3º Dia - Passeio pela Serra da Peneda (Parte II)


No final da visita ao Santuário de Nª. Sª. da Peneda, seguimos viagem. O vale é suave e o declive repousante, prosseguindo o curso do rio da Peneda até à povoação de Tibo, local de encontro com o rio Veiga e também local de encontro dos dois caminhos que têm como arranque Lamas de Mouro e que ali se acabam por unir.
Em Tibo, no cruzamento de estradas, pedimos ajuda a um grupo de senhoras que vinham do campo, para saber qual a estrada que deveríamos tomar, a fim de se poder visitar o maior número de Brandas, pois as Inverneiras ficavam de Tibo para baixo.
A poente e mais chegadas ao vale, as Inverneiras, Tibo e Rouças, rodeadas de um mar de milho e Gavieira, a cabeça da freguesia. Em maior altitude, as Brandas, Junqueira, Bosgalinhos, Aveleira e outras...

Os seus habitantes possuem por vezes dois tipos de moradias: A Branda, onde residem de Abril a Dezembro, quando a temperatura se suaviza e a Inverneira, mais aconchegada contra os rigores da neve e dos gelos.

A dureza do clima e as necessidades de uma melhor gestão agro-pecuária, criaram a necessidade destas aglomerações duplas para os povos desta região. Habitadas alternadamente de Inverno, (“as Inverneiras”, situadas em zonas mais baixas da serra, para onde levam família, mobílias e animais), e no Verão (“as Brandas", em zonas mais altas da serra).

Seguimos a estrada que nos leva à Branda da Bouça dos Homens, que observamos à nossa direita e que se estende placidamente no terreno. No entanto a suavidade da paisagem é cortada a nascente, pela presença do relevo a nu das fragas e do bloco da Peneda, que domina o local de romaria.

Depois começamos a subir e em seguida atingimos a plataforma a mil metros de altitude, passando ao cruzamento que nos leva à Branda da Aveleira, que após uma boa subida, se observa do nosso lado direito.

Subimos ainda mais, por uma estrada bem íngreme e encontramos a Branda de S. Bento do Canto, lugar inóspito silenciosa que se estende junto à margem esquerda do caminho, acompanhando a estrada. Parece uma povoação abandonada e fantasma, não se vendo vivalma.

Bem mais lá em acima e já numa espécie de planalto, encontramos um cruzamento, junto a um campo de futebol, seguimos para a direita e mais à frente começamos a vislumbrar ao longe, solitária a Branda de Sto. António e a seguir, mais à frente e a alguma distância desta última e já na descida, a Branda da Senhora da Guia.

A vegetação é agora escassa, a serra mostra afloramentos rochosos de onde sobressai alguma vegetação arbustiva e rasteira, dominada por urzes e giestas, que dão um colorido impressionante e avassalador.

Atingimos o alto da serra. O caminho segue, por uma estrada em mau estado, toda esburacada, sempre a descer levemente, fazendo com que a nossa atenção se fixe no caminho, em vez de se olhar a paisagem.

Continuamos sempre a descer e passado algum tempo começam a aparecer algumas árvores, depois algumas casas e a vegetação dá lugar ao bosque. Estamos novamente em Lamas de Mouro, vindos da estrada da serra!...

3º Dia - Passeio pela Serra da Peneda (Parte I)


O 3º dia foi destinado ao passeio pela Serra da Peneda. O dia acordou ainda com alguns chuviscos, que desapareceram ao início da tarde que se tornou solarenga.
Deixámos a AC no Parque de Campismo e partimos de mota após um breve almoço. Saímos de Lamas de Mouro pelo caminho mais fácil, que segue as linhas de água. Primeiro desenrola-se ao longo de um vale que acompanha uma ribeira, que parece dar-se pelo nome de Moadoura ou Moadeira e que acaba em contínuo, no rio Mouro, o primeiro rio deste vale e depois deste, o rio da Peneda.

Neste caminho, a paisagem é pintada de um verde intenso, sendo a estrada bordada por arvoredo de densa folhagem, que nos cerca de todos os lados. Aqui e além abrem-se clareiras por onde se podem vislumbrar as águas límpidas, ora mansas, ora rápidas dos rios.
É neste vale que encontramos um dos grandes santuários minhotos, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, eco de ancestrais religiões e romarias e que atrai milhares de pessoas durante todo o ano e em especial nos primeiros oito dias do mês de Setembro, quando ocorem as festas em homenagem à Sª da Peneda.
Encravado numa garganta da serra, ergue-se o Santuário, lá no alto, solitário a 780 metros de altitude, encostado a um rochedo, com cerca de 300 metros de altura, pelo qual desliza uma impressionante cascata de água limpida, rodeada de intenso arvoredo.
Chegados ao Santuário, fomos surpreendidos pela grande quantidade de camionetas de excurção, que invadiam a zona baixa do escadório. Nas imediações deste, piqueniques e grupos de pessoas que se entretinham a tocar e a dançar músicas populares regionais, de acordo com as regiões de onde provinham.

Depois o subir dos lanços do alto e comprido escadório, que baixa do templo. O conjunto arquitectónico é notóriamente inspirado no Santuário do Bom Jesus de Braga. Lá em cima, a igreja toda em granito, com a sua monumentalidade abarrocada, que guarda a imagem sacra de Nª Sª da Peneda.
Já lá em cima, surge-nos a comparação e a dúvida quase imediata, quanto ao sagrado que é objecto de culto. A óbvia transposição de um imemorial culto da Natureza, a Peneda, para a religião oficial imposta ou mesmo facilmente aceite, aparece quase como evidente, pois a presença da enorme Peneda, mesmo ali ao lado, com a sua dimenção e situação dominadoura, não nos dá grande margem para dúvidas.

No Santuário um casamento, faz com que a visita à igreja seja acompanhada de missa e circunstâncias solenes, em que a atração principal, para muitos, em vez da Sª da Peneda, foram os noivos e seus convidados.

Lenda de Nª Sª da Peneda

A Senhora da Peneda terá aparecido a cinco de Agosto de 1220, a uma criança que guardava algumas cabras, a Senhora apareceu-lhe sob a forma de uma pomba branca e disse-lhe para pedir aos habitantes da Gavieira, para edificarem naquele lugar uma ermida. A pastorinha contou aos seus pais, mas estes não deram crédito à história.

No dia seguinte quando guardava as cabras no mesmo local, a Senhora voltou a aparecer, mas sob a forma da imagem que hoje existe, e mandou a criança ir ao lugar de Roussas, pedir para trazerem uma mulher entrevada há dezoito anos, de nome, Domingas Gregório, que ao chegar perto da imagem recuperou a saúde.
Fonte: guiadacidade.pt

2º Dia - Parte II - A caminho da Serra da Peneda

Depois da visita a Monção, seguimos viagem a caminho da Serra da Peneda. Já às portas de Melgaço, que nos serve de prefácio ao início da nossa incursão serrana, começamos a subir à Serra da Peneda por estradas estreitas e ingremes, em direcção a Lamas de Mouro, porta de entrada para o Parque Nacional da Peneda-Gerês.

A paisagem não foge às características dominantes na região, onde podemos encontrar, nos montes e outeiros, o pinhal e nos vales e encostas suaves, os campos de milho e a vinha em latadas e ramadas a delimitarem os campos de cultivo, muitas vezes em socalcos, quando o acentuado dos declives o exige.

No caminho, à medida que se sobe, a mancha de vegetação vai mudando, tornando-se mais frequente a existencia de carvalhos e alguns castanheiros, mas mais lá em cima a floresta rarefaz-se. Nas encostas, as povoações formam conjuntos harmoniosos, que contrastam com a serra nua,que ali passa a dominar, riscada aqui e além por uma ou outra estrada.

Depois a chegada a Lamas de Mouro, onde iríamos ficar, no Parque de Campismo, que seria a base de partida para as nossas incursões pela Serra da Peneda.

Para se chegar ao parque de campismo, deixa-se Lamas de Mouro, passa-se a porta de entrada do Parque da Peneda-Gerês, que fica do lado esquerdo e após cerca de 200 metros, chegamos ao parque de campismo de Lamas de Mouro.

O dia que tinha decorrido com bom tempo, resolveu mudar e o parque de campismo já nos recebeu com burrifos de água benta, que rápidamente passou a chuvisco constante.

Tinhamos planeado ir de mota a Castro Laboreiro, jantar e visitar a vila e mesmo a chover não quisemos deixar de o fazer e lá fomos nós. A chuva intensificou-se pelo caminho e embora com alguma protecção, chegámos lá bem molhados.

Castro Laboreiro é uma povoação situada a 950 metros de altitude e a sua origem parece remontar a um castro romanizado, como o próprio nome suger. A vila bem pequena, sede de concelho e comarca, mais parece uma aldeia, mas naquelas terras inóspitas e longínquas, a história e o passado ainda se sobrepõem às exigências dos dias de hoje.

A visita começou pelo centro da vila, com suas casas do tipo arcaico, com paredes em pedra grosseiramente aparelhada e um pequeno largo onde o principal se encontra. A Igreja Matriz, de Santa Maria da Visitação, pré-românica do séc. IX, com o coro, a torre e a capela-mor, construídos no século XVIII, o Polourinho manuelino (1520) e a casa em granito do pequeno Tribunal e até uma pequena loja aberta, com tudo (como nos dizia o recepcionista do parque de campismo, enquanto nos fazia o croqui da vila), e claro um cão Castro Laboreiro à porta da loja, como não podia deixar de ser...

Castro Laboreiro parece à primeira vista uma vila fantasma, mas se nos sentarmos um pouco e esperar-mos, aparece gente, pouca... mas gente, ou que se dirige para a loja, ou do campo vem ou para casa vai...

Sobre um monte de rocha viva e de acesso difícil, a 1033 metros de altitude encontram-se as ruinas de um castelo, mandado construir por D. Dinis, no local onde havia uma fortificação rudimentar, com a existência de séculos.

Em Castro Laboreiro as penhas ou pedras, lembram “esculturas”, como a pedra-tartaruga, que a natureza e o acaso, ou mesmo o dedo de Deus, moldaram nessas fragas abruptas da paisagem.

A chuva continuava a cair, tinhamos forçosamente de nos abrigar-mos, pelo que nos dirigimos ao afamado restaurante da Albergaria Mira Castro, que a revista Evasões e o portal Rotas & Destinos recomendam e onde se degustou um excelênte cabrito serrano assado no forno de lenha, preparado por D. Rosa, a excelênte cozinheira e proprietária da Albergaria.
O restaurante é situado mesmo sobre o miradouro, de onde se têm vistas altas e panorâmas extensos e a sensação de domínio do mundo, até porque o silêncio a isso ajuda, numa verdadeira “vista aérea” do vale que se abre à nossa frente.

2º Dia - Parte I - Visita a Monção

Depois do acordar, levámos a AC para o Parque das Termas, ali bem perto, junto ao rio Minho, à direita de quem olha a Galiza.

O Parque das Termas é enorme e muito aprazivel, sob a sombra protectora de frondosas árvores, com áleas ajardinadas e bordadas de enormes plátanos.

As termas, ali ao lado, possuem àguas quentes e alcalinas, que são recomendadas para o tratamento de doenças reumaticais e bronquites, que jorram à temperatura de 39ºC a 49,5ºC.

Junto à margem do rio Minho, um passadiço em madeira acompanha a margem esquerda até ao início da muralha que cerca a vila, sendo por este que iniciámos o nosso passeio à vila de Monção.

A vila medieval encontra-se dentro de um amplo polígono amuralhado, pelo que para entrarmos, passámos uma porta, junto à base da muralha.

Fora das muralhas medievais desenvolveu-se a vila moderna, em redor do terreiro da feira, com casas brasonadas e outras valiosas edificações.

Depois o entrar novamente por uma enorme porta antiga e o caminhar por uma série de ruelas empedradas e estreitas, que nos levam á praça principal, a Praça Deuladeu Martins. Logo no início encontramos do lado esquerdo a Capela da Mesericórdia, barroca (séc. XVIII), que se apresenta com um pórtico flanqueado por quatro pilastras jónicas. Lá dentro a beleza da sua rica talha dourada.

È nesta praça que se realiza a típica Festa da Coca, no dia de Corpo de Deus, que alguns dizem remontar ao séc. XVI. Nesta festa, um dragão (a Coca), pesado e barulhento, tenta escapar à preseguição que lhe move São Jorge, montado a cavalo e vestido como um cavaleito medievail. Termina com a vitória do Bem (São Jorge), sobre o Mal (a Coca).

A praça é visitada de vagar e a maior parte do tempo, foi passado no lindo miradouro alto, no topo da praça, sobre o rio Minho, de onde se desfrutam lindas paisagens, que têm o rio e as terras da Galiza como principais cenários.

Depois foi a vez da visita à Igreja Matriz, toda em granito, é um templo simples de raiz românica (séc. XII). Lá dentro encontramos várias capelas, uma delas, em gótico flamejante é dedicada a São Sebastião e nela se encontra a estátua de D. Vasco Marinho e do lado esquerdo de quem entra, encontramos a capela tumular de Deuladeu Martins, a heroína da vila.


Reza a história que durante as guerras de D. Fernando, rei de Portugal, com Castela, a vila sofreu vigorosos ataques das forças de Henrique de Trastâmara, tendo então ocorrido o lendário levantamento de um cerco, graças ao estratagema congeminado por Deuladeu Martins, mulher do alcaide Vasco de Abreu, ao lançar os últimos pães que restavam na fortaleza aos castelhanos, fazendo-lhes assim crer que os mantimentos dos sitiados, que eles pensavam render à fome, davam ainda para muito tempo.

Na volta à AC, passámos ainda pelos interessantes jardins e parques de diversões, resultantes das obras de requalificação urbana, das margens do rio até ao Parque das Termas.

Fonte: lendasecalendas.omeuforum.net

1º Dia - Monção

A chegada a Monção foi feita pelas 23h00 e o lugar de pernoita foi facilmente encontrado, num lugar limpo de gentes e de barulhos, bem iluminado, em frente das piscinas municipais e à sombra de altos choupos, do outro lado da estrada, que no dia seguinte nos protegeram do calor. No entanto o escuro da noite escondeu o lugar ideal, junto ao rio Minho, no parque das Termas de Monção, bem ali perto por sinal e onde no dia seguinte parámos a AC, para a pé fazermos a visita à vila.

Monção é uma modesta povoação rural, que se encontra rodeada de campos verdejantes, que produzem cereais, hortaliças e fratas, em terras recortadas por vinhas que se ergem pelas encostas até serem quebradas pelo verde-escuro dos pinhais.


Erguida na margem esquerda do rio Minho e praticamente fronteira à povoação galega de Salvaterra, a proximidade com Castela, levou D. Dinis a ordenar a edificação do castelo de Monção com torre de menagem, cerca amuralhada e uma passagem semi-subterrânea até à linha de água.

Povoação rural rodeada de verdejantes campos, recortados por encostas cultivadas de vinhas, Monção é, desde o século XIII, concelho de homens livres. Terra de gente aguerrida, que se vê projectada da memória de Deu-la-Deu Martins, a maioria dos habitantes que escapam à diáspora e entregam a vida à agricultura de minifúndio onde o vinho Alvarinho é rei.
Afastados que são os tempos das guerras com Espanha, Monção é hoje uma pacífica e airosa vila do concelho de Viana do Castelo, onde à mesa se come um bom cabrito e se bebe o divinal Alvarinho da sub-Região Demarcada e anualmente se comemora a curiosa Festa da Coca.

Em 404 a.c. os Celtas conquistaram Monção e deram-lhe o nome de "Obobriga". Em 40 d.c. Monção era já uma importante vila romana, chamada "Mamia". Quando os romanos foram expulsos desta parte da Península Ibérica, Hermenerico rei dos Suevos, ocupou a vila em 410 d.C. restituindo-lhe o nome original de "Orosion", mas em latim, ficando a chamar-se "Mons Sanctus". Mas esta hipótese levanta algumas dúvidas porque alguns historiadores afirmam que foram os Romanos que estabeleceram o nome de "Mons Sanctus" a Monção, aonde possivelmente teriam edificado um Monumento.

Monção afirma-se, quando, a partir de D. Sancho I, a linha de fronteira pelo Minho ganha relevo estratégico. Devia por essa altura, estar já fortificada. Monção inicialmente situava-se em Cortes, mais tarde os seus habitantes deslocaram-se para Badim.

No entanto, D. Afonso III extinguiu a vila de Badim e da Penha da Rainha, para fundar a vila de Monção no local actual, que até então se chamava Couto de Mazedo. Nas Inquirições de 1258 recebeu o nome de "vila". O texto do foral dado em 1261, onde se sitam os "miles de Monçom" que têm regalias semelhantes aos de Valença, quer significar que se tratava de uma póvoa já fortificada.

D. Dinis, envolvido em guerra prolongada com Castela, em 1306 promoveu a reforma total das muralhas e o levantamento de um castelo robusto com uma torre de menagem. Estas terras foram palco de emocionantes episódios de cavalaria e heroísmo, que entrelaçaram o nome de Monção ao melhor da história de Portugal.

Primeiro na Idade Média e depois na Guerra da Independência, foi vítima constante de quase todas as lutas em que Portugal se envolveu. Curiosamente estas lutas têm como protagonistas as mulheres, as chamadas "Heroínas de Monção" dando o exemplo aos homens, ajudando-os, encorajando-os ou lutando a seu lado ou por eles. É o caso de Deu-La-Deu Martins, D. Mariana de Lencastre, Condessa de Castelo Melhor e o de Helena Peres, todas grandes mulheres que fazem até hoje ecoar os seus nomes.

Fonte: www.solaresdeportugal.pt

Serra da Peneda - Aldeias Brandas e Inverneiras

Para aproveitar o fim-de-semana de 29 de Abril a 2 de Maio de 2010, resolvemos fazer um fim de semana de descanso merecido na bonita e repousante Serra da Peneda.

Situada no extremo norte do país e integranda no Parque Nacional da Peneda-Gerês, a Serra da Peneda ergue-se a mais de 1200 metros de altitude.

Não tendo a pressão de visitantes que existe na parte central do parque, esta zona permite fazer percursos de encantar com a tranquilidade que o norte do país nos oferece.

A paisagem desta região é dominada por grandes rochedos, que alternam com manchas de carvalhais e planaltos desarborizados.

Por caminhos de montanha, que nos proporcionam vistas vastas e alargadas, encontramos em terras de fronteira, nos espaços da antiga Galécia que as vicissitudes politicas separaram, podemos encontrar aldeias remotas, castelos vigilantes, santuários, velhos mosteiros e refúgios em ruínas, de uma beleza ímpar.

No final pertendiamos visitar ainda a Feira do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço, que decorria também nesse final de semana, para acabar em beleza levando para casa produtos saborosos e de alta qualidade, a preços do produtor.

1º Dia: Casa; Monção;

2º Dia: Monção; Lamas de Mouro; Castro Laboreiro;

3º Dia: Visita à Serra da Peneda - Santuário de N.ª S.ª da Peneda, Aldeias Brandas e Inverneiras e Lamas de Mouro;

4º Dia: Lamas de Mouro; Alcobaça; Mosteiro de Fiães; Melgaço; Casa.

Visita a Évora


Após a visita à vila de Mourão e depois do almoço, num café da vila, partimos a caminho de Évora, onde queríamos passar a tarde em visita à cidade.

Chegámos por volta das 15h00. No centro histórico, o trânsito é condicionado e a maioria dos locais de estacionamento não podem ser utilizados por mais de uma hora. Então deixámos a AC no parque de estacionamento do “campo da feira” e caminhámos a pé em direcção à cidade velha, lá no alto.
Depois de passada uma antiga porta, a cidade surge com todas as características dos velhos burgos medievais. Subindo até ao cimo, por ruas empedradas, labirínticas e apertadas, algumas delas com travessas terminadas por vezes em sombrios becos e pátios, vão-nos trazendo à imaginação todo um riquíssimo passado.

As casas de janelas, pórticos e colunas carregadas de ecos de outros tempos, bailam na frente dos nossos olhos a cada momento, não só nas belas casas senhoriais mas também naquelas que outrora eram da população mais pobre e que constituem a grande parte desse emaranhado sinuoso de artérias.
De quando em quando, o aparecimento de uma praça, um largo ou um pátio, onde normalmente se encontram fontes ou chafarizes, numa demonstração clara de que a água sempre foi um problema crucial para as populações da região.

Em Évora todos os caminhos confluem para a Praça do Giraldo, antigamente denominada Praça Grande. Considerada a sala de visitas da cidade, conserva um carácter muito próprio, que lhe é assegurado pela magnífica arcaria medieval, com arcos de volta redonda e ogivais, que se prolongam para lá dos seus limites.

A artística fonte coroada, data de 1571 e a Igreja de Santo Antão de 1557, são os principais monumentos da Praça do Giraldo, obras mandadas executar pelo Cardeal-Infante D. Henrique, que ocupava por essa altura a cadeira metropolitana de Évora, completam o cenário daquele que foi e continua a ser o grande espaço comercial da cidade.

Dali saem, para Sul, a rua da Moeda e a rua dos Mercadores, onde estava cediada a antiga Judiaria, e para Norte, a Rua 5 de Outubro, a principal rua de comércio artesanal. Por esta se chega ao Largo da Sé, onde se situa a magnífica catedral, o mais acabado exemplar português da arquitectura romano-gótica.

A alberga o Museu de Arte Sacra, disposto em três salas. Junto à , no Largo do Conde de Vila Flor, no edifício do antigo Paço Episcopal fica o Museu Regional, com uma interessante colecção de pintura.

Nas imediações da Sé, fica o Templo Romano de Diana (séc. III), ex-libris da cidade, que é um edifício ligado ao culto dos imperadores. Ali também se podem encontrar, um bonito jardim, muito bem cuidado e um miradouro, o Paço Episcopal, hoje o actual Museu Regional, o Celeiro do Cabido, bem como o Colégio dos meninos da Sé, que constituem modernamente e em conjunto, a Biblioteca Pública da cidade.

São de uma fase mais tardia a igreja e o Convento dos Lóios (actual pousada), a actual residência do inquisidor-mor (Serviços Pastorais da Arquidiocese) e o Palácio da Inquisição, tomado aos condes da Vidigueira e depois mandado remodelar.

Pelas encostas da Colina da Sé começa a descer-se por caminhos de volta à AC. No caminho deparamo-nos com vários e belos exemplares de palácios e palacetes outrora pertencentes a membros da nobreza, (um deles ocupado pela Universidade de Évora), pois não nos devemos esquecer, que Évora foi uma das mais importantes cidades portuguesas da Idade Média, várias vezes corte da monarquia na I e II dinastias.

No final da visita a Évora partimos com rumo a casa. No entanto ainda parámos pelo caminho para jantar, no Porto Alto, numa adega bem típica e castiça, a "Tasca do Caniço", propriedade de um antigo forcado e tio e de outro famoso forcado.

O marido lidera a sala de refeições e a esposa, de uma simpatia extrema, lidera a cozinha. É uma verdadeira tasca ribatejana onde se degustou um excelente ensopado de enguias e com uma decoração que não deixa esquecer que estamos em terra de cavalos e toiros. Recomenda-se.

Fonte: Évora uma cidade cheia de história, in http://clientes.netvisao.pt