A Educação Proibida


A Educação Proibida (La Educación Prohibida) é um filme documentário que se propõe questionar as lógicas da escolarização moderna e a forma de entender a educação, visualizando experiências educativas diferentes, não convencionais que colocam a necessidade de um novo paradigma educativo.

Este é um documentário imperdível para todas as pessoas que sejam educadores, pais e todos aqueles que de alguma maneira, estejam envolvidas em atividades educativas e de crescimento de crianças.

Boa visualização…



Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=AeubY7iqQ2U
 

Dá que pensar!


A PERMANÊNCIA DA MILITÂNCIA INSURGENTE


A aposentação é uma fase da vida que sucede a muitas outras, umas por de mais inquietas, outras (in)utilmente seguras e outras ainda (talvez, poucas) de remanso aconchegado. Com a reforma apressa-se uma outra casta de desassossegos (e, sobretudo de ruturas) que suscita, na vida de cada um, inopináveis intimidações e/ou instigações, na contraditória presença de uma vida que se ausenta e de uma outra que, embora ainda ausente, se presta (por cumplicidade) ao diálogo da reinvenção. Apesar de alguns ganhos esperados, as perdas existem e o espectro da desagregação persiste em atrair (na sua peculiar crueldade) depreciações que envelhecem. Posto isto, interpelar (com convicção) o círculo e a materialidade do que (realmente) pode fazer sentido torna-se um eficaz antídoto para, com vantagem, alcançar um atraente porvir pese embora o que se abandona do tempo vencido.
Enquanto o corpo e a mente – solidários – permitem aspirar desses proveitos, há que cuidar desse bem, aliás cada vez mais escasso, destinando desígnios ao tempo incerto que o compõe. Confesso, que uma das atividades por mim adotada, por arreigada oposição ao politicamente conveniente, está no empenhamento aperfeiçoado da insurgência como prática libertadora de capturas múltiplas cevadas nesta (e por esta) paradoxal democracia. Nela, cria-se e faz-se prosperar uma cultura surreal (política e cultural) celebrando-se liberdades que, com descaro, se abastardam na densidade (própria e estranha) de tuteladas obediências que se impõem num angustiante crescendo. Dar forma à razão genuína, sentida e vivida como verdade, torna-se (assim) num experimento de recomeçados questionamentos e de infindáveis afinidades de reação e resistência.
Aqui, ali ou em todo o lado, não se pode dizer tudo, não se pode falar de tudo e muitos não podem sequer falar. O tabu, a ritualização e o privilégio dos que decretam e podem, aclaram assim os limites do dizível assinalando as sombras da inclusão (ou os territórios da exclusão) onde as singularidades se silenciam e os medos se escondem. O politicamente conveniente não é, nem poderia ser, um lugar rumoroso. Ele nada anuncia e a discrição é o seu poderoso disfarce. Habita (por isso), na excelência do silêncio, os lugarejos onde se engenha o domínio e a acomodação das verdades e dos saberes úteis. Verdades e saberes que obedecem a vontades de poderes combinados, embora nem sempre amigáveis, que dão forma e traçam os roteiros, beatos e amáveis, donde irrompe o dizível. A insurgência tem uma outra vontade, provavelmente avessa, não desconhecendo que os poderes renascem sempre e que sempre reagem onde a liberdade espreita. Assim sendo, a militância da insurgência regressa, igualmente sempre, ao prólogo de um texto que o legitima acreditando que o texto que sucede seja distinto, naturalmente para melhor…
Almiro Lopes, in Revista ESCOLAinformação (SPGL), de janeiro de 2013

O Medo que dá Medo


Muitas mães estão com medo de que os seus filhos sintam medo. Pedem para a escola não contar determinadas histórias e para trocar a indicação do livro que o filho deve ler. Elas também não deixam que as crianças assistam a filmes que, seja qual for o motivo, provoquem medo. Basta que o filme veicule uma ideia: nem precisa conter cenas aterrorizantes.

Essa reação dos pais leva a crer que o medo é necessariamente provocado por um motivo externo à criança e que é uma emoção negativa que os pequenos não devem experimentar. Vamos pensar a esse respeito.

Primeiramente, vamos lembrar que toda criança pequena sentirá medo de algo em algum momento de sua vida. Medo do escuro, medo de perder a mãe e medo de monstro são alguns exemplos. E esses medos não serão originados necessariamente por causa de uma história, de uma situação experimentada ou de um mito. Esses elementos servirão apenas de isca para que o medo surja.

Tomemos como exemplo o medo do escuro. De fato, é na imaginação da criança que reside o que nela lhe dá medo; o escuro apenas oferece campo para que essas imagens de sua imaginação ganhem formato, concretude.

É que, no escuro e em suas sombras, a criança pode "ver" monstros se movimentando e até "ouvir" os rugidos ameaçadores dessas figuras. No ambiente iluminado, tudo volta a ser a realidade conhecida porque a imaginação deixa de ter seu pano de fundo. Os rugidos dos monstros voltam a ser os sons naturais do ambiente. E as monstruosas imagens são diluídas pela claridade.

E por que é bom a criança experimentar o medo desde cedo? Porque essa é uma emoção que pode surgir em qualquer momento da sua vida e é melhor ela aprender a reconhecê-la logo na infância para, assim, começar a desenvolver mecanismos pessoais de reação.

A criança precisa reconhecer, por exemplo, o medo que protege, ou seja, aquele que a ajudará a se desviar de situações de risco. Paralelamente, precisa reconhecer o medo exagerado que a congela, aquele que impede o movimento da vida e que exige superação.

É experimentando os mais variados medos que a criança vai perceber e aprender que alguns medos precisam ser respeitados pelo aviso de perigo que dão, enquanto outros medos exigem uma estratégia de enfrentamento que se consegue com coragem.

A coragem, portanto, nasce do medo. E quem não quer que o seu filho desenvolva tal virtude?

Por fim, é bom lembrar que, muitas vezes, a criança procura sentir medo por gostar de viver uma situação que, apesar de difícil, ela pode superar. Cito como exemplo um mito urbano que provoca medo em muitas crianças na escola: "a loira do banheiro". Para quem não a conhece, é a imagem de uma mulher que assusta as crianças quando elas vão ao banheiro.

Uma escola decidiu acabar com esse mito. Por meio de várias estratégias conseguiu convencer os alunos de que isso não existia. Alguns meses depois, as crianças construíram outro mito para que pudessem sentir o mesmo medo que experimentavam quando se viam perseguidos pela "loira do banheiro".

E quantas crianças não choram de medo depois de ouvir uma história e, no dia seguinte, pedem aos pais que a contem novamente?

Conclusão: o que pode atrapalhar a criança não é o medo que ela sente, e sim o medo que os pais sentem de que ela sinta medo. Isso porque a criança pode entender que os pais a consideram desprovida de recursos para enfrentar os medos que a vida lhe apresenta.

Rosely Sayão, in Jornal Folha de São Paulo de 02-04-2013


Rosely Sayão é psicóloga e consultora educacional há mais de 30 anos.


Mario Sergio Cortella é um filósofo, possui Graduação pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira 1975, mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica 1989 sob a orientação do Prof. Dr. Moacir Gadotti e doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 1997, onde também é professor-titular do Departamento de Teologia e Ciência da Religião e da pós-graduação em Educação (Currículo), além de professor-convidado da Fundação Dom Cabral e do GVpec da FGV-SP.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=VhvmmDxcfrg / Wikipédia.org
 
 

A Roma Antiga


Ambição, conquista, luxúria, homicídio e o poder de uma tecnologia sem igual. Estas são as pedras fundamentais do Império Romano.
Por mais de 500 anos, Roma foi a mais imponente e avançada civilização do mundo. Governada por tiranos e visionários, a ambição e a sede de poder fê-los empreender obras de engenharia sem precedentes.
As construções colossais de Roma, como a Muralha de Adriano, a Ponte de César, o Coliseu, o Panteão, os Banhos de Caracala e a Casa Dourada de Nero, em Roma, e os Estádios, Palácios, Estradas e Aquedutos, que espalharam por 3 continentes, revelaram o poder e a promessa da civilização mais avançada do mundo.
Mas embora os romanos tenham dominado a paisagem com esses enormes feitos de engenharia, eles foram impotentes para evitar a própria autodestruição.
"Eles foram motivados por um ego cultural coletivo e essas estruturas eram símbolos das ideias de Roma".

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=2FlRwSte3P0; http://www.documentarios.org/video/detalhar/1153/roma_construindo_um_imperio___parte_01_e_02/

Ponte da Barca - Centro Histórico - 4º Dia - Parte II



Seguimos depois a pé para continuarmos a visita ao centro histórico de Ponte da Barca que é lindíssimo. A embelezá-lo, encontramos diversos monumentos dos mais emblemáticos da vila.

Pequena vila minhota de feição arejada, Ponte da Barca tem um tecido urbano antigo, com ruas estreitas, conservando ainda um dédalo de ruas bordejadas de casas tradicionais dos séculos XVII e XIX.

Por entre as suas antigas casas, dominadas pelo granito, descobre-se um valioso património, com destaque para o Pelourinho manuelino, implantado no centro da velha Praça do Mercado. Frente ao central Pelourinho, a olhar o Lima, encontra-se o Antigo Mercado do séc. XVIII, uma das obras mais emblemáticas da vila. Este peculiar mercado foi erguido em 1752 e constitui uma espécie de grande alpendre retangular com arcadas, que outrora era utilizado para alugar em parcelas aos feirantes em dia de mercado, abrigando-os do sol ou chuva, ou ainda como arrumação de barcos.

Dali até à Igreja Matriz, do século XVIII, é um pulinho. Sobe-se a larga e alta escadaria e em lugar elevado em relação à estrada, com uma bela vista pela frente, encontra-se a Igreja dedicada a São João Batista, com risco de Vilalobos e que possui no seu interior um belo e valioso recheio, onde chama à atenção uma variada talha dourada. À sua volta um belo e arejado largo, convida ao descanso e meditação.

Desce-se a larga escadaria e já na estrada, segue-se a caminho da Igreja da Misericórdia do séc. XVI, um pouco mais acimo do lado esquerdo, com a sua fachada rococó da segunda metade do séc. XVIII. A Igreja da Misericórdia encontra-se num largo, rebaixado em relação à estrada e servido por uma escadaria circular.

Caminha-se depois em sentido contrario, a caminho do Largo do Côrro e do lado direito ergue-se a bela Ponte Medieval, construída durante a regência de D. Pedro, na primeira metade do séc. XV, possuindo 10 arcos de bom diâmetro.

De facto, esta bela Ponte Medieval é o símbolo de Ponte da Barca a que a própria vila deve o atual topónimo. Outrora apelidada de “Nóbrega”, topónimo de provável origem celta, séculos mais tarde foi apelidada de “Barca”, devido ao atravessamento do rio Lima ser então efetuado por meio de uma barca. Posteriormente, aquando a construção de finais do séc. XIV do símbolo da cidade, esta bonita Ponte, passou a ser conhecida por “Ponte da Barca”.

Na realidade esta Ponte é para a vila de grande importância no domínio comercial, constituindo um forte ponto de passagem, centro e eixo regional na direção do litoral.

Mas a esta bela ponte está também ligado um costume antigo das gentes do concelho de Ponte da Barca. É costume antigo, na ponte que atravessa o rio Lima entre Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, fazerem-se batizados à meia-noite. O ritual era procurado por mulheres cujos partos costumavam ser difíceis, os filhos nasciam mortos, ou morriam em poucas horas.

Comecemos pela descrição da cerimónia que, como todos os atos religiosos, tem o seu ritual necessário.

Numa das noites do último mês de gravidez, a mulher prostrava-se na meia laranja brasonada no centro da ponte, antes da meia-noite. Aí, esperava-se a passagem da primeira pessoa, que faria o batizado utilizando água tirada do rio com um púcaro de barro suspenso numa corda. Essa pessoa, que seria chamada de padrinho, deveria passar por acaso e não propositadamente depois da meia-noite e antes dele não podia ter passado fôlego vivo, cão ou gato, ou fosse o que fosse.

Então esse primeiro fôlego humano (não poderia ser cão nem gato, pois não tendo “alma” é óbvio que não a poderia fazer o batizado) faria o batizado. A cerimónia do batizado faz-se de forma simples: embebido na água, um ramo de oliveira, asperge-se por três vezes, o ventre da mulher, repetindo a fórmula: - Eu te batizo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não se pode dizer «Ámen». Não se sabe bem por que razão, mas isso fica reservado ao padre, no outro batismo, depois do nascimento da criança. Também não se lhe põe nome, na impossibilidade de saber se será macho ou fêmea. Cumprido o ritual, o padrinho anima a mulher desejando-lhe uma boa hora no parto.

Finda a visita a Ponte da Barca, deixamos por um bocado o rio Lima para trás e seguimos viagem a caminho de Ponte de Lima, para ai lhe deixarmos um último adeus, a fim de encetarmos os quilómetros que faltavam para o final desta viagem, já em direção a casa.

No caminho ainda se parou para um lanche ajantarado numa área de serviço de autoestrada, na companhia de muitos peregrinos de Penafiel, que em excursão, vinham de Santiago de Compostela, e que tal como nós regressavam de um fim de semana alargado, voltando a casa.


Fontes: http://wikimapia.org/4240043/pt/Jardim-dos-Poetas; http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-ponte-da-barca-15596; http://www.uc.pt/fluc/eclassicos/publicacoes/ficheiros/humanitas51/08_Barbara.pdf ;http://www.noivarte.pt/site_marlene/Geral%20site/Batizado%20da%20Meia%20%20Noite.html;http://comunidade.sol.pt/blogs/paz/archive/2008/02/29/BAPTIZADOS-DA-MEIA-NOITE.aspx ;http://www.guiadacidade.pt/pt/poi-ponte-de-ponte-da-barca-14023

Ler mais sobre os tradicionais batismos da meia-noite no rio Lima em: http://www.lendarium.org/narrative/lenda-dos-baptizados-da-meia-noite/