No final da visita ao Santuário de Nª. Sª. da Peneda, seguimos viagem. O vale é suave e o declive repousante, prosseguindo o curso do rio da Peneda até à povoação de Tibo, local de encontro com o rio Veiga e também local de encontro dos dois caminhos que têm como arranque Lamas de Mouro e que ali se acabam por unir.
Em
Tibo, no cruzamento de estradas, pedimos ajuda a um grupo de senhoras que vinham do campo, para saber qual a estrada que deveríamos tomar, a fim de se poder visitar o maior número de
Brandas, pois as
Inverneiras ficavam de
Tibo para baixo.
A poente e mais chegadas ao vale, as
Inverneiras,
Tibo e
Rouças, rodeadas de um mar de milho e
Gavieira, a cabeça da freguesia. Em maior altitude, as
Brandas,
Junqueira,
Bosgalinhos,
Aveleira e outras...
Os seus habitantes possuem por vezes dois tipos de moradias: A
Branda, onde residem de Abril a Dezembro, quando a temperatura se suaviza e a
Inverneira, mais aconchegada contra os rigores da neve e dos gelos.
A dureza do clima e as necessidades de uma melhor gestão agro-pecuária, criaram a necessidade destas aglomerações duplas para os povos desta região. Habitadas alternadamente de Inverno, (
“as Inverneiras”, situadas em zonas mais baixas da serra, para onde levam família, mobílias e animais), e no Verão (
“as Brandas", em zonas mais altas da serra).
Seguimos a estrada que nos leva à Branda da Bouça dos Homens, que observamos à nossa direita e que se estende placidamente no terreno. No entanto a suavidade da paisagem é cortada a nascente, pela presença do relevo a nu das fragas e do bloco da Peneda, que domina o local de romaria.
Depois começamos a subir e em seguida atingimos a plataforma a mil metros de altitude, passando ao cruzamento que nos leva à Branda da Aveleira, que após uma boa subida, se observa do nosso lado direito.
Subimos ainda mais, por uma estrada bem íngreme e encontramos a Branda de S. Bento do Canto, lugar inóspito silenciosa que se estende junto à margem esquerda do caminho, acompanhando a estrada. Parece uma povoação abandonada e fantasma, não se vendo vivalma.
Bem mais lá em acima e já numa espécie de planalto, encontramos um cruzamento, junto a um campo de futebol, seguimos para a direita e mais à frente começamos a vislumbrar ao longe, solitária a Branda de Sto. António e a seguir, mais à frente e a alguma distância desta última e já na descida, a Branda da Senhora da Guia.
A vegetação é agora escassa, a serra mostra afloramentos rochosos de onde sobressai alguma vegetação arbustiva e rasteira, dominada por urzes e giestas, que dão um colorido impressionante e avassalador.
Atingimos o alto da serra. O caminho segue, por uma estrada em mau estado, toda esburacada, sempre a descer levemente, fazendo com que a nossa atenção se fixe no caminho, em vez de se olhar a paisagem.
Continuamos sempre a descer e passado algum tempo começam a aparecer algumas árvores, depois algumas casas e a vegetação dá lugar ao bosque. Estamos novamente em Lamas de Mouro, vindos da estrada da serra!...