
A estrada (N-621), apanha-se em
Panes e leva-nos até ao
vale de Liébana. Esta estrada parte da costa ocidental sempre colada ao rio Deva, onde a partir de Panes descreve um percurso através de uma garganta estreita de paredes abruptas e verticais, ao longo de 27 km e a uma profundidade de cerca de 600 metros. Trata-se do espectacular
desfiladeiro de La Hermida, um vale sinuoso que sobe lentamente para Sul, sobrevoado por águias e abutres e que merece a pena conhecer para se poder desfrutar das suas formosas características naturais.
É uma estrada maravilhosa, que é obrigatório percorrer devido à paisagem que durante todo o seu percurso nos rodeia. Um verde intenso, mostra-nos muitos dos mais belos atributos dos Picos de Europa, onde paredes verticais de 600 metros de altura, nos esmagam com a sua beleza. O desfiladeiro propriamente dito é marcado após a passagem pela povoação de La Hermida.

A pequena localidade de
La Hermida, encravada em pleno desfiladeiro, é a mais importante de
Peñarrubia. Cruzamento de caminhos, é ponto de passagem da estrada N-621, que permite o acesso da costa ocidental com
Potes. Também é desde aqui, que parte a estrada que segue o antigo caminho que no séc. XIX, conduzia ao
vale de Liébana e que hoje vai até ao
vale de Lamasón e que nos conduz à comarca de
Saja-Nansa. Por último, desde a povoação de
La Hermida, parte ainda a única estrada que leva à aldeia de
Bejes, no município de
Cillorigo.
Depois de percorridos alguns quilómetros neste vale profundo e estreito, abraçado por altas escarpas verticais, quase de repente, deixam-se as montanhas e abre-se-nos o belo e largo vale de Liébana, de um verde intenso a contrastar com o azul do céu, onde o sol radioso nos espera, farto de não nos poder acompanhar no desfiladeiro, impedido pelas altas e estreitas escarpas rochosas dos picos, que só cederam passagem à erosão do Deva.
O vale de Liébana possui solos férteis que produzem castanhas, cerejas e uvas. Ali, chegámos à comarca de Liébana e seguidamente à sua capital, Potes, localidade totalmente medieval, também atravessada pelo rio Deva.
Uma vez em Potes, fomos logo de seguida para o Camping La Viorna, a cerca de um quilómetro de Potes, onde depois de nos instalarmos, jantámos no seu restaurante, ao pôr-do-sol. Após o jantar pegámos na mota e fomos até Potes para um passeio digestivo pela velha cidade medieval, que de noite tem uma aura única.
Potes à noite, resulta num encanto para todos os amantes da tranquilidade e gosto pelo silêncio. No entanto e ao entrarmos a fundo na cidade, por atalhos em becos surpreendentes carregados de história, descobre-se a noite animada de
Potes, com pequenos bares em todas as esquinas e ruelas empedradas, que nos mostram um ambiente cheio de detalhes próprio de uma cidade antiga.
As suas casas de pedra e as paisagens que mesmo de noite se adivinham maravilhosas, como neblina negra que se mete dentro de uma tela verde, com fundo feito de negros e recortados picos, onde não pode faltar um copo de aguardente de orujo em cima de uma mesa de café, para se enganar o purificante frio da noite.
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