Mérida, uma cidade intemporal

Aada cheg a Mérida fez-se já tarde e a procura de lugar de pernoita não foi fácil. Embora houvesse muitos lugares para pernoitar, tivemos receio de que alguns não fossem seguros. Assim acabámos por escolher um lugar de estacionamento junto a outras duas autocaravanas, ao longo da estrada nacional que liga a Badajoz e frente ao parque da cidade junto ao rio Guadiana. Ao amanhecer o lugar revelou-se barulhento, pela passagem dos carros que nesta via circulavam.

No entanto, na manhã seguinte fomos até à Ponte Romana, por ser este o melhor local para o acesso fácil ao "assalto" da cidade, Alcazaba (mesmo à saída da ponte) e Ruínas Romanas. Ali junto ao início da ponte, no bairro à direita, podemos observar um óptimo lugar sossegado e seguro, onde foi deixada a autocaravana e onde mais tarde jantámos, frente a um parque de merendas, na margem do Guadiana, ideal para pernoita.

Mérida é uma bela cidade pertencente à província de Badajoz e capital da Extremadura, situada nas margens do rio Guadiana. Foi fundada pelos romanos, e o seu principal atractivo é ser uma das cidades ibéricas com maior número de ruínas romanas e melhor preservadas, sendo considerada Património da Humanidade pela UNESCO.

Fundada no ano 25 a.C. com o nome de Emerita Augusta, foi durante a ocupação romana uma das mais importantes cidades da Península Ibérica e capital cultural e económica da província mais ocidental de Roma, a Lusitânia. Possui vários testemunhos desse seu glorioso passado, tais como o belo Teatro, o Anfiteatro e o Circo Romanos, entre outros.
A sua história é muito interessante. Há muito, muito tempo, Publio Casirio, por ordem do Imperador Octávio Augusto, decidiu assentar soldados veteranos de duas legiões, no centro da região da Lusitânia, junto ao rio Guadiana, como prémio por terem lutado contra os cantábricos e os asturianos. Deste assentamento nasceu a cidade capital da Lusitânia, Emérita Augusta, que se converteu de imediato, num dos principais centros urbanos da Hispânia Românica.

Foi uma cidade romana até a chegada dos Suevos, no século V, que ali instalaram a capital do seu reino. Mais tarde os Visigodos, converteram a cidade num núcleo jurídico, económico, militar e cultural importantíssimo e um dos mais relevantes do ocidente peninsular.

Os árabes chegaram a Emerita Augusta (Mérida) em principios do séc. VIII, e com eles a cidade perde a sua condição de capital, que até então tinha conseguido manter. O carácter rebelde de seus habitantes e a não aceitação do Islão, deram origem a contínuas rebeliões contra o domínio do califado, o que levou Abderramán II a ordenar, no ano 842, como castigo, a destruição parcial da cidade. Destes, entre outros restos históricos, temos o Alcazaba, uma fortaleza construída pelos soldados de Abderramán II.
Com a libertacão da cidade por parte das tropas cristãs, levada a cabo por Afonso IX e em pouco tempo a cidade iníciou o seu desenvolvimento, passando a ser perterida em beneficio de Santiago de Compostela, entrando numa etapa de anonimato, de onde só despertará apenas com o ruído das batalhas que ocorreram no seu interior ou em torno dela...
No século VI, com o Bispo Mausona de Mérida, a cidade tornou-se definitivamente cristã, tendo uma devoção especial a Santa Eulália, patrona da cidade.

Mérida orgulha-se de possuir mais ruínas romanas do que em qualquer outra parte de Espanha e o visitante pode admirar, entre muitos outros, o seu magnífico Teatro Romano (ainda utilizado, durante o Verão, para festivais dramáticos), o Anfiteatro adjacente e a Casa do Anfiteatro (século III, com belos mosaicos e galerias subterrâneas), ou o seu soberbo Museu Nacional de Arte Romana, com colecções de estátuas, mosaicos, frescos, moedas e outros artefactos.

Sites: Wikipédia / Hoy.es

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