Há doenças extravagantes que consistem em se querer ter tudo o que se não tem. Devemos ficar à espera de tudo o que vier a nós, sem desejarmos o que não temos. Desejando apenas o que vier. Cada espera não deve ser um desejo, só mesmo uma disposição para acolher.

André Gide

Passeio por Orvieto – Parte III

A partir da catedral enveredámos pela Via del Duomo, no sentido noroeste até encontrarmos novamente o Corso Cavour, a principal rua de Orvieto, que atravessa a cidade de leste a oeste.

No cruzamento das duas ruas, ergue-se a Torre del Moro, uma torre quadrangular com 40m de altura, que domina a Piazza Gualterio. À nossa frente, o Palazzo Gualterio com um portal renascentista, altamente decorado (1550). O edifício, austero e elegante ao mesmo tempo, está localizado na esquina do cruzamento em frente à Torre del Moro e foi construído na primeira metade do século XVI, para uma família rica e poderosa da cidade.

Ladeado pela imponente Torre del Moro, o Palazzo dei Sette é o mais bonito entre os que enfrentam o Corso Cavour. O edifício data do final do século XIII e originalmente pertencia aos Sete Senhores do Poder Judiciário, sendo também mais tarde possuído pelo Papado.

Também conhecida como Torre del Papa e Casa da Santa Igreja, o prédio foi doado à cidade pelo Papa Leão X (1515), tornando-se a sede da Câmara Municipal. Desenhado por Ippolito Scalza, o edifício foi profundamente reestruturado, na segunda metade do século XVI. No final do século XX, o prédio foi reformado para abrigar exposições e eventos culturais, tornando-se o centro cultural da cidade.

Uma porta leva à Torre del Moro. A torre é orientada quase exactamente sobre os quatro pontos cardeais e dela a vista varre a cidade e arredores. No topo da torre encontra-se o sino histórico, que tocava frequentemente para chamar os cidadãos às armas, durante as lutas entre os guelfos e gibelinos do início do século XIV. Outrora nela estavam gravadas as armas de Orvieto e o selo do povo, mas na segunda metade do século XIX, um relógio foi instalado.

A uma pequena distância a norte da Torre del Moro, encontramos a Piazza del Capitano del Popolo (Piazza del Popolo), onde se realizam mercados às quintas e sábados.

Nela encontramos o Palazzo del Popolo, construído em pedra vulcânica. É uma construção simples, que ainda mantém uma grandeza impressionante. A construção do palácio começou no séc. XIII num terreno que havia sido ocupada desde 1157 pelo Palácio Papal, construído no reinado do Papa Adriano IV.
O original Palazzo del Capitano era uma “loggia” com um só piso térreo, que foi usado como um lugar de mercado ou para as reuniões, onde o magistrado ia falar aos cidadãos. Este era o lugar onde os senhores ou representantes da lei das cidades vencidas, vinham prestar fidelidade a Orvieto.

A partir de 1596 uma das salas da secção inferior abrigava a Studium, a universidade, onde os estudantes de teologia da lei e da lógica, vinham estudar duas vezes por dia, cada vez que o sino do Palazzo del Popolo tocava, até 1651.

Existem poucos registos da antiga universidade após esta data. No entanto algumas fontes indicam que ela teve início em 1013 e tinha ligações com os monges beneditinos Graziano e Gozio de Orvieto, que teriam sido os seus iniciadores.

Fonte: http://en.wikipedia.org / http://travelitaliacom / http://www.planetware.com/orvieto

Idade

Os homens assemelham-se aos vinhos: a idade estraga os maus e melhora os bons.

Marie von Ebner-Eschenbach

"Felicidade é ter também a certeza de que a nossa vida não está passando inutilmente."

Érico Veríssimo

Passeio por Orvieto – Parte II

A visita continuou caminhando pelo Corso Cavour. É gostoso andar por Orvieto, respirar o seu ambiente medieval e deambular pelas ruas de paralelepípedos, ladeadas de lojas de artesanato, onde as suas belas cerâmicas se destacam.

Após uma breve paragem num bar/restaurante situado na Piazza Sant’ Angelo, para se degustar um pequeno lanche, seguimos a pé até à Piazza Fracassini, situada do lado direito do Corso Cavour e dali fomos até à Piazza del Duomo, onde se encontra a bonita catedral da cidade.
Orvieto gira em torno de sua catedral, uma das maiores obras-primas da arte gótica italiana, erguida entre 1290 e 1330. Quando se olha para a cidade à distância, vê-se o seu Duomo que se ergue no meio do penhasco planáltico de travertino avermelhado, em que a cidade foi construída, parecendo quase irreal. Mas quando temos o prazer de chegar próximo, ele torna-se absolutamente fascinante e espectacular.

A Catedral de Orvieto é um dos mais importantes exemplos da arquitectura gótica na Itália. O Duomo é conhecido principalmente devido à sua beleza e pelos famosos frescos de Luca Signorelli sobre o Juízo Final, que serviram de inspiração a Michelangelo para pintar o tecto da Capela Sistina, no Vaticano.

Também são famosos os magníficos portais de bronze da entrada do Duomo, que foram concluídos por Emilio Greco, um escultor cujo nome se tornou sinónimo de Orvieto, graças à sua colecção de 32 esculturas em bronze e 60 obras gráficas e as impressões que ele doou à cidade e que estão actualmente alojadas no Palazzo Soliano, situado na Piazza del Duomo, ao lado da catedral.

A fachada principal da Catedral de Orvieto é ricamente decorada com uma mistura deslumbrante de mármore policromado, esculturas e mosaicos. A entrada do meio e da rosácea central foram desenhados por Andrea Orgagna.

O interior, em estilo românico, possui inúmeras obras de arte, como o busto em bronze de Urbano VIII, feito por Bernini, a Madona e os Santos de Pinturicchio e belos frescos de Gentile da Fabriano, Filippo Lippi e Signorelli. Muito idêntica à de Siena no seu exterior, comparada com outras catedrais da Europa, a Catedral de Orvieto é formalmente a menos linear e que utiliza uma variedade maior de materiais.

Na Piazza del Duomo, além do Palazzo Soliano existe também o Palazzo Faina, ambos transformados em museus de prestígio.

No lado direito da catedral há um pequeno grupo de residências, que outrora foram do Bispo e do Papa, conhecidas como “Palazzo Papale”, onde está também situado o Museu Nacional de Arqueologia.

Fonte: http://www.argoweb.it/orvieto / http://pt.wikipedia.org

Felicidade - I e II


"Quem ama a fama faz a sua felicidade depender dos outros; quem ama o prazer faz a sua felicidade depender das suas próprias sensações; quem é inteligente faz a sua felicidade depender dos seus próprios actos."

Marco Aurélio, Meditações


"A felicidade humana geralmente não se consegue com grandes golpes de sorte, que poucas vezes acontecem, mas com pequenas coisas que acontecem todos os dias."

Benjamin Franklin

Sossego


Há mais sossego na simples melancolia do que em todas as alegrias muito altas.

Vergílio Ferreira

Injustiça


"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros."

Che Guevara

"Não há amizades, parentesco, qualidades, nem grandezas que possam ultrapassar o rigor da inveja."

Miguel de Cervantes

Passeio por Orvieto – Parte I


A nossa saída para a visita a Orvieto, foi realizada após a hora de almoço e pretendíamos estar na cidade até ao final do dia.

Fomos a pé até à estação de comboios de Orvieto, situada na base da colina. O terminal de funicular está situado fora da estação. Tentámos apanhar o funicular para a cidade, o que foi impossível, pois este estava encerrado para obras.
Assim apanhámos um autocarro urbano até à Piazza Cahen na borda oriental da cidade, perto da escarpa rochosa. A abordagem à cidade é um dos momentos mais gloriosos a recordar, sobre a visita de Orvieto.
O caminho até à cidade é magnífico e é realizado por uma estrada íngreme, ventosa e sinuosa, que nos proporciona uma paisagem deslumbrante da Úmbria, em especial sobre as amplas planícies circundantes, com vinhedos e campos de cultivo.
Entrar na cidade é uma delícia! Visitar a cidade significa caminhar através da história. A cidade não é grande e ao caminharmos pelo Corso Cavour, a espinha dorsal da cidade que nos leva ao centro histórico, encontramos muitos restaurantes, pizarias e geladarias, em ruas de paralelepípedos que se fragmentam em todas as direcções.

Com vários arcos de pedra, casas de pedra vulcânica com janelas bem pintadas e floridas, algumas ruínas, pequenas pracetas onde encontramos lojas de cerâmica pintada à mão e vários bares onde se servem os seus clássicos vinhos, Orvieto é sem dúvida um dos tesouros mais preciosos da Itália.

O Corso Cavour é uma estrada central, com passagem só para piões e que nos leva até ao centro da cidade. Pelo caminho encontramos a Piazza San Francesco ou Piazza Monaldeschi, onde se pode observar o portal do Palazzo Monaldeschi a residência de uma das famílias mais importantes da cidade. Mandado construir por Sforza Monaldeschi, o palazzo é um dos mais belos e melhor preservados da cidade.

Um pouco mais à frente encontrámos do lado esquerdo um pequeno estúdio/galeria de arte, com trabalhos fabulosos do actor, poeta, pintor e escultor Umberto Verdirosi, que podemos fotografar sem qualquer problema.

Verdirosi com 65 anos é hoje um dos artistas mais autênticos, com uma enorme excentricidade, reflexo de um espírito e de uma inteligência animada e construtiva, própria de uma sensibilidade subtil.

Em contraste, a tradição da arte figurativa é percebida e perseguida como uma necessidade e, sobretudo, como uma originalidade conquistada, dia após dia, com uma dose considerável de imaginação, faculdades e sentimentos que são agora quase sempre deliberadamente ignorados. A sua pintura do fantástico é simplesmente maravilhosa!


Fonte: http://wikitravel.org/en/Orvieto / http://www.cactuslanguage.com / http://www.myspace.com/verdirosi