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Porto - 7º Dia - Percurso Descoberta da Natureza - Parte III




Subindo para terrenos mais altos, deixamos o Vale do rio Febros. O percurso leva-nos até à instalação das raposas, animais preferencialmente carnívoros que apesar de abundantes no nosso território podem ser dificilmente observadas devido aos seus hábitos mais noturnos. Trata-se de um animal com elevada capacidade de adaptação podendo viver numa grande variedade de habitats, inclusivamente nos centros urbanos.


Depois segue-se o cercado das cabras-bravas que são de uma espécie semelhante à cabra do Gerês, provenientes de França. Em Portugal, a cabra-brava existiu até 1892, quando o último exemplar existente em estado selvagem foi abatido na serra do Gerês. No entanto parece que esta espécie voltou a ser vista nesta serra, tendo-se restabelecido uma população no lado espanhol. A domesticação das cabras ter-se-á iniciado no Irão, há mais de 9 mil anos e o seu antecessor terá sido a cabra-selvagem.


Em seguida observam-se os javalis, os antecessores do porco doméstico. A área de distribuição desta espécie encontra-se em expansão na Península Ibérica devido à alteração dos usos do solo bem como pela diminuição das populações dos seus predadores. Por outro lado, a atividade cinegética pode estar a ter um efeito limitante neste crescimento populacional. Nesta instalação podem observar-se três exemplares de javali: duas fêmeas e um macho, que se distingue com facilidade devido ao maior porte.
Em seguida observa-se a instalação para os corços. Os corços são os membros mais pequenos da família dos cervídeos europeus. Trata-se de um herbívoro cuja conformação corporal está adaptada ao salto. Em Portugal estão descritas duas áreas populacionais: a norte do Douro (populações selvagens) e a sul do Douro (populações reintroduzidas com fins cinegéticos). Os corços do Parque são de cativeiro, originários de França. Mesmo assim, são animais tímidos, pelo que, não havendo silêncio, será difícil vê-los.


Faz-se depois a chegada à Quinta do Bogas. À volta da Quinta do Bogas estão os burros, cavalos e vacas. Destas últimas, destaca-se a raça autóctone de bovinos Marinhoa, cujo solar se situa no distrito de Aveiro. Podem também ver-se burros e cavalos, ambos da família dos equídeos.
O burro doméstico teve origem em espécies selvagens dos desertos de África. Companheiro do homem há milhares de anos, tem capacidades de trabalho notáveis. Hoje, é uma espécie em rápida diminuição devido à mecanização da agricultura.


Os cavalos domésticos tiveram a sua origem numa população primitiva. Atualmente, em Portugal existe um cavalo que conserva ainda características primitivas. Estamos a falar do cavalo do Sorraia. O cavalo do Sorraia de origem portuguesa, é uma raça única no Mundo, redescoberta em 1920 por Ruy d'Andrade e cujos indícios remetem para a zona de confluência entre as ribeiras de Sor e da Raia (daí o seu nome), a Charneca de Coruche, onde haveria uma extensa população, popular entre criadores de gado e muito usado nos trabalhos do campo.


Bem perto dos cavalos também ali encontramos o bisonte-europeu, que originalmente viveu em toda a Europa tendo-se extinguido no estado selvagem em 1921 na floresta Bialowiesa, na Polónia. Salvou a espécie o facto de nessa altura haver 56 bisontes em parques e jardins zoológicos, o que permitiu a sua reprodução e o repovoamento em alguns dos seus habitats europeus. Ao contrário de Espanha, em Portugal, ainda não se encontraram provas que garantam a presença do bisonte-europeu no passado.


Desce-se depois para uma várzea e num altinho antes de chegarmos à receção do Parque Biológico de Gaia encontramos a Quinta do Chasco. A Quinta do Chasco, nome referido desde o séc. XV, e cujo último residente (1990) ainda era conhecido por esse nome. Foi a propriedade mais rica e importante desta zona.


Nas suas instalações podem encontrar-se mamíferos noturnos irrecuperáveis como é o caso das ginetas e fuinhas, bem como diurnos de que é exemplo o saca-rabos. É possível também observar algumas aves de rapina noturnas como as corujas, bufos e mochos, sendo que alguns destes, em estado selvagem, podem nidificar em ruínas.

No final da visita a partida para a viagem de volta a casa, que concluio estas breves férias de Natal.

Fonte: http://www.parquebiologico.pt/ http://www.infopedia.pt/Wikipédia.or

Porto - 7º Dia - Percurso Descoberta da Natureza - Parte II




Deixando a zona das instalações e colónias de aves e roedores, sobe-se em direção ao Biorama. O Biorama é composto por um complexo de exposições que reconstituem vários biomas – ou grandes comunidades ecológicas do nosso planeta - tais como a savana, as dunas, a floresta tropical e o ambiente no período mesozoico. Estas exposições fazem com que se fique a entender melhor a biodiversidade do nosso planeta e a fazer a distinção entre os vários biomas, por observação dos seus ambientes específicos com as espécies animais e vegetais que os preferem.

Descendo por um caminho alcatroado chega-se à colónia dos milhafres. Embora parecidos, há duas espécies de milhafres: o milhano e o milhafre-preto. O primeiro pode ser observado com mais frequência em planaltos da Beira interior. É residente e nidifica em árvores. Distingue-se do milhafre-preto e das outras aves de rapina diurnas pela cauda, grande e bifurcada. O segundo vive perto de cursos de água e zonas húmidas e é particularmente abundante nas bacias hidrográficas dos rios Tejo e Mondego. É migrador e visita Portugal durante o Verão, nidificando também em árvores.


É perto dos milhafres que durante algum tempo ficamos abrigados da chuva intensa e há espera que esta passasse. Quando a chuvada parou seguimos descendo sempre até à Quinta de Santo Tusso, um lugar calmo e muito bonito onde podemos observar vários animais domésticos, sendo de destacar as raças autóctones de galinha preta, galinha pedrês, o pombo mariola e o porco bísaro, que ali vi pela primeira vez.

Na Quinta de Santo Tusso também podemos observar os típicos campos de cultivo e hortas à volta do casario da quinta. No tempo certo, recebem as sementeiras, como a do milho, e o espigueiro e a eira são palco da desfolhada das espigas, uma atividade outonal que ali é aberta ao público.

Na realidade a Quinta de Santo Tusso, ou do Casalinho, é uma das mais antigas propriedades agrícolas desta região, que o Parque Biológico continua a manter em exploração, desde que foi adquirida.

Caminhando a partir da Quinta de Santo Tusso, até à Ponte sobre o rio, chegamos ao Moinho do Belmiro, na margem do rio Febros, que foi outrora um dos grandes produtores de moagem noutros tempos. A moagem de cereais era uma atividade muito importante no rio Febros, mas nos dias de hoje, poucos moinhos restam em funcionamento, "vítimas" da concorrência das moagens industriais. Este moinho de água foi recuperado em 1991 para mostrar como viviam os antigos moleiros e lavradores.

Fonte: http://www.parquebiologico.pt/ http://www.infopedia.pt/


 

Porto - 7º Dia - Percurso Descoberta da Natureza - Parte I




No 7º dia e último de férias, antes de voltarmos para casa, queríamos conhecer por dentro o Parque Biológico de Gaia. Embora estivesse a chover, naquela tarde iniciámos o percurso de descoberta da natureza.

Logo no início da visita observa-se uma Colónia de Garças. Neste espaço podem ver-se muitos espécimes de garça-branca-pequena, garça-boieira e goraz (ou garça-noturna). No mesmo espaço coabitam também muitos cágados: o cágado-mediterrânico e o cágado-de-carapaça-estriada.

 
Em seguida encontramos a instalação designada por Montado e Bosque. Nela pode observar-se o peneireiro-cinzento e o bufo-pequeno e ver retratados os seus habitats naturais. As aves ali existentes sofreram lesões que as tornaram irrecuperáveis para restituição à Natureza.
 

Um pouco mais à frente aparecem os grous. Ao longo do percurso podem encontrar-se duas espécies de grou: o grou-comum e o grou-pequeno. O grou-comum pode ser observado no nosso território durante o Inverno, migrando para o Norte da Europa na Primavera. Os exemplares de grou-comum do Parque Biológico podem ser observados em regime de semiliberdade.

 
Na instalação seguinte encontram-se tartarugas exóticas como a tartaruga-de-orelhas-vermelhas e a tartaruga-falsa-mapa.
 

Em seguida aparece-nos o Refúgio, um grande cercado com diferentes espécies que coabitam no mesmo espaço em semiliberdade. Entre elas, a cegonha-branca e o corço, mas um olhar mais atento descobre algumas outras espécies.  

 
Ao Refúgio segue-se a colónia de aves marinhas e de estuário. Ali podem observar-se alguns espécimes de ganso-patola, a maior ave marinha existente ao longo da costa portuguesa. O ostraceiro que é uma ave limícola inconfundível visto possuir um proeminente bico de cor laranja intenso. A garça-real que é a maior das garças que ocorrem no nosso território e também ali pode ser observada em liberdade.
Mais à frente pode observar-se um casal de perna-longa, elegantes aves de estuário que fazem jus ao seu nome, com as suas delgadas e longas pernas cor-de-rosa.

 
Seguem-se pelo caminho duas instalações de corvídeos, onde podemos ver alguns exemplares de gaio, pega-rabuda e corvos. Como é característico da maioria dos corvídeos estes animais são excelentes imitadores, podendo até pronunciar algumas palavras. Atualmente o corvo é escasso no nosso território, habitando sobretudo no interior o país. A gralha é semelhante ao corvo mas de porte menor.

Os gamos, texugos e toirões aparecem-nos na instalação que se segue. Os gamos são herbívoros habitantes de bosques e parques. São animais que formam grupos numerosos.

 
Os texugos e os toirões foram outrora comuns no nosso país e facilmente observáveis na proximidade de terrenos agrícolas e pastagens. São animais vigorosos e predadores de médio e pequeno porte da mesma família, com hábitos essencialmente noturnos que habitam por quase toda a Europa. Atualmente a sua observação em estado selvagem pode ser difícil. São omnívoros de hábitos noturnos e vivem socialmente em complexas galerias de tocas subterrâneas. Ali também se encontram alguns exemplares domesticados, como os furões, com características muito semelhantes ao toirão.

Fonte: http://www.parquebiologico.pt/ http://www.infopedia.pt/

Porto - 6º Dia - Porto - Cais de Gaia e Passagem de Ano de 2012 na Ribeira



O 6º dia acordou chuvoso. Nas árvores e arbustos o som da passarada era mais abafado, pois havia que recolher da chuva. E como os dias de férias são sempre uma bênção, aquele penúltimo dia no Parque Biológico de Gaia foi passado a descansar e dormiu-se até mais tarde.

A saída ao final da tarde do parque foi realizada de táxi, que nos levou diretamente até ao Cais de Gaia. Antes de caminharmos até à Ribeira para ali passarmos o fim de ano, queríamos percorrer toda a zona ribeirinha da cidade de Gaia, para observarmos as mudanças ocorridas desde a nossa última estadia na cidade, há já alguns anos atrás.

Situada na margem esquerda do rio Douro, diante da cidade do Porto, Gaia está ligada a esta por cinco pontes: as pontes de D. Luiz I, da Arrábida, do Freixo, de D. Maria Pia e de S. João, sendo estas duas últimas ferroviárias. Uma nova ponte foi construída, mesmo ao lado da centenária D. Luiz I, a Ponte do Infante, a mais esbelta de todas.

Situando-se no sopé de Gaia existiu na Idade Média, o Portus Cale, que veio a dar origem, segundo vários historiadores, ao nome do nosso país, Portugal. Desde essa altura que Gaia é um importante entreposto vinícola, em especial do Vinho do Porto, a partir do séc. XVIII.

Depois de muitas décadas ao serviço da atividade portuária de mercadorias, o Cais de Gaia, nos últimos anos ganhou nova vida, transformando-se num espaço de convívio, animação e lazer.

Esta zona ribeirinha representa hoje uma área com grande potencial turístico e é ali que encontramos o seu Centro Cultural. Os equipamentos construídos orientam-se pelo alinhamento do cais, alternando construções baixas e espaços livres reduzindo o impacto volumétrico sobre a margem de modo a manter uma excelente visibilidade sobre o casco urbano da zona histórica de Gaia.
 
 
Utilizando materiais que reforçam a leveza e a transparência das fachadas, como as largas vidraças, os edifícios são basicamente de dois pisos, cujas coberturas inclinadas participam no jogo dinâmico das silhuetas características dos armazéns das Caves do Vinho do Porto.

De todo o Cais de Gaia e particularmente das esplanadas dos pisos superiores, desfrutam-se inesquecíveis vistas sobre o rio Douro e a paisagem Património Mundial da Ribeira do Porto.

Participante e ativo no vaivém das gentes e dos barcos que fizeram a história do vinho do Porto, o Cais de Gaia é nos dias de hoje o polo central da vivência urbana.

Passando a Ponte D. Luiz a pé, rapidamente se chega à Ribeira onde iriamos passar grande parte da noite daquele dia 31 de dezembro.

Na esplanada aquecida do restaurante Mercearia, estivemos tranquilamente sentados, na companhia das pessoas de que mais gostamos, admirando o espetáculo proporcionado pela paisagem, sem esquecer a garrafa de champanhe e as doze passas.

À beira-rio, em pleno centro histórico,com o Douro aos nossos pés, e mais tarde pelas vielas da Ribeira cheias de gente, a noite decorreu sem sobressaltos e o novo ano de 2012 foi recebido como sempre, com a certeza que este só será realmente novo, se nele fizermos coisas novas.

Fonte: http://www.caisdegaia.com/ http://www.vngaia.online.pt/

Porto - 5º Dia - Porto - Cais da Ribeira - Parte VI



Na zona da Ribeira é também de notar o traçado das ruelas, as casas encavalitadas colina acima, os largos minúsculos com fontanários e alminhas com santos ausentes, que nos dão uma visão próxima da antiguidade da área confinada.
Seguimos para a beira-rio e vamos desembocar na Praça da Ribeira, junto ao Cais com o mesmo nome, que é uma das praças mais antigas da cidade, já mencionada em cartas régias em 1389, embora com uma traça diferente da de hoje em dia.

Ali olhando o cais até à ponte, não é difícil imaginar a agitação do antigo porto medieval, onde uma multidão de mercadores, cobradores de impostos, peixeiras de canastras equilibradas à cabeça, marinheiros, compradores, ladrões e prostitutas, se misturavam na azáfama do dia-a-dia, naquela que era uma zona fervilhante de comércio, com tendas e uma lota.
No antigo Cais da Estiva, hoje Cais da Ribeira, principal ancoradouro da cidade, já só existem pequenos veleiros em vez de naus, enquanto os barcos rabelos, agora motorizados, transportam turistas no lugar dos tonéis de vinho.
Depois dali de baixo e já sentados na esplanada do Restaurante Mercearia, à espera do jantar, olha-se a bela Ponte D. Luís I, que faz a travessia para a outra margem, facilitando a vida do presente, para que não se esqueçam as agruras do passado.
Reza a história que outrora no lugar onde está a ponte, a travessia se fazia através de um passadiço assente em embarcações, a Ponte das Barcas, que em março de 1809, surpreendeu a população, aquando do avanço das tropas napoleónicas sobre a cidade, quando esta fugia em direção a Gaia. Demasiado frágil, a passagem não resistiu ao peso excessivo dos passantes e acabou por ceder colhendo inúmeras vidas.
Ali perto, próximo da ponte, logo no início do Cais da Ribeira, um baixo-relevo em bronze colocado numa parede, da autoria de Teixeira Lopes (pai), conhecido como as “Alminhas da Ponte”, reproduz o acontecimento. Velas sempre acesas e por vezes algumas flores, frescas ou de plástico, provam que este dia de tragédia se mantém vivo na memória dos locais.

Bem perto das “Alminhas da Ponte”, fica o Restaurante Mercearia, escolhido por nós naquele dia, e também para a noite de fim-de-ano. É um restaurante, simples e muito simpático, que iniciou a sua atividade há mais de 20 anos. O seu nome Mercearia é uma homenagem aos merceeiros que povoavam outrora a zona ribeirinha, junto ao rio Douro, desde o séc. XVI, que sempre fervilhou com a quantidade de merceeiros e negociantes.

Mesmo no inverno as esplanadas aquecidas da Ribeira, convidam ao repouso sem que no entanto se deixe de olhar a ponte, o rio, o cais e a encosta de Gaia, onde cintilam os letreiros luminosos das caves do famoso vinho do Porto. É uma experiência inesquecível e um deslumbramento para os sentidos.
 
Fonte: http://retratosdeviagens.blogspot.pt/ http://www.rotas.xl.pt/ Wikipédia.org / http://www.guiadacidade.pt/

Porto - 5º Dia - Praça Infante D. Henrique, Mercado Ferreira Borges e Igreja de São Nicolau - Parte V




 
A saída do Palácio da Bolsa já foi feita de noite, pois estávamos no Inverno e os dias são muito mais curtos. De cima das escadarias do Palácio observa-se bem a Praça que homenageia o Infante D. Henrique, a mais importante figura do início dos descobrimentos portugueses e que, segundo a tradição, terá nascido nas proximidades, na chamada Casa do Infante, em 1394.
 
O terreiro que atualmente constitui a praça, é de grande declive, e outrora fazia parte integrante da cerca do Convento de São Domingos, situado no vizinho Largo de São Domingos. Mais tarde a construção à sua volta de edifícios de grande prestígio, acabou por conferir ao largo uma monumentalidade ímpar.

Do lado esquerdo, no topo da Praça destaca-se o edifício vermelho do Mercado Ferreira Borges. Construído em 1885 para substituir o já velho Mercado da Ribeira, apesar de nunca ter cumprido as funções para as quais foi originalmente destinado, em virtude da reticência dos negociantes em deixar o mercado anterior, o Mercado Ferreira Borges é hoje utilizado para exposições e feiras de âmbito cultural. O nome do mercado homenageia um dos portuenses mais ilustres do séc. XIX, José Ferreira Borges, um jurisconsulto e político que esteve na génese da implantação do regime liberal em Portugal.

Olhando em frente e elevando os olhos a nascente, observa-se o Bairro da Sé, dominado pelas torres iluminadas da Catedral, com o Palácio Episcopal ao seu lado.

À direita fica a zona baixa da Praça, onde se observa a elegante fachada da Igreja de São Nicolau e descendo a escadaria é para lá que nos encaminhamos. No alto da fachada, encontra-se um frontão cortado por um nicho, com a imagem calcária do padroeiro. Passa-se o adro gradeado em ferro forjado e entra-se na Igreja. O interior do templo de uma só nave é coberto por uma abóbada em tijolo. No altar vê-se um belo retábulo rococó, em talha dourada, que é da autoria de Frei Manuel de Jesus Monteiro e um painel do pintor João Glama. No interior do templo encontra-se também uma imagem de Santo Elói, patrono dos ourives.

Saindo para o exterior dirigimo-nos para a Igreja de S. Francisco, situada num alto e ao lado das traseiras do Palácio da Bolsa, que infelizmente já se encontrava encerrada, pelo que a sua visita ficou adiada até nova visita à cidade do Porto.

Ruma-se à Ribeira mesmo ali á beira. Nesta zona, a vida desenrola-se em vielas tão apertadas que mesmo de dia o Sol só ali se demora por breves instantes. Nas ruelas solta-se o calão mais denso do burgo, as crianças descem pelos corrimões que dividem as escadarias, a água escorre pelos passeios e sons domésticos misturam-se com os dos restaurantes que por ali abundam. Não fossem alguns sinais que denunciam o século XXI e julgaríamos ter viajado até à Idade Média, tal é a atmosfera, a estreiteza das ruas escuras, os odores inclassificáveis.
Fonte: http://retratosdeviagens.blogspot.pt/ http://www.rotas.xl.pt/ Wikipédia.org / http://www.guiadacidade.pt/

Porto - 5º Dia - Praça do Infante D. Henrique, Palácio da Bolsa - Parte IV


 
Caminhando pela rua Mouzinho da Silveira no sentido descendente, chega-se à Praça do Infante D. Henrique, uma ampla mas acolhedora praça. Existente desde 1885, esta praça está rodeada de edifícios interessantes, como o Mercado Ferreira Borges, a Igreja de S. Nicolau, e sobretudo, o emblemático Palácio da Bolsa, em estilo neoclássico, dos mais notáveis do País, de visita imprescindível. Era precisamente para ali que nos dirigíamos, a fim de o visitarmos.

Em frente do Palácio da Bolsa, um jardim, sob o qual foi construído um parque de estacionamento subterrâneo, onde se destaca no centro um monumento ao Infante D. Henrique, o "Príncipe Navegador", erguido por ocasião do 5º centenário da sua morte. Num pedestal de granito, podem ver-se vários grupos de esculturas, sendo uma a “Vitória” que conduz dois corcéis e dois tritões, uma alegoria ao triunfo das navegações portuguesas, e uma figura feminina que simboliza a Fé levada nos Descobrimentos. Podem ver-se ainda uns relevos, nos quais está representada a conquista de Ceuta e o Infante na Ponta de Sagres. Por fim o conjunto está coroado pela estátua em bronze do Infante, junto a um globo terrestre.

Dirigimo-nos então ao Palácio da Bolsa de Valores, que foi construído em 1842 e reflete o florescimento comercial da época, na cidade do Porto.

Sede e propriedade da Associação Comercial do Porto - Câmara de Comércio e Indústria do Porto, o Palácio é um dos principais ex-libris e polos de atração turística da cidade e da Região. Palco da maioria das receções oficiais do Estado no norte do País, pelo Palácio da Bolsa têm passado governantes, altos dignatários e os principais estadistas mundiais do séc. XX.

O palácio, estruturado em planta retangular, desenvolve-se em torno de um pátio central, com telhado de quatro águas de diferentes níveis e com uma ampla claraboia. A fachada principal, com dois pisos (virada a oeste), emana uma certa austeridade proveniente do classicismo das suas linhas arquitetónicas.

Entramos no Palácio da Bolsa e após a compra dos bilhetes seguiu-se a visita guiada, realizada em três línguas.

O interior do edifício pauta-se por uma certa grandiosidade, que logo se pressente no Pátio das Nações, que nos recebe em festa, com tremendo barulho, levando-nos a pensar que seria uma sorte não serem quebradas as vidraças da abobada. Decorria ali o ensaio geral para a noite de fim de ano, que decorreria no dia seguinte ao da nossa visita.
O Pátio das Nações é um pátio central coberto por uma grande abobada envidraçada, sustentada por uma complexa estrutura metálica. O ritmo arquitetónico é marcado através das pilastras caneladas que percorrem os alçados interiores, alternando com o uso de arcos plenos, também envidraçados. À sua volta desenvolve-se uma varanda no primeiro piso a toda a sua volta, com balaustrada em ferro.

Na visita as fotos são proibidas, pelo que as imagens aqui colocadas foram retiradas da internet. Nela destacam-se algumas das salas nobres do segundo piso, dignas de referência, tais como a Sala das Assembleias Gerais, com o teto estruturado em madeira e delineado a ouro; a Sala da Direção, que possui um teto delicadamente coberto de estuque dourado; o Gabinete da Presidência cujas paredes se encontram pintadas com representações alusivas à Agricultura, à Indústria, ao Comércio e à Construção Naval; o Tribunal do Comércio de enorme interesse histórico; a sumptuosa Sala do Presidente, com os retratos pintados dos vários presidentes da Câmara de Comércio. Nesta Sala dos Retratos, encontra-se uma famosa mesa do entalhador Zeferino José Pinto que levou três anos a ser construída, revelando-se um "exemplar altamente qualificado em todas as exposições internacionais a que concorreu".

Porém, de todas é o Salão Árabe, que detém o maior destaque de todas as salas do Palácio. De planta oval e forte gosto revivalista, coberto de estuques do séc. XIX, com representações de caracteres arábicos vermelhos e dourados, que contrastam com o tom azul que reveste o teto e as arcadas preenchem as paredes e teto da sala, com desenhos a azul e ouro, constituindo o expoente máximo do Palácio. É neste salão que têm lugar as homenagens aos chefes-de-estado que visitam a cidade.

Fonte: http://www.minube.pt/ http://pt.wikipedia.org/ http://www.guiadacidade.pt/ http://www.igespar.pt/

Porto - 5º Dia - Rua Mouzinho da Silveira e Rua das Flores - Parte III

 



Deixa-se o Largo 1º de Dezembro e caminha-se pelo largo passeio descendente da Avenida D. Afonso Henriques até à Estação de S. Bento.

 
Como a nossa intenção era ir jantar à zona ribeirinha do Porto, a partir da Praça de Almeida Garrett (outrora o Largo de São Bento),enveredámos pela rua de Mouzinho da Silveira, que desce à Ribeira.


A rua descendente de Mouzinho da Silveira é uma importante artéria do centro da cidade do Porto que foi profundamente marcada por um perfil comercial relacionado com a proximidade da Estação de São Bento, tendo historicamente cumprido um papel, hoje ultrapassado, de grande importância para o abastecimento das áreas rurais do Minho e Douro, nomeadamente em sementes, equipamentos para a lavoura, santos, balanças, rolhas…, com muitas dessas lojas antigas ainda nos nossos dias em laboração. Sempre abarrotada de gente, que desce ou sobe, para ou da zona Ribeira.
É ali que encontramos a antiga Casa da Companhia, onde funcionou a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criada pelo marquês de Pombal.



Nesta rua é também de notar um grande fontanário situado do lado esquerdo de quem desce, uma reconstrução semelhante à primitiva, de uma antiga fonte que naquela rua tinha existido no passado. É uma fonte de grandes dimensões, toda em granito trabalhado e de forma semicircular, que se encontra inserida num paredão de granito que sustenta a estreita rua dos Palames, que passa em cima, num plano bastante superior. No centro da fonte, há uma concha estilizada, tendo, por baixo, cinco retângulos e nos sobrepostos às extremidades do tanque estão colocadas as duas bicas.



Pelo caminho faz-se um pequeno desvio e sobe-se pela rua das Flores, para depois novamente se descer. O seu nome provém das viçosas hortas, recheadas de flores, que existiam nos terrenos por onde a rua foi aberta, as outrora chamadas as hortas do bispo. Há época era bispo do Porto D. Pedro Álvares da Costa, cuja tamanha devoção por Santa Catarina do Monte Sinai explica o nome inicial do arruamento: "Rua de Santa Catarina das Flores".

Outrora era uma rua onde viviam as elites da cidade ligadas à aristocracia urbana, bem como famílias ligadas à administração municipal da cidade e da Coroa, mercadores, frequentemente nobilitados, e alguns cristãos-novos, sendo a rua conotada com um forte caráter elitista, podendo ali observar-se alguns belos edifícios brasonados. Por trás das fachadas (algumas revestidas com lindos azulejos), estão algumas das melhores joalharias atuais da cidade do Porto.

No entanto, a zona alta da rua foi habitada por homens ligados, sobretudo, aos ofícios, como mecânicos, sapateiros, caldeireiros, serralheiros, pedreiros, ferreiros, etc. Também fixaram residência nesta rua comerciantes e industriais, barbeiros sangradores, cirurgiões, bem como alguns clérigos e juízes-de-fora.

Fonte: http://axanaxplease.com/ https://maps.google.pt/ http://pt.wikipedia.org/