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Sintra - 2º Dia - Castelo dos Mouros e Palácio da Pena - Parte III

Depois da visita e compra de vinhos da Adega Cooperativa de Colares, seguimos a caminho da Serra de Sintra, onde se situa quer o Castelo dos Mouros, quer o belo Palácio da Pena.
Durante o trajeto sempre a subir, o percurso é feito por estradas estreitas e sinuosas tendo que se parar e estacionar a autocaravana no parque do Centro de Atendimento ao Visitante do Castelo dos Mouros, uma vez que a partir daí as autocaravanas não conseguem subir as ingremes curvas do último troço que nos faz aceder ao Parque e Palácio da Pena.
O Castelo de Sintra, popularmente conhecido como Castelo dos Mouros, é a sentinela da Serra de Sintra. Ergue-se sobre um maciço rochoso, isolado num dos cumes da Serra de Sintra e é um verdadeiro prazer subir as suas muralhas serpenteantes e do alto destas, descortinar a maravilhosa e privilegiada vista, sobre a Vila de Sintra e de toda a sua envolvência rural que se estende até ao Oceano Atlântico.
Este castelo remonta ao período do domínio islâmico e às conquistas de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Além das muralhas ameadas, torres e adarves, o conjunto é completado por diversas rampas e escadarias de acesso. Um outro elemento digno de nota é a sua Porta Árabe de arco em ferradura. A muralha apresenta ainda cinco torres: quatro de planta retangular e uma de planta circular, encimadas por merlões piramidais. A torre na cota mais elevada do terreno, é conhecida por Torre Real e é acedida através de uma escadaria de 500 degraus. No período islâmico constituiu-se na alcáçova e no período cristão consta que lá terá vivido Bernardim Ribeiro, escritor português do século XVI.
Hoje este castelo mouro está transformado numa verdadeira atração turística, graças ao rei consorte, D. Fernando II, marido de D. Maria II (1834-1853), melhorando as suas imediações ao gosto imaginativo da época (o Romantismo), sendo-lhe adicionados locais de contemplação, caminhos de acesso e vegetação abundante.
Depois a pé foram feitos os cerca de 250 m, até ao portão de entrada do Parque do Palácio da Pena. Lá bem no alto, aninhado na mais alta escarpa da Serra de Sintra, um Palácio de Conto de Fadas espreita, envolto num imenso parque que alia a busca do exotismo ao fascínio pela natureza.
Depois dos bilhetes comprados a viagem até ao Palácio da Pena, é feita ou a pé (uma subida "dificil" feita entre árvores exóticas e espécies nativas, onde se descobrem diversos monumentos que formam um conjunto imperdível e dos quais o Palácio da Pena se destaca de forma incomparável) ou em pequenos e antigos autocarros de tração às quatro rodas, que por estrada estreita, ingreme e sinuosa, nos levam  lentamente até à entrada do palácio.

À chegada olha-se o Palácio e a sensação é de total deslumbramento. Para a descrever o ideal é usar as palavras do compositor e maestro alemão Richard Strauss, aquando da sua visita a Sintra que disse: ”Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto, e nunca vi nada que valha a Pena. É a coisa mais bela que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor – e, lá no alto, está o Castelo do Santo Graal”.

Fonte: http://eglportugal.blogspot.pt/ http://www.parquesdesintra.pt/Wikipédia.org

Colares - 2º Dia - Parte II

Mesmo acordando cedo é fácil passar-se toda a manhã no Cabo da Roca, namorando as visões magníficas proporcionadas pelo imenso Atlântico que ali se encontra com as altas arribas verticais do seu promontório, que se elevam a mais de uma centena de metros acima do nível do mar. No entanto neste belo Cabo não é só do mar que provêm as paisagens mais belas, bastando olhar o Farol da Roca, ou as arribas que formam a Praia da Adraga, bem como os outros vales fluviais cavados nos calcários existentes nas suas imediações, que formam também belas falésias atlânticas.
Após o almoço segue-se em direção a Sintra. Neste percurso que nos leva por planaltos de largas vistas, descendo e subindo num percurso onde contrastam as velhas aldeias do litoral com as novas mansões, símbolos de novos poderes bem distantes da conquista dos mares. A ruralidade e a urbanidade, o mar e a terra num percurso desafiante, tanto a nível físico, como ao nível das emoções, onde se descobrem imagens de pleno fascínio natural.


De Sintra seguimos em direção a Colares, por uma estrada muito pitoresca e cheia de curvinhas, ladeada por um frondoso arvoredo, bonito de se ver num início de tarde, quando a luz dá um tom quente à folhagem, que nos filtra a o sol para nos dar amáveis sombras e recantos admiráveis.
Acompanhando esta estrada existe uma antiga linha de caminho-de-ferro (dos antigos elétricos), que está a ser reabilitada para fins turísticos, e que outrora levava os veraneantes e os habitantes de Sintra à Praia das Maçãs.


Chegados a Colares, percorre-se a estrada em direção às praias e logo nos aparece a antiga, mas bem conservada fachada da Adega Cooperativa de Colares, que foi fundada em 1931, sendo por isso a cooperativa mais antiga do país, e uma das mais antigas regiões demarcadas de Portugal.
Limitada a oeste pelo Oceano Atlântico e a sul pela Serra de Sintra, a Região Demarcada de Colares compreende as freguesias de Colares, São João das Lampas e São Martinho, do concelho de Sintra. Colares é Denominação de Origem Controlada desde 1908, a Região Demarcada mais ocidental da Europa Continental e a mais pequena região produtora de vinhos tranquilos do país.


Na Adega a prova de vinhos é fundamental e destacamos da ampla gama de vinhos as nossas escolhas nos clássicos, o Ramisco e Malvasia (DOP Colares), nos modernos, o Chão Rijo (Regional Lisboa), importando ainda provar os versáteis Saloio e Serra da Lua (de Mesa).

Perto da costa atlântica e fazendo barreira aos ventos marítimos, a Serra de Sintra encerra um microclima que confere propriedades naturais únicas, para a produção dos famosos vinhos tintos de Colares. Cultivados numa das encostas mais bonitas desta verde Serra - classificada pela UNESCO como Paisagem Cultural da Humanidade – estes vinhos já foram considerados os melhores do país e são hoje protegidos a todo o custo.


As características únicas dos vinhos de Colares devem-se às castas, solo e clima temperado e húmido no verão e, ainda, ao facto de 80% da vinha estar instalada em chão de areia, estendendo-se praticamente até às praias.
Foi a especificidade das vinhas típicas de Colares, instaladas sobre “chão de areia” de duna do litoral, que fizeram com que a região fosse a única a escapar à praga de filoxera que assolou a vinicultura europeia, em finais do séc. XIX. Aquilo que para a generalidade dos produtores representou uma catástrofe foi para Colares a oportunidade de crescimento. A cultura da vinha em “chão de areia” é trabalhosa e dispendiosa, sendo a produtividade menor devido sobretudo à pobreza dos solos e aos gastos tidos com abrigos para combater os efeitos de uma localização à beira-mar.

O tinto de Colares apresenta uma cor rubi e, com o envelhecimento, ganha um aveludado e bouquet excecionais. O vinho de Colares só atinge a sua máxima qualidade passados vários anos, embora o estágio mínimo seja de 18 meses. Dado este longo estágio a que o vinho é obrigado, a comercialização é muito limitada, sendo a região de Colares uma espécie de “santuário” para os conhecedores.
Fonte: http://www.fidalguia.pt/ http://www.sal.pt/ http://www.infovini.com/ http://www.chefesdecozinha.com/

Cabo da Roca -1º e 2º Dia - Parte I

A partida de casa a caminho de Sintra foi iniciada num feriado de quarta-feira, que fazia daquele início de dezembro, um final de semana prolongado e por isso ótimo para uma pequena viagem ao relembrar de saberes e sabores, que nos vão concretizando o conhecimento.

Caía a noite quando fizemos a primeira paragem para o jantar, no lugar do costume quando por aquelas bandas se passa, o Restaurante Trás d’Orelha, em Catefica, junto da saída sul da autoestrada A8, para Torres Vedras, para se degustar desta feita, um belíssimo cabritinho assado no forno com batata à padeiro e arroz de miúdos.

Já de noite se partiu para o lugar de pernoita, o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental (Latitude, 38º 47´ Norte; Longitude, 9º 30´ Oeste) ou, como escreveu Luís Vaz de Camões, o local “Donde a Terra se acaba e o mar começa” (in Os Lusíadas, Canto VIII).

Lá chegados a noite era de breu e com muita ventania, que fazia do “Focinho da Roca”, como lhe chamam as gentes ligadas às coisas do mar, um lugar aparentemente pouco convidativo à pernoita. No entanto lá pela meia-noite o vento acalmou e apenas se fazia sentir uma leve brisa, que de vez em quando nos trazia um inconfundível cheirinho a maresia. Naqueles momentos antes de adormecer de janela aberta, me pareceu mais adequado senti-lo intensamente como “Promontório da Lua”, o poético segundo nome porque é também conhecido.

Devo ainda referir que é um privilégio adormecer sobre este Promontório da Lua, sentindo que naquele ponto, um maciço e enorme mar de pedra, se impõe às profundas águas do Atlântico, fazendo-se ouvir o incessante ribombar das vagas que nele se quebravam, como que celebrando esse encontro.


Na manhã seguinte o acordar foi bem cedo, com camionetas com turistas a chegarem a todo o momento. O fresco da manhã a entrar pela janela e a própria paisagem envolta em neblina entrava-nos pela alma, quase despertando em nós uma nostalgia idêntica à do anoitecer. Seria da vegetação rasteira devastada pelos ventos marítimos impregnados de maresia, de onde sobressem tufos de «armeria pseudoarmeria», tentando sobreviver entre os penhascos de rocha crua?

De um lado o farol altaneiro, do outro a presença de alguma civilização, com um restaurante e loja de recordações. Em frente ao longe o elegante padrão em pedra, com a lápide que assinala a sua particularidade geográfica, a todos quanto visitam este local. Lá adiante junto da enorme e funda parede escarpada do promontório, o confronto de peito aberto com o mar.

No seu topo a ventania é forte e respira-se a custo, sentindo-se nas costas todo o peso do continente, enquanto os olhos se abrem para o convite do oceano. É no Cabo da Roca que a expressão "jangada de pedra" de José Saramago, ganha todo o seu significado, com a vantagem de cada um poder sentir-se timoneiro, comandante ou náufrago da embarcação. Ali o nostálgico do mar, pode ser um símbolo de partida e da esperança de um eterno recomeço, em especial para aqueles que partiam de Portugal por mar.


Como podemos ler no site da CMS, que se refere ao Cabo da Roca, “Certo, certo é que ninguém de lá sai como chegou, e para franquear o portal mágico do Cabo da Roca não é preciso password. Basta ir, fazer uma pausa nos fins-de-semana consagrados aos templos do consumismo e recuperar um pouco, nem que seja só um bocadinho, daquela ligação ancestral à terra, à natureza e a tudo o que sensibiliza e enobrece.”

Fonte: http://www.guiadacidade.pt/ http://www.cm-sintra.pt/Wikipédia.org

Outono 2011 - Cabo da Roca, Sintra, Lisboa (Belém)


O final de semana de 1 (feriado), 2, 3 e 4 de dezembro de 2011 foi destinado a Sintra e Lisboa. Em Sintra queríamos pelo menos passar mais um dia, a fim de ser efetuada a visita ao encantado e belíssimo Palácio da Pena, que não tínhamos podido visitar em setembro e que constitui o mais completo e notável exemplar da arquitetura portuguesa do romantismo.

Os restantes dias iriam ser passados em Lisboa, na zona ribeirinha de Belém, o bairro mais paradigmático em termos de património relacionado com os descobrimentos. É uma das zonas mais emblemáticas de Lisboa, sendo na sua praia, que partiram as naus do navegador Vasco da Gama à descoberta do caminho marítimo para a Índia, e onde por todo o lado se respira ainda, a grandeza do antigo Império.

Na viagem com rumo a Sintra e Lisboa, e porque existem várias maneiras de lá chegar, preferimos dar uma volta maior e passar pelo ponto mais ocidental do continente europeu, o Cabo da Roca, que reúne uma admirável beleza paisagística, com um excecional valor ambiental.

Do Cabo da Roca a Sintra a estrada acompanha um dos mais bonitos percursos que se podem fazer, contornando a Serra de Sintra pelo norte, em direção a Colares, para uma visita às caves e compra dos seus famosos vinhos.


O percurso feito para ir e voltar foi:

1º Dia – Casa; Cabo da Roca;

2º Dia – Cabo da Roca; Colares; Sintra (Palácio da Pena);

3º Dia – Lisboa (Belém);

4º Dia – Lisboa; Casa.