Visita a Assisi - Parte VII




Depois de caminharmos o dia inteiro pela cidade de Assisi, retornamos a Piazza del Comune e resolvemos parar para tomar um gelado, a fim de relaxarmos um pouco, antes de iniciarmos a caminhada sempre a subir até ao parque de campismo. Ali estivemos à conversa até nos levantarmos para melhor observarmos a praça. Depois de deambularmos pela Piazza del Comune, parámos um pouco junto da fonte no centro da praça para fazermos mais alguns registos fotográficos, quando reparámos que ali perto, no rés-do-chão da Câmara Municipal, decorria uma exposição de obras de arte. Aproximamo-nos e na ampla sala separada do exterior por pesadas portas rendilhadas em ferro forjado, os quadros coloridos entre o cubismo e o neofigurativo de Luciano Busti sobressaíam. Lá dentro Luciano esbracejava indignado pela ousadia da minha câmara fotográfica, que não parava de lhe “roubar” a obra. Disse-lhe que descansa-se pois não era nem artista plástica, nem queria apossar-me de forma alguma da sua obra.

Luciano, após observar as fotos captadas, descansou e logo se desfez em sorrisos, em especial quando melhor observou a jovem ninfa ao meu lado, talvez por ambicionar até naquele gosto, seguir os passos de seu mestre inspirador Picasso.

O pintor e ceramista Luciano Busti, nascido em Assisi, completou seus estudos de arte em Perugia, sendo graduado em pintura pela Academia de Belas Artes "Pietro Vannucci".


Depois já no caminho de regresso pelas ruas estreitas e escuras, observam-se costumes antigos com os moradores sentados às portas de suas casas à conversa com seus vizinhos, para se refrescarem na noite quente que se fazia sentir. Os altos e incríveis edifícios medievais construídos em pedra e apinhados em ruas estreitas saúdavam-nos à nossa passagem. Um verdadeiro cenário de sonhos!... Ainda imbuídos da memória de São Francisco, percorrem-se os últimos metros que nos separam da Porta Cappuccini. Mesmo pequena, não nos podemos esquecer que esta cidade da Umbria é considerada a segunda mais importante cidade santa da Itália, ficando somente atrás de Roma.


A subida foi cansativa e o apetite já se fazia sentir. Lá em cima já no parque de campismo, fomos directos ao restaurante, onde degustamos como entradas (antipasti) as famosas bruschettas de tomate ou anchovas regadas com azeite, o Tagliatelle al ragu (pasta) e Alla griglia prime rib di manzo, grossas costeletas de vaca grelhadas na brasa (primo plato), seguidas do natural e fresco tiramisu.

A Existência como Doença

Uma altura, em conversa com uma pessoa, ela me dizia que a vida era um castigo. Fiquei admirada, pois sempre senti a vida como uma dádiva, devendo ser vivida em pleno, para com mais facilidade se poderem ultrapassar os momentos baixos, aproveitando ao máximo todos os momentos altos.

No entanto o ser humano sempre foi um ser sofrido, e actualmente isso parece estar a ser levado mais em conta, com os livros de auto-ajuda.

Será que a existência se torna uma doença?

Neste episódio do Café Filosófico, exibido no Brasil pela TV Cultura, "A Existência como Doença", faz um paralelo entre como o homem contemporâneo lida com suas angústias e o como o homem ao longo da história conviveu com sentimentos tão pessoais. Nele está em evidência a palestrante Márcia Tiburi, que é autora de três livros, professora e doutora em Filosofia pela UFRS.

A não perder!...

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Parte V

Visita a Assisi - Parte VI




A saída da área da Basílica de San Francesco, já foi feita após o encerramento das portas da mesma. Aquela hora a paisagem ainda é mais bonita e vale realmente a pena observar-se do terraço em frente da Basílica Superior, o cenário único que dali se desfruta, com a encantadora vista da Basílica e do Convento Sagrado, emoldurado pela planície e colinas circundantes.

Vindos da Basílica de San Francesco, optámos por caminhar, no passeio de regresso, pela Via San Francesco, os 600 metros que nos separavam da Piazza del Comune. Imediatamente à esquerda fica a Loggia dei Maestri Comacini, a casa que no séc. XV, pertencia aos mestres construtores que se encontravam a trabalhar na área de Assis.

Um pouco mais à frente do mesmo lado da Loggia dei Maestri Comacini, destaca-se a fachada barroca do Palazzo Giacobetti, mandado construir por Giacomo Giorgetti, no séc. XVII. Com uma varanda central enorme, suportada por mísulas, este é hoje a sede da Pinacoteca Comunale (Biblioteca Municipal) e encerra os arquivos do Sacro Convento, os arquivos da cidade e os arquivos notariais.


Do mesmo lado da rua, uns metros à frente, a meio da Via San Francesco fica o Oratorio dei Pellegrini, uma pequena capela construída em 1432 pela Irmandade de San Giacomo e Sant'Antonio, que também funcionou como um hospital adjacente para os peregrinos que chegavam à cidade. O fresco já desbotado na fachada retrata Cristo Ressuscitado, um trabalho de Matteo da Gualdo (1468).

Esta capela está localizada num local onde é fácil não notar a sua presença, no entanto, o seu interior silencioso encerra magníficos frescos. A parede do altar é também pintada com um fresco de Matteo da Gualdo, enquanto as cenas retratando San Giacomo e Santo António são obra de Pier Antonio Mezzastris (1471). San Giacomo e Sant'Ansano na parede interior da fachada são atribuídos a Andrea d'Assis. Foi originalmente a igreja de um albergue que acolhia os peregrinos a caminho de Roma, que queriam prestar homenagem aos restos mortais de San Francesco.


Um pouco mais à frente do lado esquerdo, encontramos um antigo e bonito edifício com sete arcos, que formam o pórtico de Monte Frumentario, um hospital antigo e lugar de descanso para os peregrinos, construído em 1267.

Depois os 200 m até chegar ao Foro Romano à entrada da Piazza del Comune, são feitos através da Via A. Fortini e Via Pórtica. A meio da Via A. Fortini do lado direito, encontrámos no nº 1 da Piazzetta Verdi, o Teatro Metastasio, onde decorria um musical sobre a vida de Santa Chiara de Assisi, escrito e dirigido por Carlo Tedeschi, intitulado "Chiara di Dio". Pelo caminho até chegarmos à Piazza del Comune, observam-se lojas de artesanato e lojas gourmet com produtos da Úmbria, escadarias que pararam no tempo e varandas medievais tão bem preservadas, que a todo o momento esperamos que a elas assolem personagens vestidos com trajes da época.


A pouca luz própria do início da noite, ainda nos ajuda mais à criação de imagens e pensamentos ligados aqueles lugares cheios de histórias para contar, que nem a própria história guardou, por serem tantos os acontecimentos ali passados ao longo dos séculos. Fonte: http://www.assisionline.com / http://www.wikideep.it/cat/chiese-di-assisi

São Francisco de Assis (1182 - 1226)

"Uma luz que brilhou sobre o mundo"

Dante Alighieri

Assisi era uma pequena cidade integrada no território do Ducado de Spoleto, quando nasce Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como San Francesco de Assisi (Assisi, 5 de Julho de 1182 – 3 de Outubro de 1226).
Filho de Pedro de Bernardone, um abastado comerciante de tecidos que ia buscar a França e de Pica Bourlemont, de Florença (naquela altura pertença de França). Pedro de Bernardone além de rico comerciante era também dono de diversas propriedades rurais. Sua esposa dedicava-se aos seus afazeres domésticos ajudada pelas empregadas. Vibrava por nobres ideais, pela fé cristã, a beleza, a poesia, a natureza... Pedro Bernardone era um fanático pelo poder. Não trabalhava para viver, vivia para trabalhar.

Quando nasceu, seu pai, estava em França a negócios, quando o filho nasceu e quando voltou rebaptizou-o com o nome de Francesco, isto é, "francês". Francesco cresceu desfrutando de muito luxo. O futuro fundador da Ordem dos Frades Menores passou a infância na cidade natal e sua primeira juventude foi alegre e despreocupada. Cordial, expansivo e de uma vitalidade exuberante, destacava-se entre seus jovens companheiros e estudante ajudava o pai na loja que possuía.Sonhou com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o “status” que a sua condição exigia, e aos vinte anos, alistou-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa, até que partiu para lutar na guerra entre Assisi e Perúgia.

Decide ser guerreiro e tornar-se cavaleiro, no entanto cai enfermo a caminho de Spoleto, pelo que necessitou de longo repouso. É nesse momento que inicia a transformação de sua vida. Retorna a Assisi, afasta-se do luxo e de seus antigos companheiros e busca lugares para meditar e orar.

Francesco de Assisi abandonou tudo, riquezas, ambições, orgulho, e até a roupa que usava, para desposar a “Senhora Pobreza” e repropor ao mundo, em perfeita alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra a sociedade burguesa da época.Já inteiramente mudado, passou um dia pela Igreja de São Damião, abandonada e quase em ruínas. Conta a lenda, que Francesco, levado pelo Espírito, entrou para rezar e ajoelhou-se devotamente diante do crucifixo. Ali terá sido tocado por uma sensação insólita, sentindo-se transformado. Pouco depois, a imagem do Crucificado mexeu os lábios e falou com ele. Chamando-o pelo nome, disse: “Francesco, vai e repara a minha casa que, como vês, está em ruinas”.

Após a renúncia definitiva aos bens paternos, aos 25 anos, Francesco deu início à sua vida religiosa. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, cuja ordem foi aprovada pelo Papa Inocêncio III, renovando o catolicismo de seu tempo.

Santa Chiara (Santa Clara), sua dilecta amiga, fundou também a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida, nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. Este capítulo da vida do Santo é caracterizado por intensa pregação e incessantes viagens missionárias, para levar aos homens frequentemente armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de Paz e Bem.Com o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos de seu tempo estavam mais ligados aos mosteiros rurais e com sua crença de que o Evangelho devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Jesus Cristo, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo.

Sua atitude foi também original quando afirmou a Bondade e a Maravilha da Criação, quando se dedicou aos mais pobres dos pobres e quando amou todas as criaturas chamando-as de seus irmãos. Alguns estudiosos afirmam que sua visão positiva da natureza e do homem, que impregnou a imaginação de toda a sociedade de sua época, foi uma das primeiras forças que levaram à formação da filosofia da Renascença.

Em 1220, voltou a Assisi após ter-se aventurado numa viagem à Terra Santa, à Síria e ao Egipto, redigindo a Segunda Regra, aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, entrou na última etapa de sua vida, acabando por morrer em 1226, na sua terra natal. Foi canonizado pela Igreja Católica menos de dois anos após falecer (em 1228), e por seu apreço à natureza, é mundialmente conhecido como o santo patrono da ecologia, pois dedicou a sua vida à ideia de uma irmandade que integrasse todos os homens, a natureza e os animais. De qualquer forma, a sua posição como um dos grandes santos da Cristandade, firmou-se quando ainda era vivo e permanece até hoje inabalada.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.angelfire.com/

Visita a Assisi - Convento e Basílica de San Francesco - Parte V




Sempre tive uma enorme admiração por São Francisco de Assis, desde que bem nova, no colégio interno me fizeram ler acerca da sua vida. Sempre quisera ir a Assis e ali estava eu… Na verdade eu não sabia bem o que iria encontrar, só sabia que existia uma força maior que me impelia a ir até Assis. O momento ansiado tinha chegado!... Iria ver com os meus próprios olhos os lugares que marcaram a vida de São Francisco de Assis e que me levavam até ele, ou à sua sepultura… Estes lugares santos estavam mesmo ali ao pé de mim e eu poderia tocá-los e vê-los de perto!...

Entrei devagar, admirando os vitrais, os painéis, os lindos e cativantes frescos... Depois no final a descida à cripta… Foi quando comecei a sentir um arrepio e uma emoção diferente. À medida que avançava essa sensação tornava-se mais e mais intensa, até que percebi estar exactamente em frente ao altar em pedra tosca, onde estão os restos mortais de Francisco de Assis. A emoção foi grande e sem querer as lágrimas visitaram os meus olhos!
A simples e bonita Basílica de San Francesco, consagrada em 1253, anexada ao convento, é uma interessante construção, formada por duas igrejas sobrepostas. Encerra uma enorme colecção de belíssimos frescos, que sobressaem de forma grandiosa num interior simples e despojado de riquezas.

O Mosteiro Franciscano e a Basílica (inferior e superior) começaram a ser construídos imediatamente depois da canonização do Santo em 1228em 1228. Simone di Pucciarello doou o local para a igreja, numa colina a Oeste da cidade de Assisi, conhecida como Colina do Inferno (onde outrora os criminosos eram mortos). Hoje, o local é conhecido como Colina do Paraíso. A primeira pedra foi colocada pelo Papa Gregório IX, em 17 de Julho de 1228. A igreja foi projetada e supervisionada pelo irmão Elia Bombardone, um dos primeiros seguidores do santo. A basílica inferior foi terminada em 1230 e no Dia de Pentecostes, em 25 de Maio de 1230, o corpo de San Francesco foi trazido para o local.

A construção da Basílica Superior começou logo após 1239 e foi finalizada em 1253. A entrada da Basílica superior (que representa a glória) é feita pela arcada do convento dos frades. O estilo dessa área é completamente diferente da Basílica Inferior. Grandes janelas de vidro colorido banham com luz as obras de Giotto e Cimabue.

A sua arquitectura é uma síntese do Românico e do Gótico Italiano. As duas igrejas foram decoradas pelos maiores artistas daquele tempo, vindos de Roma, Toscana e Úmbria.

A Igreja Inferior, onde o Santo está sepultado, tem frescos elaborados por renomados artistas medievais, como Cimabue, Giotto, Pietro Lorenzetti e Simone Martini. Na igreja superior encontram-se os frescos de cenas da vida de San Francesco, realizados por Giotto e seus seguidores. A cripta foi acrescentada só em 1818, quando a sepultura de São Francisco foi aberta.


A Basílica Inferior, que representa a penitência, consiste numa nave central com várias capelas laterais com arcos semicirculares. É muito mais sombria que a igreja superior e a nave é decorada com os frescos mais antigos da igreja, criados por um artista chamado de "Mestre de São Francisco". Eles mostram cinco cenas da Paixão de Cristo à direita, e à esquerda, cenas da vida de San Francesco. Esses frescos foram finalizados em 1260-1263. São considerados os melhores exemplos da pintura mural da Toscana, antes de Cimabue.

Como a popularidade da igreja aumentou, capelas laterais para famílias nobres foram adicionadas entre 1270 e 1350, destruindo os frescos nas paredes. A primeira capela à esquerda é decorada com dez frescos de Simone Martini. Esses estão entre os maiores trabalhos de Martini e os melhores exemplos da pintura do século XIV.



A nave termina numa abside semicircular ricamente decorada. Os frescos no transepto direito mostram a Infância de Cristo, feitos parcialmente por Giotto e seus aprendizes e a Natividade pelo anónimo Mestre di San Nicola. O nível inferior mostra três frescos representando San Francesco ajudando duas crianças. Esses frescos de Giotto foram revolucionários para a época, pois mostravam pessoas reais com emoções numa paisagem realista.

Pela nave se desce para a cripta através de uma escadaria dupla. Este local, que guarda o túmulo de San Francesco, foi descoberto em 1818. O túmulo tinha sido escondido pelo irmão franciscano Elia Bombardone, para evitar que suas relíquias se espalhassem pela Europa medieval.



Por ordem do Papa Pio IX, uma cripta foi construída por baixo da Basílica Inferior. Foi projectada por Pasquale Belli com mármore fino em estilo neoclássico, mas foi redesenhada em pedra crua em estilo neo-Românico por Ugo Tarchi entre 1925 e 1932.

Ao lado da Basílica, fica o Sacro Convento, que se assemelha a uma fortaleza e que começou a ser habitado em 1230. A Basílica é administrada pelos Frades Menores Conventuais ou Frades Franciscanos Conventuais, que são os guardiães dos restos mortais do Santo de Assis.Fonte: Wikipédia.org /http://www.sabercultural.org




Visita a Assisi - Parte IV





Após a visita à Piazza del Comune, o coração da cidade de Assisi, continuámos a caminhar pela Via San Paolo, uma comprida e estreita viela sombreada pelas altas casas em pedra de traça medieval. Pelo caminho observam-se antigos bebedouros, nichos de oração, janelas decoradas com gerânios e passagens elevadas entre as altas casas.


Além destas típicas residências há também, devido principalmente ao movimento turístico, diversos estabelecimentos comerciais e restaurantes. Toda a cidade é um labirinto de estreitas e sinuosas ruas, que fazem do lugar um convite irresistível à caminhada e exploração de suas vielas.

Ondulando sobre as suaves colinas da Úmbria como um tapete de pedras, todas as ruas desta cidade parecem conduzir ao seu coração espiritual, a Basílica de San Francesco. Discreta, sossegada e bela como a própria vida do Santo, a visita a esta pequena cidade medieval é uma jornada mágica e emocionante.A Via San Paolo é um lugar onde se podem adquirir com facilidade lembranças e souvenirs nas inúmeras lojinhas repletas de artigos de artesanato, que oferecem uma grande variedade de artigos religiosos e outros típicos da Úmbria.

Para evitar danos ao seu património histórico, o acesso de veículos à cidade é controlado, só podendo circular pequenos autocarros ou carros de moradores. A cidade é pequena, mas muito comprida, mas mesmo assim, a caminhada é gostosa, pois raramente somos importunados com a passagem de veículos motorizados.No final desta rua, já no entroncamento com a Via Aluigi, aparece-nos a Piazzeta Aluigi, uma pequena praça de onde se desfruta do belíssimo panorama da linda planície que se estende desde o sopé do Monte Subasio, que suporta a cidade.



A partir desta praceta e durante toda a caminhada pela rua seguinte, a Via Metastasio, as belas vistas acompanham-nos pela esquerda, pelo que se pode descrever esta rua, como uma autêntica varanda de onde se alcança uma deslumbrante vista sobre os telhados das casas da parte mais baixa de Assisi, pois esta acompanha uma curva de nível mais elevada, na encosta por onde se espreguiça a cidade.
Já no final da Via Metastasio, começamos a subir até ser encontrada a Porta San Giacomo, uma das portas principais de entrada na cidade. Depois e sempre a descer, pela Via Cardinal Merry del Val, a Basílica de San Francesco domina a nossa atenção, ofuscando o próprio sol que sobre ela se inclina para a iluminar melhor. Para além dela a bela paisagem dos férteis campos da planície, que aos pés do Monte Subasio se estendem.

Fonte: http://www.imagensviagens.com/assissi.htm / http://www.assisionline.com/assisi

Visita a Assisi - Parte III






Ao longo do tempo arquitectos, pedreiros e cortadores de pedra deram uma aparência incomparável à cidade de Assisi, e quando por ela caminhamos observamos que o tempo parece ter parado e a Idade Média continua a reinar nas ruas de Assisi, guardando até hoje a sua antiga beleza.


A cidade inteira está fechada dentro de muralhas e o seu perímetro abrange cerca de cinco quilómetros, que guardam religiosamente todos os testemunhos da sua rica história.


As portas das casas, apresentam muitas vezes arcos ogivais, também feitos de pedra, portas em madeira, seguidas de portais em ferro forjado, para uma melhor protecção da habitação. As alegres varandas embelezadas por gerânios e os telhados em terracota são muitas vezes sustentados por mísulas de madeira ou pedra.

Não existem estruturas simétricas e isso deve-se ao facto de terem sido restauradas inúmeras vezes ao longo dos séculos, em especial devido aos terramotos que se fizeram sentir na cidade.


As estradas principais de Assisi estão dispostas longitudinalmente, acompanhando as curvas de nível da encosta através da montanha, descendo ou subindo para a praça principal da cidade, a Piazza del Comune.

Pelo caminho, ruas, becos, arcos, subidas e descidas e por vezes escadas, que atravessam verticalmente as ruas principais. Localizadas ao longo destas ruas vemos as inúmeras casas medievais, construídas com pedra extraída no Monte Subasio, que resplandece com o sol ou se suaviza com a sombra.


Descendo pela Via San Rufino, entra-se na Piazza del Comune, uma luminosa e comprida praça, localizada no local onde existiu o antigo Fórum Romano. É ali que encontramos alguns dos principais monumentos que rodeiam a bela fonte construída em 1762, por John Martinucci.

Entre esses monumentos são particularmente notáveis: O Museo Civico/Fórum Romano onde os visitantes podem admirar a sua colecção arqueológica, com inscrições, epígrafes, sarcófagos e segmentos de colunas e capitéis da época umbria e romana. Uma passagem sinuosa leva-nos por baixo da Piazza del Comune, por galerias subterrâneas que ligam ao Fórum Romano e ao Templo de Minerva.


A entrada, pode ser feita pela praça, através de uma porta com abobada pintada com frescos desbotados, ou pelo Museo Civico, levando-nos a 3,9 m abaixo do solo. Lá em baixo, no meio, vemos uma laje de pedra rectangular simples, que provavelmente foi usada como um altar para estátuas votivas. À sua esquerda vê-se a base da escada que leva até o Templo de Minerva, ainda em boa forma na praça acima. Ao longo do corredor, as escavações em curso têm revelado as bases de alguns edifícios romanos, provavelmente lojas.


Novamente na praça, do lado esquerdo logo à entrada na praça, observa-se o Palazzo del Priori, hoje a Câmara Municipal. É composto de três secções construídas em diferentes períodos e, como o próprio nome indica, foi a residência dos priores da cidade. No rés-do-chão possui uma galeria de arte, aberta ao exterior pelo rendilhado de grandes portas em ferro forjado.
Mais à frente, do lado direito, fica o Palazzo del Capitano del Popolo. Foi construído em 1282 e foi a sede do Capitão do Povo, o comandante da milícia da cidade. No final do século XIV, tornou-se a residência do “Podestà”, o vigário do Papa, e só mais tarde foi utilizado para outros fins, mas sem perder o seu nome original. É composto por três pisos com uma fileira de quatro janelas por andar e quatro portas no piso térreo. Hoje, é a sede da Sociedade Internacional de Estudos Franciscanos.


Ao lado, bem mais alta do que os restantes edifícios da praça, observa-se a Torre del Popolo. Ela possui planta quadrada e a sua construção data da segunda metade do século XIII. No entanto, foi construída em várias etapas e o andar de cima não foi terminado até 1305. O relógio foi instalado em meados do século XV. O sino que foi doado a Assisi, pesa 4000 kg e foi instalado em 1926.
Colado à Torre del Popolo, do seu lado esquerdo, o famoso Templo de Minerva, que data do século I dC. De fachada elegante, com seis colunas caneladas e capitéis coríntios é a estrutura mais importante da época romana em Assisi. O interior do templo dedicado à deusa Minerva foi transformado numa igreja cristã, Santa Maria sopra Minerva.

Fonte: http://www.premier.net/ / Wikipédia.org

Visita a Assisi - Parte II





A caminhada continua e ali bem perto espera-nos a Porta Cappuccini, uma das várias portas da cidade amuralhada de Assisi. Ao todo são 10 que até hoje guardam a bela e antiga cidade, que se estende nas encostas do Monte Subasio.

Do lado de fora desta porta existe um miradouro de onde se desfruta da bela paisagem. Para cima a montanhosa com floresta, vinhas e olivais, um verdadeiro paraíso para os caminhantes que por ali passam, para baixo a serena beleza da planície com os seus multicores campos de cultivo.


Após a passagem da Porta Cappuccini observa-se do lado esquerdo, o caminho estreito que leva até à Rocca Minore, um pequeno forte que remonta à época romana. Além deste a cidade ainda é dominada por outro forte maior, a Rocca Maggiore.

Entramos na cidade e logo se sente uma atmosfera de paz e tranquilidade, talvez por ser o local de nascimento de São Francisco de Assisi ou simplesmente por estar guardada entre os olivais e florestas das colinas de Assisi.



A caminhada pela cidade de Assisi levou-nos ao encontro dos seus monumentos, que na sua maioria estão relacionados com a vida de vários santos, estando entre eles Francisco e Clara, que nasceram na cidade. Desce-se a partir da Porta Cappuccini com 470m de altura, até à Piazza G. Matteotti, onde os visitantes deixam os seus carros para depois visitarem a cidade a pé. O intenso calor sentido levou-nos a uma geladaria, onde se fabricavam cremosos gelados caseiros.

Bem perto, do lado esquerdo da praça encontram-se os restos de um antigo Anfiteatro Romano, numa zona um pouco mais elevada. A partir da Piazza Matteotti caminhámos por um emaranhado de ruelas e praças medievais. A partir da Via del Torreone atinge-se a Piazza San Rufino, onde se encontra o Duomo com o mesmo nome, a Cattedrale di San Rufino di Assisi, que se ergue no fundo de uma praça rectangular, com uma bela fachada de pedra clara, em estilo românico.



Primeiramente construída no séc. V, esta igreja histórica com um interior do séc. XVI, é em parte construída sobre uma cisterna romana, cujos alicerces podem ser observados protegidos por um vidro no chão da catedral. Apresenta uma pia baptismal onde São Francisco, Santa Clara e o Imperador Frederico II, foram baptizados.

Depois da visita ao Duomo, segue-se descendo pela Via San Rufino até atingirmos a Piazza del Comune, a praça principal da cidade. Este é o centro da cidade e é, portanto, o cerne da vida social, cultural e política de Assisi. Como o resto do centro histórico da cidade, a praça está muito bem preservada, e os seus edifícios têm testemunhado todas as vicissitudes da cidade ao longo dos séculos.

Fonte: http:/www.premier.net/~Italy/comune">http://www.assisiweb.com/assisi_porte_it.html"&gt