Esta tem excelentes condições e encontra-se junto à Pousada da Juventude, cujo recinto com cerca, é absolutamente seguro e repousante. Dali se desfruta de uma magnífica vista da zona monumental de Cáceres, que lá no alto, toda iluminada, parece chamar-nos através do vento, convidando-nos a uma visita tardia...
Há também que se destacar o modesto mas excelente restaurante da pousada, que nos serviu por duas vezes magnífica comida caseira típica da Extremadura espanhola. Ali também estavam hospedados os membros do grupo de estudantes da Tuna Académica do Porto, que naqueles dias ali se deslocaram para actuarem nos festejos carnavalescos da cidade, e que algumas vezes encontrámos há hora do almoço.
O primeiro dia de visita à cidade foi passado a pé, na zona velha de Cáceres: a Cidade Monumental. Dentro de uma muralha, a "velha Cáceres", ainda muito bem conservada, que servia de forte e de defesa contra as invasões à Península Ibérica, e hoje serve de principal ponto turístico da cidade.
Os principais monumentos de Cáceres estão todos concentrados dentro das muralhas, tornando o seu valor como um todo, e não em pormenores espalhados por vários locais. Ali podemos observar uma reposição histórica do Carnaval vivido na época medieval, o que resultou num autêntico cenário de filme medieval!…
Ainda mantém praticamente intactas as suas raízes e história, graças aos seus cidadãos, que foram sempre capazes de passar para a geração seguinte os mesmos valores e interesses, sendo capazes de proteger, um dos melhores exemplos das épocas medieval e renascentista do mundo.
Jóia medieval suspensa no tempo, Cáceres é assim uma cidade que está determinada a ocupar um lugar de privilégio na memória dos visitantes. Enquanto algumas cidades espanholas foram bastante afectadas pelas Invasões Francesas ou pela Guerra Civil espanhola, Cáceres ficou praticamente imaculada durante estes conflitos.
Cáceres foi fundada no ano 29 a.C.. Durante os reinados visigodos, passou desapercebida, mas os árabes converteram-na numa praça forte com o nome de Qasri. Durante o séc. XII, os Almohades perderam e recuperaram-na várias vezes, enquanto iam construindo torres junto à muralha. Cinco destas torres, ainda lá se encontram, no lado oeste da muralha.
Depois da reconquista, no séc. XIV, registou-se uma maciça chegada de fidalgos, que encheram a cidade de casas nobres com torres fortificadas que rivalizam em beleza com os edifícios religiosos. A cidade ainda mantém alguns troços das suas muralhas árabes, cujo interior conserva inúmeros edifícios góticos e renascentistas.
Para se conhecer a cidade, existem duas zonas que podem servir de ponto de partida: A Praça de San Mateo e a Praça de Santa Maria. Na primeira podemos ver a Igreja de San Mateo, construída sobre uma mesquita árabe, entre os séculos XIV e XVIII, com portada plateresca e retábulo do séc. XVIII. Encravada no ponto mais alto da cidade velha, em estilo gótico tardio, tem uma torre do século XVIII.
Ali também poderemos apreciar ainda, o Palácio dos Ulloa, o Convento de San Pablo, a Casa del Sol, a Casa Mudéjar e a Casa de Los Golfines de Arriba, para além da Casa e a Torre dos Sande.
A Casa de Los Golfines de Arriba é o mais belo exemplo de arquitectura Cacereña. A sua fachada demonstra com simplicidade a beleza do estilo plateresco. Nela podemos ver o que está escrito numa parede exterior: "Esta é a Casa dos Golfines".
O inicio da nossa visita à cidade fez-se a partir do Arco da Estrela subindo sempre, até chegarmos à Praça de Santa Maria, que possui um dos mais belos conjuntos arquitectónicos do gótico urbano espanhol.
A bela Igreja de Santa Maria Maior, com os túmulos das grandes famílias medievais de Trujillo, merece uma visita ao seu interior. Também não se deve perder a visita ao Palácio Orellana-Pizarro, do séc. XVI, construído sob as ordens de Francisco de Orellana, explorador do Rio Amazonas e do Equador.
O Mosteiro é um importante património arquitectónico e espiritual de Espanha e simboliza dois dos mais importantes acontecimentos históricos do País, o domínio da Península Ibérica pelos reis católicos e o domínio do Continente Americano, a partir da sua descoberta por Cristóvão Colombo. 



Este guardador de gado era um homem simples, que todas as tardes costumava levar o seu gado, para pastar nas redondezas de Talavera. E, numa tarde, uma dos animais desgarrou-se, e o homem correu atrás dela até perdê-la de vista.
Esta vila que cresceu ao longo do tempo à volta do Mosteiro, fundado em 1340, é um lugar realmente aprazível, com vielas em pedra, onde o vento leve se faz sentir, e que a partir do largo do mosteiro vão descendo até ao vale profundo e verdejante. 

Até há bem pouco tempo era a única travessia do rio, além da ponte do caminho de ferro. Embora esteja em bom estado de conservação, actualmente, apenas por aqui circulam peões e pessoas de bicicleta, como nós. 
Uma inscrição numa pedra em mármore do palácio, hoje localizada no Museu Arqueológico da cidade, explica que a Alcazaba (do árabe qasaba, قصبة, "cidadela"), foi construída sobre uma fortaleza anterior romana, no ano 835 da era cristã, pelo governador Abd Allah ibn Kulaib, para o Emir Rahman ibn al-Hakam, e é uma muralha de modelo bizantino, bastante utilizado no Norte da África.
Depois Mérida é reconquistada por Alfonso IX em 1230, e o Alcazaba é entregue a militares, e um século mais tarde transformou-se numa área conventual. Este convento pode ser ainda observado, no canto norte, tendo sido construído pelos monges cavaleiros da Ordem de Santiago, após a reconquista da cidade.
Por último, pode-se destacar vários fragmentos dispersos por todo o recinto, como alguns trechos bem preservados de estradas romanas de diferentes épocas, e um edifício doméstico com um jardim romano ou peristilo.
O passado romano da cidade, está representado na arquitectura do edifício, construindo uma ambiência mediadora entre as peças do acervo, conhecido de antemão, e o espaço que as guarda sem tropeçar na imitação estreita da arquitectura romana.
O soberbo Museu Nacional de Arte Romana de Mérida, com um pedaço de estrada romana bem preservada, colecções de estátuas, mosaicos, frescos, moedas e outros artefactos é um verdadeiro exemplo do carinho com que a população de Mérida guarda os restos do seu glorioso passado...
No salão principal no piso térreo, podemos encontrar os conjuntos de peças obtidos a partir das escavações efectuadas no Teatro, Anfiteatro e Circo romanos. Junto ao salão, podemos observar as esculturas retiradas do Teatro Romano, bem como as peças notáveis do Fórum, que bem revelam a magnificência de Emerita Augusta, entre os quais o busto do Imperador Augustus, o Génio da Colónia ou a decoração do pórtico do Fórum, variadíssimas esculturas, cerâmicas, lindíssimos mosaicos, moedas e variada estatuária, bem como uma interessante decoração pictórica das paredes de uma casa.
No entanto e descontraidamente, lá colocámos tudo nas bicicletas e lá fomos nós, descendo pelas ruelas movimentadíssimas de Mérida, até à Praça Maior, que naquele dia estava cheia de foliões que exibiam as suas fantasias carnavalescas de modo ordeiro e civilizado.