


Para tanto, possuía um método de trabalho incomum para a época, utilizando modelos tridimensionais em escala, moldados pela gravidade. Gaudí usava correntes metálicas presas pelas extremidades e quando elas ficavam estáveis, ele copiava a forma e reproduzia-as ao contrário, formando suas conhecidas cúpulas catenárias.
Também utilizou da técnica catalã tradicional do “trencadis”, que consiste de usar peças cerâmicas quebradas para compor superfícies. Gaudí dimensionava seus prédios de forma integral, fazendo desde as fundações e estruturas até os menores detalhes ornamentais, o que o caracterizava como um arquitecto peculiar e único.
Em 1883 começou a construção da Casa Vincens, com estilo de influência Mudéjar, que se caracteriza por uma mistura especial da arte muçulmana com a cristã. Nesse mesmo ano foi nomeado arquitecto-chefe da Sagrada Família por recomendação de Joan Martorell, um grande amigo de Gaudí, que teve considerável importância na projecção da sua vida profissional.
Nos anos posteriores, construiu um edifício na área da Sagrada Família. Outro cliente de renome foi Eusebi Güell, o qual lhe confiou a construção de um palácio para si, o Palau Güell, tendo-se iniciado a sua construção em 1886. Em 1889 trabalhou na construção do Palácio Episcopal a pedido de Joan Baptista Grau i Vallespinós, um padre de Reus, conterrâneo de Gaudí.
Já em 1891 construiu a Casa Fernández y Andrés. Nesta época outros edifícios importantes foram realizados, como a Casa Calvet e ainda nesse período foi iniciada a construção do Parque Güell, inspirado nas cidades-jardim inglesas.
Faleceu em 1926, atropelado por um eléctrico, quando tinha 74 anos, deixando uma obra revolucionária para a Arquitectura Moderna, e um sonho, a conclusão do Templo da Sagrada Família, que continua em construção.
A dimensão da obra, ficou muito aquém do inicial e ambicioso projecto. O objectivo de Eusebi Güell era fazer de um grande terreno de sua propriedade um “bairro-jardim”, todavia a dimensão final da obra ficou muito aquém das ideias e pretensões de Güell. O que se pretendia era construir uma grande área de residências unifamiliares com 60 casas, sendo o parque actual a sua entrada principal.
Esta praça, elevada sobre pilotis, designada Gran Plaza Circular, tem a forma e dimensões de uma praça tradicional, inclusive com piso em areia. Nela um banco ocupa todo o seu perímetro, numa extensão de cerca de 152 metros, todo revestido por mosaicos executados em cacos e pedaços de azulejos, cujo resultado é extremamente invulgar e bonito, plasticamente artístico e visualmente muito atraente. Esta praça foi executada pelo arquitecto Josep Jujol, então um dos principais colaboradores de Gaudí.
De cima desta praça, que por ser bem elevada e ficar situada numa colina, como se fosse um enorme balcão, pode desfrutar-se uma vista magnífica, quer da cidade de Barcelona, quer do parque, podendo ver-se tanto a parte frontal do conjunto que integra o Parc Güell quando a sua parte posterior. A zona frontal do parque fica ao nível da rua, na entrada do parque, onde ficam dois pequenos e bonitos prédios com o estilo personalíssimo e inconfundível de Gaudí, também revestidos por mosaicos de pedaços irregulares de azulejos a darem unidade ao conjunto.
A praça suspensa por colunas, onde o vento sopra ameno, é delimitada pelos seus bancos sinuosos, cujo encosto é também o guarda corpo, que com a sua forma sinuosa serpenteia todo o perímetro da área elevada proporcionando um efeito visual extremamente curioso, incomum e criativo. Igualmente curioso e atraente é o lagarto/dragão colorido revestido de cacos de azulejo que recepciona os visitantes e fica bem no centro da primeira e mais importante escadaria que conduz os visitantes à parte elevada da praça.
Depois de subir as escadas do lagarto chega-se à parte inferior da praça, um grande espaço coberto, onde estão as 86 colunas que sustentam a praça, em cujo local deveria realizar-se um mercado onde os moradores do nunca concretizado bairro-jardim poderiam abastecer-se. No tecto ficam rosetas executadas com pedaços multicoloridos de azulejos e cristais de vidro.
É neste parque que está situada a Casa Museu Gaudí, embora este edifício não pareça pertencer a este parque, pela sua traça completamente diversa das outras casas aí existentes. Esta casa construída pelo arquitecto Francesc Berenguer, serviu de habitação a Gaudí desde 1906 a 1926, num estilo modesto, muito apropriado para o modo de vida espartano de Gaudí.
No entanto, a pérgola do jardim foi desenhada pelo próprio Gaudí, que também foi o autor do mobiliário, em conjunto com alguns dos seus alunos, como Josep Maria Pujol. No interior desta casa, agora transformada em museu, podem admirar-se alguns destes móveis desenhados por Gaudí, assim como diversos desenhos feitos pelo artista/arquitecto.
Foi um edifício construído entre os anos 1906 e 1910, La Pedrera afastou-se completamente dos princípios estabelecidos para a construção do seu tempo e daí ter sido ridicularizada e atacada pelos intelectuais de Barcelona.
Gaudí desenhou este bloco de apartamentos de gaveta, com oito andares de altura, em volta de dois pátios circulares. As complicadas varandas em ferro forjado, de Josep Maria Jujol, são como algas contra as paredes onduladas de pedra branca. O edifício não possui quaisquer linhas rectas, e a maioria das pessoas considera-o magnífico e arrebatador, e alguns dizem que se parece a ondas de lava ou a uma duna de areia.
O edifício parece desafiar o nosso conceito de arquitectura convencional. O aspecto mais impressionante é o telhado, com uma aparência quase lunar ou de sonho. O edifício pode ser considerado mais uma escultura do que um edifício convencional. Os críticos salientam a ausência de preocupação com a utilidade, mas outros consideram-no como arte. Os habitantes da cidade da altura consideravam-no feio, daí a alcunha de "pedreira", mas hoje em dia é um dos marcos da cidade.
As suas paredes íngremes, podem ser comparadas com as que as tribos africanas constroem nas suas habitações, ou até semelhantes a cavernas. A fachada ondulada, com largos poros, lembra um praia ondulante de areia fina, formada, por exemplo, por uma duna. Os favos feitos por abelhas atarefadas também salta à ideia do observador que olha para os altos e baixos, semelhantes a cobras, que percorrem o edifício inteiro.
O último andar alberga agora o Museu de Gaudí, e a cobertura pode ser visitada, de onde se desfruta uma belíssima vista, e onde se encontram muitos respiradores e chaminés esculpidas com um ar tão ameaçador que foram alcunhadas de espanta-bruxas.
São frequentemente efectuadas exibições gratuitas no primeiro andar, que também permitem a oportunidade de poder ver a sua arquitectura interior, mas o acesso aos apartamentos e ao telhado requer o pagamento de uma senha de entrada.
Esta casa fica situada do Passeig de Gràcia, no coração de zona mais elegante de Barcelona, que enamora todos aqueles que a visitam e que amam o fantástico, o teatral e o vital da arquitectura. Na visita que fizemos a esta magnifica casa, podemos pisar alguns dos seus salões modernistas.
O Passeig de Gràcia é a avenida comercial que corta o bairro mais “chic” de Barcelona, o Eixample. Além da Casa Batlló e de sofisticadas e caras lojas, no Passeig de Gracia, encontra-se ainda outra obra de Gaudí, da Casa Milá, do outro lada da avenida e um pouco mais à frente, que é mais conhecida por La Pedrera.
A Casa Batló pertence ao período naturalista de Gaudí, e é o resultado de uma reforma feita por Gaudí num velho prédio convencional datado de 1877, cujo dono se chamava Josep Batlló I Casanovas. Gaudí fez muitas renovações na construção, dentre elas, o aumento do pátio central, a criação de um quinto andar, e a renovação do andar onde vivia a família Batló.
Gaudí mudou toda a construção, tanto interna como externamente, incluindo as sacadas na frente do prédio, adicionando dois andares, e trabalhando com o efeito de luzes que fazem de sua obra um destaque na movimentada Passeig de Gràcia tanto de dia como de noite.
Foi construída entre os anos 1904 e 1906, cuja decoração e ornamentação ficou a cargo dos melhores profissionais da época, como Josep Maria Jujol, Joan Rubió Bellver, Sebastià Ribó, entre outros.A fachada possuí uma característica peculiar de Gaudí, já mencionada em obras anteriores: o uso dos motivos naturais, que lembram fauna e flora. Estes ornamentos da composição nesse edifício, são bem visíveis no piso térreo, no primeiro andar e no telhado. Contudo toda fachada possui vários mosaicos e ornamentação considerável.
Os pequenos avarandados são feitos de ferro fundido. Além disso o interior do edifício foi bastante elaborado também, como por exemplo, suas paredes e escadas. O edifício foi projectado por Gaudí para Josep Batlló, um aristocrata bem sucedido, que viveu no primeiro e segundo andar com a sua família e alugou os outros apartamentos.
O Passeig da Gràcia é a principal avenida do Eixample, com uma mostra de edifícios altamente originais e de lojas elegantes. Os graciosos candeeiros públicos são da autoria de Pere Falqués (1850-1916). Aqui podemos encontrar a Casa Batlló e a Casa Milá, ambas de Antoni Gaudí, e a Casa Amatller, desenhada por Puig i Cadafalch em 1898.