A caminho de Toledo - 2ª Etapa - Parte I

A partida de Cáceres foi realizada pelas 2 horas da tarde, para mais uma etapa, agora a caminho de Toledo. A estrada leva-nos por uma planície verdejante, onde depois de poucos quilómetros, numa colina granítica ao longe, se destaca o castelo da histórica cidade de Turjillo.
A linda Trujillo já várias vezes visitada por nós, é uma das cidades mais interessantes do ponto de vista histórico e turístico da Província de Cáceres. Fica localizada a leste da capital de província e o seu castelo domina num altaneiro contraforte granítico a planície em torno dele. Esta posição privilegiada foi segundo reza a história, escolhida pela tribo celta dos vetones militares, por seu valor estratégico e facilmente defendida pelos Celtas para o estabelecimento de um forte celtico, que eles chamaram de "Turaca".
Trujillo, é também berço de conquistadores do Novo Mundo e uma cidade verdadeiramente mágica e única, talvez em meu entender, uma das povoações mais bonitas de Espanha.
A planície torna-se rochosa, com muitos afloramentos graníticos e a estrada vai serpenteando entre leves colinas. A vegetação é determinada pelo carvalho e sobreiro e veem-se outras espécies nesta mata, como a esteva e alfazema.

Mais à frente e do lado esquerdo aparece a povoação de Jaraicejo, situada entre a Serra de Piatones e o Parque Nacional de Monfragüe. A povoação estende-se num prado verde, protegida a norte pelos primeiros contrafortes serranos.
Jaraicejo é banhada pelo rio Almonte, e no meio de alvas casas de telhados cor de ocre, destaca-se a antiga torre da Iglesia de Ntra Sra de la Asunción, de aspecto medieval. Diz a tradição que Jaraicejo foi fundada pela Rainha D. Urraca (1109-1126), e o seu nome, Jaraicejo é um diminutivo de Jaraiz, do árabe, xaharig, que quer dizer "lagar" ou "lagar pequeno".

A partir dali a estrada entra pela serra, marcada ao longo do lado sombrio das serranias, entre densa vegetação. Percorrem-se terras já pertença do Parque Nacional de Monfragüe, e ali se vê um estrato arbóreo, que consiste essencialmente em sobreiros e azinheiras, numa variedade de vegetação entre as quais incluem a urze e a murta.
O Parque Nacional Monfragüe, também chamado de Parque do Povo, é de referência obrigatória e está localizado na província de Cáceres, no centro do triângulo formado por Navalmoral de la Mata, Plasencia e Trujillo.

O Tejo e o seu afluente Tiétar fornecem a água a esta região, que vai esculpindo os penhascos de quartzito, onde se estabelecem grandes colónias de nidificação dos espetaculares abutres falcão-peregrino, águia e coruja.
Mais à frente situada num baixio, entre colinas e rodeada de vegetação luxuriante, aparecem as casas pintadas de branco da pequena povoação de Casas de Miravete, situada em pleno Parque Nacional de Monfragüe.

Após a passagem pelas margens de alguns dos braços da albufeira conseguida pela represa de Arrocampo, que regulariza o rio Tajo (para nós, Tejo), observa-se a Central Nuclear de Almaraz, situada do lado esquerdo da A5 a Autovia da Extremadura, já bem próxima da pequena povoação que lhe deu o nome.
A Central Nuclear de Almaraz é a central nuclear que a associação ambientalista Quercus reivindica o fecho, por se encontrar apenas a 100 quilómetros da fronteira portuguesa e de ser refrigerada pelas águas do rio Tejo.
A seguir aparece logo a pequena povoação de Almaraz, do lado esquerdo da estrada, que se estende numa peneplanície verdejante, tendo como fundo, os cumes pintados de brancas neves das altas montanhas da Serra de Gredos.
Logo a seguir na estrada, somos acompanhados de um lado e de outro, pela extensa Central Solar Fotovoltaica de Almaraz, uma das maiores do país e da Península Ibérica.
Fonte: http://www.trujillocaceres.com /http://www.inforural.com / Wikipédia.org

A Mente Livre Está em Perigo

A nossa espécie é a única espécie criativa, e tem apenas um único instrumento criativo, a mente e espírito únicos de cada homem. Nunca nada foi criado por dois homens. Não existem boas colaborações, quer em arte, na música, na poesia, na matemática, na filosofia. De cada vez que o milagre da criação acontece, um grupo de pessoas pode construir com base nela e aumentá-la, mas o grupo em si nunca inventa nada. A preciosidade reside na mente solitária de cada homem.
E agora existem forças que enaltecem o conceito de grupo e que declararam uma guerra de exterminação a essa preciosidade, a mente do homem. Através das mais variadas formas de pressão, repressão, culto, e outros métodos violentos de condicionamento, a mente livre tem sido perseguida, roubada, drogada, exterminada. E este é um rumo de suicídio coletivo que a nossa espécie parece ter tomado.
E é nisto que eu acredito: que a mente livre e criativa do homem individual é a coisa mais valiosa no mundo. E é por isto que eu estou disposto a lutar: pela liberdade da mente tomar qualquer direção que queira, sem direção. E é contra isto que eu vou lutar com todas as minhas forças: qualquer religião, qualquer governo que limite ou destrua o indivíduo. É isto que eu sou e é esta a minha causa. Posso até compreender que um sistema baseado num padrão tenha que destruir a mente livre, pois esta é a única coisa que pode inspecionar e destruir um sistema deste tipo. Com certeza que compreendo, mas lutarei contra isso por forma a preservar a única coisa que nos separa das restantes espécies. Pois se a mente livre for morta, estaremos perdidos.
John Steinbeck, in 'A Leste do Paraíso'

Cáceres - 1ª Pernoita

A saída a caminho de Valencia foi feita pelo final da tarde. Estava destinada uma paragem para jantar uma fritada de leitão, na Portagem, num pequeno café esplanada, situado junto da Torre Medieval (onde outrora funcionou a aduana de Marvão e se cobravam direitos de portagem, daí o nome da povoação), do rio Sever e Ponte romana que o corta.
A povoação da Portagem fica situada no sopé do monte que sustenta a linda povoação de Marvão, próxima da fronteira com a Espanha e nela é habitual pararmos antes de sairmos do país, a caminho da Estremadura espanhola.

Nesta viagem a primeira etapa seria concluída em Cáceres, onde iriamos pernoitar na ótima Área de Autocaravanas, situada junto da Pousada Municipal, na Avda. Lope de Veja, frente à Iglesia de San Blas.
A Área de Autocaravanas, possui ainda à frente para a sua entrada, um excelente restaurante, com comida caseira e farta, pertença da pousada, onde habitualmente almoçamos ou jantamos, quando passamos ou pernoitamos na cidade.

Cáceres é uma bonita e histórica cidade, já muitas vezes visitada por nós que nos transporta a outras épocas, a outros feitos e a outras vidas. Passear pela Cidade Antiga, de noite ou debaixo de chuva, conduz-nos à evocação da Idade Medieval e, sobretudo, a desfrutar de muitas e boas sensações.
Pinturas rupestres do Paleolítico, cerâmica do Neolítico, estelas de guerreiros da Idade do Ferro, berrões vetões, restos da cidade romana Norba Caesarina, a muralha e a cisterna árabe de Qazris, as inúmeras casas fortes medievais e os palácios renascentistas, a Concatedral e restantes edificações religiosas, situadas dentro da cidade antiga, a Real Audiencia, a Universidade e as avenidas..., são algumas das marcas deixadas pelas culturas que foram compondo Cáceres, ao longo da sua história.

A Cáceres moderna, por outro lado, permite a oferta de muitas atividades culturais e de ócio, contando ainda com serviços turísticos de grande qualidade, que transformam a visita à cidade, numa experiência memorável.
Mais sobre Cáceres em: Carnaval 2009 - Espanha (Extremadura)

Fonte: http://pt.turismo.ayto-caceres.es / http://www.tagzania.com/

Carnaval 2011 - Espanha, Valencia

No Carnaval de 2011, a região escolhida para passarmos estas pequenas férias, foi a bela cidade de Valencia, a capital e a maior cidade da Comunidade Valenciana, além de ser a terceira maior de Espanha.

É uma cidade muito antiga, referenciada desde o séc. II a.C.. Com uma longa história, diversos museus e tradições populares como as Fallas, que nesta época são festejadas na cidade. Devido à sua proximidade ao Mar Mediterrâneo, é uma das cidades mais conhecidas e visitadas de Espanha.

As Fallas são uma festa com uma arreigada tradição na cidade de Valencia e povoações circundantes, celebrada em homenagem a São José, o santo padroeiro dos carpinteiros.

É a festa que naquela região está destinada à celebração do Carnaval, comemorado em todas as praças da cidade, onde são erguidas umas enormes esculturas, que ali substituem os carros alegóricos, e que são na realidade as Fallas propriamente ditas.

Hoje, as Fallas, em valenciano "Les Falles", é a maior celebração valenciana com uma semana de duração, durante a qual se queimam nas principais praças da cidade, as figuras chamadas "fallas". É um festival tradicionalmente valenciano, com uma forte tradição na cidade de Valencia, em que participam vários bairros da cidade. De 15 a 19 de março, durante Las Fallas, rolam desfiles pelas ruas, feiras de comida e bebidas típicas e tudo aquilo que estamos habituados a ver em qualquer festa ou romaria popular.

Poder-se-ia dizer que no Carnaval da cidade de Valencia, a população ao desenhar e realizar aquelas enormes esculturas com grande conotação crítica, representada nos monumentos erguidos nas praças da cidade, faz uma espécie de exorcismo ao queimá-las, para que se eliminem os problemas e males da cidade.

No entanto, nesta viagem como fazemos sempre, não nos limitámos só ao conhecimento da cidade eleita, mas também à procura de alguns lugares interessantes, que sabíamos estarem próximos das rotas efetuadas, quer no caminho de ida, como no caminho de volta.

Assim sendo o percurso escolhido para ir e voltar, foi:

1º Dia – Cáceres;


2º Dia – Cáceres,Turjillo, Oropesa, Toledo, Chinchón (jantar), Uclés;

3º Dia - Uclés, Mosteiro de Uclés, Valência;

4º, 5º e 6º Dias - Valência;

7º Dia – Valência, Ciudad Real, Almagro;
8º Dia - Almagro, Mérida;

9º Dia – Mérida, Casa.

Fonte: Wikipédia.org

Fim da Viagem (Verão 2010)

Depois de uma tarde bem passada em Andorra La Vella, seguimos rumo a Portugal, o que já foi feito ao final da tarde. Queríamos fazer naquela noite o maior número de quilómetros possíveis, até estarmos cansados, pois já ansiávamos chegar a casa, após tantos dias de viagem.
Já bem tarde, por volta das duas horas da manhã, procurámos o lugar de pernoita, que recaiu, pela proximidade à estrada que se percorria, na pequena povoação espanhola de Saúca, um município espanhol, situado na Província de Guadalajara, na comunidade autónoma de Castilla - La Mancha.
Para chegarmos a Saúca, tomámos a saída 126 da N-II e encontrámos a aldeia a menos de uma milha de distância. A pernoita foi realizada à frente do quartel da polícia da cidade, onde a calma e o silêncio se fizeram sentir durante toda a noite.
Na manhã seguinte, seguimos viagem atravessando Espanha, a caminho de casa, praticamente sem pararmos, para que ainda naquele dia fossemos dormir a casa. No entanto pela hora de jantar, parámos em Cáceres para jantar e desentorpecer as pernas, num breve passeio noturno pela bela e silenciosa cidade antiga, antes de fazermos a etapa final desta nossa inolvidável viagem de tantos dias, com passagem por Portagem/Marvão, a caminho de casa.

Andorra . Parte II

No dia seguinte à nossa chegada a Andorra, saímos de Canillo a caminho da Andorra la Vella a capital do Principado de Andorra, para ali passarmos a tarde, para compras e conhecimento da nova cidade, que desde a nossa última visita tinha crescido muito.
A cidade antiga é atravessada por uma larga rua no sentido Norte-Sul, aliás praticamente a única rua da cidade. No bairro central, uma rede de ruas estreitas conduz o visitante à igreja românica e à Casa de La Vall (século XVI), a sede do governo: a visita com um guia permite descobrir sucessivamente a cozinha, no primeiro andar, o grande salão (pinturas murais do século XVI) de onde se pode ter acesso à Câmara do Conselho, onde se conservam os arquivos no armário «das sete chaves» (cada uma das sete paróquias de Andorra dispõe da sua).

A cidade nova encontra-se agora cheia de grandes centros comerciais, enormes parques de estacionamento, avenidas cheias de edifícios modernos onde o vidro predomina, um mundo incomparável de ofertas comerciais, onde abundam as lojas outlet e por isso um verdadeiro perigo para os gastadores compulsivos ou distraídos.

Andorra é um pequeno Principado, situado num país não muito extenso, mas a sua pequena extensão contrasta com o número de ofertas. A oferta turística de Andorra é muito ampla, pois nos dias de hoje vive dos desportos de inverno como o esqui, e de atividades desenvolvidas ao ar livre, dentro dos seus domínios.
Andorra é um principado livre de impostos onde se pode comprar produtos a preços muito mais baixos dos que se encontram no nosso país de origem. Trata-se por isso de uma região onde a maioria das pessoas vêm para esquiar, fazer compras ou passarem umas férias nas montanhas.
A história de Andorra é uma história relativamente jovem. A sua localização nas alturas, fez com que os seus domínios fossem zonas inexpugnáveis durante séculos. Segundo algumas lendas, Carlos Magno foi seu fundador no ano de 805.
Os primeiros sinais de povoamento, embora não sejam muito específicos encontram-se em Engordany e datam ao primeiro ou segundo séculos antes de Cristo.
O primeiro soberano conhecido de Andorra foi um nobre espanhol, o Conde de Urgel, que dominou a região no século IX. Por isso na Idade Média, Andorra e os seus vales pertenceram ao Condado de Urgel e pouco depois foram entregues ao Visconde de Castelbó. Mais tarde foi trocado por outras terras em Cerdaya, que passaram mais tarde para as mãos do condado de Foix e foram divididas entre o Conde de Foix e o Bispo de Urgell, após um tratado assinado em 1176. Essa situação perdurou até o século XIII, quando ambos decidiram dividir estas terras depois de anos e anos de disputas.
A partir dali, o bispo de Urgell e o rei de França ficaram a governar Andorra. Esta situação continua até aos dias de, com a diferença de que atualmente em França existe uma república e quem tem a responsabilidade sobre Andorra é o Presidente da República.
O Principado, desde o século XIII que mantêm esta condição política, exceto por um pequeno período de anexação que teve na altura em que Napoleão governou a França.
Durante o século XV, os condes de Foix tornaram-se reis do Reino de Navarra. Um século depois em 1589, Enric, rei de Navarra, Conde de Foix, visconde de Béarn e senhor das terras de Andorra, sobe ao trono da França. Em 1419 realizou-se a primeira forma de auto-governo em Andorra, com o Conselho da Terra.
No século XIX, a política de Andorra começou a germinar e estabelece-se uma democracia em que os chefes de família podiam votar e escolher os seus representantes.
Nos nossos dias, Andorra é um principado Parlamentar Constitucional. A sua constituição data de 1993, mais especificamente ao dia 14 de Março e o poder recai, da mesma forma que no século XIII, sobre o bispo de Seu d'Urgell e ao Presidente da República de França.
No que diz respeito à economia, nos dias de hoje o Principado conta com uma forte dependência do turismo europeu, com 80% do seu produto interno bruto que provêm das cerca de nove milhões de pessoas que o visitam anualmente. Andorra tem uma enorme procura no turismo de Inverno, devido à prática de ski e de verão, para as caminhadas de natureza e das montanhas. É por isso que é uma região onde os hotéis em grande parte, permanecem abertos durante todo o ano.

Atualmente, Andorra não é membro da União
Europeia, mas está diretamente relacionada com a instituição supranacional, tendo acordos específicos, como por exemplo, a moeda corrente em Andorra é o Euro.
Atualmente, este país tem cerca de 80 000 habitantes, divididos entre Andorrenses (35%), Espanhóis (38%), Franceses e Portugueses que compõem cerca de 20% e de outras nacionalidades são á volta de 5%.

Fonte:
http://andorra.costasur.com / Wikipédia.org

Andorra - Parte I

Depois de dois dias de descanso passados em Narbonne Plage, seguimos para o Principado de Andorra que já não visitávamos há muito tempo e onde queríamos passar para fazer algumas compras, antes de entrarmos em Espanha, a caminho de casa.
Saímos de Narbonne a caminho de Perpignam, seguindo depois pela N116 em direção aos Pirenéus, para ainda naquele dia irmos dormir a Andorra. Nesta estrada acompanham-nos cenários de enorme beleza cénica. É uma estrada espetacular, onde o verde abunda e que é pontuada por pequenas aldeias que se agarram às encostas.
Já perto do Principado de Andorra, apanha-se a N20 que nos leva até à N22, que nos conduz até à fronteira com Andorra. A partir dos enormes tuneis da fronteira com a França e da estação de ski de Pas de la Case, seguimos a CG-2, que nos leva montanhas a dentro por tuneis e estrada ziguezagueante, que não para de subir.
Pas de la Case é uma animada estância (referida localmente somente como Pas) está situada a apenas algumas centenas de metros da fronteira francesa. Fica a uma altitude de 2050m e é a estância mais alta dos Pirenéus. Devido à sua excelente localização, Pas goza de neve na maioria do ano, complementada por uma abundância de sol e céu azul. Enquanto no resto de Andorra o idioma que mais se ouve é o catalão e o espanhol, em Pas de la Case a língua predominante nas ruas é o francês.
Cai a noite em plena montanha e o silêncio e breu combinam-se para nos incentivar a um maior respeito pelo cuidado na condução. O ar é puro e de uma frescura inexplicável, o que me levou a abrir a janela, para me inebriar com o sublime vento fresco que oscilava entre o boémio e o atrevido.
Começam a aparecer algumas das povoações de montanha, que vivem da neve e a nossa atenção centra-se na procura de um lugar para a pernoita. Esse lugar é encontrado na famosa estância de ski de Canillo, no fresco e reconfortante Camping Janramon, situado junto da estrada, na margem esquerda do rio Valira d´Orient, cujas águas rápidas e cantantes, descem pelas vertentes, embalando-nos pela noite dentro.
Na manhã seguinte, o dia acordou ensolarado e pela janela por onde entrava um ar gélido, observámos com melhor perceção o pequeno parque de campismo, confinado entre a margem esquerda do rio Valira d’Orient e altas montanhas escarpadas, que caem a pique no fresco relvado do parque, que se espalha aos pés de uma paisagem vegetal de verde intenso.
Fonte: Wikipédia.org

A Caminho da Provença - Parte II

Da Ponte de Savines até à cidade de Gap, são cerca de 25 km pela N94. Esta estrada atravessa mais à frente uma zona de históricas cidades. É ali que se encontra Chorges, uma pequena cidade situada ainda na margem do Lac de Serre-Ponçon.
Chorges vem do latim "caturigomagus”, que significa “mercado dos reis da guerra”. Foi por volta de 400 a.C, que a tribo celta Caturiges se instalou na região ocidental dos Alpes. Eles eram caçadores, agricultores, fazendeiros e comerciantes, fazendo trocas comerciais especialmente com as grandes tribos vizinhas do norte da Itália.

Na pré-época Romana, Chorges era uma cidade com um importante mercado, então situada num lugar chamado o Castelo. No período romano, deu-se ali uma batalha contra os exércitos de Júlio César, e Chorges torna-se uma das principais cidades romanas da região, situada na Via Domitia, a estrada romana que ligava a Espanha à Itália. Neste período a cidade torna-se um centro económico, que será seguido por um longo período de anarquia, devido às invasões bárbaras, no início da Idade Média.
Mais à frente, do lado direito da estrada, vê-se a cidade de La Bâtie-Neuve, distribuída por uma área de 28 Km2, que se estende por um vale entre serranias. La Bâtie-Neuve é uma pequena cidade localizada entre a região dos Hautes-Alpes e a região francesa de Haute-Provence, já bem perto da cidade de Gap.

A 14 Km a sul de Gap, apanha-se a A51, a Autoroute du Val de Durance, que tal como o nome indica, segue todo o vale do rio Durance, a caminho do rio Ródano. A partir dali o vale do rio muda drasticamente e o rio flui através de uma paisagem a montante, cercado por morros e planaltos. Mais à frente o vale amplia-se numa planície aluvial, com vários quilómetros de largura.
Ali, o regime do rio Durance tornava-se Mediterrâneo, provocando inundações aquando das chuvas de outono e graves baixos fluxos no verão. Assim sendo, foram feitas várias obras de regularização e várias barragens foram construídas ao longo do vale médio do rio Durance, a fim de evitar as cheias e as secas. O rio passou para um leito condicionado e assim nasceu o Canal EDF de Ventavon, que acompanha a estrada por muitos quilómetros.

É ali que se encontra a aldeia de La Saulce, situada no sopé de um contraforte montanhoso, que do lado esquerdo da estrada chama a nossa atenção. Do lado direito da estrada os campos de cultivo situados na margem esquerda do rio Durance e do largo Canal de Ventavon.
A aldeia deve seu nome à presença de uma mola de sal. No topo da colina em cujo pé está construída La Saulce, ergue-se ainda hoje uma torre quadrada em ruínas, do século XII, que foi construída pelos antigos senhores da povoação, com vista para o vale e que foi usada para fazer guarda à antiga estrada romana.

A pequena aldeia de La Saulce fica situada numa encruzilhada ensolarada que une o Durance ao Vale do Gapençais, principalmente agrícola, com plantações de árvores de fruta, em especial de maçãs e peras.
A 26 Km a sul, encontramos a bela cidade de Sisteron na margem direita do rio Durance, situada do lado direito da A51. É a partir da estrada que vemos a velha cidade de Sisteron, construída a ver o rio Durance e dominada por uma cidadela.

A Cidadela é um lugar turístico e cultural. Da majestosa cidadela, situada no cimo de uma rocha com vista para a cidade, podem ver-se os telhados da antiga cidade. Localizada a 485 metros de altitude, a cidade é considerada "a porta de entrada para La Provence". Sisteron é também o berço do poeta Paulo Arena (1843-1896).
Por trás da cidade de Sisteron podemos observar um enorme rochedo, a rocha de Baume, que se eleva a 1147 m, além de outras montanhas em redor. A bela rocha de la Baume tem uma forma muito específica, como se fosse uma extensão natural da cidadela, na margem oposta do rio Durance.

Pelo caminho para sul, encontramos também a região vinícola de Claret, situada já na região de Languedoc-Roussillon, no sul de França, a 28 km de Montpellier. Dali até à costa azul, no sul de França é uma viagem curta.

A costa sul da França está convenientemente dividida em duas seções, a oeste do rio Rhone, o Languedoc, e no leste do rio Ródano, a Provença e a Costa Azul.

Já no sul de França percorremos a região a caminho do oeste, até a Narbonne Plage, no litoral sul, onde queríamos ficar durante dois dias, para descansarmos e fazer praia. Narbonne Plage é uma estância na costa sul da França, situada no sopé do maciço calcário de Montagne de la Clape, onde se encontram praias grandes e bem cuidadas.

O parque de campismo escolhido foi o Camping “La Cote des Roses”, que aninhado nas montanhas de Clape entre o mar e o mato, possui 16 ha, com acesso direto à lagoa adjacente e com uma praia de areia de cerca de 200m, onde se pode desfrutar de uns belos dias de férias com os "pés na água".

Nos dias de descanso ali passados, fizemos um pouco de tudo, desde passeios de bicicleta, praia e banhos de mar, bem como belas sestas após o almoço, embora os dias tenham decorrido ventosos e quentes, com uma humidade atmosférica muito elevada.

Fonte: http://www.map-france.com / http://about-france.com/tourism / http://fr.wikipedia.org / http://www.photos-provence.fr/



A região de Languedoc oferece milhas e milhas de praias pouco movimentadas com grandes areais e onde a água é geralmente mais quente do que estamos habituados na costa atlântica. Ao redor do delta do Ródano, entre a Camargue e Marselha, a costa não é particularmente turística, e por isso é uma zona muito sossegada, com a proximidade de portos de embarque, como o de Fos e Marselha.