Potes é uma linda cidade medieval, quiçá uma das povoações mais bonitas do norte de Espanha, que se encontra numa das portas do Parque Nacional dos Picos da Europa, que é a capital da comarca de Liébana, um importante centro turístico e cultural que atrai milhares de visitantes durante o ano.
A preciosa povoação de Potes na Cantábria, foi designada por Potes ou Pontes, como a quiseram chamar-lhe os romanos. Não se sabe ao certo porque a chamaram assim, possivelmente porque algumas pontes haviam neste povoado. Três rios a cruzam, o Bullón, o Quiviesa e o rio Deva.
Em Potes o visitante fica absolutamente encantado por desfrutar de um bom passeio pela cidade, perdendo-se pelas ruelas do casco velho, que foi declarado conjunto histórico/artístico. Este núcleo urbano, concentra numerosos edifícios e monumentos que foram construídos durante os séculos XVII e XVIII.
A cidade de Potes tem um centro histórico com casas e ruelas de pedra absolutamente fabuloso. O início da visita à cidade, deve começar pela Torre del Infantado, construção que data da baixa idade média, situada na linda encruzilhada dos rios Deva e Quiviesa. O abraço de ambos esteve na origem desta robusta torre do séc. XIV, que foi testemunho das lutas por um título nobiliário entre os Manrique e os Mendoza.
A belíssima praça em frente, cheia de esplanadas com chapéus brancos, foi o local escolhido por nós, para o jantar de sopa de cozido, seguido de um bom cozido asturiano, confeccionado com grão de bico cozido, saborosa couve migada, carne de porco, carne de vaca e enchidos. Uma delicia.
Muito perto também do rio, com o som melancólico da água ao fundo, ergue-se o Torreão de Orejón de la Lama, do séc. XV. Ainda mais melancólica e nostálgica, temos a igreja de San Vicente, com uma torre com relógio, parado eternamente nas seis menos um quarto, de uma beleza antiga, mas única.
Em cada segunda-feira há um mercado, onde os visitantes podem encontrar todos os produtos típicos da região, como o chouriço de Potes, o queijo picón, licores e a famosa aguardente de orujo, que no entender do Errante é uma autêntica especialidade.Potes é assim uma espécie de velho e preservado reduto medieval, secreto e privilegiado, que pode ser encontrado na Cantábria profunda, situado no centro de um largo e fértil vale, só acessível através de desfiladeiros, que mais parece um povoado encantado e que por isso, não se deve deixar de visitar…
No entanto não se deve apartar estas andanças urbanas, do contexto mais vasto que modela a alma e a identidade asturianas e com o qual comunicam por uma teia de fios subtis. Para compreendermos melhor este mistério, não há nada como a palavra a Ortega y Gasset, que via as Astúrias como o espaço natural de "uma raça de homens capazes de intervir na vida contemporânea, sem perder o espírito de solidariedade com a área nativa".
Site: Verdenorte.com




A estrada (N-621), apanha-se em Panes e leva-nos até ao vale de Liébana. Esta estrada parte da costa ocidental sempre colada ao rio Deva, onde a partir de Panes descreve um percurso através de uma garganta estreita de paredes abruptas e verticais, ao longo de 27 km e a uma profundidade de cerca de 600 metros. Trata-se do espectacular desfiladeiro de La Hermida, um vale sinuoso que sobe lentamente para Sul, sobrevoado por águias e abutres e que merece a pena conhecer para se poder desfrutar das suas formosas características naturais.
A pequena localidade de La Hermida, encravada em pleno desfiladeiro, é a mais importante de Peñarrubia. Cruzamento de caminhos, é ponto de passagem da estrada N-621, que permite o acesso da costa ocidental com Potes. Também é desde aqui, que parte a estrada que segue o antigo caminho que no séc. XIX, conduzia ao vale de Liébana e que hoje vai até ao vale de Lamasón e que nos conduz à comarca de Saja-Nansa. Por último, desde a povoação de La Hermida, parte ainda a única estrada que leva à aldeia de Bejes, no município de Cillorigo.
Potes à noite, resulta num encanto para todos os amantes da tranquilidade e gosto pelo silêncio. No entanto e ao entrarmos a fundo na cidade, por atalhos em becos surpreendentes carregados de história, descobre-se a noite animada de Potes, com pequenos bares em todas as esquinas e ruelas empedradas, que nos mostram um ambiente cheio de detalhes próprio de uma cidade antiga.
Passámos o Santuário de Covadonga, subindo sempre para os lagos, uma vez que optámos por os visitar primeiro. A estrada sinuosa contorce-se nas vertentes e as paisagens magníficas deixam-nos muitas vezes quase sem fôlego, devido à beleza quase indescritível daquele lugar.
Continuando a subir, a próxima etapa leva-nos até aos famosos lagos de Covadonga, vencendo um desnível de mais de mil metros. Pelo caminho passamos pelo Mirador de la Reina, um fantástico mirante virado a norte.
Fizemos uma primeira paragem junto ao primeiro lago, para o fotografar e para um descanso e lanche num pequeno bar típico asturiano, com vistas para o lago. Aqui foram provadas algumas das famosas iguarias das Astúrias, como o seu famoso presunto asturiano e o queijo cabrales de aspecto similar ao queijo roquefort, mas de sabor muito diferente e igual modo saboroso. 
Junto da Basílica de Covadonga existe uma gruta que é centro de peregrinação religiosa desde o séc. VIII, onde se encontra a Virgem de Covadonga. Há que notar que em dias de festa ou fins-de-semana, pode ser um verdadeiro suplício percorrer o serpenteante caminho de acesso ao santuário desde Cangas de Onís, ou até mesmo a sua sequência para o coração do parque. Por isso e para quem o quiser visitar, o ideal será escolher épocas não festivas ou dias de semana, como foi o nosso caso, quando a pressão turística diminui bastante.

O tempo estava de chuviscos e com tendência a neblinas fáceis, o que fez com que a viagem tivesse que se fazer mais devagar. Após a entrada em Espanha parámos para jantar o leitão, com batata frita e pão, que tínhamos levado da zona da Bairrada.
A partir de Oviedo e continuando em direcção a leste, chegámos a Cangas de Onís. Desde a entrada em Espanha até Cangas de Onís ainda é um esticão, mas os quilómetros parecem menos, talvez porque neste recanto da Península reina, enfim, uma espécie de irmandade geográfica que parece propiciar e facilitar a vida ao viajante, (ahah).

Novas tendências na indústria do turismo, como o turismo rural, espalharam-se rapidamente pelas Astúrias, trazendo à região os desportos de aventura, juntamente com outras propostas culturais e de tempos livres para actividades relaxantes, como a canoagem, os passeios a cavalo e as caminhadas.
As Astúrias oferecem algumas das mais espectaculares paisagens cénicas da Europa, pois possuem além de belas paisagens de montanha, algumas magníficas paisagens costeiras, bem como cidades e vilas maravilhosas. As montanhas cobrem mais de metade desta região e os seus cumes imponentes e agrestes oferecem cenários magníficos. 


Os altos picos, os desfiladeiros, os verdejantes vales, as planícies férteis e a costa das Astúrias, são o lar de uma variedade de plantas e vida inigualável em qualquer parte da Europa Ocidental. Estes diversos habitats são também a casa de lobos selvagens, de ursos, da camurça e de uma única espécie de gamo, águias douradas e uma raça especial de póneis de origem celta, conhecida como pónei Asturcon. 