uma estranha dança descompassada. Gostavam de capturar crianças recém-nascidas, (os medos e o respeito pelo desconhecido), trocando-as por trowies, criaturinhas de aspecto desprezível! Por esses actos, os trolls sempre foram considerados malévolos e eternos inimigos dos homens, só tendo sua imagem mudada com o passar do tempo, tornando-se de bom carácter e ingénuos, (quando já tinham o conhecimento intrínseco da sua terra, e os medos tinham sido dissipados).

O passar do tempo e a entrada na Idade Média trouxeram a concepção que temos actualmente da imagem de um troll. O mito actual aconselha sabiamente que se devem manter boas relações com os trolls e da próxima vez que vá aos bosques ou às montanhas da Noruega, recorde que, seguramente não querem fazer-lhe nenhum mal. Mas tenha cuidado, nas horas do crepúsculo não está só. Então nesse momento estará só você... e todos os trolls.

Ao contrário de outros países europeus, cada vez mais modernizados, a Noruega ainda mantém profundos bosques somados às belíssimas paisagens naturais, havendo sempre um respeito enorme pela preservação da natureza. Este culto foi o motivo pelo qual "o troll", sempre existiu e talvez nunca se extinga da cultura norueguesa.

Segundo a lenda um troll traz boa sorte e fortuna...

Noruega, um País Idílico



A Noruega é uma estreita e comprida faixa de terra, onde o mar penetra e desenha uma infinidade de fiordes, arquipélagos e ilhotas, num perfil costeiro único no mundo. Esse fenómeno da natureza aumenta em muito o contacto da terra norueguesa com o oceano.

Toda a vida na Noruega depende do perfeito equilíbrio entre o homem e a natureza. O interior é muito frio: Uma cadeia de montanhas, os montes Escandinavos, atravessa o país em todo o seu comprimento. O litoral é mais ameno: Os fiordes penetram por toda a Noruega e formam um cenário de extraordinária beleza.

Estes profundos golfos, que começaram a ser formados na era glacial, são antigas depressões escavadas nas montanhas pelas grandes massas de gelo (glaciares) e posteriormente invadidas pelo mar. O fiorde de Geiranger é um dos mais belos do mundo, e penetra quase 20 km entre montanhas de mais de 1,5 mil metros de altura, sendo possível passear de barco em todo o seu trajecto e ver as cascatas baptizadas de Sete Irmãs, que descem pelas montanhas, um espectáculo da natureza maravilhoso, que atrai turistas de todo o mundo.

O clima da faixa litoral e dos fiordes é temperado e agradável, amenizado pela corrente quente do Golfo do México, vinda do Oceano Atlântico, que traz águas mornas para a costa norueguesa. Por isso, os noruegueses preferiram viver ao longo de seu recortado litoral e aprenderam a aproveitar ao máximo os recursos do mar, desenvolvendo a indústria da pesca, que é uma das principais actividades económicas do país.

Os principais produtos exportados são: Petróleo bruto, gás natural, barcos, metais, produtos químicos, maquinaria, peixe e marisco, ligas metálicas, papel e transportes marítimos.

Uma das únicas regiões do mundo onde se pode ver o "sol da meia-noite", devido à sua proximidade com o Pólo Norte. A Noruega, cujo nome significa "caminho do norte", é o local onde os primitivos habitantes do sul achavam que o mundo acabava.

Até o fim do século IX, a Noruega não era mais que uma vaga referência geográfica. Este quadro modificou-se inteiramente, quando o período de expansão marítima dos povos nórdicos se estendeu até finais do século XI e ficou conhecido como época viking.

Os noruegueses de uma maneira geral apreciam muito a vida ao ar livre. Todos têm direito às terras não cultivadas sem necessitarem pedir autorização ao proprietário para acampar ou colher frutos silvestres para seu próprio consumo. Existe no país uma vida de clube muito activa e variada.

Os noruegueses também são grandes leitores, vendendo-se por ano na Noruega 40 milhões de livros, quase 10 livros por habitante. A cultura norueguesa também é identificada na dramaturgia com Henrik Ibsen (1828-1906), e na música com Edvard Grieg (1843-1907), compositor que criou harmonias e sons de música folclórica norueguesa, de quem podemos ouvir a sequência midi de "Anitra Dance".

Na pintura seu expoente maior é Edvard Munch (1863-1944), um dos pioneiros do expressionismo, que com sua técnica arrojada e com um colorido muito especial, pintou a angústia e a solidão que podem assolar o homem, mas também a alegria e o amor, a vida e a morte. O seu quadro mais famoso, o grito, é sem dúvida a sua obra-prima expressionista, de 1893, uma imagem densa e dramática da angústia moderna.

A Noruega é um país que encanta seus visitantes pela originalidade de sua natureza, pela cultura e nobreza de suas gentes e pelo nível de desenvolvimento político e social, um dos mais altos do mundo.

Até sempre...

Bergen, a Porta dos Fiordes



Chegámos ao porto de Bergen, pelas 07h00 da manhã, do dia 19 de Julho, e esta foi a última cidade a ser visitada da Noruega, neste cruzeiro. Depois do desembarque, foi feita a visita a Bergen de autocarro, que nos levou a visitar as áreas mais emblemáticas da cidade. Seguimos até Bergen numa viagem pelos casarios recuperados de Bryggen, na zona portuária da cidade, pelas vistas do alto do monte Floyen, pelo mercado do peixe e, claro está, pelos belos cenários naturais em que se enquadram alguns recantos desta bela cidade.

Foi uma viagem tranquila onde podemos observar o essencial da cidade de Bergen. Após esta visita guiada, o autocarro deixou-nos no centro da cidade para que se fizesse-mos a descoberta das zonas mais pitorescas da cidade, ficando a tarde destinada a compras.

Situada numa bela baía natural e protegida do Mar do Norte por uma península, Bergen está localizada na orelha ocidental da Noruega. A cidade está cercada por sete montanhas e vários fiordes, o que lhe confere uma bela paisagem, mas também o título da cidade mais chuvosa da Europa. A montanha amarela é maior das sete montanhas que rodeiam a cidade, com 987 metros de altura.

O seu clima é temperado devido à corrente quente do golfo que modera, (em toda a zona ocidental da Noruega), os Invernos duros e que ajuda a manter os canais livres de gelo. No entanto os Verões são chuvosos e localmente até se diz que "as crianças nascem já, com um guarda-chuva".

Cidade composta de uma mistura de aspectos singulares, Bergen é simultaneamente tão íntima e acolhedora, quanto cosmopolita e internacional. E são tantos os contactos com o exterior, que os seus habitantes a consideram um Estado à parte, e é vulgar dizerem sorrindo, a um qualquer visitante:- "Eu não sou norueguês, sou de Bergen".

Trata-se de uma cidade internacional plena de história e tradição com o encanto e o ambiente de uma pequena localidade, situada num anfiteatro espectacular, empoleirada nas encostas das colinas com vista para o mar, estendendo-se pela zona baixa até aos braços da baía.

É a segunda maior cidade da Noruega, com uma população de quase 250.000 habitantes e é um centro universitário, de cultura e comércio da costa oeste da Noruega. Bergen teve a sua própria universidade em 1946, que tem hoje cerca de 17 000 estudantes.

Os habitantes de Bergen são abertos, bem dispostos e comunicativos, mau grado uma geografia de sete colinas que limitou a abertura da cidade ao exterior. O compositor Edvard Grieg é um dos seus filhos, que nasceu e viveu na cidade, e lá compôs várias de suas peças mundialmente famosas.

Devido à sua localização na baía, o sustento de Bergen depende do mar, e hoje em dia, a indústria pesqueira continua sendo importante, no entanto a verdadeira prosperidade de Bergen provem da indústria petroleira do Mar do Norte e do turismo. Em 2000, Bergen recebeu o título de Cidade Europeia da Cultura, e apesar de ser cosmopolita, possui o encanto de uma cidade pequena.

Elevada a cidade pelo rei Olav Kyrre em 1070, Bergen era nessa época a maior cidade do país e a capital de Norgesveldet, uma região que incluía a Islândia, a Gronelândia e parte da Escócia. Durante os séculos XII e XIII, Bergen foi um porto pesqueiro e comercial importante, assim como a capital da Noruega.

Mesmo após Oslo se ter tornado a capital da Noruega, em 1299, Bergen continuou a crescer como um centro de comércio, especialmente graças à exportação de peixe seco, quando se tornou um dos portos da Liga Hanseática. Após um período de declínio no séc. XV, a cidade entrou numa nova época de prosperidade como um centro de navegação.

É uma cidade muito popular quer para turistas noruegueses, quer para turistas estrangeiros, sendo um do principais pontos de paragem para os barcos de cruzeiro que percorrem os mares do norte da Europa. É o ponto de partida do barco Hurtigruten, que viaja pelas costas norueguesas até ao Cabo Norte, sendo também a estação final da linha ferroviária de Bergen (Bergensbanen), que a liga a Oslo, por paisagens de grande beleza natural.

Bergen é uma cidade histórica e encantadora, com sua pitoresca Bryggen Wharf com suas atractivas construções coloridas de madeira que são reflexo da Idade Média, e que foi classificada de Património Mundial da Humanidade pela Unesco, em 1979. Aqui, largas filas de edifícios junto ao caís onde cargueiros e navios mercantes realizam suas actividades, conferindo a Bergen parte do seu característico encanto.

Bergen ainda possui peculiares ruelas empedradas com casas antigas, encontrando-se algumas das mais notáveis junto da estação do funicular de Floibanen, num bairro com ruas e ruelas serpenteantes. A subida no funicular, até ao cimo do monte Floien (320 m), propõe a observação de uma vista soberba de toda a cidade.

Tradição e iniciativa fizeram de Bergen uma das cidades culturais mais energéticas da Noruega, e não é por mera casualidade que o maior evento cultural do país, o Festival Internacional de Bergen, se celebre aqui todos os anos. Nele a cidade oferece uma ampla variedade de actividades, desde eventos culturais a buliçosas partidas de futebol no Brann Stadium. Bergen tem uma companhia de ballet, um estimulante ambiente de jazz e blues e teatros.

A área de Bryggen sofreu um incêndio e foi reconstruída em 1972 e hoje apresenta um dos melhores mercados de peixe e marisco ao ar livre da Noruega. É um destino turístico muito popular e é o ponto de partida para se explorar os fiordes, ou visitar Troldhaugen, a casa do ilustre compositor norueguês, Edvard Grieg.

Frente ao porto encontra-se a Torre Rosenkrantz, construída na década de 1560 pelo governador de Bergen, Erik Rosenkrantz, e incorpora restos de um edifício muito mais antigo, de 1260 e outro de 1520. Perto dela encontra-se uma ampla sala de cerimónias mandada construir pelo rei Hakon Hakonsson em 1261 para a cerimónia de casamento de seu filho. O Bergen Kunstmuseum, que possui magníficas colecções de arte internacional e norueguesa dos séc. XVIII e XIX.

Olden, um Paraíso na Terra



A paisagem do oeste da Noruega é incomparavelmente bela e surpreendente. Há estradas sinuosas que ligam dois dos fiordes mais conhecidos da Noruega, o Sognefjorden e o Geirangerfjorden, e perto deles encontram-se as pequenas cidades de Byrkjelo, Olden e Loen, e Stryn um pouco maior que as outras três.

Olden é um povoado pitoresco situado nas margens do braço interior do Nordfjord, e está rodeada de alguns dos cenários mais extraordinários e belos da Escandinávia, com seus campos verdejantes, lagos serenos verde esmeralda, cascatas saltitantes que brotam dos montes em todas as direcções, e as suas maravilhosas montanhas coroadas de neve que caiem abruptamente sobre fiordes profundos. Um paraíso de tirar o fôlego...

É uma região com muitos hotéis, cafés e parques de campismo, por ser a zona utilizada como acesso e entrada para a visita ao glaciar, e também para se conhecer o Parque Natural Jostedalbreen. Este parque com 487 Km2, é a região glaciar mais extensa da Noruega, que domina as terras altas da província de Sogn og Fjordane, que em alguns locais apresenta uma capa de gelo de 400 m de espessura e se eleva a 1950 m acima do nível do mar.

A atracção turística por excelência é o glaciar de Briksdalbreen, (um dos braços do glaciar Jostedalsbreen, a maior área glaciárica do continente europeu, próximo de Olden, que muitos, tal como nós, consideram um dos lugares mais extraordinários e belos que alguma vez visitaram. Os rios e os lagos deste lugar são famosos por sua incrível cor verde-esmeralda. Um bom ponto de partida para a visita deste glaciar, e a zona que o rodeia, é o Briksdalsbre Fjellstove, complexo turístico onde se encontra um bom restaurante e uma loja de recordações.

Aqui podemos optar por percorrer a pé o longo caminho até ao glaciar, ou apanhar um 4x4 (veículo sem capota, mistura de pequeno jipe e tractor, da John Deere), mediante o pagamento de avultada quantia (25 € por pessoa), conduzido no nosso caso, por uma senhora simpatiquíssima e experiente condutora, que nos levou por longa, estreita e sinuosa estrada íngreme, até a um caminho em terra batida, que se percorre a pé (cerca de 1 Km) até ao glaciar de cor azul clara. É uma experiência única e inesquecível.

Em algumas épocas do ano, os agricultores, donos das quintas do vale de Oldendal, reúnem-se aqui com os seus cavalos e carroças e levam os visitantes até ao pé do glaciar. Outras actividades muito populares na zona, são as espectaculares caminhadas pela montanha, a pesca, o campismo e os passeios a cavalo.

Outros locais a visitar na região são: A Singersamlinga, a casa de William Henry Singer, de Pittsburg, Peensilvania, que aqui viveu de 1913 até 1943, ano de sua morte. William Singer, foi um pintor e milionário americano, grande benfeitor da comunidade local, cuja extensa obra possui muitas representações de Olden e seus arredores. Algumas delas são exibidas em seu ateliê, na Casa Museu em Olden (aberto ao público durante todo o Verão das 10h00 às 15h00).


Molde, a Cidade das Rosas

Chegámos a Molde pelas 07h00 da manhã do dia 17 de Julho, terça-feira. Desembarca-mos por volta das 13h00, e encontrámos uma cidade cheia de vida, com as ruas repletas de transeuntes, que enchiam as lojas e todos os espaços públicos. Era dia de festa na cidade, uma vez que decorria o Festival de Jazz, e um Festival Folk, com danças e cantares no centro da cidade.
Os cafés e restaurantes estavam todos abertos, servindo sem parar os clientes que partiam e chegavam a todo o momento e a qualquer hora. Foi num destes restaurantes, (situado junto ao porto, com esplanada virada para o caís), que no final da nossa visita à cidade, saboreámos um prato de marisco fesquíssimo das águas nórdicas, e onde vimos servir a famosa sopa de bacalhau.
Molde é uma cidade situada na zona central de um dos mais belos fjords da Noruega, e é conhecida pelo nome de Cidade das Rosas, devido a uma grande quantidade de roseirais e à sua vegetação luxuriante. Na cidade, em quase em todas as portas, encontramos bonitas roseiras trepadeiras, e jardins de roseiras. No entanto é também muito conhecida pelo seu festival anual de jazz de Verão, o Moldejazz, que em Julho abre as portas da cidade a excelentes músicos estrangeiros.

Molde é uma cidade e município no condado de Møre og Romsdal, Noruega. A cidade é o centro administrativo de Møre og Romsdal, e o pólo comercial de Romsdal. Molde teve um crescimento considerável nos séculos XVIII e XIX, tornando-se um centro de indústria têxtil e de vestuário, sendo ainda o centro administrativo da região, e um importante destino turístico.

É uma cidade que foi reconstruída duas vezes. A primeira vez, foi em 1916, depois de ter sido incendiada, durante a Primeira Guerra Mundial, e a segunda vez foi em 1946, depois de ser bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial. Devido à última reconstrução, a cidade parece muito mais moderna do que as outras cidades da costa norueguesa.

Após a II Guerra Mundial, Molde teve um enorme crescimento, tornando-se um centro de actividades administrativas e de serviços públicos, mas também de recursos académicos e produção industrial. A cidade está localizada na costa norte da Romsdalsfjord sobre a Península Romsdal.

Molde possui um clima temperado marítimo, com Verões ligeiramente quentes e Invernos relativamente suaves. As precipitações anuais são entre moderadas a altas, com uma média de 1640 mm por ano. A estação mais quente e seca dá-se no final do Verão até ao início do Outono, quando se registam em Molde, as temperaturas máximas, (tendo-se registado em Outubro de 2005, uma máxima de 25.6°C).

Durante alguns dias de Inverno, também com alguma frequência acontece um outro fenómeno meteorológico em Molde e nos distritos adjacentes. As temperaturas são por vezes superiores a 15°C, devendo-se este fenómeno ao "föhn", um vento quente que sopra de Su-Sudoeste.
Durante a visita à cidade, os sítios de maior interesse são: A Igreja Moderna, o edifício da Câmara Municipal e o Museu Folk ao ar livre. Próximo da Câmara Municipal temos o bonito Jardim das Rosas, numa zona que é uma espécie de varanda sobre a cidade, de onde se desfruta uma magnífica vista. O Museu Folk ao ar livre, possui várias casas em madeira, do século XV, contém uma colecção fascinante de trajos nacionais, e oferece-nos o conhecimento da história de Molde.

Como locais de interesse perto de Molde, temos: O mirante de Varden Viewpoint, (a 407 metros do nível do mar), situado a Oeste da montanha onde se situa a cidade, e de onde se pode observar uma maravilhosa vista, dos fiords em redor da cidade e dos 87 picos cobertos de neve, dos Alpes Romsdals. O Trollstigen (A Estrada dos Trolls), situada em Åndalsnes, é uma estrada, esculpida na rocha e reforçada com muros de pedra, que se percorre num total de onze curvas que se dirigem até ao cimo do Stigrøra (a 858 m.). A catarata de Mardalsfossen, com uma altura de 665 metros, com a queda contínua mais elevada da Europa, situada no vale Eikesdalen, e que é mais impressionante entre 20 de Junho e 20 de Agosto. A Atlanterhavsvegen (Estrada Atlântica) de Averoy a Kristiansund, é espectacular. Construída sobre as ilhotas e rochedos no fiorde de Molde, atravessa 12 pontes baixas construídas no mar.

Jardim Botânico Ártico-Alpino de Tromsø


O Jardim Botânico de Tromsø, (Tromsø Botaniske Hage), foi o primeiro local a ser visitado na cidade de Tromsø. É um local muito belo, e fiquei completamente apaixonada por ele, não só pela paisagem que dele se desfruta, mas também pela colecção impressionante de plantas alpinas que ali se podem encontrar levando-nos a viajar num só lugar, pela enorme diversidade da flora nórdica e árctica. As várias colecções de plantas que preenchem cada espaço, transportam-nos para as diferentes zonas de toda a região norte da Europa, transformando este Jardim num verdadeiro museu vivo.

Foi inaugurado no ano de 1994, e é o mais setentrional jardim botânico do mundo. O local permanece aberto a partir do mês de Maio até início de Outubro, e também é conhecido por Jardim Botânico Ártico-Alpino. O jardim tem uma vasta gama de plantas árcticas além de plantas que crescem em todas as regiões do hemisfério norte. O lugar está ao cuidado do Museu Universitário de Tromsø.

A entrada é livre, e está situado na parte oriental a sul da Universidade. O local oferece uma bonita vista das montanhas com os seus cumes nevados, que se encontram a leste e a sul do local. O lugar é definitivamente uma das atracções turísticas mais populares em Tromsø.

A sua localização, na costa norte da Europa, na mesma latitude do Alasca, faz com que este local tenha um clima do tipo árctico, que ajuda ao desenvolvimento adequado das plantas árcticas que aqui se encontram, e que fazem as delícias dos amantes de plantas.

Algumas das espécies de plantas mais populares e incluídas na colecção especial do jardim, são os Rhododendron (por exemplo, R. Lapponicum), os Meconopsis, as Aster, o Polemonium, o Erigeron, o Codonopsis, as Rose cultivares, o Allium, a Saxifraga, a Silene, a Tellima e o Heu.

O Jardim é também um espaço de muita tranquilidade, repleto de recantos que nos convidam simplesmente a um passeio, quando se tem mais tempo, e as suas belíssimas plantas permitem que se façam óptimas fotos.

Tromsø, a Paris do Norte




A chegada a Tromsø, fez-se pelas 8h00 da manhã, e pelas 10h30, saímos para visitar a cidade considerada a Capital do Norte. Como a partida estava prevista para as 6h00 da tarde, optámos por conhecer a cidade em visita planeada pelo Century, uma vez que o tempo era curto.
Tromsø é uma cidade da Noruega, com 2 557 km² de área e 61 897 habitantes (censos de 2004). É a oitava maior cidade da Noruega por população, assim como também é sede da uma universidade (Universidade de Tromsø), tendo também uma indústria cervejeira, um jardim botânico e um planetário, no ponto mais ao norte do mundo.

Justamente acima do Circulo Polar Árctico, na terra do sol da meia-noite, a metade do caminho entre a ilha Lofoten e o Cabo Norte, encontra-se Tromsø. É uma cidade viva, assente sobre uma ilha no norte da Noruega. Além de ser formosa, converteu-se num dos centros mais importantes de pesquisa meteorológica, pois é ali que se encontra o Radar Eiscat, o mais potente do mundo. Realizam-se importantes estudos das zonas altas da atmosfera, enquanto que o Instituto de Geofísica, conta com um observatório especial para o estudo das Auroras Boreais, junto do Lago Prestavnet.

Quem a visita fica surpreendido em encontrar cultura, juventude multilingue, e o uso da última moda internacional, e talvez por isto tudo, ela é denominada por "Paris do Norte". Tromsø é também designada por "Porta do Árctico" e a maior cidade na região polar escandinava.

Fica situada a 300 Km no interior do círculo polar árctico, à mesma latitude que o Norte do Alasca. O centro de Tromsø, abrange uma ilha em Tromsøy-sund, que está rodeada por belas paisagens árcticas, com fjords, ilhas e montanhas com picos alpinos. Subindo a montanha a oeste no teleférico, podemos apreciar lá de cima a paisagem e a cidade e fazer belíssimas fotos.

Tromsø foi edificada sobre uma ilhota comprida e estreita, entre a costa e uma ilha maior que a protege, Tromsøya. Aqui havia uma propriedade rural viking e a primeira igreja foi construída por volta de 1250. Na época da Liga Hanseática, o comércio floresceu e Tromsø tornou-se uma cidade de mercado em 1794. A partir da década de vinte do séc. XIX, a cidade cresceu como um porto de navegação do árctico.

Foi com a actividade dos baleeiros que a cidade teve sempre grande importância transformando-se numa cidade jovem, cheia de vida, rica e de intensa vida cultural. Tromsø foi desde sempre uma base de partida para as expedições rumo ao Pólo, sendo por isso chamada "A Porta do Norte", e foi daqui que Nansen e Amundsen partiram nas suas explorações polares. Mas é sobretudo a Universidade, (inaugurada em 1972), que faz dela a maior cidade do Norte da Europa.

Hoje, Tromsø é uma cidade universitária, com um casco histórico muito colorido com casas de madeira, uma intensa vida cultural, atracções variadas, a possibilidade única, nesta zona, para realizar compras de nível internacional, e com uma animada zona de cafés e bares. Os seus habitantes são conhecidos pelo seu alto nível de educação, interesses culturais e excelente sentido de humor.

Tromsø é muito conhecida na Noruega por ter muita neve durante o Inverno, apesar da quantidade variar muito de um ano para o outro. No Inverno de 1996/1997 um novo recorde foi estabelecido, quando a estação meteorológica no topo de Tromsøya registou, com alguma dificuldade, 240 cm de neve.

A temperatura mais baixa registrada foi -18,4°C, e a média de Janeiro é -4°C, devido ao calor trazido pela corrente quente do Atlântico Norte, uma extensão da corrente quente do golfo. A proximidade com o mar modera as temperaturas. Sommarøy, na costa oeste de Kvaløya possui uma média de -1,9°C em Janeiro.

O Verão também é relativamente fresco, com uma média de 12°C em Julho, mas as temperaturas durante o dia são um pouco mais quentes, embora variem muito (de 9°C a 25°C). No entanto por vezes as temperaturas também sobem, e no Verão de 1972, a temperatura chegou a 30°C.

O monumento mais famoso da cidade é a Catedral Árctica (Ishavskatedralen), que possui uma arquitectura que evoca a neve e os icebergs. Consagrada em 1965, a Catedral também conhecida por Igreja de Tromsdalen, foi projectada pelo arquitecto Jan Inge Hovig. É feita em betão e a forma do seu telhado simboliza o modo como a aurora boreal ilumina os dias escuros de Inverno em Tromsø.

A sua arquitectura é belíssima, com altas e estreitas janelas oblíquas, em relação ao solo e paralelas entre si, e tem um enorme vitral triangular com 23 m de altura de Victor Sparre (1972), que preenche toda a parede leste. É formado por 86 painéis de peças de vidro que ilustram o Segundo Advento de Cristo, e é considerado o maior vitral da Europa.

Além do seu magnífico Jardim Botânico, Tromsø ainda tem o Tromsø Museum Universitetsmuseet, que é um museu regional, dedicado à cultura Sami. Foi inaugurado em 1872, e possui boas colecções da Idade da Pedra e Alta Idade Média, e o Nordlysplanetariet, que é o Planetário da Aurora Boreal, situado no campos universitário de Breivika, e que é famoso por exibir o filme "Luz Boreal", que proporciona uma experiência realista, quer da Aurora Boreal, muitas vezes visível no céu, nos escuros meses de Inverno, quer do Sol da Meia-Noite, responsável pelas claras noites de Verão.


Cabo Norte


A estrada entre Honningsvag e Cabo Norte é de uma beleza particular, cheia de surpresas agradáveis, viajando-se através de terreno selvagem e solitário, um dos poucos lugares no continente europeu onde a paisagem e a flora revelam o seu carácter árctico mais profundo, podendo observar-se muitas renas livres que pastam na tundra, desde as cercanias da cidade de Honningsvag até ao Cabo Norte.

O Cabo Norte (North Cape ou Nordkapp), é um cabo na ilha de Magerøya no norte da Noruega. Tem um promontório com 307 m de altura, caindo a pique sobre o Mar da Noruega e o Mar de Barents, e com frequência é referenciado como o mais setentrional ponto da Europa. Porém, o cabo vizinho de Knivskjellodden situa-se a cerca de 1.500 metros mais a norte. Além disso, ambos estes pontos encontram-se em ilhas, o que significa que o ponto mais a norte da Europa continental é o Cabo Nordkinn.

Nesta zona o Oceano Atlântico Norte junta-se com o Oceano Árctico, e com bom tempo, pode observar-se uma espectacular e chocante vista, do alto de falésias, com contrastes de luz e sombras, que revelam a gravidade do primitivo, qualidade tão rara dos dias de hoje, e que aqui pode ser apreciada.

O apelativo Cabo Norte foi assim chamado pelo explorador britânico Richard Chancellor em 1553, quando passou o cabo em busca da Passagem do Noroeste, o caminho para o Novo Mundo. Desde então, ocasionalmente recebeu visitas de exploradores que subiam ao planalto, para observar o cabo no alto da falésia, e de visitantes famosos, como o foram o rei Óscar II da Suécia e Noruega em 1873 e o rei Chulalongkorn da Tailândia em 1907.

Hoje em dia, o Cabo Norte é uma importante atracção turística que inclui um amplo (e caro) centro turístico (North Cape Hall), que alberga grande número de exposições sobre a história do lugar. Em 15 de Junho de 1999, foi inaugurado o Túnel do Cabo Norte, que possibilitou ligar a ilha de Magerøya à parte continental e facilitar o acesso por automóvel.
No Cabo Norte podemos ver ainda uma série de sete esculturas, feitas por crianças, (com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos, de sete terras diferentes), e que foram lá colocadas em Junho de 1988, simbolizando a amizade, a esperança, a alegria e o trabalho em conjunto. Em 1988, essas crianças passaram sete dias no Cabo Norte para esculpir estas esculturas, dedicadas às crianças de todo o mundo, e à Paz na Terra. Junto delas, um monumento intitulado "mãe e filho" é uma obra da escultora Eva Rybakken.

O sol da meia-noite no Cabo Norte espalha a sua luz clara sobre as impressionantes formações insulares, os fiordes cavados, as montanhas cobertas de neve, os pastos luxuriantes e as vastas charnecas. A qualidade mágica da luz nesta região serviu de inspiração a muitos escritores, músicos e poetas.

Honningsvag, o berço do Sol da Meia-Noite



Quando chegámos a Honningsvag, eram 9h00 e ainda dormíamos. Nunca mais me vou esquecer da sensação que tive quando cheguei à sala de refeições do Century e olhei para o exterior, pois tive a mais agradável das surpresas, ficando absolutamente encantada com a beleza natural desta cidade, com as suas pequenas casas de madeira pintadas das mais variadas cores. Um encanto...
Honningsvag é uma aldeia de pescadores que está localizada na Ilha Mageroya. Esta região, em fins do século XIX, foi utilizada como lugar para o exílio de vagabundos, condenados e presidiários. Trata-se de um lugar de alvas neves invernais, envolta em escuridão permanente durante os meses de Inverno. O sol não sobe no horizonte a partir de meados de Novembro até Janeiro. No entanto também comemoram 24 horas de "sol" de 15 de Maio a 30 de Julho. Encontra-se na costa, próximo do ponto mais a norte da Europa setentrional, com deslumbrantes vistas para o mar de Barents.

Profundamente na "Terra do Sol da Meia Noite", Honningsvag é a aldeia mais a norte do mundo, com mais de 1000 barcos de cruzeiro chegando durante a temporada de Verão, é também um dos maiores e concorridos portos do norte da Europa. A sua paisagem é belíssima, e oferece um habitat natural para renas, morsas, ursos polares, baleias e dezenas de espécies de pássaros únicas desta região.

Honningsvag é um importante porto de pesca, que ostenta o título de "a cidade mais setentrional do mundo". O porto de Honningsvag reside dentro do Círculo Polar Árctico, no meio da grandeza da região de Finnmark na costa das frontierlands, e é a última paragem antes do Cabo Norte, a apenas 34 Km de distância.

Honningsvag é o ponto de partida privilegiado para o Cabo Norte, que as populações antigas diziam ser o "fim do mundo" conhecido, e o ponto de partida da viagem em direcção ao infinito. Os 34 Km percorridos em aproximadamente 45 minutos de viagem numa estrada que é de uma beleza inegável, tratando-se efectivamente do único passeio realmente polar na Europa. A estrada termina sobre um promontório rochoso que se joga a prumo no Oceano Árctico a uma altura de 307 m, o Cabo Norte.

Os Sami, um povo indígena único na Europa

O povo sami ou lapão (Saame em finlandês, Sámi em língua Sami), é nativo da Lapónia, abrangendo as regiões setentrionais da Noruega, Suécia, Finlândia e da península de Kola, na Rússia. É um dos maiores grupos indígenas na Europa, totalizando cerca de 70.000 pessoas.

A sua língua é o sami ou lapão, classificado como um idioma feno-húngrico (do grupo linguístico raro no qual se encontram o finlandês e o húngaro) e se divide em vários dialectos principais.
As actividades tradicionais dos sami são a caça, pesca, agricultura, a criação de renas e o duodji, (artesanato sámi), no entanto, mesmo que uma minoria actualmente faça isso para viver, já não têm uma vida nómada, como outrora.

O fascínio da história do povo Sami, reside também, e a meu ver, na sua avaliação genética. A constituição genética do povo sami tem sido motivo de grande interesse e estudo, devido à grande "distância" entre eles e os demais povos europeus, incluindo seus vizinhos mais próximos.
As investigações baseiam-se principalmente nos samis do norte e do leste, uma vez que uma variação considerável é encontrada entre diferentes grupos sami, contudo todos compartilham de um mesmo ancestral comum.

As investigações têm sido feitas especialmente quanto ao mtDNA feminino, com pesquisas paralelas realizadas com cromossomas Y e marcas autossomas. A pesquisa indica que 95,6% do DNA sami é originário da Península Ibérica, tendo somente 4,4% de origem Siberio-Asiática (Tambets 2004).

Uma ligação genética foi também encontrada entre o povo sami e os berberes do norte da África, datando de 9000 anos (Achilli 2005), levantando a possibilidade de que a Europa Meso-Ocidental, a Setentrional, a do Sudoeste da Europa e o Noroeste da África (Montes Atlas) eram habitadas por povos autóctones com origens em comum, e que foram varridos do mapa aos poucos durante a expansão dos povos indo-europeus do Leste para o Oeste, e cujo principal resquício actual são os bascos, única etnia que sobreviveu a uma invasão massiva da Europa por parte dos chamados arianos (ou indo-europeus).
Os Sami ou "lapões", caracterizam-se como um povo indígena do norte da Europa. O povo Sami da Finlândia tem o direito de manter e desenvolver a sua própria língua e cultura. No início de 1996 foi constituído através de decreto parlamentar o novo parlamento Sami (Sámediggi), como corpo representante do povo Sami.
Os Sami são puros ecologistas, continuando a criar renas, mas a modernidade fê-los alterar o seu estilo de vida. Acendem uma fogueira à chuva e sentam-se na terra macia, forrada por vegetação rasteira. Esperam. Quanto tempo? Não sabem, porque para os sami, criadores de renas, o tempo passa de maneira diferente. Não há horários. O tempo deles é o tempo que a natureza lhes dá. Na linguagem deles, “Sami” significa “Ser humano”, e também se chamam a si próprios de “O Povo do Sol e do Vento”.
Desde 2004, 6 de Fevereiro é o Dia Nacional dos Sami, um dia nacional oficial na Noruega. O Dia Nacional dos Sami celebra-se na Noruega, Suécia Finlândia e Rússia, servindo de símbolo de uma nação sami unida, que ultrapassa as fronteiras das nações. Nesta data comemora-se o primeiro congresso Sami, realizado a 6 de Fevereiro de 1917, que estabeleceu as fundações para o desenvolvimento da cooperação a nível nacional e inter-fronteiriço do povo Sami.
A bandeira sami foi hasteada no Complexo Administrativo Governamental pela primeira vez no Dia Nacional dos Sami em 2003.

Alta, a Cidade das "Luzes do Norte"



A chegada a Alta, pelas 8h00 foi a nossa primeira paragem num porto da Noruega a bordo do Century. Só saímos depois do almoço, sendo nossa opção nesta viagem, fazermos as visitas às cidades, só durante a tarde.
O município de Alta, abrange 3.815 km 2, localizado desde as margens do Altafjorden, (fiorde de Alta), incluindo grandes áreas florestais e abrangendo o planalto Finnmarksvidda. O rio Altaelva tem ao longo dos tempos formado um dos maiores "canyons" da Europa, escavando o solo no seu curso a partir do planalto para o fiorde, e é um dos rios de salmão mais atractivos para a pesca.

Alta, na foz do rio Altaelva, cresceu e integrou-se nas quintas vizinhas, formando a área urbana mais habitada da região Finnmark (região mais a norte da Noruega, na mesma latitude que a Sibéria, a Gronelândia e o Alasca). Inclui Bossekop, um mercado comercial rico em tradições onde samis e kaen (imigrantes naturais da Finlândia) e ainda noruegueses comercializavam bens.

A parte mais baixa do vale de Alta está coberto de florestas e terrenos agrícolas muito férteis. A corrente quente do golfo e as noites solarengas de Verão, permitem que o solo seja fértil, mesmo a 70º N. Os portos na costa de Finnmark não congelam e a zona desfruta de Invernos suaves. Cai muita neve durante o Inverno, mas muitas zonas desta região estão rodeadas por montanhas, que provocam o abrigo dos ventos e dos frios invernais vindos do oceano.

Alta também sofreu um grande incêndio. No Outono de 1944, quase toda a Finnmark foi queimada durante a retirada alemã, no final da 2ª Guerra Mundial, e a cidade com excepção da igreja em Bossekop, foi totalmente arrasada. A cidade foi reconstruída logo após o final da guerra, e a maior parte das pessoas reconstruiu as próprias casas no mesmo sitio das anteriores, modificando no entanto a sua arquitectura.

Em 1973 foram descobertas gravuras rupestres com 2000 - 6000 anos, perto da aldeia de Hjemmeluft. As gravuras, hoje Património Mundial da Unesco, ilustram a vida selvagem e cenas de caça. As pinturas rupestres de rock Hjemmeluft são a maior extensão de pinturas rupestres do mundo, e podem ser visitadas perto de Alta.

Alta foi notícia por vários meses. Muitos habitantes da zona (especialmente Samis e ambientalistas) usaram a desobediência civil, manifestando-se contra a construção de uma barragem hidroeléctrica. No entanto, a barragem foi construída, e o rio Altaelva manteve uma rica fauna etiológica, sendo hoje motivo de orgulho para os habitantes da região.

A maior parte da população vive na cidade de Alta, desfrutando de um clima ameno, com temperaturas de Verão comparáveis com as do sul da Noruega, e nas zonas baixas, a cidade é protegida das tempestades de Inverno. O seu clima favorável, povo hospitaleiro e ambiente agradável são os pontos fortes desta região, que em cada ano atrai mais pessoas para esta comunidade, tendo esta crescido nos últimos anos. Além disso, é uma cidade muito dinâmica, cheia de actividades e eventos durante o Verão e o Inverno.

A precipitação é escassa, (precipitação anual de 400 mm) e o céu limpo e perpétuo de Alta, foi a razão pela qual a cidade foi escolhida como um excelente local para o estudo das Northern Lights, (auroras boreais). O primeiro observatório do mundo de Auroras Boreais, foi aqui construído em finais do séc. XIX, sendo denominado de "Norther Lights City Alta". Durante o Outono e o Inverno, pode fazer-se a observação das "Luzes do Norte", com as suas cores, verdes, rosas e púrpura que dançam no céu, iluminando o céu negro de Inverno.

Hoje, Alta é um centro industrial, com micro industrias, e um centro comercial e educativo em crescimento, sendo também um importante centro de transportes, com o seu próprio aeroporto. A Universidade de Finnmark (Høgskolen e Finnmark), encontra-se sedeada em Alta, que também conta com um Departamento de Investigação (Norut NIBR Finnmark).

Alta está fortemente influenciada por Lappish, a cultura Sami. Os Sami, são os indígenas da zona norte da Escandinávia, e ecologistas puros. Outrora, os Sami habitaram quatro países: Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia. Os dados conhecidos estimam que ainda hoje, há entre 50.000 e 100.000 Samis, vivendo nestes países, e mais de metade residem na Noruega.

Alta tem uma razoável comunidade Sami, e foi aqui que tivemos oportunidade de observar de perto alguns dos seus membros, visitando uma tenda Sami, onde fomos recebidos, e convidados a tomar chá com bolos secos e a provar carne de alce fumada. No porto tivemos ainda oportunidade de os ver vendendo artesanato, vestidos com os seus característicos trajes coloridos.

Älesund, a Veneza da Noruega


Situada no centro da Noruega, é conhecida por ser a cidade da "Art Nouveau" da Noruega, sendo conhecida pela sua arquitectura única. O seu museu de história, ao ar livre, Sunnmore Musseum, abrange um lugar fascinante, com quarenta casas antigas provenientes de várias partes do país, e de arrumações de barcos e ainda trinta barcos de pesca.
Típica cidade de pescadores que se estende sobre três ilhas, está situada na costa ocidental da Noruega. Älesund tem paisagens magníficas, museus variados e uma história muito interessante. Segundo as normas da Noruega, Älesund é uma cidade bastante grande, embora para nós, uma cidade com a sua dimensão, seja considerada pequena.

Ela remonta ao século IX, quando Rolf Gang, aqui construiu um castelo, perto da zona onde hoje se estende a cidade, que foi crescendo até 1848, quando foi elevada a cidade. A história de Älesund, no entanto, é marcada por um grande incêndio: No início do século XX, num sábado 23 de Janeiro de 1904, raios de uma violenta tempestade acabaram por causar a destruição da cidade. Num período de 12 horas, o incêndio transformou em cinzas mais de 900 construções que eram feitas de madeira.

A ajuda e os donativos europeus chegaram rápidamente e em apenas três anos a cidade foi quase toda reconstruída a partir dos escombros, por um grupo de arquitectos, em pedra em vez de madeira, num estilo muito contemporâneo. Älesund teve seu estilo arquitectónico influenciado pelo estilo "arte nova" e é hoje classificada de património mundial pela UNESCO, com seus prédios pequenos e coloridos. Debruçada no mar, tem 36 mil habitantes e fica a 45 minutos de avião de Oslo.

Porto pesqueiro, Älesund está na boca de um fjord e está dividida em duas zonas, Norvoya e Aspoy,(que são ao mesmo tempo duas ilhas), que estão ligadas por pontes. Älesund é talvez a cidade que mais reflecte o modo de vida estreitamente ligado ao mar e bem característico da Noruega. Com efeito, foi da pesca que esta cidade surgiu, se desenvolveu e consolidou como o maior centro exportador de pescado e derivados de toda a Noruega.

A cidade orgulha-se da tradição pesqueira com sofisticadas instalações portuárias, técnicas avançadas, modernos equipamentos, enorme frota pesqueira e inúmeras indústrias de processamento que fazem dela a capital mundial do bacalhau.

Älesund, onde se pode comprar belíssimo artesanato norueguês é um ponto de partida para fazer caminhadas, nas montanhas da região Sunnmore, no Vale Norang, nas geleiras Hey, na Runde Island e até à aldeia de Viking Giske. É um porto base para a pesca do bacalhau e para operações CJE da frota de navegação no Árctico. O Parque do Mar de Atlanta, oferece grandes aquários, possibilidades de mergulhar e fazer belas fotos. O famoso fiorde Gayranger situado não muito longe da cidade, é classificado pela Unesco, como um dos mais belos lugares do mundo. A partir da cabana de montanha Fjellstua, obtém-se uma impressionante panorâmica da cidade, onde se podem fazer fotos espectaculares.


O Century


Pintar o olhar de azul... Admirar a terra de um lugar privilegiado... Aplaudir a festa, a alegria, e o glamour... Mergulhar na calma, na paz de uma gota imensa onde cada qual é rei e senhor... Rios, Mares e Oceanos… Onde viajam gentes de diferentes origens, diferentes cores e personalidades... Saltar de porto em porto, ocupando sempre o mesmo hotel, experimentar o requinte diário de um restaurante de luxo, a alegria da diversão a bordo, a tranquilidade única do navegar em mar alto, e o prazer da descoberta em cada porto, é o que na essência, traduz o viajar num cruzeiro, abordo destes navios, feitos expressamente para a realização de sonhos.