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Visita a Verona - 2º Dia - Parte III


Deixa-se a Torre dei Lamberti, o campanário octogonal que nos proporcionou uma vista panorâmica de Verona e pela Piazza delle Erbe, segue-se em direção à Casa di Giulietta.

Tinha chegado o momento mais esperado de toda a nossa visita a Verona. Estávamos bem perto da casa de uma das heroínas dos mais famosos dramas de Shakespeare e por isso mesmo um dos locais de maior importância da história de Romeo e Giulietta.

Entrámos na Via Cappello a partir da Piazza delle Erbe e caminhámos mais um pouco, até que do lado esquerdo um portal rasga-se nas paredes de pedra de um antigo edifício da aparência medieval. 
  
Tinhamos chegado à antiga casa da família Cappello, os antigos proprietários da casa mais visitada da cidade de Verona, situada no nº 23. É uma casa há muitos anos visitada, como a casa dos Capuletos, mas na verdade, é a semelhança de seu nome, que gerou a crença popular de que aquela era a casa dos “Capuletos”, da peça de Shakespeare.

Ao portal uma pequena multidão juntava-se, uns saindo, outros entrando. Um pequeno túnel separa a rua do pátio interior da antiga casa centenária, e nele muitos escritos que os turistas ali foram deixando, como testemunho da sua presença ao longo dos anos.

Naquele lugar como é óbvio, está presente na memória de todos, a famosa lenda dos trágicos amantes, perpetuada pela escrita de Shakespeare, e que curiosamente não foi o único a debruçar-se sobre ela, pois como se sabe a história dos dois amantes, foi também anteriormente recordada e escrita por Luigi da Porto, de Vicenza.

Já dentro do pátio, reina a confusão, onde domina a pequena e famosa varanda de traça medieval rodeada por centenas de curiosos, que muitos olham à espera que nela apareçam os seus familiares ou amigos, tal como eu esperava que nela aparecesse a minha amada “Giulietta". Vive-se ali um clímax de emoções. Esta é supostamente a mesma varanda onde a trágica heroína, falava com o seu Romeo.
No pátio a um canto, uma estátua em bronze de Giulietta, onde todos se atropelam para com ela serem retratados, colocando a mão no seu seio direito, para segundo a crença lhes dar sorte.

Ali, na parede por cima da pedra angular do arco interno do pátio, ainda pode ser visto o brasão de armas da família dell Capello. A casa foi construída no séc. XIII e já na nossa era, foi feito um esforço de restauração maciça, na qual lhe foram adicionadas as janelas e portas góticas, bem como a famosa varanda, realizada na década de 1930.
Dentro da casa há um pequeno museu. O mobiliário e os trajes em exibição são antiguidades genuínas dos séculos XVI e XVII. A cama e algum do vestuário exposto foram usados no filme de 1936, de Franco Zeffirelli"Romeu e Julieta". Os frescos, pinturas e cerâmicas estão todos relacionados com peça de Shakespeare, mas, novamente, não está provado que eles tenham pertencido aos Capuleto.

No pátio, do lado oposto da casa, fica a loja de recordações, que é também o Clube di Giulietta, que desde 1930, recebe cartas de todo o mundo endereçadas à amada de Romeo e que continuam a chegar a Verona. A partir do momento em que o clube foi criado, mais de 5.000 cartas são recebidas anualmente, três quartos das quais são de mulheres, que pelos vistos ainda continuam a ser as sempre eternas românticas.


Os maiores grupos de remetentes são de adolescentes norte-americanos. As cartas são lidas e respondidas por voluntários locais, organizados desde a década de 1980 no Clube di Giulietta que é financiado pela cidade de Verona.

Toledo, a glória de Espanha

Depois da visita a Cuenca, partimos rumo a Toledo, onde chegámos já tarde. O lugar de pernoita foi num parque vedado situado a Oeste, do lado de fora das muralhas da cidade antiga.

No dia seguinte o acordar foi turbulento! Junto de nós um jovem casal foi cercado por três carros de polícia e o seu carro foi vasculhado até à exaustão. Depois, como nada encontraram, abandonaram o lugar, mas só depois de terem obrigado o jovem casal a faze-lo primeiro.

Até sairmos do local, a polícia visitou o lugar mais algumas vezes, pelo que deduzimos, que este era muito concorrido por "amantes do alheio" durante o dia, que aproveitam a ausência dos turistas que ali deixam os seus carros para irem visitar a cidade.

Assim sendo resolvemos levar a AC para uma zona mais segura, ficando esta perto da porta Sul da muralha da cidade e situada num pequeno parque fora da cidade antiga, frente ao posto da polícia municipal. Descansados fomos então visitar a antiga Toledo, que já conhecíamos de outras paradas. Após esta visita o rumo seguido foi o de casa.

Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma colina, cercada em três lados por curvas do rio Tejo.

As suas muralhas abrigam uma riquíssima herança cultural, arquitectónica e artística que provém das culturas muçulmana, cristã e judaica, que ali conviveram em relativa harmonia e foram ao longo do tempo expressando um conjunto de influências medievais e renascentistas que perduram até hoje.

Dos numerosos monumentos da cidade, o mais conhecido é a Catedral de Toledo, (Igreja Primaz da Espanha), que se ergue no local onde existiu uma igreja visigótica e uma mesquita.

O exterior desta catedral, com sua grande torre e maciços contrafortes, é melhor apreciada fora da cidade ou nas proximidades, de preferência de um ponto alto como o Parador Nacional de Turismo. De perto, é difícil avaliar a dimensão da catedral, por se encontrar rodeada por uma amálgama de construções habitacionais, mas o seu interior compensa e a sua beleza é mais do que evidente.

Além da Catedral, a cidade possui alguns dos melhores monumentos de Espanha, como o seu Alcázar, o palácio fortificado do século XVI, construído no local de antigas fortalezas visigóticas, romanas e muçulmanas e o Zocodover, o seu mercado central. Outro templo de visita obrigatória é a Igreja de São Tomé, de torre mudéjar, que contém uma obra-prima de El Greco, “O Enterro do Conde de Orgaz”.

E por falar em El Greco, esta também foi a cidade escolhida por este grande mestre da pintura universal, quando chegou de Creta, em 1577, e onde deixou muitas das suas obras, que até hoje conserva.

Esta antiga cidade ainda mantém o seu plano de estradas medievais. É uma cidade com imensas ruelas onde qualquer um se perde com facilidade, devido à torção das suas ruas, que caminham por terrenos irregulares, onde a mudança visual é constante. Nestas ruas estreitas e sinuosas o vento quente traz-nos sons próximos e por ele nos vamos orientando, na esperança de encontrarmos o que procuramos.

Toledo foi a capital da Hispânia visigótica, até à conquista moura da Península Ibérica no século VIII. Sob o Califado de Córdoba, Toledo conheceu uma era de prosperidade e após a decomposição do Califado de Córdoba em 1035, tornou-se capital do Califado de Toledo.

A 25 de Maio de 1085, Afonso VI de Castela ocupou Toledo e estabeleceu o controle directo sobre a cidade, sendo o primeiro passo concreto do reino de Leão e Castela na chamada Reconquista.

Após Filipe II de Espanha mudar a corte de Toledo para Madrid em 1561, a cidade entrou em lento declínio, do qual nunca se recuperou.

Toledo foi outrora famosa por sua produção de aço, especialmente espadas, e a cidade ainda é um centro de manufactura de facas e pequenas ferramentas de aço, bem como uma belíssima produção artesanal de ourivesaria.

A gastronomia de Toledo é imperdível e privilegia a caça. Vale a pena apreciar os pratos de veado, perdiz ou javali, para além do famoso mazapán, típico bolo de maçapão.

Fonte: biztravels-monuments.net / Wikipédia

Cuenca, o ninho das águias

A chegada a Cuenca, depois dos muitos quilómetros percorridos desde os rochedos de Montserrat, foi feita já bastante tarde e o lugar de pernoita foi dificilmente encontrado, pois a cidade não nos pareceu muito segura.

Estivemos para pernoitar junto ao parque da cidade, a ver as casas suspensas, no entanto e depois de vermos vários movimentos suspeitos de carros locais, fomos até à zona nova da cidade.

Ali o ambiente melhorou e rapidamente se encontrou o lugar de pernoita, num parque de estacionamento bastante iluminado, de uma grande superfície comercial.

Na manhã seguinte, fomos conhecer Cuenca, que é uma pequena cidade localizada num penhasco entre dois desfiladeiros, escavados pelos rios Júcar e Huécar.

Esta é a razão pela qual a cidade é conhecida por "ninho das águias” devido à sua posição, no alto de uma colina, separada do vale dos rios Júcar e Huécar, por ravinas profundas no fundo das quais estes rios correm.

A cidade está claramente dividida em duas partes: a antiga e a moderna. A metade da história moderna oferece muito pouco, consistindo principalmente em residências modernas e blocos de apartamentos e várias superfícies comerciais.

A parte antiga constitui um todo, que ao longo do tempo fez desta cidade uma das mais maravilhosas cidades de Espanha, sendo por isso digna, de uma boa exploração turística.

Cuenca é uma cidade histórica muito antiga e fortificada, possuindo muros gigantes a cercá-la. Centro agrícola, pecuário e florestal, a cidade possui um centro histórico belíssimo, cheio das deliciosas ruelas estreitas e com uma bela Plaza Mayor, dominada pela belíssima Catedral Gótica.

Ali perto ainda podemos encontrar o Convento das Carmelitas Descalças e o Ayuntamiento (Câmara Municipal). Também há a salientar as famosas «Casas Colgadas» (casas penduradas ou suspensas).

O conjunto destas casas construídas na beira da encosta íngreme produz um efeito peculiar, propício a belas fotos e ao olhar ávido dos turistas.

O Museu de Arte Abstracta, encontra-se instalado numa das "Casas Suspensas", que se projectam arrojadas na beira do paredão calcário do desfiladeiro, é de visita obrigatória.

Quando os romanos conquistaram a região, Cuenca era um matagal. A cidade só foi construída pelos árabes, quando estes já controlavam Espanha.

Estes fizeram um forte para estabelecer o controle total da região e para isso fizeram-no numa elevação calcária entre os seus dois rios, um lugar na época praticamente inacessível.

Mais tarde após a reconquista, a cidade prosperou e cresceu e algumas das suas muralhas foram usadas pela população para a construção de novas casas, uma vez que estas impediam o crescimento da cidade.

Um dia é mais que o suficiente para explorar os recantos da pequena cidade antiga. Estacionar na cidade de Cuenca é difícil, no entanto subindo até ao belíssimo miradouro de Cuenca, onde não se pode deixar de ir, encontram-se muitos lugares onde estacionar.

Depois é fácil ir até ao centro histórico ou a pé, pois é sempre a descer ou de autocarro urbano, que nos deixa mesmo em frente à inacabada Catedral de Cuenca. Depois do passeio volta-se normalmente de urbana de cor amarela, pois a subida é muito acentuada.
O melhor passeio deve iniciar-se por caminhar pelas ruelas que circundam a Plaza Mayor, não podendo faltar uma visita à Catedral gótica, que domina esta praça e que merece ser apreciada com vagar. Também a rua principal sempre a subir até ao miradouro, com os seus prédios multicores e comércios à moda antiga, não se deve deixar de percorrer.

A cidade velha faz desta uma cidade única, onde a força da tradição religiosa espanhola é aqui fortemente percebida, nos edifícios que abrigam os seminários, capelas e o convento das carmelitas descalças, que se encontram dentro da cidade antiga.A partir das "Casas Suspensas", descendo o caminho, é interessante atravessar a ponte de metal sobre o rio Huécar, que corre tranquilo 100 metros abaixo.

É o melhor lugar para apreciar o conjunto de casas construídas sobre o penhasco. Estando de carro, a descida leva à bela estrada que margeia o rio no fundo do vale e que para os amantes do jogging ou de caminhadas, é um bom lugar para ser percorrido.
Esta estrada também nos leva a outros dois outros lugares de destaque, a "Cidade Encantada", um parque geológico que é constituído por formações geológicas invulgares e caprichosas, a cerca de 30 Km de Cuenca e a nascente do rio Corvo, a cerca de 60 Km, com fabulosas quedas de água, onde não podemos ir por falta de tempo.
Fonte: www.idealspain.com

Museu de Arte de Montserrat

Na esquina da Praça de la Creu antes de se chegar à basílica, na praça principal do mosteiro, pode ser encontrada a nova entrada para o Museu de Arte de Montserrat, aberta desde o Verão de 2004. Quando nele entramos, ficamos como que imersos na arte de vários séculos!

Montserrat perdeu a maior parte de seu património durante as guerras napoleónicas. No entanto, desde que o Mosteiro foi restaurado em 1844, o museu foi adquirindo uma valiosa colecção de obras artísticas.
O Museu de Montserrat possui seis colecções muito diferentes. O seu espólio com mais de 1.300 peças, abrange um período cronológico muito amplo.

O Museu de Montserrat expõe várias colecções, desde 1996, que se encontram localizados no mesmo edifício. O museu ocupa um espaço que é interessante por si só e que foi desenhado por Josep Puig i Cadafalch em 1929, integrado num projecto geral de reforma das praças do mosteiro.
O Museu conta com doações privadas e dos próprios artistas lá representados, bem como aquisições do mosteiro, o que mostra a grande sensibilidade dos monges no que respeita a arte, tornando possível a qualquer visitante encontrar ali um conjunto de obras de enorme valor, comparável a qualquer grande museu do mundo!

Este museu é surpreendente! Possui uma grande colecção de mestres espanhóis, mas ali pode encontrar-se de tudo um pouco.

O Museu está dividido em diferentes secções organizadas de forma instrutiva, no entanto os visitantes são impedidos de registar a visita e as suas pinturas favoritas em fotografia, que embora se entenda o motivo, não é uma prática de grande virtude.

Depois desce-se, e lá em baixo, podem encontrar-se obras de Dalí, Sisquella, Daura, Pasqual, Joaquim Mir, Urgell. De Dalí, encontrei lá uma belíssima pintura, do início do surrealismo, que me fez recordar Almada Negreiros.

A Pintura dos séculos XIX e XX, uma das melhores colecções de pintura catalã, com nomes relevantes, como pinturas de Picasso, Metzinger, Juan Gris, Renoir e impressionistas espanhóis, como Isidre Nonell, Dario Regoyos, Joan Llimona, Roma Ribeira, Santiago Rusiñol e Ramon Casas.

Se não tivermos conhecimento da pintura relacionada com o impressionismo espanhol, ali ficamos com uma ideia bastante concreta do que se fez em Espanha, no início do século XX.

Há também uma representação do impressionismo francês, incluindo obras de Monet, Sisley, Degas, Pissarro e exemplos de trabalhos gráficos de pintores famosos como Chagall, Braque, Le Corbusier, Rouault, Miró, Dalí, Tapies, etc.

Como se pode perceber, ali pode ver-se a influência dos impressionistas franceses sobre os seus homólogos espanhóis, comparar os estilos de diferentes pintores e decidir quem é o impressionista espanhol da nossa preferência, uma vez que este Museu está recheado de pintura desta época.

Várias descobertas arqueológicas da Mesopotâmia, Egipto, Chipre. Há também uma sala com as várias imagens da Virgem de Montserrat, e também vários quadros com pinturas da Virgem, alguns deles pintados para um comerciante italiano.

A peça mais antiga é um sarcófago egípcio do século XXII a.C. e a mais recente, uma escultura de Josep M. Subirachs de de 2001. Esta escultura é uma interpretação da Virgem de Montserrat, dedicada à iconografia de Santa Maria de Montserrat, presente numa sala onde se pode acompanhar a evolução que ocorreu relativamente à representação da Virgem de Montserrat ao longo do tempo.

Desde 2006, o Museu tem, com uma nova secção, cujo colecção de 160 pinturas bizantinas e eslavas, intitulada “luz alegre”, onde as obras brilham numa atmosfera de igreja oriental, onde a luz que entra na sala tem um papel decisivo.

As outras colecções são compostas por jóias, uma colecção de objectos litúrgicos dos séculos XV ao XX, pinturas do século XIII ao XVIII, incluindo obras de Berruguete, El Greco, Caravaggio, Luca Giordano, Tiepolo, etc.

Fonte: www.montserratvisita.com

A lenda de Nossa Senhora de Montserrat

A história de Nossa Senhora de Montserrat perde-se na escuridão dos tempos. Uma piedosa tradição refere que a santa imagem foi levada para Barcelona pelo apóstolo São Pedro.

O que se pode afirmar com certeza, é ter sido venerada na dita cidade já no século VI. Nessa época os mouros, atravessando o estreito de Gibraltar, invadiram a Espanha, e os cristãos, receando a profanação de suas imagens mais veneradas, esconderam-nas em baixo da terra ou em antros mais inacessíveis das montanhas, sendo a de Montserrat uma das que oferecia grandes recursos.

Assim a imagem foi levada para lá pelos piedosos fiéis de Barcelona e escondida numa de suas cavernas. Segundo a lenda, a imagem da Virgem de Montserrat foi encontrada mais tarde por alguns pastorinhos que no mês de Abril do ano de 880, apascentavam seus rebanhos à margem do rio Llobregat.

As crianças depois de verem uma luz que apareceu de repente sobre a montanha, dirigiram-se para lá e simultaneamente começaram a ouvir um coro de vozes angélicas que os deixou extasiados. Naquele local encontraram a imagem da Virgem Maria numa caverna.


Ao ouvir a notícia, o Bispo tentou transferir a imagem para a cidade de Manresa, para que ali fosse venerada. Ao chegarem ao lugar onde hoje se ergue o célebre santuário, a imagem da Virgem, que até então se deixara levar, ficou irremovível, isto é, não houve quem pudesse removê-la do lugar em que parara. O Bispo interpretou isto como um desejo da Virgem de permanecer no lugar onde tinha sido encontrada e ordenou a construção da Capela de Santa Maria, que deu origem ao actual Mosteiro de Montserrat.

A imagem que se encontra em Montserrat e que hoje é venerada, é uma imagem românica do século XII, feita de madeira de choupo. Ela representa a Virgem e o Menino sentado no seu colo e mede aproximadamente 95 centímetros de altura. A Virgem Negra, tem sua mão direita uma esfera que simboliza o universo e na esquerda o Menino, que tem a mão direita levantada para abençoar, enquanto a mão esquerda segura um abacaxi.

A Virgem, porém, é negra, facto que deu o nome popular à Virgem, La Moreneta (a morena). Pertence ao grupo das chamadas virgens negras, que varreram a Europa românica e cujo significado tem levado a numerosos estudos. Embora neste caso, a cor aparece como resultado da transformação do verniz no rosto e as mãos por causa do tempo.

Em 11 de Setembro de 1844, o Papa Leão XIII, declarou oficialmente a Virgem de Montserrat, padroeira da Catalunha e a sua festa é realizada a 27 de Abril.

Fonte: www.novomilenio.inf.br

Visita ao Mosteiro de Montserrat

O dia seguinte acordou sob chuva torrencial, que só acalmou pela hora do almoço. Como é nosso costume, só saimos por volta dessa hora, para a visita ao Mosteiro, embora tenhamos parado para o almoço, no excelênte self-service, antes do viaduto/ponte.

Embora o Mosteiro de Montserrat fique no topo de uma montanha fantasticamente recortada, numa altitude de cerca de mil metros acima do nível do mar, pode ainda ser observado mais acima, numa das montanhas vizinhas, sendo necessário subir pelo funicular.

Montserrat é um local sagrado para o povo catalão. Fica a uns 50 km de Barcelona numa região bastante montanhosa.
Este mosteiro beneditino ainda é habitado, podendo-se visitar, no entanto, a sua basílica famosa pelo seu Coro, composto por rapazes que entoam cânticos gregorianos e pela venerada imagem de Nossa Senhora, visitada por peregrinos do mundo inteiro.

Desde o restaurante até ao mosteiro, ainda são 500 metros de pernada, passando por um viaduto/ponte de vistas magníficas, por onde se chega à povoação de Montserrat. Segue-se a subida por enormes escadarias até à porta da basílica.

A basílica de arquitectura fantástica, com pinturas no tecto e nas paredes tornam mais rica a visita. Por cima do altar-mor, vislumbra-se a milagrosa Virgem Negra, “La Moreneta”. Para a vermos de perto, temos que enfrentar uma enorme fila de peregrinos e após uma escadaria, seguida de corredores estreitos e escuros, chegamos até à famosa Virgem Negra.

Pouco tempo é o suficiente e o obrigatório para a admirarmos, pois os visitantes exigem rapidez, depois de um longo e lento percurso até à “La Moreneta”. Lá de cima, observa-se melhor a grandiosidade da basílica. Tudo é grandioso! Portas grandiosas, altar gigantesco...

Após um bom momento de recolhimento para pedir pela família, saímos para a visita à zona urbana de Montserrat e ao Museu de Arte do Mosteiro, para depois seguirmos viagem rumo a Cuenca.

A caminho do Mosteiro de Santa Maria de Montserrat

Ao deixar-se a Auto-Estrada do Mediterrâneo e seguindo pela Auto-Estrada de Montserrat, encontramos a cerca de 40 quilómetros, a cidade de Terrassa, de onde se vislumbra ao longe todo o imponente maciço de Montserrat, que faz parte do Parque Natural da Montanha de Montserrat.

É a partir dali que se muda de direcção, deixando a auto-estrada a caminho do sopé da montanha sagrada. Quando se chega ao sopé da magnífica Montanha de Montserrat, encontramos a povoação de Ministrol de Montserrat.

É nesta bonita povoação que param os comboios vindos de Barcelona, cheios de turistas que vêm visitar o Mosteiro e La Moreneta, a padroeira da Catalunha.

É ali também que se encontram as estações de funicular e teleférico, para se ascender ao cimo da montanha. Ainda se pode optar por subir a estrada, que se contorce nas vertentes desta imponente montanha.

Esta estrada para o mosteiro é deslumbrante, embora muito sinuosa e íngreme e por vezes muito estreita, em especial já numa zona de bastante altitude, fazendo com que a maioria das pessoas que visitam o mosteiro, por medo de a enfrentar, façam a viagem até lá acima de teleférico ou de funicular.

A maioria das vezes está coberta por nevoeiro, o que impede o visitante de observar o belíssimo panorama que dela se vislumbra, mas nós tivemos a sorte de a fazermos ao final da tarde, quando o crepúsculo faz a natureza ainda mais deslumbrante e sem qualquer nevoeiro. A subida é uma experiência magnífica e empolgante!...

Para quem sofre de vertigens, como por exemplo, o nosso resistente e “heróico” condutor, a subida é um autêntico suplício, mas quando se chega lá acima, ninguém é capaz de dizer que não mereceu a pena a aventura, pois a paisagem é de uma beleza de tirar o fôlego.

O lugar de pernoita foi logo encontrado, num parque de estacionamento, junto aos primeiros restaurantes, antes da ponte, com uma vista soberba, de onde se vislumbrava toda a Catalunha.

Após o jantar, fomos a pé ver o mosteiro com a sua iluminação nocturna, o que é imperdível! O nome oficial do lugar é Monasterio de Santa Maria de Montserrat.

Foi criado pelos frades beneditinos por volta do ano 1.000 d.C. Depois de diversas trocas de ordem religiosa ao longo do tempo, que foi administrando o local e de uma destruição quase completa pelas tropas de Napoleão, em 1811, o lugar foi recuperado em boa parte no século XX, por arquitectos catalães.

Até hoje é lugar de peregrinação de fiéis que procuram milagres através da adoração da Virgem de Montserrat, "La Moreneta".

Quando chegámos à porta do mosteiro que se encontrava fechada, encontrámos um casal de bondosos sevilhanos, que falavam carinhosamente a uma pequena pomba que jazia, quase sem vida à porta do depósito de velas.
Rezavam em uníssono às duas virgens de sua devoção, a Virgem de La Macarena, de Sevilha e à Virgem La Moreneta, da Catalunha. Quando nos viram, logo nos contaram o que tinha sucedido. A pequena e jovem pomba, ainda com fracas asas, teria caído lá de cima, da torre e como ainda não conseguia voar ali estava caída, sem amparo. Espero que durante a noite, tal Fénix Renascida, a pomba tenha voado novamente para o seu ninho e para os cuidados de sua mãe…

O Santuário não se confina às principais dependências do mosteiro, mas a todo o conjunto, inclusive os vários caminhos a seguir, na parte acima de Montserrat, que nos levam a outros pequenos e antigos ermitérios, encravados nas rochas.

Alguns têm subidas bem fortes, outros vão serpenteando pelas encostas dos morros. Nada que demande equipamento ou calçados especiais, pois tudo são estradinhas bem definidas, inclusive com escadarias nos pontos mais íngremes e guardas de protecção nas partes mais perigosas.

Conforme o ponto em que se está, vale sempre a pena andar mais um pouquinho além do que as placas permitem, para que se tenha uma visão ainda melhor do Mosteiro Montserrat, lá de cima.
E a noite? Com vistas magníficas, longa, repousante e sem dúvida abençoada!...