A caminho de Cadaqués



Depois do almoço e de mais uma caminhada por Collioure, partimos rumo a Espanha, fazendo a estrada junto ao mar Mediterrâneo, para se ficar a conhecer aquele pedaço de costa francesa, que nunca tínhamos tido oportunidade de fazer.

Era nossa intenção parar ao anoitecer, para pernoitarmos em Cadaqués, uma linda povoação à beira mar, que foi escolhida por Salvador Dali, para ali perto fazer a sua casa de praia, tendo passando lá grande parte da sua preenchida vida.

No sul da França, a zona situada à beira do Mediterrâneo, já bem perto de Espanha, está repleta de pequenos e bonitos povoados piscatórios e praias de areia e cascalho, resguardados por uma cordilheira de montanhas que se elevam junto ao mar, deixando só algumas réstias de terra e línguas de areia e cascalho, confinantes com o mar.
Uma dessas povoações à beira do Mediterrâneo e no sopé da montanha Albères, Port-Vendres, é a vila piscatória vizinha de Collioure, que logo nos aparece ao virar uma curva da estrada. Às portas de Espanha e perto de locais turísticos, Port-Vendres é a base ideal para fazer férias no Sul da França.

Porto natural de águas profundas Port-Vendres oferece um colorido tipicamente mediterrâneo, onde não se pode perder o espectáculo diário proporcionado pela chegada dos navios de pesca e o desembarque do pescado para o leilão.

O interior de Port-Vendres é muito bonito, com os Pirinéus a cairem no mar Mediterrâneo, oferecendo belíssimas paisagens, além da própria povoação que convida a um caminhar pelas suas ruas, o explorar a cidade e até conhecer a sua história... ´
O seu nome provém do grego, "Portus Veneris” (Porto de Vênus), pois era um abrigo natural onde a actividade marítima nunca deixou de existir.

Esta zona possui muitas praias, onde os veraneantes procuram além da calma e do sol, uma série de desportos como natação, jogos aquáticos, vela, pesca desportiva e submarina, mergulho, cruzeiros, ténis...

A povoação seguinte é Banylus-sur-Mer, O nome Banyuls indica a presença de uma lagoa. Na verdade, existia uma lagoa em Banyuls-sur-Mer, a “Vallauria”, até ter sido drenada em 1872, para se ganharem terras. O termo “sur Mer”, em francês, apenas indica a proximidade da costa.

Outrora, ao contrário de que seria de esperar, não era a actividade piscatória que era a mais praticada, mas sim o contrabando de mercadorias de e para Espanha, que terá sido uma actividade importante em Banyuls-sur-Mer e só uma pequena parte dos seus habitantes viviam da pesca e da viticultura.

A partir de Banyuls, no sopé dos Pirineus, os “Albères Monts”, como são chamadas estas montanhas à beira mar, fazem com que se tenha de subir quase sem parar, criando uma linha de falésia, que por vezes se deixa trabalhar em socalcos, preenchidos por vinha, que dão origem a vinhos doces naturais excelentes.

A estrada contorce-se nas vertentes e as vistas são deslumbrantes tendo com fundo, a permanente moldura do Mediterrâneo. Depois entra-se em Espanha sem se dar por ela.

Mais uma pequena enseada! É Port de la Selva. De todas as aldeias em redor do Cabo Creus, Port de la Selva é talvez a mais típica vila de pescadores, digna de reparo a partir de uma certa altura.

Constituída por um pequeno casario branco, que se aninha sobre si próprio, como que a procurar abrigo das escarpas aguçadas que a separam do continente e em especial, dos ventos da “Tramontana”.

A baía de Port de la Selva forma uma bacia natural, que abriga um porto protegido pelas montanhas que o cercam a partir do norte. No entanto esta costa é lugar onde ventos severos sopram. Ali mora a famosa “Tramontana”, um vento que vem do Norte e alcança uma força incrível, chegando por vezes aos 200 Km/h.

A praia que prevalece é bastante grande e oferece até mesmo na estação principal, espaço suficiente para muita gente.

Naturalmente, muitos dos seus habitantes têm no turismo, o principal meio de subsistência, mas a sua principal fonte de renda ainda é a pesca e seu porto de pesca está classificado entre os mais importantes desta província.

Os arredores da aldeia com os seus inúmeros passeios convidam ao encontro com a natureza intocada e com numerosos locais históricos que remontam à época megalítica e a tempos medievais.

É uma zona de praias selvagens e desertas… Continuando a caminho do Cabo Creus, a praia que se segue é a de Cala Tamariu que pode ser alcançada por carro. Outras pequenas baías existem nesta zona, mas só podem ser visitadas a pé.

Após o “boom” do turismo nos anos 60, o turismo nacional desenvolveu-se ali, com a classe média alta de Barcelona, que procurava habitualmente esta pitoresca zona.

Até ao Cabo Creus, as praias de areia e pedra com fundos rochosos, as montanhas com escarpas e vinhedos que chegam à boda de água, são a paisagem característica.

Depois de se voltar a subir novamente até bem alto, onde a serra é árida e os ventos sopram sem parar. Lá no alto é estrada e mais estrada, curva e contra-curva e ao cair da noite, começámos a descer a serra, para a chegada ao crepúsculo a Cadaqués

Fonte: cbrava.com

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