Mostrando postagens com marcador Outono 2011 - Sintra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Outono 2011 - Sintra. Mostrar todas as postagens

Sintra - Noite do 3º Dia - Caminho da Luz, Lumina IV




Ponto 12 - Escadinhas Félix Nunes - Título da obra: “não fosse, desde já, um admirável e surpreendente esforço chegar aqui… prossigo!”

Embora fora dos percursos habituais no centro da vila, mas sempre aliciantes de se fazerem, são as ruelas e escadinhas da vila antiga. Foi ali no meio do labiríntico seio da vila velha, que encontrámos no cimo das Escadinhas de Félix Nunes, um gigante luminoso, que mais parecia estar “chorando” e uma de suas lágrimas, escorresse com luz própria por aquelas escadinhas abaixo. Esta ‘lágrima de luz’ fazia parte de uma escultura de André Banha em madeira, iluminada no seu interior, criando uma aura muito especial na ruela inclinada.

Ponto 13 – Igreja de São Martinho“Lumières d’aveugles”
Logo a seguir e no meio do emaranhado de ruelas, aparece a Igreja procurada. Entrando na Igreja de São Martinho, observavam-se logo vários monitores que nos mostravam relatos extraordinários de cegos que testemunhavam a exploração das suas perceções. Este era um trabalho da artista francesa Pierrine Lacroix, que pretendia ser uma viagem a um outro tipo de perceção sensorial, que demonstrava uma espécie de mundo paralelo ao de quem vê, construído com reflexos de luz percecionados por cegos.

Ponto 14 – Finalmente caminha-se ao encontro da última projeção marcada no Caminho da Luz, que nos esperava no Edifício do Turismo. Com o nome de “Moon Mountain” e já explicada na descrição da primeira noite da Lumina – Festival de Luz, esta projeção multimédia, tinha como tema principal a evocação Monte da Lua, como ali é chamada a Serra de Sintra. Era uma projeção também feita sobre a fachada principal deste edifício, tendo como base a inspiração da envolvência mística e da sua vegetação verde, demonstrando como a luz da Lua nos pode guiar através do nosso inconsciente e mostrar-nos novas ideias, que nos podem enriquecer neste mundo, em que somos meros convidados durante os anos da nossa sobrevivência.

Ponto 15 – No interior do Edifício do Turismo, também podíamos brincar com a nossa própria sombra, que era repetida indefinidamente. Funcionando como uma “mise en abysme” que repetia uma obra dentro de outra infinitamente, esta projeção (“Shadow in Depth - Sombra em profundidade”) utilizava em tempo real, apenas branco e o negro, que lhe conferia um sentimento de intemporalidade no qual nos podemos perder. A interatividade desta obra não passava por nenhum interface, não havendo barreiras entre ela e o utilizador.

Findo o Caminho da Luz, voltámos à autocaravana, e como esta já estava sem baterias, resolvemos regressar a casa, para no dia seguinte ainda termos um dia de descanso, antes de se iniciar uma nova semana de trabalho.

Fonte: http://www.sintraromantica.net/ http://www.streetartportugal.com/

Sintra - Noite do 3º Dia - Caminho da Luz, Lumina


Ponto 9 – Projeção interativa – “Parque dos Castanheiros”
Já bem perto da Vila Velha, uma projeção interativa chama a nossa atenção, é o Parque, uma instalação com uma forte mensagem ecológica em que o crescimento de uma floresta virtual é determinado pela atenção que recebe por parte do público. Ao fazer movimentos positivos com o corpo, o público pode gerar novas árvores ou fazer crescer as já existentes. Se uma árvore for deixada sem atenção durante muito tempo vai minguar e eventualmente desaparecer. Este trabalho pretendia demonstrar a relação direta entre a ação humana e a preservação da natureza.

Ponto 10 – Edifício do Museu do Brinquedo – Nome: “Pin-Ball Os Plasticos”
À entrada do centro histórico esperava-nos uma projeção interativa, que transformava a fachada o Museu do Brinquedo num brinquedo gigante. Era uma máquina de flippers (pinball) gigante, em que a própria traça do prédio era uma parte do jogo. Janelas, colunas, etc. são obstáculos para a bola.

Tal e qual como nas máquinas de flippers, aqui também existe uma história, inspirada numas personagens criadas por Nuno Maya e Carole Purnelle com lixo que o mar devolve para as praias. Com a bola de flippers, pretendia-se que se destruíssem esses bonecos, que apareciam projetados durante o jogo, sensibilizando daquela forma os espectadores para uma causa ecológica. O próprio público controlava o jogo, através de uma plataforma idêntica a uma verdadeira máquina de flippers, situada na rua em frente do edifício do Museu do Brinquedo.
Ponto 11 – Mais à frente em pleno Centro da Vila, novamente podemos ouvir Ruy de Carvalho, projetado no Palácio Nacional de Sintra, recitando os velhos versos, mas sempre atuais do Poema “Camões” (1825), de Almeida Garret.
“Oh! nobres paços da risonha Sintra
Não sobre a roca erguidos, mas poisados
Na planície tranquila, — que memórias
Não estais recordando saudosas
Dos bons tempos de Lísia!”…

Fonte: http://www.sintraromantica.net/ http://www.streetartportugal.com/

Sintra - Noite do 3º Dia - Caminho de Luz - Parte II

Ponto 5.1 (Instalação 2): Continuamos a percorrer a Volta do Duche e a meio da volta, encontrámos a segunda Instalação (Título da Obra: “Antípoda”) do Caminho da Luz. Esta Instalação de Miguel Palma traduzia-se numa tenda montada num passeio com vista, como se fosse um miradouro. No seu interior encontrava-se um telescópio que percorre a paisagem da vila de Sintra, que ao mesmo tempo também pode perscrutar os céus, focando a Lua no seu todo. As imagens recolhidas durante o dia por este telescópio campista, são gravadas para durante a noite a tenda ser tela de projeção e ser revelada a vista diurna do campista.
Ponto 5.2 – Um pouco mais à frente, ainda na Volta do Duche uma nova Instalação depara-se-nos no Caminho da Luz. É uma Escultura/Instalação de Bernard Murigneux, com o nome “Simbiontes”.

 É uma Instalação que pretende levar-nos a um mundo místico, como é a própria Serra de Sintra. Como se sabe um Simbionte é uma criatura alienígena fictícia que faz parte do universo do Homem-Aranha.

A explicação do autor é que “Os Simbiontes vivem sozinhos ou em pequenos grupos e o propósito da sua visita é… bem, não é muito claro. O seu aspeto e os sítios onde aparecem causam espanto. Serão seres vivos ou cavernas vazias? É difícil apontar a sua origem. Eles estão entre a matéria orgânica e a construção, o natural e o artificial. Os tamanhos deles vão desde a escala humana ao colossal, aparecem em paragens de autocarro ou suspensos no ar e conversam, comunicam com quem passa. Será a missão dos Simbiontes colocar questões no transeunte a propósito do significado da nossa residência e existência material? Rumores dizem que já foram avistados na Estónia e em florestas na França, será que os veremos em Sintra?”
Nesta Instalação este artista francês expõe-nos problemas relativos ao espaço e à ocupação do mesmo. As suas colagens de arquitetura ficcional feitas a partir de edifícios existentes revelam que o espaço é o ponto central da sua pesquisa.
Ponto 6 (intervenção participativa) – Já no final da Volta do Duche, depara-se o Parque da Liberdade aberto. Para lá confluem muitos dos transeuntes que naqueles dias visitaram Sintra. Entra-se e a luz acompanha-nos.

O Parque de Liberdade contém cerca de 60 espécies diferentes de plantas e foi o palco de uma intervenção do Dekka Studio. Esta intervenção propunha a transformação do Parque, durante o Festival de Luz - Lumina, para criar um ambiente alternativo de exploração noturna. Este trabalho pretendia fazer a sugestão de um simples prazer: Um passeio noturno pela natureza com uma iluminação suave e com pequenos apontamentos e surpresas de luz. Os visitantes desta instalação eram convidados a trazer as suas lanternas de casa, usando-as a seu belo prazer dentro e fora do parque!
Ponto 7 – Mais à frente depois da saída do Parque da Liberdade, a Fonte Mourisca é também objeto de participação no Caminho da Luz. A intervenção para aqueles dias no Festival de Luz, para a Fonte Mourisca, um dos ícones de Sintra tinha o titulo “Harém-Cliché”.

Ali se representavam sketches que pretendiam mostrar o que podia acontecer quando se misturam "Luz e Sombra", "Água e Azulejo", "Poesia Erótica de Luso-Árabes da Idade Média e estereótipos ocidentais de falsos orientalismos", numa fonte neo-mourisca em plena rota da Luz. Talvez uma inesperada visão burlesca de peep-show/teatro de bolso trasvestindo a fonte em gruta secreta de Harém. Este “Harém-Cliché” foi naqueles dias uma irreverência performativa da Utopia Teatro.

Fonte:http://www.streetartportugal.com/ Panfleto Sinrartes 2011 da CMS

Sintra - Noite do 3º Dia - Caminho da Luz - Parte I

Anoiteceu no caminho de volta desde o Palácio de Seteais ao centro histórico de Sintra. A escolha do restaurante para o jantar, recaiu num que tinha uma esplanada em frente do Palácio Nacional de Sintra, de onde com facilidade podíamos assistir, mais uma vez, aos espetáculos da “Lumina, Festival de Luz”.
Degustando um saboroso prato de “bacalhau à lisbonense”, íamos admirando as projeções multimédia que transformavam o Palácio de Sintra. Num cenário virtual com várias animações, efeitos de luz e ilustrações, íamos ouvindo e vendo projetado na fachada frontal do palácio, o ator Ruy de Carvalho, narrando-nos a Sintra de Almeida Garrett.

Depois do jantar e da compra das famosas queijadas e travesseiros de Sintra, percorremos a pé, no meio de enorme multidão, a Volta do Duche, a caminho da Estação Ferroviária, onde se iniciava o percurso do Festival de Luz – Lumina.
Ponto 1: Logo à saída da Estação, podemos ver uma grande escultura participativa, com o logotipo da ACAPO. Nela o público era convidado a assumir o papel de criador desta obra coletiva, que tinha como objetivo social, comprar e colocar velas acesas na estrutura escultórica, para “Dar Mais Luz a Quem Não Vê”. O valor angariado reverteu a favor da ACAPO, para esta desenvolver melhor as suas atividades em prol dos deficientes visuais.

Ponto 2 (Instalação 1): Já novamente a caminho da Vila Velha observa-se uma Instalação, situada na Casa REFER, denominada “Grande Volante VIII”. Esta instalação de Fabrizio Corneli é uma obra realizada com luz artificial e constituída pela projeção de imagens de seres humanos desenhados a partir das sombras de pequenas peças de chapa recortada. A luz vinda do fundo permitia que a figura fosse projetada como se estivesse suspensa em levitação.
Ponto 3: Antes do início da Volta do Duche, para-se novamente, em frente do Edifício Café Saudade, que naquelas 3 noites, tinha como base uma projeção da azulejaria de Lisboa, exibindo uma projeção multimédia composta por vários padrões. Através de uma plataforma interativa, era captado o movimento das pessoas que por ali passavam e paravam. O artista, através da manipulação dessas imagens, projetava os padrões na fachada do edifício, permitindo a quem por ali passasse, integrar a obra de arte, que misturava os dois elementos padronizados: os peões e os azulejos.

Ponto 4: Já no início da Volta do duche, para-se do lado direito, em frente do edifício da Câmara Municipal de Sintra. As crianças de Sintra pintaram com Luz, claro! A fachada principal da Câmara. Através também de uma projeção multimédia, as crianças do Concelho de Sintra poderam ver naquelas 3 noites, as suas pinturas projetadas no edifício da Câmara em grande formato.
Carole Purnelle e Nuno Maya (atelier OCUBO.com) criaram este dispositivo para que os mais novos tivessem oportunidade de ser artistas, explorando a Luz neste festival. Este projeto educativo foi realizado com crianças dos 6 aos 10 anos e pretendeu estimular o lado criativo das mesmas, despertando nelas alguma sensibilidade artística através da exibição pública dos seus trabalhos.

Fonte http://www.lumina2011.com/ Panfleto Sintrartes da CMS.

Sintra - 3º Dia - Palácio dos Milhões e Palácio de Seteais - Parte VIII

Da Sala Renascença passa-se ao Hall de Escada, que se segue à entrada. É uma ampla zona de circulação onde figura a imponente escadaria em madeira de castanho, artisticamente entalhada, que dá acesso aos pisos superiores.
Caminha-se depois em direção da Sala dos Reis, a antiga Sala de Bilhar. É uma sala ampla que possui no friso do teto representados 20 reis e 4 rainhas da monarquia portuguesa da sua preferência, bem como os escudos das cidades de Braga, Porto, Coimbra e Lisboa. Sobre a lareira encontrava-se o brasão de Carvalho Monteiro (que ainda se pode ver em cima de uma mesa da sala), onde hoje figura o brasão da vila de Sintra.
Do Piso 0, sobe-se ao Piso 1 e 2. O Piso 1, mais intimista é onde estão concentrados os quartos e os espaços reservados à família, como as Salas de estudo, dos brinquedos e a sala Lusíada, um espaço de estar que estava integrado nos aposentos do casal.
No piso 2, situado no ângulo sul do edifício, destaca-se a volumetria da Sala Octogonal, que sugere a Charola do Convento de Cristo de Tomar. Para além desta sala e do escritório, este piso destinava-se a alguns quartos e arrumos.

O edifício ainda tem no Piso 3, uma Torre Neomedieval no ângulo norte e ainda incluía um escritório com ligação direta a um laboratório e aos terraços. O terraço panorâmico é rematado por 8 pináculos profusamente decorados com figuras naturalistas e fantásticas. Num dos pináculos, virado ao oceano, figura o poeta Luís de Camões. Dali se desfruta de uma panorâmica surpreendente sobre a Serra de Sintra, o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, bem como da caldeira e do oceano.
Há ainda um fabuloso conjunto de torreões que nos oferecem paisagens deslumbrantes, com recantos estranhos de gosto requintado, bem como outros terraços dispostos para apreciação do mundo celeste.

Finda a visita ao Palácio dos Milhões, foi hora para um aperitivo no Terraço das Quimeras onde está instalado o bar da Quinta da Regaleira, com uma breve passagem pelas Cocheiras.
Nas Cocheiras, os sinais de Alquimia voltam a estar presentes, em duas esculturas que formam símbolos clássicos da Arte de Hermes: a serpente que morde a cauda, simbolizando a Unidade, origem e fim da Obra, e a luta entre as duas naturezas, ali representada por dois dragões, cada um mordendo a cauda do outro.

No final e antes de rumarmos à vila para o jantar, ainda caminhámos até ao Palácio de Seteais, um belo palácio construído durante o período pombalino, nas últimas décadas do séc. XVIII, por encomenda de Daniel Gildemeester, na altura Cônsul da Holanda em Portugal.
Implantado majestosamente num local paisagístico por excelência, ergue-se o Palácio de Seteais, uma belíssima construção civil setecentista, situado em lugar de calma absoluta.

Este palácio (hoje em dia Hotel) tem um desenho muito atual, depois das obras de ampliação que sofreu nos princípios do século XIX. Trata-se de um edifício neoclássico, cujo projeto é atribuído ao arquiteto José da Costa e Silva, edificado dentro dos valores renascentes do "neo-palladianismo".
O nome Seteais deve-se, segundo uma antiga lenda, ao facto de naquele local, ao dizer-se “ai”, o seu eco se repetir por sete vezes. No entanto, existe uma outra lenda também associada ao nome, que remonta à época da conquista de Sintra aos mouros.

Numa varanda deste Palácio divisa-se uma esplendorosa vista da várzea de Sintra que se estende até ao mar.

Fonte: http://maconariaiguatu.hd1.com.br/ Wikipédia.org / Plano-guia da Quinta da Regaleira  / http://www.cm-sintra.pt/

Sintra - Quinta da Regaleira - Capela e Palácio dos Milhões - Parte VII

A partir do Patamar dos Deuses, sobe-se a caminho da Capela da Quinta da Regaleira, que está situada num patamar superior. Alcançando-se o caminho certo, eis que nos aproximamos da branca e estilizada Capela da Santíssima Trindade.
Com uma magnífica fachada que aposta no revivalismo do gótico e do manuelino, nela estão representados Santa Teresa d'Ávila e Santo António de Lisboa. No meio, a encimar a porta de entrada está representado o Mistério da Anunciação - o Anjo Gabriel desce à terra para dizer a Maria que ela vai ter um filho do Senhor Deus Pai.

No seu interior, no altar-mor, vê-se uma pintura com a “Coroação de Maria por Cristo”, onde a Virgem ostenta as três cores da Obra Alquímica – o azul, o branco e o vermelho – e uma faixa dourada que poderá simbolizar o ouro alquímico. É também na Capela que encontramos a imagem do Delta-radiante (ou Delta-Teúrgico), com o olho de Deus sobreposto à cruz templária, emblema maçónico do Grande Olho, Arquiteto do Universo.
Do lado direito Santa Teresa e Santo António repetem-se, desta vez em painéis de mosaico. Do lado oposto um vitral com a bela lenda de D. Fuas Roupinho e de Nossa Senhora da Nazaré, que todos devíamos conhecer. No chão aos pés do altar, estão representados a Esfera Armilar ou Globo Celeste e a Cruz da Ordem de Cristo, rodeados de pentagramas (estrelas de cinco pontas).

Já no final da tarde deixa-se a Capela da Santíssima Trindade e segue-se para o Palácio dos Milhões, verdadeira mansão filosofal de inspiração alquímica, que foi a residência de Carvalho Monteiro.
É um Palácio construído com a predominância do estilo neomanuelino, numa verdadeira inspiração alquímica da Monarquia conservadora e cristã. Nela se vê que Carvalho Monteiro estava ansioso para ali ressuscitar o passado mais glorioso de Portugal, pelos simbolismos com ligação aos descobrimentos. Esta evocação do passado também é suportada por muitos outros símbolos relacionados com a arte gótica, com vários elementos clássicos.

À entrada sobe-se uma escadaria e entra-se à direita para o Hall de Entrada, que possui um alpendre com caprichosa ornamentação lavrada em calcário, que evoca a epopeia dos Descobrimentos Portugueses e o arquétipo das viagens marítimas.
Ali existem três portas. A porta à esquerda faz-nos entrar na Sala de Caça. Esta era a Sala de Jantar, que é dominada pela monumental lareira, rematada por uma pequena escultura de Carvalho Monteiro caçador. Este fogão da sala sobressai o tema da caça, de excecional execução em cantaria. No chão a sala é embelezada por um lindíssimo mosaico veneziano, sobressaindo da sua policromia o tema da caça e do ciclo da vida, tal como nas pinturas do seu teto abobadado.

Novamente no Hall de Entrada passa-se pela porta da esquerda à Sala da Renascença, a antiga Sala de Estar, cuja decoração recupera referências do renascimento italiano. A sua iconografia celebra a união entre Carvalho Monteiro e sua esposa, Perpétua Augusta.
Fonte: Wikipédia.org / Plano-guia da Quinta da Regaleira 

Sintra - 3º Dia - Quinta da Regaleira - Jardins - Parte VI

Na zona baixa dos jardins da Regaleira os caminhos levam-nos ao encontro de pensamentos esotéricos, filosóficos e religiosos, conforme os encontros que vamos tendo. Os simbolismos são muitos que nos levam desde a mitologia das primeiras civilizações (Grécia e Roma), ao secretismo ligado às práticas maçónicas ou ao encontro da belíssima Capela da Regaleira, que nos devolve à fé cristã.

Caminha-se em direção da Capela da Quinta. Do lado direito observa-se a parte baixa dos jardins da Regaleira. É ali que está situada a Fonte dos Íbis que tem ao lado o seu bonito lago. É no patamar superior deste Lago dos Íbis, que se acede ao troço inferior dos túneis da Regaleira e onde podemos encontrar as entradas para as Grutas do Labirinto.

Estas Grutas do Labirinto são também grutas artificiais e cheias de simbolismos, totalmente imaginadas e construídas por Luigi Manini e Carvalho Monteiro. Nestas grutas, os caminhos que nos levam ao interior do labirinto são livres, mas também nos remetem para a mitologia, convidando-nos a uma viagem subterrânea numa procura insistente da nossa espiritualidade.

Esta primeira parte dos túneis funciona como um labirinto, pelo seu carácter intrincado, que obriga o visitante a percorrer voltas e voltas, quase sobre o mesmo local, dificultando a sua orientação. A forma deste Labirinto é uma combinação entre uma espiral e uma trança, pelo que pode ser entendido como uma figuração do infinito num caso perpétuo, e noutro do eterno retorno. É também uma figuração da viagem das trevas à luz, portanto podendo representar o caminho iniciático, sob a forma exclusivamente interior, que conduz à morte simbólica do profano e à ressurreição do iniciado, como um homem novo.

O outro elemento evidente deste troço de túneis é o Lago, o qual é por vezes apresentado como simbolizando o "Olho da Terra", pelo qual os habitantes do mundo subterrâneo podem visualizar o que existe neste nosso mundo exterior, sem esquecer a referência às águas genesíacas e ao nascimento do Homem através das águas do ventre materno.

Na zona mais baixa dos jardins da Regaleira, junto do muro que separa a Quinta do exterior, tem lugar uma alameda que liga a Loggia de Pisões ao Palácio. Antes de se entrar na alameda que nos liga ao Patamar dos Deuses, podemos encontrar um Leão, que remonta à época da Baronesa da Regaleira. Este leão tem o intuito de representar a monarquia, principalmente o Rei.

Entra-se depois no Patamar dos Deuses, uma zona é marcada pelo alinhamento de estátuas de divindades greco-romanas, onde figuram a Fortuna, a deusa da boa sorte; Orfeu, que representa todos os seres humanos que iniciam a busca pela salvação; Vénus, a deusa do amor e da beleza; Flora, a potência da natureza, que faz florir as árvores e preside a “tudo que floresce”. É a deusa das flores, com grande importância para Carvalho Monteiro, uma vez que este era botânico; Ceres, a deusa das plantas que brotam, que germinam (particularmente os grãos) e do amor maternal,  tendo um grande papel na explicação mitológica das quatro estações do ano; , o deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores, representado metade homem e metade bode, tem uma grande aparência animal, simbolizando a parte activa da natureza, assumindo geralmente um contexto fálico, na medida em que era um grande sedutor das ninfas, tentando fecundá-las; Dionísio, o deus dos ciclos vitais, das festas, do vinho, da insânia; Vulcano, o deus do fogo, o que remete para o gosto de Carvalho Monteiro pela alquimia e novamente para o contexto iniciático, com uma noção em que a matéria tem de morrer para renascer, mais pura, das próprias cinzas; e Hermes, o deus da fertilidade, dos rebanhos, da magia, da divinação, entre outros atributos.

Fonte: http://www.rlmad.net/ http://www.gifi.pt/ Plano-guia da Quinta da Regaleira  / Wikipédia.org

Sintra - 3º Dia - Quinta da Regaleira - Jardins - Parte V

A viagem subterrânea termina, terminando também naquele dia, a procura da nossa espiritualidade. Nela estão presentes de forma evidente, três dos quatro elementos fundamentais do conhecimento esotérico e da mitologia: a terra, a água e o ar.
A terra, porque ao seu interior descemos e é dentro dela que os túneis são percorridos; a água, porque existem quer lagos exteriores, quer interiores; o ar, porque as aberturas são múltiplas, permitindo que a brisa nos surpreenda. O quarto elemento é mais subtil, o sol (a luz/a sombra - as trevas), tendo em conta que só com uma tocha ou uma vela é que outrora era possível, percorrer os túneis completamente escuros e cheios de sobressaltos (outrora cheios de morcegos). Temos sempre na Regaleira a dualidade luz/sombra, passando de uma para a outra com rapidez, como na vida e no conhecimento, pois a luz representaria a sabedoria e o conhecimento, enquanto a escuridão representaria a ignorância.

Ao chegarmos ao exterior através do Lago da Cascata, espera-nos a luz e os cenários minuciosamente construídos a partir dali.
O caminho que se toma é em direção à Fonte da Abundância. Para a direita contornando um muro amuralhado de onde se destacam ameias, encontra-se a Gruta do Oriente, a entrada mais distante para os percursos subterrâneos, com ligação ao portal inferior do Poço Iniciático.
Pelo caminho os jardins continuam a oferecer paisagens deslumbrantes, com recantos estranhos, feitos de lendas e saudade. Um deles é o Patamar do Ténis, onde outrora se jogava ténis e que hoje é um largo em terra batida onde se fazem durante o verão apresentações teatrais, estando o espaço munido a toda a volta de bancadas metálicas pré-fabricadas.
Caminha-se para a Fonte da Abundância. Em frente à Fonte da Abundância encontramos um espaço de reunião (talvez maçónico), com um grande banco disposto em semicírculo, com um trono no meio em frente a um altar. Este seria um espaço de encontro, algo “sagrado”, em que todas as pessoas no banco têm a mesma importância, à exceção daquele que se sentava no trono.

À frente deste espaço, encontra-se uma fonte que faz lembrar o batismo e, essencialmente, a purificação. Por cima da bica do fontanário observa-se um painel de mosaico circular com as iniciais “CM”, as iniciais de Carvalho Monteiro ou os nomes de Cristo e Maria, pois por baixo, entre a letra "C e M", estão representados dois peixes, que era um símbolo de Jesus e dos seus apóstolos, bem como dos primeiros cristãos. Debaixo destas iniciais, encontramos uma concha que está por cima de uma balança, que representaria o equilíbrio natural entre as coisas. Ora, para nos conhecermos a nós mesmos, teria de haver um equilíbrio, que permitiria a busca pelo autoconhecimento. Esta busca, consistia numa procura pelo interior de cada um de nós, procura esta possível na Quinta da Regaleira.
No caminho rodeado de verdejante e frondosa vegetação, variadíssima estatuária nos acompanha, com animais fantásticos, artifícios de água, passagens de pedra que parecem flutuar à superfície dos lagos, ou nuvens silenciosas de vapor que dissimulam as entradas para este universo singular.
Fonte: http://www.rlmad.net/ http://www.gifi.pt/ Panfleto com o plano-guia da Quinta da Regaleira  

Sintra - 3º Dia - Quinta da Regaleira - Jardins - Parte IV

Ao entrarmos no Poço Iniciático, não é preciso muita imaginação para sentimos que aquele é o símbolo perfeito da descida ao interior da Terra (talvez ao mais fundo de nós próprios?), que desencadeia o processo irreversível do Homem em busca de si mesmo.
E depois, uma vez vencidos todos os obstáculos, continua a ser ele o símbolo perfeito, no seu percurso de subida ou continuação por outro caminho em direção ao exterior, a iluminação do peregrino que conseguiu ser mais forte que a viagem que se propôs fazer.
As pedras amontoadas à entrada, em forma de menir, sugerem logo um túmulo ou a morte simbólica, iniciática, que precede a descida. A descida propriamente dita é feita de 15 em 15 degraus, até se percorrerem os nove patamares que trazem à memória os nove círculos do Inferno, os nove céus do Paraíso e as nove secções do Purgatório da Divina Comédia de Dante.
O percurso descendente contínua, levando-nos cada vez mais fundo, até ao interior da terra. Pelo caminho e sempre que olhamos para baixo vai-se aproximando a estrela de oito pontas, onde está gravada a Cruz dos Templários, que nela se esconde, e que vai crescendo a olhos vistos, até que os nossos pés toquem no fundo do poço. Esta estrela de oito pontas, é o símbolo heráldico de Carvalho Monteiro e também o símbolo da harmonia e o símbolo da Cavalaria Espiritual da maçonaria escocesa.
Chegados lá abaixo, várias possibilidades estão em aberto, pois ali se abre a entrada para o labirinto subterrâneo que se segue, sendo nele que se podem fazer as múltiplas escolhas, tal como na vida. Um dos caminhos vai dar a um beco sem saída (que é aquilo que acontece a quem recusa a viagem); outro vai ter ao Poço Inacabado, que recebe a luz do dia, mas que não dá acesso ao exterior, representando os que optam pelo menor esforço e acabam por se perder a meio do percurso.
No entanto nesta gruta labiríntica, há outros caminhos mais compensadores, tal como na vida. Ainda existem mais duas opções, muito mais valiosas. Nas galerias subterrâneas o caminho a escolher é-nos dado a conhecer por um fio de néon iluminado. Num desses percursos, o fio conduz-nos ao magnífico Lago da Cascata, de uma beleza espetacular que sobe para o exterior. Esta é a melhor recompensa final. É a surpresa completa no processo de iniciação, quase como nos dizendo: “O processo está completo. Custou, mas valeu a pena!…” Como aliás, na vida, quando percebermos que fomos capazes de superar os nossos limites… Nesta gruta espetacular do Lago da Cascata, que é sem dúvida o melhor dos caminhos escolhidos, a água aparece como elemento purificador, no final da caminhada iniciática.
No meio das galerias subterrâneas quando se escolhe o caminho mais longo,  para a saída da esquerda (o contrário da saída para o Lago da Cascata), vê-se um longo túnel que nos leva até à Gruta do Oriente. É também um caminho com saída e luz, mas mais comprido que os outros e que no final não tem água, mostrando-nos que na vida, nem sempre o caminho mais longo e penoso é a melhor opção.

Fonte: Panfleto com o plano-guia da Quinta da Regaleira  http://templars.wordpress.com/ http://atracoessintra.no.sapo.pt/