Naquele dia e por já ser tarde resolvemos deixar a visita ao interior do Palazzo Vecchio, para o dia seguinte. Resolvemos então ir até à Piazza del Duomo, para ver se ainda conseguíamos entrar nalgum dos edifícios do complexo.
Estávamos invadidos por vastas emoções que ao longo do dia se foram materializando nas várias visitas ao acervo artístico incomparável da cidade de Florença.
Àquela hora a cidade ainda apanha em cheio a famosa luz da
Toscana e é um prazer deambular pelas suas ruas e aqui e ali desembocar nas suas inúmeras praças, onde o sol aparece com todo o seu esplendor.
Os passos ecoam na calçada e
Florença mostra-se como realmente é, pequena, concisa e compacta. É possível saborear em paz os tesouros da cidade, mesmo que esteja repleta de gente… Ela é mesmo assim! Mesmo cheia de gente, parece ter sempre espaço, e quem quer que a visite sente isso mesmo.
O
Renascimento está presente nas ruas.
Florença é um grande museu ao ar livre e para os moradores da capital do Renascimento, a convivência com hordas de turistas parece nunca incomodar, estando sempre prontos para responder com gentileza às perguntas e ajudar quem quer que precise.
Florença é o lugar mais encantador do mundo, especialmente quando o rio Arno fica dourado à luz do poente e por isso, quem a visita, tem que gozar pelo menos uma vez, a partida do Sol junto das suas margens.
A chegada à Piazza del Duomo foi rápida. Esta praça é dominada pela sua fabulosa Catedral ou Duomo e edifícios afins, como a alta e elegante Torre Campanário de Giotto e o Batistério de San Giovanni ainda aberto e que por isso ainda podemos visitar naquele dia.
O Baptistério de Florença é de uma beleza indescritível e ao contrário do que acontece em Pisa, o Baptistério é muito mais bonito interiormente do que o Duomo. É uma construção octogonal que simboliza o “oitavo dia”, o dia da Ascensão de Cristo aos Céus, simbolizando também a Vida Eterna, que é dada pelo baptismo.
O vasto interior é um tanto escuro, com a luz entrando através de pequenas janelas e pela lanterna no topo. A construção contém o esplêndido túmulo de Baldassare Coscia, o Antipapa João XXIII, projectado por Donatello e seu aprendiz Michelozzo.
Apresenta um magnífico tecto em mosaico, executado por vários artistas de Veneza (talvez até mesmo Cimabue) em 1225. Representa o "Julgamento Final", com cenas de horríveis castigos que fazem lembrar as obras do artista flamengo Hieronymus Bosch.
Dante Alighieri cresceu olhando os mosaicos e foi baseado neles que criou muitas das cenas que narra na sua obra “Inferno”. Dante e também muitos membros da família Médici, foram baptizados no local.
O estilo da igreja serviu como protótipo para a construção, por Leone Battista Alberti, de outras igrejas românicas na Toscana. O exterior é decorado por estátuas de Andrea Sansovino, Giovan Francesco Rustici e Vincenzo Danti.
Acredita-se que é o mais antigo prédio da cidade e é famoso pelas suas magníficas portas de bronze, que lhe foram adicionadas nos séculos XIV e XVI. Em 1329, Andrea Pisano, recomendado por Giotto, recebeu a encomenda de projectar as primeiras portas (as portas Sul). A execução durou seis anos e foi finalizada em 1336. Estas portas possuem 28 painéis quadrangulares, representando cenas da vida de São João Batista e as virtudes. Os relevos foram adicionados por Lorenzo Ghiberti, em 1452. Vincenzo Danti criou as estátuas acima das portas em 1571.
Em 1401, uma competição foi anunciada para a execução das portas Norte do Baptistério. Competiram sete escultores, mas Ghiberti, então com 21 anos, ganhou a encomenda, levando 21 anos para as finalizar.
São também constituídas por 28 painéis, com cenas do "Novo Testamento". As estátuas de bronze acima das portas norte foram feitas por Francesco Rustici, com assistência de Leonardo da Vinci.
Ghiberti tornou-se então uma celebridade e o artista máximo em seu campo. Em 1425 recebeu uma segunda encomenda, as portas Leste, que ele executou com a ajuda de Michelozzo e Benozzo Gozzoli.
São dez painéis com cenas do "Velho Testamento" e que utilizaram a nova técnica da perspectiva para que os painéis adquirissem profundidade. Michelangelo referiu-se a essas portas como "As Portas do Paraíso", nome que lhes permanece até hoje.
As portas que vemos agora no Baptistério são cópias das originais, que foram removidas em 1990, encontrando-se no Museo dell'Opera del Duomo. No topo das Portas do Paraíso está um grupo de estátuas que reproduzem “O Baptismo de Cristo”, por Andrea Sansovino e que foram finalizadas por Vincenzo Danti e Innocenzo Spinazzi.
Depois o simples mas saboroso jantar, uma bela Pizza Napolitana, seguida de um saboroso "gelatto", numa geladaria/pizzaria ali mesmo na Piazza del Duomo, do lado esquerdo do Duomo, numa esplanada ao ar livre, observando o passar dos turistas que inundavam a praça.
Fonte: http://pt.wikipedia.org