Depois de sairmos da cerca das monumentais ruínas romanas e depois de descansarmos um pouco na bela esplanada que este recinto nos oferece, para degustarmos um gelado, porque a tarde estava quente, fomos visitar o Museu Nacional de Arte Romana de Mérida, que ali fica mesmo em frente.
Este espantoso museu, é uma obra magnífica de Rafael Moneo Vallés, construído em tijolo vermelho, de que eu tanto gosto, e os seus arcos semicirculares do salão principal, que podemos ver logo à entrada, têm a altura do aqueduto Los Milagros da cidade. Foi inaugurado a 19 de Setembro de 1986.
O passado romano da cidade, está representado na arquitectura do edifício, construindo uma ambiência mediadora entre as peças do acervo, conhecido de antemão, e o espaço que as guarda sem tropeçar na imitação estreita da arquitectura romana.
Neste edifício, o desejo de aproximar o mundo romano, foi enfatizado no interior do museu onde se ilustra o sistema construtivo romano por excelência. Esquematicamente, o museu está instalado num sistema de muros paralelos, ortogonais à rua, acolhendo nos seus interstícios as salas e os nichos expositores.
O soberbo
Museu Nacional de Arte Romana de Mérida, com um pedaço de estrada romana bem preservada, colecções de estátuas, mosaicos, frescos, moedas e outros artefactos é um verdadeiro exemplo do carinho com que a população de
Mérida guarda os restos do seu glorioso passado...
O
Museu Nacional de Arte Romana é como que um grande navio, construído sobre um interessante conjunto de ruínas preservadas e está dividido em três pisos ocupados por várias salas ou espaços onde se podem encontrar todas as colecções do museu, numa tentativa de ilustrar todas as facetas que relataram a vida emeritense.
No salão principal no piso térreo, podemos encontrar os conjuntos de peças obtidos a partir das escavações efectuadas no
Teatro,
Anfiteatro e
Circo romanos. Junto ao salão, podemos observar as esculturas retiradas do
Teatro Romano, bem como as peças notáveis do Fórum, que bem revelam a magnificência de
Emerita Augusta, entre os quais o busto do
Imperador Augustus, o
Génio da Colónia ou a decoração do
pórtico do Fórum, variadíssimas esculturas, cerâmicas, lindíssimos mosaicos, moedas e variada estatuária, bem como uma interessante decoração pictórica das paredes de uma casa.
No primeiro andar, as colecções são diversas, com séries de cerâmica pintada, objectos de vidro, e uma enorme colecção de moedas que o museu detém. Finalmente, no segundo andar são explicados outros aspectos da vida de Emerita Augusta, tais como os aspectos relacionados com a sociedade emeritense como, as suas profissões, política, administração, arte e cultura.
Já no exterior do museu as escavações arqueológicas ali ao lado, completam os atractivos do museu, oferecendo ao público a possibilidade de observar uma área com vestígios de casas, túmulos e vias urbanas.
Mas o que resta da influência de todas as pessoas que ali viviam? Provavelmente o mais autêntico é o que não está escrito nos livros, são as palavras anónimas escritas nas rochas, os seus monumentos, o Teatro, o Anfiteatro, o Circo, o hipódromo, os templos, as casas, os cemitérios, as estátuas... dos seus antepassados romanos, visigodos, árabes, etc.
Tudo isto pode ser visto visitando a cidade, estando estes testemunhos em grande parte concentrados no Museu Nacional de Arte Romana, e também descritos no Museu Visigótico, (não visitado por nós), na Alcazaba e um pouco por toda a cidade...
No fim destas visitas, ainda fomos a uma belíssima loja gourmet, que estava mesmo ali à nossa espera, de onde não saímos sem trazer umas boas sacadas de iguarias, e só nos lembrámos no final que tínhamos vindo de bicicleta...
No entanto e descontraidamente, lá colocámos tudo nas bicicletas e lá fomos nós, descendo pelas ruelas movimentadíssimas de Mérida, até à Praça Maior, que naquele dia estava cheia de foliões que exibiam as suas fantasias carnavalescas de modo ordeiro e civilizado.