Gijón

Gijón, ou Xixón em asturiano, é uma linda cidade costeira e município da Espanha situada na província e comunidade autónoma das Astúrias. Gijón é um dos principais portos marítimos do norte de Espanha e a maior cidade das Astúrias. Já visitada por nós noutras viagens, optámos por passar pela cidade afim de observarmos as mudanças operadas nos últimos anos. Uma passagem pela sua bonita marginal, porto e marina é sempre muito gratificante.

Pensa-se que Gijón deriva do nome romano "Gigia". Os vestígios da sua ocupação datam do neolítico. É da mesma época o conjunto de dólmenes de Monte Areo, um dos mais importantes do norte da Península Ibérica. Originalmente Gijón foi formado entre o monte de Santa Catalina e o bairro piscatório de Cimadevilla.

Gijón é uma ponte entre o passado e o futuro. Situada na costa atlântica de Espanha e a principal cidade das Astúrias foi fundada no séc. V a.C. pelos celtas, tendo depois caído sob o domínio de Roma. O porto de Gijón foi sempre uma peça-chave no desenvolvimento da urbe, mesmo quando a indústria pesada foi a sua aposta maior, sobretudo no séc. XX.

O declínio das minas de carvão da região, da siderurgia e dos estaleiros navais, sobretudo durante os anos 80, obrigou a uma mudança radical da estrutura económica e social de Gijón. A cidade teve de se reinventar e de apostar em novos eixos estratégicos. O turismo e a educação foram os alvos escolhidos para escapar da crise.

Para a maioria da população, as duas últimas décadas do século passado foram tempos difíceis. A crise económica deu origem a uma tensão social que acabou em violência. A crise foi debelada com a implementação de uma solução radical: um programa maciço de reformas antecipadas destinado aos trabalhadores dos principais sectores em declínio, a indústria siderúrgica, as minas de carvão e os estaleiros navais.

A transformação paisagística de Gijón sofreu alterações que se reflectiram sobretudo nas mudanças junto e no porto histórico da cidade. O "El Musél", como é conhecido, é apenas o 6º porto espanhol em termos gerais, mas se considerarmos o trânsito de algumas matérias-primas como o carvão destinado à indústria do aço da região, Gijón alcança o primeiro lugar.

A infra-estrutura portuária, que sempre foi considerada como um vector de desenvolvimento da cidade, foi alvo de um investimento maciço para duplicar a sua capacidade. A construção de uma doca artificial foi um projecto ambicioso e tecnicamente inédito. O investimento foi possível graças à União Europeia que disponibilizou fundos para a sua construção, tratando-se do maior investimento jamais realizado na história económica das Astúrias.

A criação de uma Universidade laboral e técnica deu origem ao parque tecnológico universitário de Gijón tornando-se uma cidade atractiva para os jovens espanhóis e muitos acabam por ficar depois de acabar os seus estudos, contribuindo com a criação de soluções inovadoras para o mundo que os rodeia.
O Cerro de Santa Catalina, é um parque na ponta da península que proporciona uma vista muito formosa do litoral. Sobre a própria ponta da península há uma escultura de grande tamanho, o "Eligio del Horizonte", ou o "Elogio do Horizonte".

As praias perto de Gijon são lindas, com areias douradas. Algumas das melhores atracções de Gijón são as ruínas dos banhos romanos e alguns palácios medievais também muito populares, como o palácio barroco Revillagigedo, que remonta ao século XVIII, agora um museu de arte moderna.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/ Wikipédia.org

Santillana del Mar


Na costa oeste da Cantábria, encontra-se a vila de Santillana del Mar, a cerca de 30 km de Santander, que é um autêntico museu vivo de uma aldeia medieval que outrora se desenvolveu em redor da igreja de Santa Juliana, embora a maior parte das suas casas correspondam a diversas contribuições arquitectónicas dos séculos XIV a XVIII.
Existe um velho ditado sobre a vila de Santillana del Mar, que a considera a vila das três mentiras, uma vez que não é lugar santo (santi), nem lugar plano (llana) e não tem mar (del mar), tal como está implícito no nome da cidade. Na verdade o seu nome deriva de Santa Juliana (ou Santa Illana) cujos restos mortais são mantidos na Colegiata, uma igreja românica e antigo mosteiro beneditino.
O núcleo histórico/artístico de Santillana del Mar, pode ser visitado numa bela caminhada pela vila medieval. A zona norte da aldeia abre caminho através de um único percurso, a rua de Santo Domingo, que se abre em forma de "Y", seguindo-se a rua do Infante Juan, que conduz à praça de Ramón Pelayo, e que tendo vários nomes (Carrera, Cantão e River), é direccionada para a Colegiada.

Na praça triangular, estão localizados alguns dos mais representativos edifícios, como a mansão de Bracho Barreda do século XIX, com pretensioso brasão que é hoje o Parador Gil Blas. Nesta praça ainda se encontram as casas del Aguila e la Parra, a Câmara Municipal, a Torre de Don Borja, construída em finais do século XIV e que é um dos edifícios mais nobres de Santillana, e dá abrigo à Fundação Santillana. Finalmente a Torre Merino do século XIV, que é o mais antigo prédio da vila, e que é uma residência fortificada dos gerentes dos interesses soberanos.

A rua de Cantão, entretanto, apresenta um magnífico conjunto de mansões do séc. XV a XVII, como a casa gótica (séc.. XV), de D. Leonor de la Vega, mãe do primeiro Marquês de Santillana. No final da rua do Cantão está localizada a Colegiada, um dos mais importantes monumentos religiosos da arquitectura românica da Cantábria, construído sobre um antigo santuário do século XII.
Na fachada principal da Colegiada, há uma galeria de quinze arcos emoldurados por três torres, uma delas cilíndrica. O claustro anexo à nave norte, é considerada a sua obra-prima, pela sua excelente decoração. Mas o verdadeiro sabor desta vila museu de pedra, é o verdadeiro movimento de pessoas que inundaram as ruas, as suas varandas floridas, o encanto dos seus recantos que oferecem um mundo de surpresas em cada rua ou ruela...

Fonte: Wikipédia.org / http://www.santillana-del-mar.com/


Santander

A capital histórica da Cantábria é Santander, porto movimentado, que se encontra num local esplêndido, perto da boca de uma profunda baía. Esta bela baía é cercada por montanhas, e possui uma península, a Península de la Magdalena, que é uma espécie de promontório, onde fica situado o majestoso Palácio Real da Magdalena.

Quando chegámos a Santander, e depois de uma volta de reconhecimento pela cidade, como sempre fazemos, fomos directos ao "El Sardinero", situado no subúrbio a norte da cidade, onde fica o Hotel Sardinero, escolhido por nós para ali pernoitarmos. Está situado na zona mais conhecida e elegante do cenário turístico de Santander. Este grande e belo hotel, foi construído em 1890, e dispõe de um total de 109 habitações.
Encontra-se muito bem situado, a pouca distância (20 m), da famosa praia de "El Sardinero", assim chamada por outrora lá se desembarcar, a sardinha pescada durante a noite ou o dia, e que se encontra rodeada de jardins, cafés e lindas esplanadas. O hotel escolhido por nós, fica mesmo em frente da Plaza de Itália e ao lado do majestoso Casino Branco, rodeado das mais confortáveis e elegantes esplanadas ao ar livre da cidade, e com vista para o Palácio Real da Magdalena.

A cidade recebe um ar cosmopolita durante os meses de verão, sendo considerada uma elegante estância de férias com óptimas praias, um porto movimentado, bares e restaurantes agradáveis e uma animada vida nocturna. Já tivemos a oportunidade de visitar Santander no Verão, e é realmente inesquecível, quer o dia, com a sua praia do Sardinero cheia de gente, quer a noite, com a sua cativante movida nocturna, com as esplanadas do Sardinero replectas, junto ao seu Casino, que é um dos mais belos e luxuosos de Espanha.

É também no Verão, que o Palácio Magdalena, antiga residência do rei, se torna a Universidade de Verão, com um amplo programa de cursos e conferências que atrai as pessoas mais intelectuais do mundo cultural, tanto nacional como internacionalmente. Este Palácio/Universidade, era um palácio de Verão, mandado construir por Alfonso XIII, em 1912, da autoria do arquitecto González de Riancho, o que reflecte a popularidade do local junto da família real.
Ao pé do palácio estão situadas as cavalariças, construídas em 1920 e que na actualidade são utilizadas para alojar os vários alunos que acorrem no Verão à Universidade. A península de la Magdalena, possui ainda um belíssimo parque e um pequeno mas encantador zoológico.

As primeiras notícias de Santander referem-se ao período romano, quando era denominada Portus Victoriae Julio Brigesium, um ponto relevante do comércio marítimo, naquela época longínqua. No ano de 1187 a cidade recebeu de Alfonso VII os foros para formar juntamente com Castro Urdiales, Laredo e San Vicente de la Barquera as "Quatro Vilas da Costa". Ao longo de sua história destacou-se como porto marítimo.

Vale a pena visitar a Catedral Gótica, destruída em 1941, mas reformada algum tempo depois, conservando ainda uma cripta da catedral antiga, do séc. XII. Devem-se visitar também os museus de Arqueologia e Pré-História (onde se podem encontrar achados pré-históricos, moedas romanas, etc.) e o Museu Marítimo (onde podem ser observados, esqueletos de baleia e 350 espécies de peixes locais), o Museu Municipal (com quadros de artistas plásticos dos séculos XVII e XVIII), e o Museu das Belas Artes, que guarda trabalhos de Goya e de outros artistas dos séculos XIX e XX.
Ainda se devem destacar em Santander, El Sardinero, o calçadão praiano que se estende desde a Península de La Magdalena até Mataleñas, e tem seu centro na Plaza de Italia, ponto de encontro dos seus habitantes, as Ruínas Romanas, que estão localizadas sob a cripta do Cristo e sob o claustro da Catedral da cidade, e sendo o monumento mais antigo da cidade e praticamente o único que conserva restos romanos.

A Igreja da Consolação começou a ser construída em 1772, em estilo barroco. O edifício do Hospital de San Rafael, de 1791, foi restaurado para abrigar a sede do Governo Regional da Cantábria, conservando seu estilo neoclássico original. A cidade ainda oferece aos seus visitantes outras alternativas turísticas, como um passeio de barco pela baía, como o que foi realizado por nós e que recomendamos, ou para os mais ousados, um passeio de avioneta sobrevoando a cidade, a baía e suas belas praias.

 Fonte: Wikipédia.org / www.youtube.com


A Cantábria



A Cantábria é a região para onde nos dirigimos de seguida, a fim de ser visitada por nós, quando deixámos a zona basca, onde fica situada a cidade de Bilbao. Esta região foi durante muito tempo olhada como uma mera extensão de Castela que proporcionava o acesso ao mar. Foi uma região habitada por povos de origem obscura e que ofereceu bastante resistência aos romanos até ter sido finalmente dominada, no ano 19 a.C.
Cantábria é a região mais rica do mundo em lugares de interesse arqueológico do Paleolítico Superior. Os primeiros sinais de ocupação humana datam do Paleolítico Inferior, ainda que este período não esteja tão bem representado na região.

A principal atracção da província é sem dúvida a vertente ocidental dos Picos da Europa, o grupo de montanhas que partilha com a vizinha região das Astúrias, com os seus magníficos cenários de imponentes desfiladeiros e cumes rochosos a proporcionarem excelentes condições para o alpinismo e passeios a pé.

Contudo, a Cantábria também exibe outras atracções naturais, desde um interior verdejante e rural, ainda pouco explorado pelo turismo, até às bonitas praias e pequenas enseadas do litoral, onde vilas encantadoras como Santillana del Mar ou Colmillas preservam centros históricos com antigas casas de pedra, monumentos e ruas empedradas de aspecto medieval.

A sua belíssima e inesquecível capital, Santander, também oferece boas praias, para além de interessantes monumentos e museus, um porto movimentado e uma vida nocturna animada, com uma das "movidas" mais cativantes de Espanha.

No interior, aldeias remotas situadas em vales férteis e verdejantes e rodeadas de íngremes montanhas exibem muitas vezes belas igrejas de estilo românico. A Cantábria também se orgulha da herança pré-histórica das grutas de Altamira, com as magníficas gravuras rupestres de fama internacional, cujos exemplares mais antigos têm cerca de 20 mil anos. As pinturas da caverna de Altamira, estão datadas entre 16.000 e 9.000 a.C. e foram declaradas Património da Humanidade pela UNESCO.
Mais desenhos pré-históricos de cavalos, bisontes e outros animais podem ser admirados na Cueva del Castillo, perto da vila de Puente Viesgo, uma gruta que também forma um labirinto de estalactites e estalagmites.

A gastronomia local inclui pratos como o farto Cocido Labaniego (um guisado de grão e carne de porco), e a região produz bons queijos e outros produtos lácteos.


A Arte Asteca no Museu Guggenheim de Bilbao

O Museu Guggenheim de Bilbao, quando por nós visitado, realizava também uma importante exposição sobre o Império Asteca, organizada pelo Instituto Nacional de Antropologia e História e o Conselho Nacional da Cultura do México.

O acervo da mostra era composto por cerca de 450 a 500 peças arqueológicas provenientes de colecções públicas e privadas, totalizando um conjunto de peças de 40 museus dos EUA e do México, assim como colecções de empresas mexicanas.
A exposição abordava 10 temas, tendo como temática introdutória um retrato da "vida diária dos astecas", secção que incluía os deuses da fertilidade e os guerreiros talhados em pedra e argila. A mostra apresentava também representações em esculturas artísticas de animais da América Central que faziam parte da mitologia asteca, como o coiote, a águia, o jaguar, o macaco e a serpente, feitas entre os séculos XIII e XVI. No final, os visitantes ainda puderam conhecer um pouco mais sobre a destruição do Império Asteca, ocorrida através da conquista espanhola, que estava representada por objectos que reflectiam os primeiros esforços para converter os indígenas ao Cristianismo.

A Utopia Artística de Yves Klein

Klein nasceu em Nice, na zona dos Alpes Marítimos. Seus pais, Fred Klein e Marie Raymond, eram pintores. De 1942 a 1946, Klein estudou na Escola Nacional da Marinha Mercante e na Escola Nacional de Línguas Orientais e aqui iniciou a prática do judo.

Yves Klein, o artista plástico que foi dono do céu, conseguiu atingir o seu objectivo máximo, "o vazio". A impregnação na matéria, nas obras de Klein provoca ao sair da exposição uma amnésia, o imaterial não permanece na memória, vive-se no momento.

Tive a sorte de poder visitar a exposição “Yves Klein - Corpos, cor, imaterial” no Museu Guggenheim, e esta experiência de contacto directo com as suas obras-matéria (pigmentos cromáticos, esponjas, folhas de louro) e obras-impressão (de corpos femininos e dos elementos físicos como o vento, o fogo) que me permitiu repensar a imaterialidade da sua real construção artística.


A crítica nos últimos 25 anos, vê predominantemente Yves Klein como o criador do IKB (International Klein Bleu), como um pintor abstracto com eventual retorno ao figurativo primitivo nas suas “antropomorphies” e “cosmogonies”,além de exaltar o misticismo na sua breve carreira, uma vez que Yves Klein morre cedo. Klein morreu em Paris de enfarte de miocárdio em 1962, com 34 anos, pouco antes do nascimento de seu filho.
Klein nasceu a olhar para o mar e para o céu e a sentir o vento e o mar na praia, na cidade de Nice, em 1928, e fez a sua formação autodidacta nas viagens que realizou, à Irlanda, à Itália, à Espanha e ao Japão. É no Japão que conhece a fundo a arte marcial do Judo, na qual se torna um mestre e professor na Academia de Paris. Será também no Japão que as folhas de ouro impressas nos papéis dos mortos o impressionam.

Muitas de suas primeiras pinturas eram monocromáticas, mas sem fixar-se em uma única cor. Ao final da década de 1950, seus trabalhos monocromáticos tornaram-se quase exclusivamente produzidos em um matiz azul intenso, que ele patenteou, embora a cor jamais tenha sido produzida comercialmente. As suas obras monocromáticas são um espaço aberto de cor, onde a possibilidade de evasão imaginativa ultrapassa a moldura formal da tela.
A impregnação no azul começa pelo globo-terrestre, visto por Yuri Gagarine, cosmonauta da missão espacial russa de Abril de 1962, que ao observar a Terra pela primeira vez do espaço, diz: "A Terra é de um azul intenso e profundo". Yves Klein não acredita na conquista do espaço feita pelo Sputnik ou por outras naves espaciais, mas sim pela impregnação física da sensibilidade do homem no espaço. Escreve a Fidel Castro (1958) e ao presidente Eisenhower nos EUA (1958) entre outros, para lhes comunicar a “Revolução azul”, que por ele será criada.

A meio do seu percurso artístico, surge a "sala das esponjas" onde 7 esponjas são expostas em plintos como uma metáfora à cabeça dos visitantes impregnados de matéria. O ouro, Klein expõe-no tal como ao pigmento azul e rosa sobre telas, em monocromias.

Paralelamente às pinturas convencionais, em diversos trabalhos Klein utilizou modelos nuas cobertas com tinta azul, que se moviam ou imprimiam-se sobre telas para formar a imagem, utilizando as modelos como “pincéis vivos”. Este tipo de trabalho ele denominou de “Antropometria”. Kein impregna de matéria o corpo das suas modelos para fazer os seus famosos “sudários”, de nus femininos.

Outras pinturas com este método de produção incluem “gravações” de chuva que Klein realizou dirigindo na chuva a mais de 100 km/h com uma tela atada no tecto de seu carro, e telas com formas provocadas por sua queima com jactos de fogo. A acção pictórica veste-se de corpo, a acção veste-se de matéria, ficam as marcas do vampiro. O fogo, decompõe-se nas três cores de Klein, e ele apercebe-se do facto em Krefeld na Alemanha, onde executa as suas telas sujeitas a combustão.

O trabalho de Klein gira em torno de um conceito influenciado pela tradição Zen que ele denomina "le Vide", em português, "Vazio". O Vazio de Klein é um estado similar ao nirvana, livre de influências do mundo, uma zona neutra em que as pessoas são induzidas a concentrar-se nas suas próprias sensações e na “realidade”, e não na “representação”.
Klein apresentou a sua obra sob formas que a arte é reconhecida, pinturas, um livro, uma composição musical, mas removendo o conteúdo esperado destas formas, pinturas sem imagens, um livro sem palavras, uma composição musical sem composição de facto, restando apenas o meio de expressão artística, tal como ele é. Desta forma ele tentou criar para quem o entendia e admirava, uma “Zona de Sensibilidade Pictórica Imaterial”.

Fonte: http://www.yveskleinarchives.org/ http://dasartesplasticas.blogspot.com / Wikipédia.or

O Museu Guggenheim


A tarde do dia seguinte ao da nossa chegada à cidade, começou com uma visita ao Museu Guggenhein que, dez anos após a sua inauguração, permanece, ainda, no topo da lista de obras de vanguarda, não apenas pelo seu desenho de curvas sinuosas e assimétricas, envolvidas por placas de titânio, como pela tecnologia utilizada na sua construção.

O Museu Guggenheim Bilbao, é um dos cinco museus pertencentes à Fundação Solomon R. Guggenheim no mundo. Projectado pelo arquitecto norte-americano Frank Gehry, é hoje um dos locais mais visitados de Espanha.

Seu projecto foi parte de um esforço para revitalizar Bilbao e, hoje, recebe visitantes de todo o mundo. Externamente, o museu é coberto por superfícies de titânio curvadas em vários pontos, que lembram escamas de um peixe, mostrando a influência das formas orgânicas presentes em muitos trabalhos de Gehry.
Os volumes interpostos, com inclinações positivas e negativas, tornaram-se objecto de estudos de engenheiros de estruturas metálicas, bem como arquitectos de todo o mundo, devido à sua complexa geometria. Do átrio central, que tem 50 metros de altura e que lembra uma flor cheia de curvas, partem passarelas para os três níveis de galerias.

Visto do rio, o edifício parece ter a forma de um barco, homenageando a cidade portuária de Bilbao, e na realidade os seus admiradores comparam-no a um barco com as velas ao vento, sem dúvida também uma homenagem à antiga vocação de construção de navios de Bilbao. Outros ainda comparam-no a uma nave espacial, destacando a aparência futurista do museu, o que é apropriado para suas colecções de arte contemporânea.
Os críticos, no entanto, descrevem o museu como uma couve-flor ou um grande suflê. Independentemente destas opiniões, o edifício deixou-me fascinada, e adorei particularmente a obra e acho que só para a observar de perto, vale realmente a pena uma visita a Bilbao pois, para além da beleza da região, este é sem qualquer dúvida, mais um factor de atracção.

A sua construção foi iniciada em 1992, sendo concluído cinco anos mais tarde. Duas equipas, uma em Bilbao e outra em Los Angeles, trabalharam conjuntamente na elaboração do projecto. A densa sobreposição e intersecção de formas com contornos curvos é acentuada pelo revestimento com um material reluzente e raro, bastante utilizado na indústria aeronáutica, o titânio.


Esta pele em escamas alterna com placagem de pedra que se prolonga para os espaços interiores. O corpo central onde convergem todos os volumes, inicialmente em forma de flor, transformou-se numa torre de luz e de distribuição espacial que, pela sua verticalidade se opunha à grande sala de exposição que continha longos lanternins para entrada de luz zenital. Para além das longas salas de exposição do piso térreo, o museu possui um núcleo de galerias de exposição em solução clássica. Para além dos espaços expositivos, contém um auditório, biblioteca, oficinas, livraria e loja, restaurante e cafetaria.
Poucos são os visitantes que ficam indiferentes depois de ter visitado o átrio de 46 metros de altura do museu, de onde elevadores de vidro e passagens de metal levam a 19 salas de exibição, incluindo a maior galeria do mundo, com 130 metros de comprimento e 30 metros de largura. As galerias do andar térreo abrigam trabalhos artesanais e instalações de larga escala e algumas peças foram feitas especialmente para caber em suas salas de exibição, entre elas "a Serpente", de Richard Serra.
As exposições no museu mudam frequentemente e contêm principalmente trabalhos realizados durante o século XX, sendo as obras pictóricas tradicionais e as esculturas uma parte minoritária comparada com outros formatos de instalações artísticas. Muitos consideram o edifício mais importante do que as obras que fazem parte da colecção do museu.

Quanto às obras expostas, no momento da nossa visita, além das colecções fixas do museu, e das quais se fizeram algumas fotografias tiradas antes de nos terem enfiado as câmaras de filmar e fotografar num saco de plástico hermeticamente fechado, ainda se encontravam no museu uma belíssima colecção de obras de arte asteca, que se encontrava em digressão pelo mundo, e já tinha estado em Nova York e Paris, e uma boa colecção no rés-do-chão do edifício, de trabalhos de arte contemporânea de Yves Klein (28 de Abril de 1928 a 6 de Junho de 1962), pintor e escultor francês.

Os trabalhos de arte exibidos em "El Guggy", como é carinhosamente chamado pelas gentes de Bilbao, vêm do Museu Solomon R. Guggenheim de Nova York. As peças variam do abstracto, expressionista ao cubista e geométrico, e incluem muitos nomes famosos da arte do século XX, como, Kandinsky, Picasso, Pollock, De Kooning...
Mesmo assim, o museu em si continua a ser a atracção principal da cidade. Os visitantes observam com espanto através das enormes janelas o exterior do edifício de vários ângulos, correndo os seus olhos pelas suas ondas de titânio, pois é raro ver-se algo assim!...

Fonte: http://www.guggenheim.org/bilbao / Wikipédia.org

Bilbao


A chegada a Bilbao fez-se já pela noitinha, e fomos direito ao hotel Barceló que estava previamente reservado por 2 noites, e que por sorte se encontrava perto do Museu Guggenheim, e com vista sobre o rio Nervión.
O local escolhido para o jantar, foi uma taberna típica de Bilbao, que nos foi indicada por um simpático motorista de táxi, que nos levou até à sua porta. As iguarias servidas, foram desde entradas de carnes frias variadas e nacos grossos de saborosa carne de vaca grelhada na chapa, acompanhados por espargos e cogumelos laminados também grelhados. Uma delícia...

Depois de uma bela passeata nocturna, pela calma e convidativa cidade de Bilbao, fomos para o hotel afim de dormir o sono dos justos, uma vez que a viagem até à cidade e a passeata nocturna nos deixou exaustos. No dia seguinte foi o dia para iniciarmos as visitas aos locais mais emblemáticos da cidade.

Bilbao tornou-se num dos locais obrigatórios nos roteiros culturais e gastronómicos de Espanha. Para além do Museu Guggenheim, a cidade tem ainda muito para oferecer a todos os que a visitam. A parte velha de Bilbao (Casco Viejo) é o coração da cidade.
Bilbao é uma cidade onde o moderno e o antigo se conjugam em perfeita harmonia. Situada na margem direita do rio Nervión, entre a ponte de San Antón e a Igreja de San Nicolás, as suas ruas contam a história de "Botxo", nome pelo qual os habitantes designam a cidade.
Apesar da localização próxima da costa do Adriatico, a área turisticamente mais atractiva, está compreendida entre o histórico bairro "El Casco Viejo" na margem direita, onde estão erguidas a Catedral e demais edificações de significativo valor patrimonial e pela metrópole moderna delineada entre as "plazas" de Ensanche e Indautxú na margem esquerda, o núcleo comercial/empresarial e a oferta lúdico-cultural.

A foz do rio Nervión, comunica com o mar Cantábrico, situado a 11 km de Bilbao, onde se encontra o porto vincadamente industrial, de cujos malefícios pode atestar o seu leito, indiscriminadamente poluído. No entanto a próxima presença do mar não retira desse facto especial proveito, visto a morfologia do terreno ocultar visualmente a presença do mar, e de igual forma este pouca influência directa exercer na cidade, à parte do conhecimento geográfico prévio do visitante.
Junto à ponte de San Antón está o Mercado da Ribeira, um dos maiores da Europa, famoso pelas seus coloridos e luminosos vitrais. Seguindo pela margem direita do rio encontra-se o Teatro Arriaga, um edifício neoclássico cuja fachada é inspirada na Ópera de Paris. A grandeza do seu interior conjuga-se com a qualidade da sua programação. Vale a pena visitá-lo, não só pelos seus espectáculos, mas também pela possibilidade de contemplar o próprio edifício.

A partir daqui, inicia-se o Arenal, uma zona de passeio pedonal ladeado de árvores e que serve de cenário a vários festejos. Ainda deste lado do rio, e um pouco mais à frente, encontra-se a Universidade de Desto, de onde poderá ter a melhor vista do Museu Guggenheim, do outro lado do rio.

Entre os registos arquitectónicos da Bilbao ambiciosamente futurista, que projecta mundialmente a cidade, é marcante a existência, desde 1997, do Museu Guggenheim, segundo a prodigiosa imaginação do arquitecto internacional Frank O'Gehry, que se encontra "à beira-rio plantado", e já secundado por outras construções adequadas à temática geometricamente futurista, como sejam o Palacio de Congresos y de la Musica, frontalmente arborizado e com muitas esculturas em metal, ou uma das pontes de travessia do rio Nervión, desenhada pelo também famoso arquitecto Santiago Calatrava (o pai da "Gare do Oriente", do nosso Parque das Nações).

No entanto a coqueluche, arriscava até dizer a mascote da cidade, de seu nome "Puppy" é uma escultura de um cão, feita em florida vegetação, da autoria do escultor Jeff Koons que se assume como simpática sentinela do Museu Guggenheim.
Os 700 anos de história de Bilbao refletem-se nos edifícios e construções da zona antiga da cidade, que encantam os visitantes. O “Casco Viejo” é Monumento Histórico-Artístico e constitui a referência para reconstruir a história da cidade desde as suas origens. Nele se encontra a Catedral de Santiago, o Museu Arqueológico, Etnológico e Histórico de Biscaia e o reformado Teatro Arriaga.

O Centro urbano constitui um exemplo da melhor arquitectura do século XX, com edifícios que são a sede, há um século, das principais instituições e empresas de Bilbao, formando um destacado conjunto arquitectónico realizado pelos melhores arquitectos locais de cada época. Bilbao foi declarada Património Histórico e Artístico Nacional em 1972. Actualmente reúne dezenas de restaurantes e centenas de bares. Um exemplo disso mesmo é a Plaza Nueva com várias esplanadas onde é possível saborear as típicas tapas.

Cidade portuária, Bilbao aparece integrada no litoral costeiro e é servida por várias praias. Curiosamente, a partir de qualquer ponto do centro urbano é possível chegar rapidamente até à montanha o que faz esquecer de imediato a agitação da cidade. Bilbao continua a ser alvo de várias intervenções arquitectónicas, e sempre que se visita a cidade, são encontradas interessantes mudanças aos mais diversos níveis e é sem dúvida enriquecedor conhecer e observar de perto essas mudanças.

Fonte: http://fotos.euroresidentes.com/ / Wikipédia.org