Visita a Venezia - 1º Dia - Parte VII




Depois da Ponte Rialto o Grande Canal faz uma curva conhecida por La Volta, sendo ali que podem ser observados a maioria dos grandes palácios de Venezia. Embora as suas belas fachadas tenham sido ao longo do tempo desbotadas pelas marés, e as suas fundações sendo corroídas, o Grande Canal continua a ser a mais bela “avenida” do mundo.O vaporetto continua a sua viagem a partir do cais flutuante no Riva del Ferro. No final do Riva del Ferro observa-se uma pequena ponte que marca o local de ligação do rio di San Salvador com o Grande Canal.


Logo a seguir e do mesmo lado fica o antigo cais Riva del Carbon, um espaço animado onde encontramos muitos quiosques de recordações e onde nos misturamos quase que invariavelmente com uma multidão de turistas.
O Riva del Carbon está localizado na margem direita do Grande Canal e em frente ao Riva del Vin, o antigo cais onde outrora se desembarcava o vinho, na margem esquerda. Como se pode facilmente adivinhar, o Riva del Carbon deve seu nome ao facto de ser aqui comercializado o carvão e onde paravam as jangadas carregadas com este material. A partir do Riva del Carbon e seguindo para o interior chega-se ao Campo San Luca.

Assente sobre o Riva del Carbon ali se pode observar o Ca'Farsetti, que também é conhecido por Palazzo Dandolo Farsetti. Foi construído em 1400, com apenas dois andares por um dos membros da família Dandolo, talvez o próprio Doge da cidade de Venezia, Enrico Dandolo. Mais tarde foi ampliado para o tamanho em altura atual. Mais tarde o palácio passou da família Dandolo para a família Gritti, em 1536, por venda. Após os Dandolos e os Grittis, as famílias Mocenigo e Bernardo tornaram-se seus proprietários através de casamento. Mais tarde foi transformado num importante centro artístico, o "Academy Doubleday”, pela família do mesmo nome, que o adquiriu no início do séc. XVIII.

No ano de 1805 o seu segundo andar foi vendido, pela nobre Helen Michiel, viúva de Alvise Bernardo, a Dal Niel. Mais tarde, Dal Niel deixou esse segundo piso para sua filha Alfonsina Muzzarelli, que em 1840 conseguiu comprar o primeiro andar do edifício ao nobre Filippo Nani, o herdeiro dos Mocenigos. Assim, todo o edifício passou para ela e mais tarde para a sua filha Giuseppina, que o transformou nos primeiros anos do séc. XIX, no Royal Hotel Danieli. Em 1826 foi adquirido pela cidade de Venezia, para se tornar na actual Câmara Municipal, sendo o Ca’ Farsetti até hoje, o local onde se encontra o gabinete do presidente da cidade. O andar térreo tem um pórtico central com cinco arcos, apoiados por quatro colunas coríntias, que é estruturalmente semelhante à do lado Ca’ Loredan, ao qual Ca’ Farsetti está conectado, do lado esquerdo, através de uma "ponte". Na fachada o primeiro andar é caracterizado por um varandim com um longo corrimão, com arcadas estreitas que marcam bem os dois níveis.

Do seu lado direito fica o Palazzo Loredan dell'Ambasciatore, também um palácio gótico do séc. XV, que pertenceu à nobre família Loredan. Localizado no Sestiere Dorsoduro, foi chamado de "dell'ambasciatore" porque era a casa dos embaixadores do Império Austríaco na República de Venezia. Antonio Loredan, um antepassado da família, que foi o administrador da Ilha de Corfu, na Grécia que derrotou os turcos em 1716, juntamente com o conde Johann Matthias von der Schulenburg, um general saxão. Após a batalha, o conde Schulenburg abrigou-se no interior do Palazzo Loredan, junto com 25 membros da sua comitiva e quatro gondoleiros. O palácio era conhecido por seus sumptuosos jantares e a sua admirável colecção de arte. Em 1752, outro antepassado da família, Francesco Loredan, que mais tarde também foi um dos Doges de Venezia, ofereceu o palácio para residência do embaixador do Sacro Império Romano, em troca de 29 anos de restaurações em Venezia. O primeiro embaixador imperial que lá viveu foi o conde Philip José Orsini –Rosenberg, que após a sua chegada a Venezia, se casou com Giustiniana Wynne, uma amiga próxima do célebre Giacomo Casanova (um libertino aventureiro e escritor italiano). O casal residiu no Palazzo Loredan dell'Ambasciatore durante os primeiros anos de seu casamento.

Logo à frente o vaporetto para na plataforma flutuante de San Silvestro, que serve uma pequena praça, o Campo San Silvestro, onde está situada a igreja do mesmo nome, situada no Sestiere de San Polo. A Chiesa di San Silvestro, observa-se do lado direito no Campo San Silvestro e embora seja originalmente do séc. XII, a sua fachada é moderna, sendo concluída em 1909, por Giuseppe Sicher. O vaporetto continua a sua viagem e um pouco mais à frente, do mesmo lado do Campo San Silvestro observa-se o Palazzo Barzizza. Também pertencente ao Sestiere de San Polo este é um palácio ao lado do Palazzo Giustiniani Businello e na frente do Ca' Doubleday (Palazzo Dandolo Farsetti).


O Palazzo Barzizza reconstruído no séc. XVII deve seu nome aos proprietários, que o adquiriram no séc. XVIII. Os seus antigos donos eram nobres da cidade de Bergamo, que reconstruiu o lado esquerdo do edifício original. Atualmente este antigo palácio ainda é uma casa particular. Fonte: http://www.gondolavenezia.it / Wikipédia.org

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte VI




Olha-se a margem direita a partir do vaporetto e antes de atravessar a Ponte Rialto, mesmo junto à ponte do lado direito observa-se o Palazzo Camerlenghi, um palácio renascentista localizado no Sestieri di San Polo, com a fachada principal voltada para o Grande Canal. O Palazzo Camerlenghi foi construído entre 1525 e 1528 e inspirado nos trabalhos dos arquitetos Pietro Lombardo e Mauro Codussi. Foi construído para albergar a sede dos magistrados financeiras, incluindo a família Camerlenghi, mercadores judeus denominados Cônsules do Merchant. Dada a importante da sua função económica, o piso térreo do edifício foi utilizado como prisão para os devedores, que eram expostos junto à Ponte Rialto, como aviso sério para aqueles que ali passavam. Por esse motivo as suas janelas diferem das dos pisos superiores, apresentando-se rectangulares e gradeadas.


Depois da queda da República de Venezia, o edifício abrigou o Tribunal de Justiça e os Cartórios do Património do Estado ao longo dos anos. Hoje é novamente usado para hospedar os magistrados financeiros, como a sede da secção regional do Tribunal de Contas.

O edifício desenvolve-se de forma pentagonal num plano para seguir a curva do Grande Canal em três andares. Possui janelas altas encimadas por arcadas, e separadas entre si por pilastras coroadas com interessantes ornamentos. Como um edifício do "Tesouro do Estado" foi enriquecido externamente com uma fachada principal em mármore policromado.

Quanto ao interior, era tradição sempre que um magistrado de Venezia terminasse o seu mandato, ali deixasse uma pintura religiosa e um retrato seu com o seu brasão de armas. Na época do mandato Camerlenghi, o edifício foi enriquecido com muitas obras de arte e dai ter adoptado o seu nome. No entanto antes de passar para o Reino da Itália, muitos dos ex-cônsules fugiram para a Europa, mas felizmente muitos deles voltaram para Venezia.


O vaporetto faz a passagem por baixo da Ponte Rialto, que como sempre se encontrava apinhada de turistas que ali procuram os melhores ângulos para fotografarem o Grande Canal, quer à esquerda, quer à direita, uma vez que se está no verdadeiro coração histórico e comercial de Venezia.


À esquerda observa-se a Riva del Ferro, um antigo e importante cais, onde ainda atracam os vários barcos com produtos para o abastecimento da margem esquerda do Grande Canal. Ali também se encontra localizado um antigo palácio carmesim em estilo veneziano, Por trás do qual se observa a o campanário da Chiesa di san Bartolomeo. Hoje este palácio carmesim está transformado em hotel, o Hotel Rialto, que se destaca devido à sua posição única e invejável, mesmo em frente a Ponte Rialto.A Riva del Ferro serve o Campo San Bartolomeo, a área por trás deste cais da cidade de Veneza e a poucos passos de Rialto. É uma zona da cidade muito ativa e ocupada, por causa da sua localização estratégica, sendo o lar de grandes negócios e de vários edifícios bancários. No centro do Campo San Bartolomeo há o famoso monumento em memória de Carlo Goldoni.


A estátua do célebre dramaturgo veneziano Carlo Goldoni perscruta as multidões que cruzam esta praça/encruzilhada, que se dirigem para a Ponte Rialto ou simplesmente visitam as suas redondezas. Estrategicamente colocada na zona de Rialto, esta Piazza del Campo San Bartolomeo, possui uma grande variedade de bares convidativos que enchem os cativantes becos que dele irradiam, sendo um local de moda para os jovens da cidade ou de fora dela.O extremo norte do Campo di San Bartolomeo é ocupado pela estação principal de correios e pelo edifício Fondaco dos alemães, a casa da comunidade alemã de Venezia. Em direcção à Ponte Rialto você pode ver, escondida, a fachada da Chiesa di São Bartolomeu (séc. XII).


A paragem do vaporetto é realizada logo a seguir, nas plataformas flutuantes que servem a zona do Rialto. Dali temos uma boa perspectiva da bela Ponte Rialto e das margens circundantes.Em frente da plataforma flutuante Rialto de vaporetti, na margem direita, observa-se o Riva del Vin do Grande Canal, outro cais que outrora servia a zona do Rialto, que se encontra cheio de esplanadas de restaurantes, que servem peixe e marisco fresco.


Fonte: http://www.jewishencyclopedia.com / http://whereiveben.blogspot.com / Wikipédia.org

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte V




Do cais situado junto ao Palazzo Ca’Oro, o vaporetto parte para outra etapa do percurso do Grande Canal. Ao lado do Palazzo Ca’Oro, outro palácio sobressai. É o Palazzo Ca’ Sagredo, que fica situado do lado direito do cais, onde está situada a plataforma flutuante que os serve. O Palazzo Ca’Sagredo está hoje transformado em hotel e a sua fachada é absolutamente sedutora. É uma fachada rosa e com uma pródiga vista sobre o Grande Canal, mas o exterior é só uma pequena amostra da sua real importância arquitetónica. O seu interior é todo um espaço de arte e beleza e uma mostra da real riqueza cultural de Venezia, que nos delicia com o mais puro estilo decorativo italiano, que faz deste palácio um lugar romântico, inesquecível e misterioso.


Deixando para trás os dois belos palácios anteriores, o vaporetto continua a sua viagem pelo Grande Canal, percorrendo a zona central de Venezia e levando-nos através dos seus distritos centrais, os Sestieri.

Logo à frente do lado direito vemos o Campo della Pecharia, onde se encontra o interessante edifício da Pecheria ou Mercato del Pesce (mercado do peixe) do Rialto, de Venezia. O Mercado do Peixe Rialto está localizado no centro de Venezia. Este mercado de peixe é composto por dezenas de bancas em mármore branco. Durante o todo o dia, por trás deste mercado, num estreito canal paralelo ao Grande Canal, podemos encontrar ancoradas junto ao passeio/cais, embarcações vendendo muitos e variados legumes e frutas.


Num canto do edifício com vista para o Grande Canal, pode ser visto presa na parede, uma estátua representando São Pedro (o pescador), representando uma história famosa do pescador do Novo Testamento. Durante toda a manhã este lugar está lotado, mas os peixeiros estão sempre disponíveis para atender as várias demandas de clientes que ali ocorrem, amanhando e cuidando da boa aparência do pescado. O Mercado do Peixe do Rialto é realizado de terça a sábado, das 7.30 às 12.00 e é o maior mercado de peixe de Venezia.


Um pouco mais à frente e do mesmo lado observa-se outro comprido “Mercato di Rialto”, o mercado das frutas e legumes, o verdadeiro coração da cidade. Estes dois mercados do Rialto são visitados por milhares de venezianos durante a semana, que ali fazem compras regularmente. Mas também são visitados por centenas de turistas durante todo o ano, que ali vão admirar este lugar cheio de cor e animação. Estes dois mercados foram construídos em estilo gótico em 1907, pelo arquiteto Domenico Rupolo. Em frente do Mercato del Pesce e o Mercato della Frutta del Rialto, observa-se na margem esquerda do Grande Canal. O Palazzo della Colonne deve o seu nome às alvas e elegantes colunatas com singelas arcadas, na fachada principal do palácioé em estilo barroco, com influência na tradição veneziana-bizantina muito peculiar.


Este é um palácio localizado no Sestieri di Cannaregio, com a sua fachada principal com vista privilegiada para o Grande Canal. Tem uma forma perfeitamente simétrica, composta por três níveis e um sótão em água furtada. O palácio sofreu durante a sua existência várias alterações, mas o seu aspecto atual, deve-se a alterações de restauro e renovação realizadas no séc. XVIII, um trabalho de Antonio Gaspari. Os seus alvos pilares são o elemento mais característico da fachada do edifício. Saindo do cais situado à frente do Mercato della Frutta, o Vaporetto segue o seu percurso e após uma curva à direita começa-se a ver a magnifica Ponte Rialto. A Ponte di Rialto é a ponte em arco mais antiga e mais famosa sobre o Grande Canal e de Venezia. Ela foi durante muito tempo a única ponte que ligava as duas margens do Grande Canal e por isso formalmente a única ligação permanente entre os dois lados do Grande Canal, até serem construídas as restantes pontes.


A primeira construção que cruzou o Grande Canal foi uma ponte flutuante, construída em 1181 por Nicolò Barattieri. Chamou-se inicialmente Ponte della Moneta, presumivelmente pela cunhagem de moeda veneziana que se fazia perto da sua entrada oriental.A evolução e importância do Mercado de Rialto na margem oriental do canal, aumentou consideravelmente o tráfego fluvial perto da ponte flutuante, sendo por isso substituída por volta de 1250 por uma ponte de madeira.
Em 1310 sofreu um fogo que a destruiu parcialmente, sendo reconstruída. Em 1444, caiu devido ao demasiado peso quando a multidão ali se reuniu para ver um desfile náutico, sendo reconstruída novamente, mas em 1524 voltou a derrubar. A ponte de pedra que hoje existe e formada por um único arco, foi desenhada por Antonio della Ponte, e construída entre 1588 e 1591, baseada no desenho da anterior ponte de madeira, com duas rampas inclinadas que se cruzam num pórtico central. Fonte: http://alloggibarbaria.blogspot.com / http://www.casagredohotel.com/ Wikipédia.org

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte IV



Depois de deixarmos para trás a plataforma ancoradouro de San Marcuola e a antiga Chiesa di San Marcuola di Cannaregio, situada na margem esquerda, observa-se do mesmo lado um dos afluentes do Grande Canal o rio di San Marcuola.À frente deste pequeno canal e na margem direita do Grande Canal observa-se o magnífico Palazzo Fóndaco dei Turchi, hoje o Museu de História Natural (Museo di Storia Naturale). Foi outrora um armazém de mercadores turcos nos séculos XVII-XIX. O Palazzo Fondaco dei Turchi é um dos palácios de Venezia, situado no Sestiere di Santa Croce, a Sul e ao lado de um de mais um dos rios que afluem ao Grande Canal, o rio Fóndaco dei Turchi.
Um pouco mais à frente na margem esquerda, vê-se o Palazzo Vendramim Calergi, um edifício de arquitetura distinta de expressão máxima do Renascimento veneziano. Atualmente, ele é a casa do Casino di Venezia e do Museo Wagner. O Palazzo Vendramim Calergi foi projetado no final do séc. XV por Mauro Codussi, o arquiteto da Chiesa di San Zaccaria e de outras igrejas notáveis da cidade, além de várias residências privadas em Venezia.

A construção do palácio começou em 1481 e foi concluída só após a sua morte, pela Bottega dei Lombardo em 1509. O período de 28 anos que levou para ser completada a sua construção, é considerada curta se nos basearmos na tecnologia disponível na época. A República de Veneza comprou-o em 1381, para Niccolò II d'Este, Marquês de Ferrara, e ao longo do tempo foi a casa de muitas pessoas proeminentes na história da cidade, sendo lembrado como o lugar onde o grande compositor Richard Wagner morreu, em 1883.

Seguem-se-lhe muitos edifícios imponentes e alguns mais simples, coloridos em tons pastel. Na margem direita vê-se o Campo San Stae onde fica a Chiesa di San Stae. Esta igreja está também situada na Sestiere di Santa Croce e ali existe uma paragem numa plataforma flutuante obrigatória para os vaporetti. "San Stae", é a abreviatura de San Eustáquio, sendo uma igreja fundada no início do séc. XI e reconstruída no séc. XVII. A sua fachada principal (1709), destaca-se no Grande Canal e foi construída por Domenico Rossi, e ricamente decorada com estátuas por Giuseppe Torretto, Antonio Tarsia, Pietro Baratta e Antonio Corradini.
Um pouco mais à frente do lado direito, ergue-se majestosamente a fachada do prestígiado Palazzo Cà Pesaro, uma composição poderosa e equilibrada de arcos e colunas nos dois pisos superiores.

Este grande palácio é da segunda metade do séc. XVII, construído para uma família nobre e rica de Pesaro, um projeto do arquitecto do barroco veneziano Longhena e que devido à sua morte em 1682, foi concluído por Gian Antonio Gaspari, que respeitou o desenho original. Hoje abriga a Galeria Internacional de Arte Moderna e o Museu Oriental.
Um pouco mais à frente, na margem esquerda observa-se Palazzo Cà d’Oro, um elegante palácio com uma fachada inconfundível em mármore branco e varandas rendilhadas. É o mais famoso palácio gótico veneziano, localizado no Sestiere di Cannaregio e de influência oriental, com janelas com rendilhados em mármore e pináculos orientais.

Foi um palácio encomendado em 1420 por Marino Contarini, mas no decorrer dos séculos, foi sendo remodelado pela sucessão de proprietários. A restauração mais bárbara foi feita pela bailarina russa Maria Taglioni, mas graças ao Barão Franchetti, a casa foi restaurada segundo a traça original, restituindo-lhe a sua antiga glória (1915). Hoje o Palazzo Ca 'd'Oro abriga um Museu com obras de Mantegna, Tiziano e Vittore Carpacci, entre outros.

Fonte: http://www.gothereguide.com /Wikipédia.org / http://www.sitiunescoadriatico.org
/ Mapa de Venezia

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte III






No primeiro dia a visita a Venezia, foi iniciado percorrendo todo o Grande Canal até à Baia de São Marcos (Bacino San Marco). O início a partir da Piazzale Roma, onde se encontram em linha várias plataformas flutuantes que servem de ancoradouro aos vaporetti, que cruzam o Grande Canal transportando turistas e venezianos.As margens do Grande Canal são revestidas com mais de 170 edifícios, a maioria dos quais datam do séc. XIII ao séc. XVIII, que demonstram a antiga riqueza de Venezia que se devia sobretudo ao comércio marítimo da República de Venezia.

As famílias nobres venezianas enfrentaram enormes gastos para demostrar a sua riqueza, construindo palazzos e muitas casas senhoriais, em especial nas margens do Grande Canal, numa disputa que revela o orgulho dos cidadãos e a sua ligação profunda com a laguna. Tradições centenárias, como a Regata Histórica, perpetuam-se a cada ano ao longo deste canal.

Entre os muitos palazzos e casas nobres, ali presentes, alguns dos quais são ocupados por hotéis de luxo e onde junto de alguns existem cais flutuantes. Alguns são os Palazzi Barbaro, Ca Rezzonico, Ca'd'Oro, Palazzo Dario, Ca Foscari, Palazzo Barbarigo e Palazzo Venier dei Leoni, que abriga a Coleção Peggy Guggenheim.

Há também várias igrejas ao longo do canal, onde está incluída a bela Basílica di Santa Maria della Salute. A maioria destes edifícios emerge da água sem pavimento de acesso, sendo necessário por isso aceder às suas entradas nas fachadas frontais sobre o Grande Canal de barco.
Tomado o vaporetto o nosso percurso iniciou-se lento e ziguezagueante, no Grande Canal. Após uma curva à esquerda, passámos por baixo da Ponte della Costituzione (Ponte da Constituição), uma ponte de construção recente de Santiago Calatrava. e logo em seguida o vaporetto teve a sua primeira paragem à esquerda, na plataforma “Ferrovia”, que serve a Gare ferroviária de Santa Lucia, onde entrou muita gente.

Após a partida e logo a seguir observa-se do mesmo lado, a bonita fachada em estilo barroco veneziano da Igreja de Santa Maria de Nazaré, conhecida em Venezia por Chiesa degli Scalzi, que deve a sua origem à instalação de um Convento de Carmelitas Descalças na laguna. À sua frente destaca-se a elegante Ponte degli Scalzi, uma das quatro pontes pedestres sobre o Grande Canal, que serve a Stazione di Santa Lucia, a principal estação ferroviária de Venezia, e o principal acesso à cidade por transporte ferroviário.
Até ao séc. XVIII apenas uma ponte atravessava o Grande Canal, a Ponte Rialto, a mais bela de todas. Mais tarde foram construídas outras duas pontes, a Ponte degli Scalzi e a Ponte dell'Accademia, sendo recentemente construída a quarta ponte, uma estilizada, larga e controversa ponte desenhada por Santiago Calatrava, a já referida Ponte della Costituzione, que liga a estação de comboios à área aberta a veículos da Piazzale Roma.

Dali em diante observam-se as muitas e bonitas fachadas dos vários edifícios coloridos e de outros com fachadas mais ricas e rendilhadas, que nos acompanham quer pela margem direita, quer pela margem esquerda.
Depois aparece-nos o Riva di Biasio um passeio na margem direita, uma espécie de cais empedrado, com uma pequena escadaria que dá acesso às gôndolas que ali estacionam, amarradas a vários troncos verticais, que lhes servem de ancoradouro, junto do Riva di Biasio.

À sua frente, na margem esquerda, observa-se a parte de trás da Chiesa di San Geremia, localizada no Sestiere de Cannaregio, com seu imponente e antigo Campanille. A Chiesa di San Geremia é um importante edifício religioso, que abriga muitas obras de arte. É popular como a sede do culto de Santa Luzia de Siracusa, cujas relíquias e restos mortais estão ali alojados. Do seu lado esquerdo, observa-se o encontro do Canale di Cannaregio, com o Grande Canal. O Canale di Cannaregio é uma rua fluvial importante com boa largura, onde se observa a pouca distância a Ponte degli Gugli, a primeira das duas pontes deste canal.
Atrás da Chiesa di San Geremia, no início da junção do do Canale di Cannaregio com o Grande Canal, observa-se o Palazzo Labia colado ao Campanille da Chiesa di San Geremia. O Palazzo Labia é uma mansão barroca que foi construída na década de 1690. Este palácio tem a sua fachada principal voltada para o Grande Canal. No entanto o seu grandioso e comprido alçado lateral esquerdo está virado para o Canale di Cannaregio.

O palácio foi originalmente de comerciantes espanhóis. A família comprou um título aristocrático do séc. XVIII, ascendendo assim à nobreza veneziana. A fachada principal e as laterais são iguais o que é pouco incomum para um palácio veneziano. Essa extravagância fornece uma indicação da enorme riqueza da família a que pertencia. Foi projetado por Andrea Cominelli e possui uma loggia e dois "Piani Nobili" com altas janelas em arco, balaustradas e pilastras, que criam um efeito de claro-escuro surprendente.

Logo após a passagem pelo cruzamento aquático do Canale di Cannaregio com o Grande Canal aparece-nos à esquerda o Palazzo Corner-Contarini. Este palácio é também conhecido por Palazzo Corner della Ca’ Granda ou simplesmente Ca’ Granda e é um dos melhores exemplos da alta arquitetura renascentista veneziana. É hoje a sede da Prefettura (Câmara Municipal de Venezia). Este palácio enorme (daí o seu nome "Ca' Granda" - casa grande) foi construído no séc. XVI, por Jacopo Sansovino, um mestre-construtor italiano e escultor, para a família Cornaro. A sua fachada principal com colunas jónicas no primeiro piso e colunas coríntias no segundo piso, encontra-se virada para o Grande Canal. O interior foi restaurado e modificado no séc. XIX.


Um pouco mais adiante do lado esquerdo, observa-se mais um cais fixo e empedrado, o Rive San Marcuola, que serve de ancoradouro para o acesso ao Campo San Marcuola, o pátio em frente da antiga Chiesa di San Marcuola, mas muito mais pequeno que o anterior Rive di Biasio.A Chiesa di San Marcuola é uma igreja fundada no século IX. A mão direita pertencente aos restos mortais de São João Batista estava ali guardada, mas a igreja foi queimada no século XIV, sendo reconstruída no séc. XVIII, pelos arquitetos Giorgio Massari e Antonio Gaspari, mas a sua fachada não foi concluída. A igreja encerra um famosa “Última Ceia” de Tintoretto (1547), com Cristo e os apóstolos, iluminados sobre um fundo preto, no que parece ser uma versão teatral da história do Novo Testamento.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.planetware.com / Mapa de Venezia

Visita a Venezia - 1º Dia - Parte II

Após a compra dos cartões/passes dirigimo-nos para a plataforma onde apanharíamos o vaporetto para a Piazza San Marco, situada já no final do Grande Canal.


O Grande Canal inicia-se numa extremidade da laguna perto da Estação Ferroviária Santa Lucia e acaba na outra extremidade na Bacia de São Marcos. O seu percurso é feito num largo veio de água em forma de S, que atravessa a zona central (sestieri) e mais importante de Venezia. Tem 3.800 m de comprimento e uma largura que varia entre os 30 a 90 m, com uma profundidade média de cinco metros.

No primeiro dia de visita a Venezia, era nossa intenção percorrermos o Grande Canal com muita calma, em viagem lenta a fim de irmos gozando da sua incrível beleza, pois é um lugar de sonho onde a alma dá asas à fantasia e impõe a experiência de um sonho a realizar. O percurso faz-nos viver momentos sem folgo para conversas ou mesmo comentários, pois é um local de belezas sem fim, sendo difícil observar tudo o que se quer, pois o olhar e a mente não conseguem fazer todos os registos pretendidos. São momentos de grande intensidade onde não há lugar a indiferenças…

Por esse motivo é difícil comentar Venezia. Não há outras cidades que se lhe possam comparar. Quando lá estamos e a percorremos pela primeira vez, embora esperada, a sensação de diferença é tão incrível, que parece não estarmos exatamente numa cidade do nosso planeta.

O seu natural design é por si só inusitado, com canais que são usados como ruas e avenidas, num cenário absolutamente encantador. Impressiona o efeito estético belíssimo da combinação dos canais com os lindos palácios e prédios, que como belos nenúfares sobressaem da água turva da laguna.

A sua arquitetura hipnotiza, e os nossos olhos observam avidamente as belas fachadas habilidosamente esculpidas ou coloridas, bem como janelas e portas, emolduradas por desenhos geométricos ou coloridos.

O roteiro escolhido para este dia embora parecendo pouco ambicioso era por si só já bastante complicado, uma vez que há muito para ver e apreciar quer na travessia do Grande Canal até se chegar à Piazza San Marco, o destino turístico mais importante da cidade, quer ainda na visita à Piazza San Marco.

Ali encontra-se a belíssima Basílica di San Marco, uma das mais belas basílicas do mundo e o seu enorme Campanile, o belo e inesquécivel Palazzo Ducale (Palácio dos Doges), com as suas inúmeras obras de arte e onde se encontra a Ponte dos suspiros que o liga à Prigioni Nove, a Torre dell’Orologio (Torre do Relógio) e claro os seus elegantes e carísimos restaurantes-bares onde nos podemos deliciar com excelente música erudita, tocada ao vivo por quintetos das mais variadas nacionalidades.

Fonte: Wikipédia.org / http://www.comune.venezia.it