A poente e mais chegadas ao vale, as Inverneiras, Tibo e Rouças, rodeadas de um mar de milho e Gavieira, a cabeça da freguesia. Em maior altitude, as Brandas, Junqueira, Bosgalinhos, Aveleira e outras...Os seus habitantes possuem por vezes dois tipos de moradias: A Branda, onde residem de Abril a Dezembro, quando a temperatura se suaviza e a Inverneira, mais aconchegada contra os rigores da neve e dos gelos.
Depois começamos a subir e em seguida atingimos a plataforma a mil metros de altitude, passando ao cruzamento que nos leva à Branda da Aveleira, que após uma boa subida, se observa do nosso lado direito.
Subimos ainda mais, por uma estrada bem íngreme e encontramos a Branda de S. Bento do Canto, lugar inóspito silenciosa que se estende junto à margem esquerda do caminho, acompanhando a estrada. Parece uma povoação abandonada e fantasma, não se vendo vivalma.
Bem mais lá em acima e já numa espécie de planalto, encontramos um cruzamento, junto a um campo de futebol, seguimos para a direita e mais à frente começamos a vislumbrar ao longe, solitária a Branda de Sto. António e a seguir, mais à frente e a alguma distância desta última e já na descida, a Branda da Senhora da Guia.
A vegetação é agora escassa, a serra mostra afloramentos rochosos de onde sobressai alguma vegetação arbustiva e rasteira, dominada por urzes e giestas, que dão um colorido impressionante e avassalador.
Atingimos o alto da serra. O caminho segue, por uma estrada em mau estado, toda esburacada, sempre a descer levemente, fazendo com que a nossa atenção se fixe no caminho, em vez de se olhar a paisagem.
É neste vale que encontramos um dos grandes santuários minhotos, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, eco de ancestrais religiões e romarias e que atrai milhares de pessoas durante todo o ano e em especial nos primeiros oito dias do mês de Setembro, quando ocorem as festas em homenagem à Sª da Peneda.
Chegados ao Santuário, fomos surpreendidos pela grande quantidade de camionetas de excurção, que invadiam a zona baixa do escadório. Nas imediações deste, piqueniques e grupos de pessoas que se entretinham a tocar e a dançar músicas populares regionais, de acordo com as regiões de onde provinham.
Já lá em cima, surge-nos a comparação e a dúvida quase imediata, quanto ao sagrado que é objecto de culto. A óbvia transposição de um imemorial culto da Natureza, a Peneda, para a religião oficial imposta ou mesmo facilmente aceite, aparece quase como evidente, pois a presença da enorme Peneda, mesmo ali ao lado, com a sua dimenção e situação dominadoura, não nos dá grande margem para dúvidas.
A paisagem não foge às características dominantes na região, onde podemos encontrar, nos montes e outeiros, o pinhal e nos vales e encostas suaves, os campos de milho e a vinha em latadas e ramadas a delimitarem os campos de cultivo, muitas vezes em socalcos, quando o acentuado dos declives o exige.
Depois a chegada a Lamas de Mouro, onde iríamos ficar, no Parque de Campismo, que seria a base de partida para as nossas incursões pela Serra da Peneda.
O dia que tinha decorrido com bom tempo, resolveu mudar e o parque de campismo já nos recebeu com burrifos de água benta, que rápidamente passou a chuvisco constante.
Castro Laboreiro é uma povoação situada a 950 metros de altitude e a sua origem parece remontar a um castro romanizado, como o próprio nome suger. A vila bem pequena, sede de concelho e comarca, mais parece uma aldeia, mas naquelas terras inóspitas e longínquas, a história e o passado ainda se sobrepõem às exigências dos dias de hoje.
Em Castro Laboreiro as penhas ou pedras, lembram “esculturas”, como a pedra-tartaruga, que a natureza e o acaso, ou mesmo o dedo de Deus, moldaram nessas fragas abruptas da paisagem.

A praça é visitada de vagar e a maior parte do tempo, foi passado no lindo miradouro alto, no topo da praça, sobre o rio Minho, de onde se desfrutam lindas paisagens, que têm o rio e as terras da Galiza como principais cenários.