
Bertrand Russell
A Loggia dei Mercanti era a sede do Tribunal de Comércio, que foi um dos primeiros espaços formais para a bolsa de valores. Embora aparentemente sem o vasto espaço para troca de acções como os de hoje, ela está localizada numa espécie de varanda, compensada pelo seu belo design em arcos, com esculturas em nichos nas colunas e frescos no tecto muito interessantes.
Desenhada por Paulo Sano di Matteo e executada por Pietro del Minella, no início do século XV em estilo gótico-renascentista, tem bonitos elementos arquitectónicos.
A Loggia dei Mercanti, possui três arcos sobre pilares altos como nichos com estátuas em mármore representando em geral, filósofos da antiguidade. A decoração é um trabalho de Vecchietta Antonio Federighi e da Urbano Cortona. Internamente, os lados mais curtos do pórtico são fechadas por dois bancos de mármore, os tectos têm frescos e elegantes decorações de estuque.
Continuámos o caminho até desembocarmos numa pequena praça do lado direito, a Piazza Tolomei, onde se encontra o Palazzo Tolomei e a Chiesa di San Cristoforo.
O Palazzo Timotei, tem o nome da família nobre que o habitou e é um edifício de pedra cinza, com arcos elegantes nas janelas de traça medieval, com vista para a praça e para a Igreja de São Cristóvão (Chiesa di San Cristoforo).
Ergue-se isolado, severo e gracioso, possuindo surpreendentemente intactas as linhas do século XIII, amenizadas pela arquitectura renascentista superior. Segundo a repórter Andrea Dei, foi construído por volta de 1208, por Ptolomeu e Rinaldo James Ptolomeus.
Os Ptolomeus foram uma das mais poderosas e mais antigas famílias de Siena. Segundo os escritos da época, era uma família descendente dos reis da dinastia dos Ptolomeus do Egipto, (Ptolomeu I, pai da rainha Cleopatra do Egipto, era um dos generais de Carlos Magno, que após a sua morte dividiram as suas possessões entre eles, ficando Ptolomeu com o Egipto), que terão vindo para a Itália, na esteira de Carlos Magno.
Radicados no território de Siena, logo acumularam enorme fortuna e estavam entre as primeiras famílias de banqueiros da cidade e possuiam muitas casas e torres na cidade. Os ptolomeus também tinham o patrocínio de várias igrejas, incluindo a Igreja de São Cristóvão, que até ao ano de 1274, abrigava a maioria das reuniões do Conselho da Cidade.
Em 1267, os proprietários do palácio foram forçados ao exílio e o edifício sofreu a ira dos gibelinos, mas foi completamente reconstruído no ano de 1270, com a utilização de materiais reciclados recolhidos dos escombros de casas demolidas.
Alguns anos mais tarde, em 1277, a residência dos Ptolomeus sofreu um incêndio devastador, mas, apesar disso, mesmo com o peso dos anos, a elegante mansão foi lindamente restaurada em 1971 e é hoje um dos mais belos e nobres edifícios de Siena.
Fonte: http://www.toscanapocket.com / http://viaggi.viamichelin.it
Este telhado é semelhante a uma tartaruga, o que explica o seu nome "Tartarugone", tartaruga em italiano. O mercado também atraiu ao longo do tempo vendedores ambulantes conhecidos como trecconi treccolonior, que vendiam fios, botões e bugigangas diversas para as senhoras, apresentando-se com uma caixa pendurada ao pescoço.
Nesta cidade somos várias vezes invadidos por uma enorme sensação de pequenez, em especial quando entramos na Piazza del Campo, a mais bela praça central de Itália, onde se realiza o seu famoso Palio, uma corrida de cavalos que acontece duas vezes por ano, nos dias 2 de Julho e 16 de Agosto, desde o século XVII.
A Piazza del Campo é belíssima e conhecida mundialmente pela sua enorme beleza e integridade arquitectónica. Quando lá entramos sentimos que é um lugar único em todo o mundo, começando pela sua conformação tão peculiar, que transforma a praça num grande escudo côncavo, em forma de concha.
A praça ganhou forma no final do ano de 1200, num espaço que foi por muito tempo usado para feiras e mercados e que outrora estava situada numa encruzilhada de ruas importantes.
Quando foi construída, a população de Siena reunia-se ali para participar de vários eventos, como torneios e corridas de touros, e até aos nossos dias, a Piazza del Campo, já recebeu quase todos os eventos importantes na história da cidade, desde o tempo da República até ao período Médici, durante o qual Siena esteve sob o controle de Florença e de Cosimo I de Médici.
Em torno da praça podemos observar as fachadas elegantes dos Signorili Palazzi, que a circundam e que são as casas senhoriais pertencentes às famílias mais ricas, como o Palazzo Sansedoni, o Piccolomini, e o Saracini.
Fonte: http://www.zerozero.pt / http://www.italyguides.it/us/siena_italy
Ali fica o Museu Dell’Opera del Duomo, que visitámos a seguir e que está localizado onde deveria estar implantada a nova nave do Duomo, que devido a problemas económicos e à Peste Negra, em meados do século XIV, nunca foi concluída. Dentro dele encontram-se todas as obras de arte outrora guardadas dentro e fora do Duomo.
Há entrada somos recebidos por inúmeras obras de arte, que se destacam numa bela sala que tem como fundo uma grande janela redonda em vitral, que deixa entrar uma luminosidade colorida que faz sobressair as belas estátuas expostas na sala, parecendo que todas elas nos reverenciam, pois têm a cabeça baixa como que em sinal de respeito por quem passa..