
Passeio por Orvieto – Parte I
Assim apanhámos um autocarro urbano até à Piazza Cahen na borda oriental da cidade, perto da escarpa rochosa. A abordagem à cidade é um dos momentos mais gloriosos a recordar, sobre a visita de Orvieto.
Entrar na cidade é uma delícia! Visitar a cidade significa caminhar através da história. A cidade não é grande e ao caminharmos pelo Corso Cavour, a espinha dorsal da cidade que nos leva ao centro histórico, encontramos muitos restaurantes, pizarias e geladarias, em ruas de paralelepípedos que se fragmentam em todas as direcções.Com vários arcos de pedra, casas de pedra vulcânica com janelas bem pintadas e floridas, algumas ruínas, pequenas pracetas onde encontramos lojas de cerâmica pintada à mão e vários bares onde se servem os seus clássicos vinhos, Orvieto é sem dúvida um dos tesouros mais preciosos da Itália.
Um pouco mais à frente encontrámos do lado esquerdo um pequeno estúdio/galeria de arte, com trabalhos fabulosos do actor, poeta, pintor e escultor Umberto Verdirosi, que podemos fotografar sem qualquer problema.
Verdirosi com 65 anos é hoje um dos artistas mais autênticos, com uma enorme excentricidade, reflexo de um espírito e de uma inteligência animada e construtiva, própria de uma sensibilidade subtil.

Sabedoria
Consciência Moral - I e II
A minha consciência tem para mim mais peso do que a opinião do mundo inteiro.
Cícero
Orvieto
A saída ao pôr-do-sol de Siena fez com que a viagem até Orvieto, já se fizesse de noite. A chegada a Orvieto pela hora de jantar, fez com que fossemos logo procurar o lugar de pernoita, que facilmente se encontrou numa boa área de serviço situada muito próxima do ascensor e da estação de caminho-de-ferro, que se situa no sopé do morro sob o qual se estende a cidade, lá em cima num planalto único.
Orvieto é uma cidade da Úmbria, cuja fama é devida basicamente a 4 origens, a sua majestosa beleza, a sua linda catedral, o seu clássico vinho e a sua bonita cerâmica. É uma cidade pequena e de grande antiguidade, tão antiga que sua história inicial é incerta. O seu nome deriva da palavra “Urbs Vetus”, ou seja, “velha cidade”, o nome latino de Orvieto, outrora o principal centro da civilização etrusca.
Os etruscos, de fato, que se fixaram nas grutas escavadas na grande massa de tufo, devem ter dado origem de Orvieto. Mas a cidade assumiu papéis de grande importância na Idade Média, nas invasões góticas, nas lutas entre guelfos e gibelinos, citadas por Dante Alighieri, e entre o segundo semestre de 1300 e primeiro semestre de 1400, quando passou a ser completamente do domínio papal.

Foi um destes autocarros que nos levou ao cimo da plataforma sem qualquer sobressalto, no entanto, na viagem de volta, um jovem condutor totalmente irresponsável, conduziu-nos até cá abaixo a alta velocidade, quer em recta, quer em curva, praticamente sem usar o travão, fazendo desta uma viagem verdadeiramente alucinante, deixando todos os passageiros incrédulos com o sucedido.
A sua posição estratégica sobre uma plataforma planáltica com uma base de tufos vulcânicos porosos, dominando as planícies em redor, faz dela um lugar de absoluto fascínio, tendo sido ao longo do tempo, o motivo de ferozes lutas pelo poder, desde a época etrusca, passando pela romana e logo em seguida pelos godos, finalizando com as guerras civis entre as famílias medievais, os Monaldeschi e os Filippeschi, pela posse da cidade. O morro que suporta Orvieto é uma espécie de “colmeia”, camuflando muitas cavernas etruscas e medievais, escavadas em tempos longínquos por antigos habitantes. É possível visitar os cerca de 100 metros de cavernas e poços, onde se podem observam os restos de uma antiga prensa de azeite e de uma pedreira de cimento etrusca primitiva, a 130 metros de profundidade.
Assim sendo a cidade de Orvieto viveu desde sempre em simbiose com o tufo vulcânico em que se encontra, num extraordinário exemplo da integração da natureza através do trabalho do homem.
Visitar esta cidade significa caminhar através da história, em busca de traços de quase três mil anos de existência. É uma cidade calma, que se visita sem stress quer de dia quer de noite, embora com alguns os turistas durante o dia. As suas ruas são ladeadas por edifícios em pedra de origem vulcânica.
Há muitos anos atrás a cidade tornou-se numa das principais atracções culturais de seu tempo, quando S. Tomás de Aquino ensinou no Studium de Orvieto, uma pequena universidade, que agora faz parte da Universidade de Perugia. Esta antiga universidade teve as suas origens com o nome de Studium Generale, sendo concedida à cidade pelo Papa Gregório XI, em 1736.
Fonte: Wikipédia / http://www.argoweb.it/orvieto
Moral Verosímil como Meio de Criação Humana - Parte II
Outro aspecto discutido da natureza humana é a existência da relação do corpo físico com o espírito ou alma, que transcende os atributos físicos do homem, bem como a existência de qualquer propósito transcendente.[2] São Tomás de Aquino.
[3] Goethe.
Estética e Criticismo
Bibliografia:
-Heidegger, Martin; A Origem da Obra de Arte; Edições 70 Lda; Junho de 2008.
-Platão; A República, livro VII.
-Santo Tomás de Aquino, “Summa Theologiae”
-http://pt.wikipedia.org/
Moral Verosímil como Meio de Criação Humana - Parte I
Martin Heidegger, em A Origem da Obra de Arte, diz-nos ser necessário que se recorra ao artista para conhecer a origem da obra de arte, porém só sabemos algo sobre o artista, se inquirimos a obra que, por sua vez, só é uma obra porque resultou do trabalho do artista. Desta feita, somos obrigados a penetrar num círculo que, conforme Heidegger, é uma forma que deve percorrer quem se ocupa do pensar.Inseridos no círculo, o caminho devemos percorrer. Chegamos, então à conclusão de que uma obra de arte é aquela que é gerada no auge do conflito entre a Terra e o Mundo.
Penetrando, na problemática do Mundo, isto é, da Criação Humana, confrontamo-nos com a incoação na Natureza Humana.
Estética e Criticismo
Lia Cardoso
Um passeio por Siena - Via Banchi di Sopra - Parte VII
O Palazzo Salimbeni está situado no centro histórico de Siena e ali na mesma praça, também ficam situados alguns dos mais importantes palácios da cidade. À esquerda e direita do Palazzo Salimbeni, encontram-se respectivamente, o Palazzo Tantucci, originalmente projectado em meados de 1500 por Riccio, e o Palazzo Spannocchi originalmente de 1470, que foi desenhado por Giuliano da Majano. Todos os três edifícios foram remodelados e restaurados no séc. XIX, por José Partini.
No centro desta praça está a estátua de Sallustio Bandini (1677 – 1760, foi um religioso, político e economista italiano natural de Siena), por Tito Sarrocchi de 1882.
Nesta praça encontrámos um pintor de rua, que com giz de cores pintava primorosamente no chão em pedra, uma enorme ampliação feita a partir de uma pequena foto ou desenho, que representava uma cena do juízo final.
Seguimos para a esquerda, pela Via della Sapienza, que deve seu nome ao “Senese Studium”, a mais antiga Universidade de Siena, fundada em 1392. O local onde se encontra esta antiga Universidade abriga agora a Biblioteca Comunale Intronati, utilizada desde 1810 como biblioteca pública, com um acervo único de incunábulos do séc. XVI e ambientes de grande encanto, como o beco medieval coberto na parte traseira e no hall.
Enquanto se caminhava pela Via della Sapienza, as altas fachadas das casas antigas iam-se fechando à nossa volta e logo ficámos aprisionados num labirinto de séculos atrás, que seguia a lógica do estilo de vida do passado. No centro da estreita via, ainda se observa o lugar por onde corriam as águas de esgoto, que na Idade Média era a céu aberto e que terão sido uma das causas da terrível Peste Negra, que assulou a cidade, em 1348.
Mais à frente seguimos para a esquerda até à Costa Santo Antonio, onde se encontra do lado direito e no início da Via della Galiuzza, o Santuário/Casa di Santa Caterina. A zona da Costa Santo Antonio é uma zona sombria e cheia de desníveis. A rua estreita e curta faz-nos chegar perto da Casa e Santuário de Santa Catarina, um pequeno complexo de capelas construídas no local onde Santa Catarina de Siena, a santa padroeira da cidade, nasceu.
Dali tomámos o caminho de volta à autocaravana, caminhando a pé até ao Parque Fagiolone onde tínhamos estacionada a autocaravana, para ainda naquele dia viajarmos até Orvieto, onde iriamos pernoitar.
O Carácter
O Mundo
Um passeio por Siena - Via Banchi di Sopra - Parte VI
A Via Banchi di Sopra, é a rua comercial mais sofisticada da cidade. Ao longo desta rua cheia de gente, encontramos muito comércio de todo o tipo e a meio caminho, do lado esquerdo aparece-nos uma construção muito bonita e peculiar, a Loggia dei Mercanti.
A Loggia dei Mercanti era a sede do Tribunal de Comércio, que foi um dos primeiros espaços formais para a bolsa de valores. Embora aparentemente sem o vasto espaço para troca de acções como os de hoje, ela está localizada numa espécie de varanda, compensada pelo seu belo design em arcos, com esculturas em nichos nas colunas e frescos no tecto muito interessantes.
Desenhada por Paulo Sano di Matteo e executada por Pietro del Minella, no início do século XV em estilo gótico-renascentista, tem bonitos elementos arquitectónicos.
A Loggia dei Mercanti, possui três arcos sobre pilares altos como nichos com estátuas em mármore representando em geral, filósofos da antiguidade. A decoração é um trabalho de Vecchietta Antonio Federighi e da Urbano Cortona. Internamente, os lados mais curtos do pórtico são fechadas por dois bancos de mármore, os tectos têm frescos e elegantes decorações de estuque.
Continuámos o caminho até desembocarmos numa pequena praça do lado direito, a Piazza Tolomei, onde se encontra o Palazzo Tolomei e a Chiesa di San Cristoforo.
O Palazzo Timotei, tem o nome da família nobre que o habitou e é um edifício de pedra cinza, com arcos elegantes nas janelas de traça medieval, com vista para a praça e para a Igreja de São Cristóvão (Chiesa di San Cristoforo).
Ergue-se isolado, severo e gracioso, possuindo surpreendentemente intactas as linhas do século XIII, amenizadas pela arquitectura renascentista superior. Segundo a repórter Andrea Dei, foi construído por volta de 1208, por Ptolomeu e Rinaldo James Ptolomeus.
Os Ptolomeus foram uma das mais poderosas e mais antigas famílias de Siena. Segundo os escritos da época, era uma família descendente dos reis da dinastia dos Ptolomeus do Egipto, (Ptolomeu I, pai da rainha Cleopatra do Egipto, era um dos generais de Carlos Magno, que após a sua morte dividiram as suas possessões entre eles, ficando Ptolomeu com o Egipto), que terão vindo para a Itália, na esteira de Carlos Magno.
Radicados no território de Siena, logo acumularam enorme fortuna e estavam entre as primeiras famílias de banqueiros da cidade e possuiam muitas casas e torres na cidade. Os ptolomeus também tinham o patrocínio de várias igrejas, incluindo a Igreja de São Cristóvão, que até ao ano de 1274, abrigava a maioria das reuniões do Conselho da Cidade.
Em 1267, os proprietários do palácio foram forçados ao exílio e o edifício sofreu a ira dos gibelinos, mas foi completamente reconstruído no ano de 1270, com a utilização de materiais reciclados recolhidos dos escombros de casas demolidas.
Alguns anos mais tarde, em 1277, a residência dos Ptolomeus sofreu um incêndio devastador, mas, apesar disso, mesmo com o peso dos anos, a elegante mansão foi lindamente restaurada em 1971 e é hoje um dos mais belos e nobres edifícios de Siena.
Fonte: http://www.toscanapocket.com / http://viaggi.viamichelin.it
Um passeio por Siena - Parte V
A partir da Via San Giovanni Dupré fomos até à Via del Mercato, descendo sempre até à Piazza del Mercato, onde se encontra o principal mercado da cidade.Depois de ter sido em terra batida e cheia de árvores, a praça do antigo mercado foi usada originalmente para o mercado de gado, conhecido como o “Foro Boario”. Actualmente é um mercado de produtos da região, com instalações para flores e vegetais e fornecedores de frangos e coelhos, para quem foi construído um telhado em 1886.
Este telhado é semelhante a uma tartaruga, o que explica o seu nome "Tartarugone", tartaruga em italiano. O mercado também atraiu ao longo do tempo vendedores ambulantes conhecidos como trecconi treccolonior, que vendiam fios, botões e bugigangas diversas para as senhoras, apresentando-se com uma caixa pendurada ao pescoço.
Enveredámos em seguida pelas ruelas da cidade, a caminho da zona conhecida por Casato di Sotto, onde se encontram as ruas mais antigas da cidade. Ali as ruas são tão estreitas, íngremes e sinuosas, que acabámos por nos perder.
A própria cultura da cidade, cria por si só uma atmosfera especial, onde é normal ouvir concertos de música clássica realizados nos pátios da cidade, pelos estudantes da Accademia Chigiana, uma instituição famosa de música em todo o mundo.
Em algumas pracinhas da cidade também podemos observar momentos de ensaio de práticas medievais que serão usadas nos dias festivos do Palio, com jovens rapazes vestidos com trajes medievais, que atiram bandeiras coloridas ao ar apanhando-as em seguida com agilidade e precisão.






