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Os Reais Alcazares de Sevilha



O Alcazar, situa-se mesmo em frente e a uma curta distância a pé da colossal Catedral de Sevilha. È constituído por um conjunto de construções e jardins que se denominam de Reales Alcazares de Sevilha.

Os primeiros edifícios do conjunto dos Reales Alcazares de Sevilha, foram mandados construir pelo Emir Abd Al Raman III, o primeiro califa andaluz e passaram por várias ampliações até a actualidade. Com decoração exuberante em seu interior e magníficos jardins na sua parte externa, o Alcázar é uma visita imperdível em Sevilha.


Originalmente uma fortaleza moura, o Alcazar foi ao longo do tempo ampliado várias vezes. Os Almohades foram os primeiros a construir um palácio, chamando-lhe Al-Muwarak. Todo o conjunto de palácios, foram utilizados por diferentes governadores árabes que passaram pela cidade.
A maioria dos modernos edifícios foi construída ao longo de ruínas, por Pedro I de Castela(também conhecido como Pedro, o Cruel), no início de 1364. Dessa época data, o Palácio del Rey Don Pedro I. Depois durante o século XIV, os reis cristãos foram ampliando o complexo, contratando artesãos árabes.
Logo à entrada temos a Porta do Leão, em estilo almóada. A partir deste sítio tudo o que se pode ver é um conjunto extraordinariamente mesclado de arte árabe e cristã. Cruzando a muralha árabe do século XII, situamo-nos no Pátio da Montaria, cujo nome se deve aos batedores que acompanhavam o rei nas suas caçadas.

Ao entrar caminha-se pelo Pátio de las Doncellas e pela Sala de las Muñecas, passando pela Sala de la Justicia ou pela Casa de la Contratación. Estas salas ão criações de diferentes estilos e épocas, que dão uma ideia de todas as culturas e costumes que passaram pelo lugar.
Passamos ao Pátio do Leão, onde se podem contemplar as magníficas filigranas do Palácio de Pedro I. À direita situa-se o Quarto do Almirante, destinado por Isabel a Católica como Casa de Contratação, depois da descoberta do Novo Mundo.

Conserva-se nesta sala a famosa pintura a "Virgem dos Mareantes", de Alejo Fernández, obra de 1531, que retrata Cristovão Colombo com vestes reais, como lembrança da conquista do Novo Mundo. Foram aqui projectadas as mais célebres viagens dos descobridores, como a Primeira Volta ao Mundo de Magalhães.

No outro extremo do pátio existem uns salões do século XVIII, construídos sobre restos de um palácio gótico, do qual ainda se conservam os Banhos de Maria de Padilla, a Capela e o Salão de Carlos V.

Caminhando ao longo das galerias e salas decoradas com belos azulejos e preciosos tectos mudéjares, desde o vestíbulo chega-se ao Pátio das Donzelas, o pátio principal, uma obra-mestra da arte mudéjar andaluza.

Os Apartamentos Reais estão num primeiro nível com as salas redecoradas no século XVIII. Depois deste pátio encontramos a Sala dos Reis, a Sala de Carlos V contendo grandes tapetes de Bruxelas, o Salão do Imperador com azulejos do século XV e tapetes flamencos.

Depois o famoso Salão dos Embaixadores, uma sala coberta por uma cúpula semiesférica adornada com complicados arabescos dourados. Todas estas salas têm vistas para o pátio. A última delas é o aposento mais importante do Alcázar.

A partir da Sala de Filipe II chega-se ao Pátio das Bonecas, cujo nome se deve aos pequenos rostos visíveis em vários arcos. Este pátio, com uma belíssima ornamentação de azulejos e arabescos de estuque, costuma animar os visitantes que descobrem as caritas de bonecas talhadas em diversas colunas, já que se prestarmos atenção podemos encontrar nove caras em diferentes zonas da sala. Segundo a tradição, "traz sorte" a quem as encontra pelos seus próprios meios.

O Terramoto de Lisboa de 1755 afectou o conjunto arquitectónico, obrigando à realização de importantes modificações. Foi dado, então, um toque barroco ao pátio do cruzeiro.

Os Jardins do Alcázar são um dos maiores tesouros de Sevilha. Um passeio por estes jardins é uma das experiências mais gostosas que podemos experimentar quando se visita Sevilha.

De ornamentação árabe, renascentista, barroca, modernista... são alguns dos muitos estilos que podemos encontrar nestes jardins, tudo isto rodeado por palmeiras, fontes e abundante vegetação...

Passear pelos Jardins do Alcázar pode ser um dos passeios mais agradáveis de Sevilha, levando-nos a imaginar cenas das épocas em que os árabes dominavam esta província. Aqui é possível encontrar elementos com estilos, árabes, renascentistas e modernos.

Estão dispostos em terraços com uma vegetação verdejante, possuindo uma grande diversidade de laranjeiras e palmeiras, com fontes e pavilhões onde se respira frescura e quietude, sendo um lugar onde o vento sopra fresco, convidando ao sossego e descanso nesta calorosa cidade.

Destacam-se os Jardins do Príncipe, com a Fonte de Neptuno, os Jardins do Laranjal, com a Fonte do Leão, e o Pavilhão de Carlos V, onde morreu o rei Fernando III de Castela. No resto dos jardins, mais modernos, podemos encontrar-nos com o escudo e nome do rei Afonso XIII.

A partir dos jardins chegamos ao Pátio de Bandeiras, lugar onde se colocavam as bandeiras quando algum rei estava alojado no palácio, além de servir como uma espécie de Praça de Armas do Alcázar.

Site: Wikipédia

A Catedral de Sevilha

“A Catedral de Sevilha é uma genial e deliberada raridade”, dizia Camilo José Cela, em "Vagabundo ao Serviço de Espanha".

Na sua origem esteve uma decisão declarada de construir uma igreja tão deslumbrante que nenhuma outra se lhe pudesse comparar. Estava-se no início do século XV e Sevilha apenas tinha velhas igrejas arruinadas, depois de vários séculos de cultura muçulmana. A verdade é que o resultado foi e ainda é, a maior igreja gótica do mundo e o terceiro maior templo da cristandade, logo a seguir à Catedral de São Pedro, em Roma e à Catedral de São Paulo, em Londres.

Ergue-se sobre as ruínas de uma mesquita almóada/mudéjar mandada construir pelo Emir Abu Yacub Yussuf, em 1184. Por isso, sobre a Porta do Perdão, continua escrito “O poder pertence a Alá!”.
A visita propriamente dita deve começar devagar, contornando a catedral pouco a pouco e reparando nos pormenores góticos junto às portas de acesso ao interior. Ao entrar devemos olhar para cima, observando os arcos e arquivoltas, as figuras esculpidas em barro que nos contam episódios idos da história do Cristianismo.
Depois a curiosidade impele-nos a dar um passo em frente, a enfrentar o lusco-fusco do interior do templo, apenas interrompido pelos raios de luz que atravessam os vitrais. E é aqui sob os 40 metros de altura da nave central que se percebe na magnitude da terceira maior catedral do Mundo.
A sua arquitectura interior é majestosa, possuindo cinco naves, com mais de 120 metros de comprimento. As abóbadas são polinervadas e muito trabalhadas. É particularmente imponente o coro, que data de final do século XV, em talha dourada.

Para completar uma qualquer visita rápida, impor-se-á ver o túmulo de Cristóvão Colombo, mas ainda aqui se podem ver os túmulos dos reis Fernando III e Afonso X. Na Sacristia dos Cálices, estão representadas, em várias pinturas, uma das quais do grande pintor Francisco de Goya, as santas Justina e Rufina, padroeiras da cidade.

A sua área total abrange 11.520 metros quadrados. A catedral foi construída sobre uma base rectangular, onde o grande plano da mesquita foi substituído, mas o arquitecto cristão acrescentou uma maior dimensão à sua altura. A nave central subiu para 42 metros e até mesmo as capelas laterais parecem suficientemente grandes para nelas conter uma qualquer igreja normal.

Felizmente foram preservadas nesta grande Catedral, duas partes pertencentes à mesquita original, a entrada do tribunal mouro, o Pátio de los Naranjos, e da Giralda, originalmente um minarete, convertido numa torre sineira.

A entrada para a catedral é feita pela Porta de San Cristóbal, na zona sul. Perto da porta dedicada a este santo foi colocado o túmulo de Cristóvão Colombo.

Colombo foi originalmente enterrado na Catedral de Havana, na ilha de Cuba, que ele tinha descoberto na sua primeira viagem em 1492, mas durante as perturbações ocorridas em torno da revolução cubana em 1902, os seus restos mortais foram transladados para Espanha, ficando nesta catedral.

Um monumental túmulo foi esculpido por Arturo Mélida para a ocasião. Foi projectado em estilo romântico tardio, tendo sido esculpidas quatro enormes figuras, sob os ombros das quais é suportado o tumulo, que representam os reinos de Leão, Castela, Aragão e Navarra.

Têm-se levantado muitas dúvidas relativamente à autenticidade dos restos mortais de Colombo, pelo que estão actualmente em curso testes de DNA, para descobrir se estes realmente são os restos do explorador.

O enorme interior da catedral, possui uma nave central e quatro naves laterais sumptuosamente decoradas. Podemos ver ouro em toda parte, mas ao mesmo tempo, verifica-se um certo sentimento geral de simplicidade e de retenção na sua decoração. As capelas estão confinadas às naves laterais e a enorme nave central foi deixada praticamente vazia.

No centro está a estrutura do coro, construído no séc. XV. O coro abre para a Capela-mor, que é dominado por um incrível retábulo gótico no altar. Esta suprema obra-prima, foi realizada por um único artesão, Fleming Pieter Dancart. O retábulo é composto de 45 cenas da vida de Cristo esculpidas em madeira e cobertas de ouro e que é o maior e mais rico retábulo do mundo.

Os seus vitrais são notáveis obras de arte do século XV. A grandiosa Capela Maior, concebida em estilo plateresco em 1528, abriga um magnífico tesouro. Entre os expositores fechados encontram-se relicários de prata e ouro, obras de Goya, Murillo e Zurbarán, e uma colecção de crânios.

A nordeste encontram-se as cúpulas da Capela Real, que não está sempre aberta. Construída no local da capela original, ela é um panteão real, que abriga os corpos de Fernando III de Leão e Castela, o Santo, e os túmulos dos dois laterais pertencem a sua esposa, Isabel de Hohenstaufen, conhecida em Castela como Beatriz da Suábia, e seu filho, Afonso, o Sábio.

Sem qualquer possibilidade de passar despercebida, quase como um apêndice da catedral, ergue-se a torre La Giralda, verdadeiro ex-líbris da cidade.

Apesar de uma existência anterior, aquando da presença do templo árabe, foi só depois da sua quase completa destruição durante o terramoto de 1356, que o minarete ressurgiu e ganhou nova importância. A base de pedra suporta 94 metros de altura que são culminados pela estátua e cata-vento denominada Giraldillo, representativa da fé de um povo devotado ao cristianismo.

À esquerda da Capela Real encontra-se a entrada para esta maravilhosa torre mourisca, que vale a pena subir. Aqui, janelas e varandins distribuem-se pelos quatro lados da torre iluminando o interior das escadas que dão acesso a uma das mais belas vistas sobre Sevilha.

Site: Wikipédia

O último dia em Sevilha

O último dia de visita a Sevilha, foi o dia de volta a casa, e do final da nossa viagem de Páscoa. Era Domingo de Páscoa e finalmente a Catedral e o Álcazar estavam abertos ao público no final da Semana Santa.

Antes de partirmos rumo a Portugal, fomos visitar a bela Catedral de Sevilha, que no domingo de Páscoa estava toda engalanada e o Álcazar que só abrira portas nesse dia, pois tinha estado sem receber visitas, durante toda a Semana Santa.

A cidade estava ainda cheia de gente, aliás como tinha estado durante toda a Semana Santa. Nesta semana Sevilha torna-se numa cidade pedonal, sem automóveis, com as ruas cheias de animação e carregadas de gente que anualmente ali vão festejar a Páscoa.

O dia mais alegre durante a Semana Santa em Sevilha é sem dúvida o Domingo de Páscoa, que como se sabe, celebra a ressurreição de Cristo morto.
As festividades da Semana Santa de Sevilha, vão muito além de um mero evento religioso, sendo um fantástico momento para se visitar a cidade.

Apreciar as procissões, que duram desde Domingo de Ramos até ao final da manhã de Domingo de Páscoa, pode tornar-se ao fim de alguns dias bastante enfadonho, em especial devido ao tempo que estas demoram, pelo seu habitual ritmo lento, por isso uma outra maneira muito mais interessante de apreciar a enormidade e a beleza dos andores, é visitar as igrejas de onde vêm.

Pelo menos duas destas igrejas, são dignas de uma visita, a Basílica de la Macarena e a Basílica de Jesús del Gran Poder, que se encontram a oeste do centro. Ali vemos um fluxo constante de paroquianos que se encaminham para as suas igrejas, em homenagem à Virgem e também para admirar os belos andores que se encontram no seu interior.

Sevilha tem sempre um encanto especial, quer quando chegamos, quer quando por ela passeamos e obviamente quando dela nos despedimos…

Flamenco - Palácio Andaluz

“O Flamenco, é o espelho da Andaluzia que sofre paixões gigantes e cala paixões, embaladas pelos leques e pelas mantilhas sobre as gargantas que têm. Tremores de sangue, de neve, e arranhões vermelhos feitos por olhares.”

Federico Garcia Lorca



A última noite em Sevilha

Após a visita ao Bairro Santa Cruz e de estarmos mais uma vez junto à Catedral, onde decorria mais uma procissão, fomos ao princípio da noite até ao rio, para apanharmos um táxi para El Palacio Andaluz, que fica na Avenida Mª Auxiliadora, nº18. Já tínhamos reservado mesa para passar a noite com jantar incluído, afim de assistirmos a um espectáculo do flamenco com a verdadeira alma andaluza, recheado de paixão e com imensa luz e cor, que contou com um grande elenco de artistas.

O Palácio Andaluz oferece um dos melhores e os mais completos espectáculos de flamenco de Sevilha, oferecendo um menu de enchidos, queijos e tapas como entrada, sopa, prato de peixe e carne, sobremesa, café e bebidas, que foi mais do que suficiente.

Há grande número de clubes de flamenco em Sevilha e não se sabe nunca qual é o melhor, pois todos reclamam para si o estatuto de melhor.

Os vários clubes de flamenco oferecem percentagem aos hotéis, bares, restaurantes e até aos quiosques de jornais ou gelados, de forma a venderem maior número de bilhetes para o seu espectáculo, tendo sido desta forma que adquirimos os nossos bilhetes.

Sevilha está no cerne da cultura espanhola e, consequentemente do Flamenco, onde a cidade é sem dúvida a sua capital.

O Flamenco é uma arte espanhola, com raízes profundas na Andaluzia. Existem indícios quanto à forma como esta dança e música folclórica evoluiu, mas os seus detalhes estão perdidos na história.

A origem do Flamenco é motivo de controvérsia entre historiadores e estudiosos inclusive na própria Espanha. A versão mais aceite, foi concebida por um dos mais conceituados historiadores espanhóis, Ramón Menéndez Pidal, que afirma que no Séc. X, após o término das invasões árabes, camponeses expulsos do Egipto atravessaram o Norte de África e o Estreito de Gibraltar e estabeleceram-se na Península Ibérica. Se assim for, o nome “flamenco” confirma a teoria, pois em egípcio antigo, “Fallah Menco” significa camponeses expulsos.

Há uma tendência em confundir o flamenco com dança cigana, desenvolvida pelos ciganos nómadas (Zíngaros, Gypsies) que receberam forte influência da Europa Central, porém as características de música, dança e instrumentos, são muito distintas do Flamenco.

Também há confusão com os flamengos, originários da Bélgica e Holanda que derrotados pela “fiel infantaria” espanhola, foram depreciativamente chamados em espanhol de “flamencos”.

Embora as suas origens realmente sejam muito antigas, foi ao longo dos séculos XVIII e XIX que floresceu, atingindo uma enorme popularidade de 1875 a 1900. Praticamente todos a cidades andaluzas neste período, tiveram os seus cafés de canto e dança flamenca. Sevilha impulsionou muitos desses locais de espectáculo e com poucas excepções, os mais famosos cantores e bailarinos foram ou são de origem cigana.
A primeira forma da dança flamenca resumia-se somente ao canto e dança, tendo como únicos acompanhamentos as palmas e gritos de incentivo, chamado de “Jaleo”, que é utilizado até hoje.

No século XIX, passa a apresentar-se de forma mais completa com a utilização de guitarra (violão de 6 cordas), que se tornou imprescindível e mais tarde outros instrumentos foram incorporados ao Flamenco.

Segundo os estudiosos, o Flamenco é uma das danças mais originais e complexas. Além da técnica, o bailarino precisa desenvolver a expressão corporal para transmitir os seus sentimentos através dos seus movimentos, o que em Espanha é chamado de “Duende”.

O “Duende” é realmente o grande mistério do Flamenco, porque a técnica se aprende com dedicação, mas o “Duende” tem que ser extraído da alma ou como disse Frederico Garcia Lorca, “....o duende tem que ser acordado nas últimas moradas do sangue...” e somente com este sentimento e alma, a verdadeira dança flamenca se mostrará de forma completa.
Site: anaesmeralda.com

3º Dia de visita a Sevilha

Ao terceiro dia na cidade, já o condutor do autocarro nos conhecia, pelo que gentilmente parou o autocarro à porta do parque de campismo, para nos levar até Sevilha, poupando-nos a caminhada até à paragem e o tempo de espera pelo autocarro seguinte, que seria de uma hora.

Assim chegámos ao Prado, mais sedo do que o esperado e resolvemos dar mais uma volta no autocarro turístico, uma vez que tínhamos bilhete para três dias, afim de conhecermos melhor os bairros mais emblemáticos da cidade.

O primeiro, o Bairro de Triana é um dos mais importantes bairros de Sevilha. Encontra-se junto ao rio Guadalquivir, ao lado do Bairro de los Remedios. O seu nome provem do Imperador romano Trajano, que nasceu em Itálica, embora existam outras teorias acerca da toponímia deste popular bairro sevilhano.

Desde sempre que o Bairro de Triana ocupou uma posição privilegiada, nas margens do rio Guadalquivir, facto que lhe deu um estatuto muito particular, como cruzamento de caminhos e chave da cidade, embora esta proximidade em relação ao rio tenha feito com que tenha sido este o bairro que mais sofreu com as inundações que ocorreram ao longo do tempo na cidade.

Há séculos que a zona é famosa pelas suas cerâmicas, sendo a mais conhecida a Cerâmica de Santa Ana no nº 31 da rua de San Jorge.

Triana é um bairro tradicionalmente associado aos ciganos, mas hoje é raro encontrá-los no bairro, que se tornou um dos locais mais caros e exclusivos da cidade. Bairro de gentes ligadas ao mar, de toureiros, de dançarinos de flamenco, de cantores e também autores, bem como de futebolistas...

É um bairro no qual se destacam a Igreja de Santa Ana, o Convento de San Jacinto e a rua Betis. Deste bairro sevilhano, saíram artistas como Antonio Canales, Chiquetete, Los Morancos, Isabel Pantoja, Remedios Amaya, Paz Vega e Marujita Díaz.

Em seguida visitamos o Bairro de la Macarena, que é um dos mais modernos bairros de Sevilha. Está situado junto à zona histórica da localidade. O seu património mais valioso é o seu arco de entrada, que no seu tempo, foi um pórtico almohade.

A zona mais bonita deste bairro é a que se situa junto à Alameda de Hércules. O Palácio de Dueñas, os lugares dos mercadozinhos, as igrejas da zona e os bares de tapas, são outros locais que vale a pena visitar, sendo o ponto turístico mais importante, a Basílica de la Macarena, de onde sai o ícone da cidade na semana santa, La Virgem de la Macarena.

Acabámos a tarde no centro histórico da cidade, que se concentra em redor do Bairro de Santa Cruz, onde se encontram a maioria dos monumentos de Sevilha. Um passeio pelas suas ruas é um verdadeira viagem no tempo...

Ali os principais pontos turísticos em termos de edifícios, são a Catedral e a sua Giralda, antigamente um minarete ou torre de uma antiga mesquita e o Alcázar, o palácio real. O Arquivo das Índias, ali perto, alberga todos os mapas e documentos sobre a Espanha e da conquista do Novo Mundo, está actualmente a ser restaurado e por isso, não está aberto ao público.

O Bairro de Santa Cruz, na zona centro da cidade, está rodeado de grandes casas, de palácios e de pátios brancos ou ocres, replectos de aromas de flores. As suas origens remontam ao momento da conquista da cidade por parte de Fernando III, que expulsou os Judeus que o ocupavam.

Citações históricas, poemas e livros, foram inspirados nessas ruas, propositadamente estreitas e labirínticas. A sua função é clara, servindo para evitar o sol do forte verão sevilhano.

Quanto a mim, esta é a mais pitoresca e encantadora zona da cidade, com ruas estreitas e sinuosas, com casas caiadas de branco, de antigas judiarias, repletas de esplanadas e bares, onde nos podemos sentar e desfrutar de algumas tapas, vendo passar os transeuntes.

Ainda para nos refrescarmos temos as suas inúmeras praças, entre elas a Plaza de los Venerables, a Plaza de Santa Cruz, ou a Plaza de Doña Elvira, decorada com azulejos.

A área central é delimitada pela rua Mateos Gago, cheia de lojas de recordações, cafés e bares de tapas, onde lanchámos, e pelas ruas de Santa Maria La Blanca, San José, os Jardins de Murillo e do Alcázar. Antigamente era o bairro judeu, onde algumas das igrejas foram originalmente sinagogas.
A passagem coberta fora do Patio de Banderas (parte do Alcázar), foi a Judería que vale a pena visitar. Ao entrar neste Pátio, temos uma vista inesquecível da Catedral de Sevilha.

Este bairro, incrivelmente pitoresco e cheio de história, com muitos e antigos palácios, igrejas e passagens escondidas, tem muito para nos oferecer. Ali além das melhores casas de tapas, existem muitas lojas que vendem “recuerdos” encantadores, como a cerâmica de Sevilha, vestidos de estilo flamenco, aventais sevilhanos, T-shirts…

Passear pelas suas ruas e praças revestidas com laranjeiras, que exalam o seu característico perfume, perdemo-nos pelo labirinto de ruelas estreitas, admirando os frondosos pátios de mansões particulares através dos seus portões de ferro forjado, é uma das melhores experiências da visita a Sevilha.

Este é um bairro que esconde encantadoras surpresas e por isso devemo-nos guiar pela nossa intuição, fazendo assim o nosso próprio roteiro…

Sites: dreamguides.edreams.pt / costasur.com

A bela Praça Maior de Sevilha

À saída dos jardins do Parque María Luiza, encontramos a Praça de Espanha, um dos símbolos da Sevilha actual. Majestosa, foi projectada para a Exposição Ibero-Americana de 1929 por Anibal González, um dos arquitectos mais célebres da cidade do século passado.

Construída em tijolo e cerâmica, em forma semicircular, rematada por uma torre em cada ponta, parece estar de braços abertos, como que acolhendo todos os que por lá passam, para que de perto observem os seus bancos, revestidos por painéis de azulejaria, dedicados a cada uma das províncias espanholas.

A praça foi construída num estilo arquitectónico teatral, inspirado pelo estilo renascentista espanhol, com elementos típicos da cidade, como por exemplo, tijolos expostos, azulejos cerâmicos de Sevilha e ferro forjado.

A sua planta é semicircular e os edifícios foram construídos formando uma grande meia circunferência, que é dominada por duas torres, uma de cada lado da área fechada, que estruturam todo o edifício tendo uma grande fonte localizada ao centro.

Entre as duas torres o edifício gere uma enorme galeria, formando uma grande varanda de arcos semicirculares, levando a várias saídas em diferentes partes da praça. Estes edifícios contêm actualmente escritórios governamentais.

Representante da arquitectura regional, esta magnífica construção destaca-se principalmente por milhares de azulejos policromáticos que revestem grande parte da superfície da construção.

A praça tem um diâmetro de 200 metros e o grande edifício em tijolo, tem na base, cinquenta e oito bancos decoradas com magníficos painéis de azulejo, que representam episódios históricos, de cada província de Espanha.

Esta é provavelmente a principal atracção da praça. Os bancos cobertos de mosaicos de azulejos cerâmicos representam alegorias importantes e tem cada um deles, os escudos de armas de cada província espanhola e um mapa da região no chão de cada banco.


Um canal semicircular cercado por uma grade dá à praça uma ambiência muito especial e romântica, que permite hoje a nomeação de Sevilha, de a Veneza da Andaluzia. Mesmo no centro podemos observar uma fonte, desenhada por Vicente Traver, que é iluminada à noite com mil luzes e que cria um espectáculo e luz e cor, de incomparável beleza.

Site: rotas & destinos

O Parque María Luiza

Na década de 1920, enquanto se redireccionava o rio Gudalquivir e a construção do novo porto, e se construíam as fábricas que são hoje a base do crescimento da cidade, os sevilhanos decidiram colocar numa exposição universal, todo o seu empenho e labor.

Os terrenos do Parque foram doados a Sevilha pela infanta Maria Luísa Fernanda de Orleans, em 1893, tendo sido recuperado e planeado pelo arquitecto francês Jean Forestier, director do Bois de Boulogne, que criou um ambiente verdejante para a Exposição Ibero - Americana de 1929.
Estes terrenos faziam parte do Palácio de San Telmo, construído em 1682 como universidade, para formar pilotos de navios, navegadores e oficiais de alta patente e hoje é sede do governo regional.

Numa tremenda explosão de energia, Sevilha transformou todo o seu extremo sul, numa área de jardins e grandes avenidas. O centro do Parque de María Luiza, transformou-se numa paradisíaca meia milha de palmeiras, laranjeiras, olmos e pinheiros mediterrânicos, não esquecendo os inúmeros canteiros cobertos com flores e pontilhado com escondidos lagos e pavilhões.
Agora que as árvores e arbustos, atingiram a sua maturidade, o génio de quem o imaginou pode ser apreciado, o que faz dele um dos mais belos parques da Europa. Passear no tranquilo Parque María Luiza, o pulmão da cidade, é uma alternativa deliciosa ao alvoroço das artérias que passam, quase por milagre, mesmo ali ao lado.
Este majestoso parque de grande valor cultural, tem além de uma ampla variedade de vegetação, apresenta muitas espécies de patos, cisnes e pavões. Nestes jardins de origem romântica, com mais de 400 mil metros de superfície, a luz entra filtrada pelo ondular ao vento da folhagem verde, de centenas de árvores, algumas centenárias e várias espécies de flores e plantas de todas as regiões do mundo.
Talvez este seja o mais belo de todos os jardins de Sevilha, mas não é o único. Esta cidade proporciona em vários recantos momentos floridos: os Jardins Murillo que dão para o Alcázar, o Valle na zona histórica, o Parque dos Príncipes no bairro da Triana, ou a margem direita do Guadalquivir toda ajardinada por ocasião da Expo 92.

Afinal, Sevilha é a cidade das laranjeiras, onde os árabes que aí se estabeleceram, do século VIII ao XIII, deixaram entre vários legados o culto pela natureza, evidente nos seus jardins, repletos de cascatas e canais, jasmins e buganvílias…
Sites: andalucia.com / rotas & destinos