
Dalai Lama
Ali fica o Museu Dell’Opera del Duomo, que visitámos a seguir e que está localizado onde deveria estar implantada a nova nave do Duomo, que devido a problemas económicos e à Peste Negra, em meados do século XIV, nunca foi concluída. Dentro dele encontram-se todas as obras de arte outrora guardadas dentro e fora do Duomo.
Há entrada somos recebidos por inúmeras obras de arte, que se destacam numa bela sala que tem como fundo uma grande janela redonda em vitral, que deixa entrar uma luminosidade colorida que faz sobressair as belas estátuas expostas na sala, parecendo que todas elas nos reverenciam, pois têm a cabeça baixa como que em sinal de respeito por quem passa..
Este museu é usado para abrigar uma colecção de estátuas em mármore de antigos profetas e filósofos, esculpidas por Giovanni Pisano entre 1285 e 1297, e a famosa Virgem e o Menino, conhecida como a "Maestà", de Duccio Maesto (1308-1311), que é uma das realizações de arte suprema, bem como a "Madonna col Bambino" de Donatello.
Muitas das esculturas que foram retirados das portas e nichos da fachada do Duomo, bem como do seu interior, foram substituídas por cópias ficando os originais a pertencer ao espólio do museu. Entre os anos de 1998 a 2000, o museu foi totalmente reorganizado e as obras de arte exibidas são muitas. É um museu que nunca tem muitos visitantes e que por isso se pode facilmente admirar todo o seu espólio, com calma.
A Câmara dos Paramentos dá acesso a uma escada dentro da parede que leva ao topo do que teria sido a fachada da Catedral Nova, familiarmente chamado de "Facciatone", que oferece uma magnífica vista da cidade e da paisagem circundante.
Consagrado a São João Baptista, o Baptistério foi construído por Camaino di Crescentino. Possui uma fachada principal mais simples do que o Duomo, mas o seu interior é digno de uma visita, uma vez que se encontra cheio de tectos abobadados e pintados com maravilhosos frescos, de Lorenzo di Pietro (Vecchietta), que são considerados os melhores do século XV, em Siena.
Naquela noite já não se saiu e o jantar foi de confecção caseira, uma fritada de peixes e mariscos, acompanhados de uma boa salada verde, finalizando com saborosas taças de tiramisu, que em Itália se compram em qualquer bom supermercado.
No dia seguinte, fomos a pé até à entrada da cidade amuralhada. Pelo caminho o verde brota de todos os lados, servindo de aconchego e berço a inúmeras flores silvestres, que durante a caminhada nos iam dando as boas vindas.
O calor apertava e após uma boa subida chega-se à Porta Fontebranda, a porta Sul da muralha. Ali bem perto e um pouco mais acima à direita, uma moderna fonte branca onde brota água fresca e límpida, refresca-nos. Depois a escada rolante espera-nos levando-nos em vários lances, até lá acima já bem perto da Piazza S. Giovanni, onde se encontra o Baptistério de S. Giovanni.
Ali chegados, foi altura de descansar durante algum tempo, numa simpática esplanada à porta do Baptistério. Para serem adquiridos os bilhetes para a visita ao complexo, temos que subir uma íngreme escadaria do lado esquerdo do Baptistério e a bilheteira fica no topo desta, do lado direito de quem sobe.
Decidimos iniciar a visita pelo Duomo, que fica um pouco mais à frente, na Piazza del Duomo. Nesta Piazza, em frente ao antigo Hospital de Santa Maria della Scala, hoje transformado em hotel, ergue-se enorme e majestosa a Catedral, um esplêndido exemplo do gótico italiano. A porta de entrada do Duomo, no cimo de uma ampla escadaria, leva-nos ao seu interior.
A nave central foi levantada e iluminada por três arcos janelas e a fachada foi trabalhada, entre outros, por Giovanni Pisano. Em 1300, começaram no primeiro semestre as obras numa tentativa ambiciosa, de transformar esta Catedral no maior templo da cristandade.
No entanto em 1348, as obras foram interrompidas pela peste negra que assolou a cidade, matando 3/5 da sua população, ficando até hoje inacabada. Ainda há vestígios da estrutura efectivamente construída, no lado esquerdo do Duomo actual.
A Catedral de Siena, é uma das igrejas mais bonitas que nós já tivemos oportunidade de visitar, não só por fora como por dentro. O interior é maravilhoso e o efeito do mármore preto e branco é o que mais marca quem visita esta Catedral.
O preto e o branco são as cores do brasão de Siena. Os capitéis das colunas da parte da frente da nave, são esculpidos com bustos e animais alegóricos. Há bustos de 172 Papas, começando com São Pedro até Lúcio III e de 36 Imperadores.
O vitral redondo do coro, representando a Última Ceia, foi feito em 1288 a partir de desenhos de Duccio. É um dos mais antigos exemplares de vitrais da Itália. A cúpula é adornada com uma lanterna, como se fosse um sol dourado. As duas fontes foram construídas em 1462 e 1463. O altar de mármore foi construído em 1532 e é uma obra de Baldassarre Peruzzi.
O enorme cibório de bronze é obra de Vecchietta (1467 - 1472) e os anjos em volta do altar são obras-primas de Francesco di Giorgio Martini. Contra os pilares estão oito candelabros na forma de anjos, feitos por Domenico Beccafumi.
O púlpito de Siena, feito em mármore de Carrara, foi esculpido em 1265, por Nicola Pisano e seu filho, Giovanni Pisano, bem como seus assistentes Arnolfo di Cambio, Lapo di Ricevuto e vários outros artistas. É a obra mais antiga da igreja. Nicola Pisano ganhou essa encomenda a partir de seu trabalho no púlpito do Duomo de Pisa. O púlpito de Siena é mais ambicioso e é considerado a sua obra-prima. Toda a mensagem do púlpito é centrada na doutrina da Salvação e no Julgamento Final.
Fonte: Wikipédia / http://www.sacred-destinations.com / http://www.italiansrus.com/
Emoldurada entre três colinas, a sul de Florença, esta pitoresca, e bem conservada cidade medieval, é um dos principais centros da Toscana.
No entanto reza a história que Siena foi fundada pelos etruscos e que mais tarde se tornou uma colónia romana conhecida como Saena Julia. Os romanos estabeleceram um posto militar naquele lugar, a que chamaram Saena, e que se transformou num posto de troca de legiões, pouco ocupado nos anos seguintes.
Apesar de ambas as disputas, externas com os países vizinhos e internas pelo domínio da cidade, nos anos de 1150 a 1300, os grandes artistas renascentistas foram descobertos e a cidade foi embelezada por belos monumentos.
O Conselho dos Nove, um corpo de cidadãos que governou a cidade em meados do séc. XIII, foi o responsável por muitas destas melhorias, que ainda hoje se podem ver. Mas em 1348, a peste negra atingiu Siena, enquanto o Conselho dos Nove estava a planear o alargamento do Duomo, matando 3/5 da população da cidade, ficando até hoje inacabadas essas obras. Este desaire, juntamente com a agitação política subsequente, deu início a uma queda drástica na sorte da cidade.