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Setenil de las Bodegas

A saída de Ronda já tarde, fez com que o caminho para Setenil de las Bodegas, fosse feito praticamente todo de noite. A chegada a Setenil, já foi só realizada após o jantar, quando o cansaço já era grande e a vontade de dormir imensa.

O lugar de pernoita foi num bom escaparate de estrada, dentro do povoado e encostado ao maciço rochoso que brota a todo o momento em todos os cantos e recantos da aldeia. O silêncio era sentido de forma profunda, o que proporcionou que o sono corresse solto durante a noite e boa parte da manhã.
Setenil de las Bodegas é uma pequena e extraordinária aldeia, localizada no Nordeste da província de Cadiz, na Serra, que pertence às aldeias brancas da Serrania de Cadiz e perto do Parque Nacional da Serra de Grazalema.
É um dos principais destinos turísticos desta região montanhosa, devido em grande parte pela sua estranha e extrema beleza, em especial do centro da cidade, que se encontra situado num desfiladeiro aberto ao longo do tempo pelo rio Guadalporcún.

Possui uma enorme originalidade no seu tecido arquitectónico, com muitas das suas casas construídas sob as rochas e com outras sobre elas, dando ao povoado uma disposição em diferentes níveis de altura, muito interessante.

Setenil de las Bodegas é uma daquelas povoações cujas origens são um mistério. As suas cavernas devem remontar aos tempos pré-históricos, que os habitantes originais usavam como refúgio natural.

O aglomerado populacional medieval original, encontrava-se no mesmo lugar que o de hoje, tendo pertencido aos mouros durante muito tempo. A conquista da cidade foi fundamental para a coroa de Castela, no seu progresso em direcção a Granada, que foi conseguida depois de várias tentativas, por D. João II de Castela, a 21 de Setembro 1484.

A principal atracção desta cidade é a própria cidade em si, por causa de sua originalidade e das suas ruas estreitas e íngremes que se adaptam ao curso do rio Guadalporcún, o que lhe dá um formato único, em diferentes alturas.

No fundo os seus habitantes limitaram-se a aproveitar os buracos criados pela própria natureza na rocha, à beira do rio, para construir as suas casas.

Esta vila é um exemplo excepcional de um tipo de habitação conhecido como "abrigos sob as rochas" que, ao contrário de outras construções semitroglodíticas desenvolvidas na Andaluzia, não mexem nas rochas, mas apenas as usam para encostar as suas construções, que lhes servem de parede de fundo.

Na parte superior desta aldeia branca, estão os edifícios históricos de maior importância. São estes, a Catedral, os restos do seu Castelo mouro, com uma torre de menagem e muralhas e a antiga Câmara Municipal, que abriga uma impressionante quantidade de painéis de origem moura.

Após uma lenta e bem degustada visita e depois de nos termos sentado longo tempo, no bar "Frasquito", situado na Calle Cuevas del Sol, ao abrigo das suas famosas "cuevas", onde se degustaram óptimas tapas, partimos rumo a casa, mas não sem antes passarmos por Sevilha, para se comprarem as habituais iguarias gastronómicas de nossa preferência.


Fonte: Wikipédia / sancho.alkar.info

Visita a Ronda II - Cidade Nova



Depois do lanche, continuámos o passeio pela cidade mágica de Ronda. É uma cidade que parece inspirada em algumas das ilustrações paisagísticas de Gustave Dante, pois é uma cidade dividida em duas partes por um dos mais profundos desfiladeiros da Espanha, El Tajo de Ronda.

Hemingway também a descreveu, dizendo: "A visita a toda a cidade e seus arredores resulta numa viagem romântica", e sabemos agora que ele estava certo, não só porque está imersa numa área de paisagem deslumbrante, mas também porque ficamos maravilhados com o seu património histórico, e ainda porque à noite esta cidade parece flutuar nas nuvens.

Apesar de um passado tão rico e antigo, os monumentos mais característicos e impressionantes de Ronda pertencem a finais do séc. XVIII e princípios do séc. XIX, época de maior esplendor na sua história. São eles La Plaza de Toros e El Puente Nuevo, ambas concebidas e projectadas por José Martín de Aldehuela.
A Plaza de Toros, em El Mercadillo, é uma originalíssima arena em estilo neoclásico, construída por encargo de La Real Maestranza de Caballería, em 1784. É toda em pedra, incluindo as barreiras. É a mais antiga e talvez a mais bela Praça de Touros de Espanha, situada a apenas poucos metros da Ponte Velha. Foi a fonte de inspiração para Goya pintar muitas das suas gravuras sobre touradas, bem como de muitos outros artistas.

É toda em pedra, incluindo as barreiras, particularidade que a torna única em Espanha. Nela, o legendário Pedro Romero iria definir as regras das "touradas a pé", o que deu origem à "Escola rondeña", em oposição à "Escola de Sevilha". Dentro reside o Museo Taurino.

A Ponte Nova (Puente Nuevo), que se levanta sobre a impressionante brecha rochosa do Desfiladeiro de Ronda, com uma altura de quase 100 metros, embora pareça um aqueduto romano, foi projectado pelo renomado arquitecto José Martín de Aldehuela, que segundo a lenda acabou os seus dias caindo pelo precípicio abaixo, quando tentava apanhar o seu chapéu, que tinha voado com o vento. No entanto outra versão refere, que na realidade este morreu no seu leito, no dia 7 de Setembro de 1802, na cidade de Málaga.

Na parte nova da cidade, destaca-se logo à entrada, após a passagem pela "Puente Nuevo", o Parador de Ronda, do lado esquerdo. Este domina a Plaza de España e está situado sobre o desfiladeiro, tendo por isso uma paisagem magnífica. Ali também podemos encontrar uma excelente loja de iguarias da região, onde se pode comprar o divinal "Vino de Passas", um vinho doce que só existe na região de Granada.

O resto da cidade é constituído por edifícios modernos e praças projectadas durante o séc. XX. A partir da Plaza de España, caminhando para Norte, encontramos a Iglesia do Convento de la Merced, que conserva além da Igreja, uma parte significativa da primitiva edificação,, fechada em 1585. Possui três naves, sendo a central coberta por uma abobada.

Existem ainda outras bonitas praças e ruas comerciais abertas entre o casario branco. Digna de nota temos a Plaza Jose Aparicio, uma bem rasgada praça no centro da cidade nova, também com uma linda igreja.

Visita a Ronda I - La Ciudad

O dia de Ano Novo acordou sem chuva e nós aproveitámos para conhecer a cidade de Ronda com calma.
A visita à cidade começou pelo clássico e velho Pueblo Blanco mourisco, no lado Sul da Puente Nuevo, com ruas empedradas, grades nas janelas e paredes caiadas, onde se encontram a maioria dos principais pontos históricos da cidade.

Depois de se passar a Puente Nuevo, que é uma obra de engenharia impressionante, do séc. XVIII, que se eleva a uma altitude de 100 metros acima do rio Guadalevin, virámos para o lado direito, pela Calle Tenorio, que contorna as habitações situadas junto do precipício calcário a Sul da cidade até chegarmos à Plaza del Campillo.

Ali se encontra também o Miradouro d’el Campillo, de onde se pode vislumbrar o esplêndido panorâma, não só de Ronda, mas do vale que a seus pés se estende. É deste miradouro, que se pode descer pelo desfiladeiro abaixo, por caminhos empedrados, estreitos e sinuosos, que perigosamente espreitam o desfiladeiro até lá abaixo ao vale, onde corre o rio Guadalevin.

Do lado esquerdo deste miradouro podemos ver o Palácio Mondragón, que possui um belo pátio com arcadas, tipicamente andaluz, que se encontra adornado com azulejos e estuques originais e que remontam à data de sua construção.

Passando o velho arco da Calle San Juan Bosco encontramos a Igreja Santa Maria la Mayor, com um campanário que é o que resta de uma mesquita do séc. XIII, da qual também restou um nicho de orações.

Contornando pelo lado esquerdo a Igreja de Santa Maria la Mayor, encontramos a Plaza Duquesa de Parcent, com um belo jardim central, onde domina o edifício do Ayuntamiento (Câmara Municipal), que incorporou partes de edifícios mais antigos. É um bonito e imponente edifício, com uma fachada que possui dois andares de arcadas e tectos mudéjares.

Em seguida descemos pela Calle Marqués de Salvatierra, onde logo no início encontramos do lado esquerdo, a torre do Minarete San Sebastian, que é o que resta de uma antiga mesquita do séc. XIV. Mais abaixo encontramos o Palácio del Marqués de Salvatierra, com uma fachada embelezada com bizarras estatuetas incas e imagens com cenas bíblicas.

Virando à direita, encontramos uma estrada empoleirada na maciça saliência rochosa que leva à Puente Viejo, encontramos os Banhos Árabes. Estes são compostos por três câmaras comunicantes. Noutros tempos, quando os banhos estavam em uso, cada câmara era mantida a uma temperatura diferente, sendo a temperatura progressiva à medida que se mudava de sala, duche frio, banho morno e banho quente.

Subindo pela íngreme Calle Santo Domingo, chegamos ao Convento do mesmo nome, que outrora foi a sede local da Inquisição e que fica à beira do desfiladeiro, de onde podemos desfrutar de uma magnifica vista sobre o precipício e o vale a montante do desfiladeiro.

A Passagem de Ano em Ronda


No dia em que chegámos a Ronda, era véspera de Ano Novo. Depois de pararmos a AC no parque municipal, mesmo dentro da cidade e depois de mudarmos de roupa, fomos para o Parador de Ronda, onde tínhamos reserva marcada, para ali passarmos a noite de passagem de ano, com jantar incluído.

O Parador de Ronda fica situado do lado Norte da famosa Ponte Nueva, dominando a Plaza de España. A sua localização é soberba, com vista sobre o desfiladeiro de Ronda.

O conforto e a atmosfera que se respiram no Parador são excelentes, mas o ambiente é formal de mais para o meu gosto. O restaurante do Parador foi o local onde jantámos. Estava repleto e calhou-nos uma mesa multilingue, destinada aos 5 casais estrangeiros, que naquela noite tinham chegado ao Parador. Connosco partilharam a mesa, um casal alemão, um austríaco, um belga e outro francês.

O restaurante apresentou para essa noite cozinha local, confeccionada com produtos frescos das montanhas. As especialidades incluíram carnes, peixes, doces e queijos locais. Após o lento e enfartante jantar, passámos ao salão de baile, onde decorreu o resto da noite.

Quando já estávamos fartos da festa, fomos dar um passeio pela cidade, que se encontrava cheia de jovens que enchiam as discotecas, que se mantiveram abertas até altas horas da noite. Cá fora a garotada mais nova, sem qualquer vigilância por parte dos pais, divertia-se com fogo de artifício, o que me impressionou, devido à perigosidade da brincadeira.

Ronda, a "Jóia da Andaluzia"

A chegada a Ronda é inesquecível. A rede de estradas montanhosas que ligam à cidade possuem um enorme valor paisagístico, uma vez que atravessam os numerosos passos de montanha da Cordilheira de Ronda, que oferecem aos viajantes vistas muito apreciadas por quem visita a região.

Ronda é uma cidade empoleirada na extremidade de uma cadeia montanhosa, a quem chamam a "Jóia da Andaluzia". A meseta rochosa está dividida ao meio pelo rio Guadalevín.

É uma das cidades de Espanha, com uma das localizações mais espectaculares, erguendo-se sobre uma maciça saliência rochosa, com precipícios calcários de ambos os lados, conhecido como "el Tajo de Ronda" (o penhasco de Ronda). A sua situação inexpugnável, fez com que a cidade fosse um dos últimos bastiões mouriscos a cair após a reconquista.

As duas vertentes deste desfiladeiro encontram-se ligadas através de três pontes, a Ponte Romana, a Ponte Nova e a Ponte Velha.

No lado Sul da Ponte Nova, encontra-se o velho "pueblo blanco", conhecido como "La Ciudad", de ruelas empedradas, grades nas janelas e as características paredes caiadas, onde se encontram a maioria dos locais históricos, há excepção da Plaza del Mercadillo, onde está situada a Praça de Touros, que fica do lado Norte da ponte.

A sua bela e alta ponte sobre o rio Guadalevín, a 120 metros acima da torrente, foi o local onde foram feitas as execuções públicas durante a Guerra Civil Espanhola, ao atiraram os simpatizantes republicanos pelo precipício abaixo. Este facto é mencionado por Hemingway em "Por quem os sinos dobram", um dos meus livros preferidos e que deu origem ao filme com o mesmo nome.

Diz a lenda que os corvos que habitam o precipício, são as almas de todos os que morreram naquele lugar. No século XVII, também eram ali atirados para baixo, os cavalos feridos nas touradas, uma barbaridade de arrepiar. E, até mesmo o arquitecto que a construiu, morreu nela, quando tentava apanhar seu chapéu, sendo arremessado para baixo por uma violenta rajada de vento. Hoje, felizmente, há grades nas partes mais baixas da ponte.

Ronda é famosa também por ser o berço das touradas e o grande toureiro Pedro Romero é seu filho mais ilustre, que tem a uma estátua em frente da Praça de Touros. Foi ele quem criou o estilo de tourada a pé, ao invés de montado a cavalo.

A Praça de Touros de Ronda é a praça rainha das touradas, na Andaluzia e foi inaugurada em 1785.

Pedro Romero é também conhecido por um acto que dizem, foi a base de inspiração para Prosper Mérimée, começar a escrever “Carmen”, a novela que deu origem à famosa ópera homónima de Georges Bizet.

A história conta que o famoso toureiro do séc. XVIII, encontrou sua mulher, Elena, nos braços de um amante. Ele esfaqueou o homem e arrastou a sua mulher pelas ruas da cidade até ao precipício, atirando-a lá para baixo.

Hemingway e Orson Welles, que lá está sepultado, adoravam as touradas em Ronda e ambos contribuíram muito para tornar a cidade famosa na década de 60. Diz-se que o estilo de tourear de Ronda, é menos exuberante que o estilo de Sevilha, mas com mais alma toureira.
Fonte: www.transauto.es/spanol/guia_turistica / costa-del-sol.costasur.com/pt/ronda

Ardales


Depois de deixarmos o vale do rio Guadalhorce e depois de descermos uma suave colina, avistámos a branca aldeia de Ardales.

Ardales está situada numa área que faz fronteira com as montanhas da Serrania de Ronda, os campos de Antequera e Vale do Guadalhorce, e é muito rica em arquitectura de herança mourisca, vestígios arqueológicos e recursos naturais.

A aldeia tem um sabor medieval e é dominada por um castelo e uma igreja, estendendo-se numa colina, que acaba num aglomerado escarpado, onde estão as ruínas do seu castelo.

A aldeia de Ardales desenvolveu-se então à volta de um cerro escarpado, onde se encontram até hoje as ruínas da antiga fortaleza árabe, mas o seu mais notável monumento é a Igreja de Ntra. Sra. de los Remedios, de finais do séc. XVI, que se destaca ao longe, no meio do casario branco.

A história de Ardales remonta à muito tempo atrás, pois seus povoadores à cerca de 20.000 anos a.C., deixaram a sua marca nas magníficas pinturas rupestres encontradas numa caverna, a Cueva de la Carinoria, que é um dos principais atractivos turísticos de Ardales.

Os romanos instalaram-se aqui mais tarde, fortificando o lugar com um castelo na zona conhecida como Peña de Ardales, que mais tarde foi conquistado pelos mouros e pelo seu líder Alhur al Tagafi, em 716, que nomeou a povoação de “Ard-Allah”, que significa "o jardim ou terra de Deus".

Ardales possui todas as características de um "pueblo blanco", destacando-se com a sua alva brancura ao longe, sob solo cor de ocre. É um lugar calmo, onde não se ouvem ruídos e onde o passar do tempo parece ser sempre igual.

A uns cinco quilómetros do casco urbano encontra-se a notável Cueva de Ardales, com destacadas pinturas rupestres, mas que não visitámos por falta de tempo.

Fonte: www.transauto.es/spanol/guia_turistica

Os Pueblos Blancos

Um dos mais belos roteiros da Andaluzia é o "Rota dos Pueblos Blancos", ou Rota das Cidades Brancas, por serem caiadas de branco, de acordo com a tradição moura.

A rota atravessa a Sierra de Grazalema, a Serrania de Ronda e Los Alcornocales. São cidades pequenas e médias, aninhadas no topo de montanhas e quase todas ao redor de um castelo. Os telhados vermelhos e as ruas estreitas são características típicas.
No caminho entre estas povoações, a paisagem muda de maneira dramática o tempo todo. Colinas verdejantes dão lugar a montanhas com aparência de paisagem lunar, para serem rapidamente substituídas por prados com massas de cássias amarelas ou quilómetros e quilómetros de olivais. Uma hora são bosques de carvalhos e figueiras, meia hora depois, vastas áreas agrícolas.
Muitas destas aldeias foram fundadas por tribos berberes que se fixaram na região durante os oito séculos de presença moura. Eram agricultores que cultivaram as terras onde se estabeleceram na Andaluzia, uma terra com cores semelhantes à que tinham deixado para trás, no Norte de África. São ainda hoje povoados na maioria agrícolas, que possuem muitas referências do seu passado mourisco.
Por causa da constante ameaça de ataque, uma vez que já se tinha iniciado a Reconquista, foram obrigados a escolher os locais mais elevadas e fáceis de defender e para isso estas aldeias cresceram no cimo de colinas, ou até mesmo no cimo de penhascos escarpados à volta de castelos.

Então, uma coisa está garantida em qualquer destas aldeias é uma nobre e privilegiada localização, com uma vista maravilhosa. Pena o tempo ter sido pouco, só nos dando a possibilidade de conhecermos três das mais famosas povoações que pertencem aos Pueblos Blancos, Ardales, Ronda, onde passámos a passagem de ano e Setenil de Las Bodegas, ficando as outras para uma próxima viagem.

Fonte: www.rusticblue.com

A Garganta del Chorro

No dia seguinte à chegada a El Chorro e depois do almoço, fomos visitar o desfiladeiro, com a garganta do mesmo nome.

A Garganta del Chorro é um desfiladeiro de pedra calcária, através do qual passa o rio Guadalhorce. É um local de uma beleza sufocante, bizarra mas ao mesmo tempo emocionante, dando vontade de só sair de lá, depois de tudo bem explorado. Mas isso só se pode fazer com equipamento adequado e a ajuda de guias experientes.

A paisagem circundante apresenta uma topografia quase brutal, mas muito bonita, com a zona rural circundante de encostas áridas, com vegetação rasteira e cactos. Perto da Garganta del Chorro, os altos e abruptos penhascos íngremes e quase inacessíveis.

El Chorro é uma das mais famosas áreas de escalada da Europa. Com mais de 650 rotas de escalada, centradas numa área acessível a pé. Para lá chegarem, à maioria destes penhascos escarpados, os escaladores têm que fazer o seu caminho através dos túneis ferroviários e carreiros perigosos.

Devido à sua localização no sul da Espanha, a escalada é possível durante todo o inverno, mesmo que às vezes haja frio ou neve. As rotas são geralmente duras subidas, nos altos penhascos que caem a pique sobre o rio Guadalhorce e que atraem escaladores de todo o mundo.

Ao contrário de tantos outros lugares, El Chorro está como que parado no tempo, percebendo-se que pouco tem mudado, o que mantém este lugar vivo e vibrante, atraindo um fluxo constante de pessoas de todo o mundo, que para ali trazem perspectivas únicas, atraídas pela beleza ou a paixão pela escalada.

Depois de deixar-mos a povoação de El Chorro e o seu desfiladeiro, já a caminho da Serra de Grazalema e dos Pueblos Blancos, a viagem feita através do vale do rio Guadalhorce e do vale Abdalajis é fascinante.


Este vale encontra-se situado na fronteira sul da região de Antequera, quase totalmente rodeado por terras de Antequera e aberto no meio de um corredor estreito que serpenteia o vale do rio Guadalhorce.

A serra do Valle de Abdalajis desempenha um papel importante e funciona como fundo calcário impressionante, para os belos Pueblos Blancos com suas casas de um branco imaculado.

Na encosta oposta, a paisagem é formada por um relevo muito suave e colinas ondulantes cobertas de olivais e campos de cereais. Entre as colinas e a serra encontramos o ribeiro de las Piedras, que corre lentamente entre as suaves colinas.

A situação estratégica deste pequeno vale entre as terras de Guadalhorce, via de comunicação para o mar e a cidade de Málaga, bem como as terras de Antequera, entre a Alta e Baixa Andaluzia, converte-o num corredor importante ao longo de toda a história, fazendo deste um dos locais mais ricos em vestígios arqueológicos.

Fonte: www.andalucia.com