
As portas das casas, apresentam muitas vezes arcos ogivais, também feitos de pedra, portas em madeira, seguidas de portais em ferro forjado, para uma melhor protecção da habitação. As alegres varandas embelezadas por gerânios e os telhados em terracota são muitas vezes sustentados por mísulas de madeira ou pedra.
Não existem estruturas simétricas e isso deve-se ao facto de terem sido restauradas inúmeras vezes ao longo dos séculos, em especial devido aos terramotos que se fizeram sentir na cidade.
As estradas principais de Assisi estão dispostas longitudinalmente, acompanhando as curvas de nível da encosta através da montanha, descendo ou subindo para a praça principal da cidade, a Piazza del Comune.
Pelo caminho, ruas, becos, arcos, subidas e descidas e por vezes escadas, que atravessam verticalmente as ruas principais. Localizadas ao longo destas ruas vemos as inúmeras casas medievais, construídas com pedra extraída no Monte Subasio, que resplandece com o sol ou se suaviza com a sombra.
Descendo pela Via San Rufino, entra-se na Piazza del Comune, uma luminosa e comprida praça, localizada no local onde existiu o antigo Fórum Romano. É ali que encontramos alguns dos principais monumentos que rodeiam a bela fonte construída em 1762, por John Martinucci.
Entre esses monumentos são particularmente notáveis: O Museo Civico/Fórum Romano onde os visitantes podem admirar a sua colecção arqueológica, com inscrições, epígrafes, sarcófagos e segmentos de colunas e capitéis da época umbria e romana. Uma passagem sinuosa leva-nos por baixo da Piazza del Comune, por galerias subterrâneas que ligam ao Fórum Romano e ao Templo de Minerva.
A entrada, pode ser feita pela praça, através de uma porta com abobada pintada com frescos desbotados, ou pelo Museo Civico, levando-nos a 3,9 m abaixo do solo. Lá em baixo, no meio, vemos uma laje de pedra rectangular simples, que provavelmente foi usada como um altar para estátuas votivas. À sua esquerda vê-se a base da escada que leva até o Templo de Minerva, ainda em boa forma na praça acima. Ao longo do corredor, as escavações em curso têm revelado as bases de alguns edifícios romanos, provavelmente lojas.
Novamente na praça, do lado esquerdo logo à entrada na praça, observa-se o Palazzo del Priori, hoje a Câmara Municipal. É composto de três secções construídas em diferentes períodos e, como o próprio nome indica, foi a residência dos priores da cidade. No rés-do-chão possui uma galeria de arte, aberta ao exterior pelo rendilhado de grandes portas em ferro forjado.
Mais à frente, do lado direito, fica o Palazzo del Capitano del Popolo. Foi construído em 1282 e foi a sede do Capitão do Povo, o comandante da milícia da cidade. No final do século XIV, tornou-se a residência do “Podestà”, o vigário do Papa, e só mais tarde foi utilizado para outros fins, mas sem perder o seu nome original. É composto por três pisos com uma fileira de quatro janelas por andar e quatro portas no piso térreo. Hoje, é a sede da Sociedade Internacional de Estudos Franciscanos.
Ao lado, bem mais alta do que os restantes edifícios da praça, observa-se a Torre del Popolo. Ela possui planta quadrada e a sua construção data da segunda metade do século XIII. No entanto, foi construída em várias etapas e o andar de cima não foi terminado até 1305. O relógio foi instalado em meados do século XV. O sino que foi doado a Assisi, pesa 4000 kg e foi instalado em 1926.
Colado à Torre del Popolo, do seu lado esquerdo, o famoso Templo de Minerva, que data do século I dC. De fachada elegante, com seis colunas caneladas e capitéis coríntios é a estrutura mais importante da época romana em Assisi. O interior do templo dedicado à deusa Minerva foi transformado numa igreja cristã, Santa Maria sopra Minerva.




Voltei no entanto a adormecer, como é aliás meu costume… e o novo acordar só aconteceu lá pelo meio da manhã. Ansiava pela visita à cidade, onde encontraria os lugares vividos por Francisco de Assis, esse mistério de sabedoria Universal, esse espírito de simplicidade, de renovação, força, ecologia, humanização, respeito e entendimento, mas a família estava preguiçosa e tive de refrear a vontade.
Como é bom encontrar compatriotas, em terras distantes!…
É uma região irregular de vales profundos e de intenso verde, uma vegetação extraordinária que é dada pela abundância de água do subsolo, com riachos e fontes que por ali brotam, onde se ouvem águas cantantes, afluentes do rio Tevere (rio que banha Roma), que aparecem na superfície aos pés das montanhas e que no seu todo compõem um panorama ondulado, a "Umbria verde".
A bela paisagem, a paz, a atmosfera mística, as lembranças franciscanas, os belos lugares de culto e as numerosas obras de arte, fazem de Assisi uma das metas mais frequentadas por peregrinos e turistas de todos os cantos do mundo.
A cidade com construção aparentemente medieval, tem um aspecto muito limpo e novo, com os edifícios todos reconstruídos, pois em Setembro de 1997, Assisi sofreu gravíssimos danos causados por um violento terramoto que destruiu numerosas casas e muitos monumentos umbros e marquegianos
As casas mais pequenas e realmente medievais que não foram gravemente danificadas pelo terramoto de 1997 apresentam-se em pouca quantidade nas praças da cidade e também sofreram melhoramentos.
A restauração começou imediatamente após o desastre e muitas construções já foram recuperadas, mantendo tanto quanto possível, a sua traça original.
Spoleto é uma esplêndida cidade enquadrada por belas florestas e localizada no centro da Itália, na região da Úmbria, uma região que se destaca pelo equilíbrio entre homem e natureza, no tratamento que seus cidadãos sempre tiveram com sua terra e seu rico passado.
Spoleto está localizada no extremo sul do Valle Umbra, uma vasta planície aluvial criada em tempos pré-históricos pela presença de um grande lago, o Umber Lacus, que secou na Idade Média.
Apesar de apresentar traços da era romana na sua estrutura urbana, Spoleto ainda mantém uma forte aparência medieval, herdada do próspero período do Ducado "Longobardi" e, depois, por ter sido uma importante cidade dentro do Estado Papal.
Perto da igreja de San Gregorio Maggiore, do séc. XII e caracterizada pelo elevado presbitério, há uma ponte romana (também chamada de "a sangrenta") que consiste em 3 arcos construídos em blocos de pedra e o anfiteatro do séc. II d.C., também pode ser ali encontrado.
Na área encontrada em frente à Chiesa di San Pietro tem-se um amplo panorama de toda a Spoleto e da poderosa e esplêndida Ponte delle Torri (Ponte das Torres), do séc.XIV, com dez arcos com um total de 80 metros de altura e 230 de comprimento, que liga ao Forte (Rocca Albornoziana) construído em 1352, sob as ordens do Cardeal Egidio Albornoz e desenhado por Matteo Gattaponi, nos declives da montanha que domina a cidade. Um passeio por estes lugares oferece um admirável panorama da cidade de Spoleto e do lindo vale do rio Tessimo.
Situada no coração da península, a Úmbria é uma das regiões de maior apelo para o turismo cultural, por resguardar vivos e intactos belos lugares do saber medieval e humanístico.
A partir de Roma foi para esta terra que nos dirigimos. Esta é uma região única, discreta e despojada de vaidade, que embora não exiba o esplendor da Toscana, possui uma beleza genuína e agreste, pois é uma região que ainda vive predominantemente da agricultura.
Entre os diversos tipos de aldeamento presentes na região (de cume, de encosta, de fundo vale, de planície), prevalecem amplamente os primeiros, preferidos pelo clima mais ameno e salubre, além de mais defensáveis em caso de ataque. Em contraste, e devido ao sistema de meação das terras prevalecente na região, era significativa a parcela da população que vivia isolada em casebres no campo, muitos deles encimados por uma torre de observação quadrada, a “palombara” (pombal).
O seu nome, "Úmbria", deriva da população (os Úmbros) que, junto com os Etruscos, ocupavam o território antes da conquista romana e da qual temos poucas notícias históricas. Em todo caso, esta denominação veio a desaparecer quando a região foi englobada no Ducado de Spoleto, instituído pelos Longobardos e, mais tarde, no Estado da Igreja, reassumindo o seu antigo nome só após a unificação da Itália, em 1861.
Segue-se então pela Via Condotti, que se encontrava com muita gente que saia ou entrava na Piazza di Spagna. Nos tempos da Roma Antiga, a Via dei Condotti era uma das ruas que cruzaram a antiga Via Flaminia e permitia que as pessoas que cruzavam o rio Tibre chegassem à Colina Pincio. Ela inicia-se na Piazza di Spagna e recebeu o seu nome, devido às condutas que nela passavam e que transportavam água para as Termas de Agripa.
No segundo edifício do lado direito da Via Condotti, a partir da Piazza Di Spagna, encontra-se o Antico Caffè Greco. O Antico Caffè Greco (muitas vezes apenas referido como Caffè Greco) é um marco histórico da cidade, que foi inaugurado em 1760, no nº 86 da Via dei Condotti. É talvez o mais conhecido e antigo café de Roma.
Ao entrarmos fomos muito bem acolhidos por um simpático empregado de mesa com a idade de quem já deu as boas vindas a muitas dessas figuras históricas, mas que sem qualquer diferenciação continua a bem receber quer simples visitantes, quer figurões.
Este belo café não poderia existir noutro local que não fosse Roma, pois como se sabe um dos grandes prazeres da vida romana é saborear um café de preferência num dos seus cafés elegantes a ver o mundo passar. Assim sendo, ninguém deve passar por Roma sem experimentar dar um passeio através de Via Condotti com as suas magníficas lojas e de passar um fim de tarde descansado dentro do histórico Antico Caffè Greco. E como foi bom despedirmo-nos de Roma, neste belo e antigo café…