Teatro Museu Gala Salvador Dalí

Costuma-se dizer que “o melhor fica sempre para o fim”. Assim foi, guardámos a visita a este magnífico museu para o final das nossas férias de Natal... O Teatro Museu Gala Salvador Dalí, é uma Casa Museu, que há muito queria visitar e nunca tinha tido oportunidade para o fazer. A nossa visita a este museu, deixou-nos encantados com todo o espectáculo que se vive no seu interior, que é absolutamente incrível!

O museu situado em Figueres, terra natal de Dali, foi todo criado pelo próprio Salvador Dalí com a ajuda de um arquitecto seu amigo, a partir das ruínas do teatro da cidade, deixadas pelas bombas da Guerra Civil Espanhola. O museu abriu em 1974 e foi ampliado nos anos 80 e é o mais visitado museu de Espanha, depois do Museu do Prado. É uma obra-prima e no seu interior tudo se pode considerar Arte: pinturas, esculturas, jóias e até a própria arquitectura do edifício...
Este Museu foi também o “sonho paranóico” de Salvador Dalí que, como ele próprio referia, era a forma como desejava que qualquer visitante saísse depois de visitar o seu Teatro Museu, como saindo de um verdadeiro sonho paranóico. Desde a entrada, até à saída o museu possui pormenores que só vindos de um génio poderiam ser idealizados e realizados.

A ida ao Teatro Museu Salvador Dalí é sem duvida uma experiência alucinante, para além das fantásticas obras do mestre do Surrealismo, todo o museu é por si só uma experiência surreal, mas também uma experiência maravilhosa. O próprio fez questão de o decorar com as mais bizarras figuras, instalações, esculturas e de demais objectos de arte que realizou propositadamente para o rechear.

Esta Casa Museu contém a maior e mais completa colecção de obras de Salvador Dalí do mundo. Nem todas as obras são do pintor surrealista e nenhum dos seus melhores trabalhos se encontra ali. Além de pinturas de todas as décadas da sua carreira, também abriga inúmeras esculturas, colagens e tapeçarias.

A meio da exposição podemos encontrar uma sala/quarto no mínimo bizarra e excêntrica, homenagem do pintor a uma actriz americana, que para se observar a real intenção do artista, quando o concebeu, tem que se subir uma escada e quando se observa o conjunto de cima podemos ver o rosto da actriz Mae West. Um espanto!...

O próprio edifício do museu é também... surrealista. As pinturas e esculturas podem ser classificadas entre inusitadas ou completamente bizarras, mas sem dúvida belas e primorosas obras de arte... Um dos meus quadros favoritos de Salvador Dalí, "A Persistência da Memória", que também lá se encontrava, ou melhor, uma miniatura algo diferente e mais pequena, baseada no original, porque o verdadeiro não se encontra neste museu e é muito maior. Nesta obra, as imagens flácidas dos relógios que se dobram, mas não se desfazem, e que evocam a obsessão humana com a passagem do tempo e com a memória, foi segundo Dalí, um quadro que levou apenas 2 horas para a ser pintado. Gala, a sua mulher e "Musa", ao voltar do cinema, quando o avistou, afirmou que "quem visse esta pintura jamais a esqueceria".

Logo à entrada podemos ver o Cadillac preto, designado de "Táxi Chuvoso" e uma escultura do artista, que é um monumento apropriado para o homem que ali está sepultado. Na ampla sala que se segue avista-se um quadro que preenche toda a parede e que parece convidar a entrar naquele “sonho”. Depois é só vivê-lo em catadupa... De sala em sala...De corredor em corredor...

Nesta grande sala, podemos ver ainda ao fundo, ao centro de três arcadas e ao fundo da arcada central, um quadro deveras surpreendente, que parece feito por um qualquer programa de computador próprio para trabalhar imagens, que só um génio como Dalí seria capaz de o conceber. Trata-se de uma imagem que no centro apresenta um nu perfeito de Gala, sua mulher, mas ao tentarmos fotografa-lo, aparece-nos a imagem de Abraham Lincoln, décimo sexto presidente dos Estados Unidos da América, e deixa de se ver Gala. Uma maravilha!...

Qualquer canto é especial, porque em todo lado há ARTE. As três horas que passaram a correr, em que viajámos por aquele mundo tão próprio de Salvador Dalí, levou-nos a sair pensando... “Hei-de cá voltar... muitas vezes”... É assim o Museu Dalí... Quando se sai, a imensa sensação de preenchimento total ou quiçá vazio, é inevitável!...


Figueres - A Terra Natal de Salvador Dalí

A viagem de regresso pelo Sul de França, fez-se durante toda a tarde e principio da noite do primeiro dia do ano de 2009. Atravessámos todo o Sul de França, com algumas breves paragens para se fotografar a paisagem ou para se petiscar qualquer coisita. No caminho também foram feitas as compras finais de perfumes e cosméticos à base de lavanda, de que tanto gosto.
No final do dia, já depois da noite ter caído, detivemo-nos na cidade de Figueres já em Espanha, perto da fronteira com a França. A noite em Figueres esperava-nos numa calma profunda, não se vendo vivalma. Depois de várias voltas pela cidade para se fazer o seu reconhecimento, foi escolhido para a pernoita, um grande e sossegado parque de estacionamento junto ao Parc Bosc, a cerca de 120 metros do Teatre Museu Gala Salvador Dalí, que no dia seguinte se revelou buliçoso devido ao movimento frenético de carros que chegavam e partiam a todo o momento.

Figueres, o local que viu nascer o famoso pintor Salvador Dalí, que também ali morreu, em 1989, faz parte da região que foi também uma espécie de pano de fundo para grande parte de sua obra. Situa-se na fértil planície fluvial de Empordà na província de Girona, no nordeste de Espanha, perfeitamente localizada a poucos quilómetros das praias da Costa Brava, abençoadas pelo glorioso sol da Catalunha, e perto da sua capital, pois a cidade fica a cerca de 100 km ao norte de Barcelona.

Figueres encontra-se submersa na cultura catalã, que é celebrada com fervor através de uma série de festivais, eventos e exposições ao longo do ano. É uma cidade muito agradável, com suas ruelas e ruas movimentadas, cheias de turistas que aqui se deslocam para visitar, tal como nós, o "Teatre Museu Gala Salvador Dalí".
As ruas de Figueres estão repletas de excelentes restaurantes catalães que servem delícias da gastronomia local com fortes influências espanholas e francesas, pelo que não deixámos a cidade sem experimentar duas das suas afamadas paellas.
A cidade tem excelentes lojas de recordações, com réplicas das obras de Dalí, de onde não saí sem comprar um dos célebres relógios moles de Dalí. A animação nocturna em Figueres é também de grande qualidade, com entretenimento para todos os gostos. A quinta-feira é dia de mercado em Figueres, que é a oportunidade ideal para comprar e experimentar os seus deliciosos produtos regionais.

La Moyenne Corniche



Quer seja a partir do cinema, da história da actriz Grace Kelly que de um dia para o outro se transformou em princesa do Mónaco, ou a partir da visita às cidades da Côte d'Azur, a Grande Corniche para muitos é apenas uma estrada. Mas não...

Entre Nice e Menton montanhas descem directamente para o Mediterrâneo. Três estradas foram construídas entre estas duas cidades. A estrada de la Corniche Grande, já percorrida por nós numa anterior viagem até Génova, é construída a grande altitude, por vezes com altitudes superiores a 400 metros, com belíssimas vistas para o mar e cidades próximas.

A Moyenne Corniche é igualmente interessante, e foi a percorrida por nós nesta viagem, de onde se desfrutam magníficas paisagens. A estrada de la Corniche Baixa (ou Route du littoral) é a que percorre todas as cidades e todas as aldeias do litoral, junto ao mar Mediterrâneo.

La Moyenne Corniche é a majestosa estrada que tal como o vento, cavalga a crista montanhosa junto à costa, a partir de Nice até Este de Menton e que nós na viagem de regresso a casa tivemos tempo para melhor observar, pois já tínhamos visitado as cidades à ida até Menton. É uma estrada sem paralelo, constituída por uma elegante estrada a meia encosta, que liga à estrada direita e abaixo da costa, a "Basse Corniche", no sopé da serra.

Dela se avistam várias vilas e cidades maravilhosas, desde o Mónaco, como Le Cap Ferrat e Villefranche-sur-Mer, que fica numa íngreme colina que contorna um curvo porto natural, sendo esta talvez a melhor imagem para descrever Villefranche-sur-Mer, um dos destinos mais aconchegantes da Côte d'Azur.

Protegida por uma cidadela do século XVI, Villefranche acolhe os visitantes em ruas sinuosas que descem do alto da colina, em direção ao mar, cercadas por muros. Um pouco mais adiante, a oeste, encontra-se a cidade vizinha de Villefranche, Beaulieu-sur-Mer, que é um belo lugar que já fez parte de Villefranche, da qual se separou em 1891, tornando-se independente.

Depois encontramos várias lindas cidades, como Nice, Vence, Saint Paul de Vence e Cagnes sur Mer, Antibes e Juan les Pins, Le Cap d'Antibes, Cannes e muitas outras até Saint Tropez.

Mas a Grande Corniche é também um parque com um labirinto de trilhas, com uma "Maison de la Nature" para informação de visitantes, oferecendo uma grande e detalhada diversidade de trilhos nas montanhas do Mercantour para caminhadas para observação de paisagens de tirar o fôlego, nas arredondadas colinas que estas montanhas formam.

Para além de tudo isto, para os amantes das observações de aves, o Parc de la Grande Corniche oferece a oportunidade de marcar uma águia ocasional, uma grande coruja, ou outra ave que paire por cima de nós.

Desde as estradas em direcção ao mar, do litoral de San Remo até à península de St Tropez, este novelo de estradas brilham à distância. Há até quem diga que num dia muito claro, talvez mesmo da ilha de Córsega, podem observar-se estas estradas, de forma sinuosa e fraca flutuando sobre o horizonte das curvaturas montanhosas do litoral continental...

Menton

Menton é uma pequena cidade vizinha do principado do Mónaco que tem um estilo Mediterrâneo, com uma forte influência italiana (a fronteira é apenas a três quilómetros de distância). A cidade velha supervisiona a baía, que se situa entre Cap Martin e Cap Mortola.

Menton é uma estância balnear formada pela Igreja de São Miguel e o seu casario muito característico que formam um todo de uma formosura quase indescritível. A cidade no Inverno, mantém usualmente numerosos eventos culturais.

Até meados do século XIX, Menton fazia parte do Principado do Mónaco, mas a cidade foi separada em 1860, tornando-se parte da França. Rumo ao oeste a estrada leva à Roquebrune e Cap Martin. Roquebrune é uma aldeia medieval que mantém um castelo muito antigo, do século X, que não visitámos por falta de tempo.

O Fim de Ano no Mónaco


Para passarmos o nosso dia e noite de final de ano de 2008, foi escolhida a zona junto à Marina de Monte Carlo, também designada de Porto de Hércules. À volta do Porto de Hércules, estende-se o bairro de La Condamine caracterizado por uma actividade comercial intensa, com muitas cafés, restaurantes e esplanadas.
La Condamine é o segundo bairro mais antigo do Mónaco, e o seu nome provem da Idade Média e significa o solo arável ao pé de uma aldeia ou de um castelo. Primeiro, encontra-se o mercado coberto da Place d'Armes, totalmente renovado, que proporciona um espaço de convívio, ao mesmo tempo moderno e funcional. Perpendicular à artéria comercial da rua Grimaldi, estende-se a zona de peões da rua Princesse Caroline constituída de numerosas lojas, ordenamentos paisagísticos e esplanadas de cafés, que revela ser uma passagem agradável para o Quai Albert I e a zona do porto.

No coração de uma baía natural onde os navegadores fenícios já tinham por hábito fazer escala, o Porto do Mónaco faz parte da cidade desde que o Príncipe Alberto I, instituiu em 1900 uma comissão encarregue pela construção de um porto que fornecesse um abrigo aos vários iates de recreio estacionados na Côte d'Azur, constituindo também uma saída para o comércio da região.
Nos anos 60, foram empreendidos estudos para melhorar a protecção do plano de água, dispondo, de diques implementados ao largo, sendo feito também um novo dique destinado a proteger o porto das marés provenientes do sector Leste. Estes estudos acabaram por levar, nos anos 80, à implementação de um procedimento chamado "muro de água fixo", através da construção de um dique semi-flutuante de 352 metros de comprimento.

As obras terminaram em Julho de 2002, tornando o porto de la Condamine ou Porto Hércules, com estas novas infra-estruturas de acolhimento, num dos maiores portos de recreio do Mediterrâneo, e contribuindo assim para o desenvolvimento da paisagem urbana e a economia do bairro de la Condamine, actualmente principal eixo do desenvolvimento económico do Principado do Mónaco.
Na foz do vale Vallon des Gaumates encontra-se a Capela Votiva, dedicada à santa padroeira do Mónaco e da Família Principesca. A capela da Santa Devota, foi construída no século XI, onde decorrem, todos os anos, no dia 27 de Janeiro, cerimónias em sua memória.

Para nós esta singela capela, serviu-nos de abrigo no final da tarde de fim de ano, que decorreu muito chuvosa, permitindo-nos assistir a uma belíssima missa rezada por um padre já ancião, com um ar boníssimo, que no final da homília, veio para a porta da capela, não só despedir-se de todos os fiéis que à missa assistiram, mas também desejar a todos um Bom Ano de 2009.

Foi aqui neste glamoroso local, que ainda durante o dia, escolhemos o café/restaurante mais bonito e simpático da Marina de Monte Carlo, onde iríamos passar a nossa noite de réveillon. Aqui ao início da noite, fomos carinhosamente recebidos por todos os funcionários e pelo dono do restaurante, onde durante toda a noite fomos mimados, sem esquecer a simpatia das restantes pessoas que tal como nós tinham escolhido o mesmo local para passar o réveillon.

Esta escolha, resultou melhor do que inicialmente tinhamos previsto, resultando num belíssimo final de ano, com o restaurante/bar cheio de gente jovem onde se degustou um menu de cozinha francesa absolutamente primoroso, que mais parecia não ter fim, regado com champanhe da melhor qualidade.

A Marina de Monte Carlo, é um local sinónimo de festa e famoso pelos quatro cantos do planeta por aliar um mar de um azul paradisíaco, gente bonita, restaurantes primorosos e uma noite dentro das casas nocturnas preparadas para o réveillon, para lá de agitada. No entanto e talvez devido ao tempo chuvoso que se fazia sentir, a cidade estava calma. Uma calma tão gostosa que me é difícil pensar nestes momentos lá vividos, sem uma enorme saudade.

Aqui onde milionários de todo o planeta, gostam de se encontrar, sem contudo se fazerem notar, tornando o local de uma simplicidade e tranquilidade impar, sem contudo deixar de ser ao mesmo tempo glamoroso. Afinal, este local proporciona o tradicional réveillon à beira-mar, com direito a contagem regressiva num grande ecrã situado na encosta onde se encontra o palácio, fogos de artifício, que em meu entender são bastante pobres para o local em causa, embora o som do buzinão que provem de centenas de iates, que se faz tradicionalmente ouvir à meia noite, seja um espectáculo fascinante e inesquecível.

Após a saída do restaurante, continuámos a festa no exterior, com as muitas actividades preparadas pelo principado, para o Natal e o Fim do Ano. Além de uma pista de gelo, encontrámos várias lojinhas de artesanato e de comes e bebes, como é comum em todas as cidades de França na época de Natal. A Vila Natal em tudo idêntica à sua homónima da nossa vila de Óbidos, garantia aos menos endinheirados uma festa tão ou mais divertida que a festa vivida dentro dos locais de caros réveillons...

O Grand Casino do Mónaco

Num mero rochedo no extremo leste da Provença, numa cidade escarpada sobre o Mediterrâneo, que se tornaria num território de inevitável sedução, num “principado de sonho”, e num país quase “irreal”, nasce o primeiro Casino de Monte Carlo.

Na segunda metade do século XIX, o Mónaco possuía uma economia frágil e instável, constantemente abalada pelas extravagâncias de seus governantes. Coube ao príncipe Carlos III, encomendar ao famoso arquitecto Charles Garnier, (também responsável pela Ópera de Paris), o projecto do grandioso edifício que abrigaria o primeiro Casino de Mónaco, a ser instalado no alto de um penhasco com uma maravilhosa vista da marina.

Inaugurado em 1878, ao qual deram mais tarde o nome de Casino de Monte Carlo, em honra do príncipe Carlos III, os seus luxuosos salões abrigavam visitantes nobres, milionários e aventureiros vindos de toda a parte para tentar a sua sorte, neste que acabou por ficar conhecido como o “pátio de recreio” dos ricos da época.

Graças ao seu casino, o Mónaco alcançou a estabilidade económica e financeira, apesar de ter a sua reputação seriamente abalada, demorando anos para recuperá-la. O sucesso do casino foi tal, que proporcionou ao príncipe lucros imensos e possibilitou a abolição dos impostos em 1869. Hoje o Casino de Monte Carlo é considerado a maior atracção do principado, recebendo desde turistas a grandes jogadores com acesso a exclusivas salas de apostas.

O casino foi concebido para ser um local dedicado à "arte dos jogos de azar", e trata-se de um edifício impressionante. O seu interior, em estilo "Belle Époque", lembra o tempo em que aqui se encontravam príncipes, aristocratas e aventureiros. Está rodeado de magníficos jardins e oferece uma vista soberba sobre a baía de Monte Carlo.

O edifício foi construído em 1863, com vista para o mar Mediterrâneo. No seu interior destacam-se: O "Atrium", pavimentado a mármore e com paredes de mármore pintadas a ouro, é cercado por 28 colunas em ónix e conduz ao auditório da ópera.
Actualmente as slots machines ocupam a Salle Blanche, e as roletas a Salle Europe, que por um preço módico se podem visitar, sendo o jogo, no entanto, para os mais afortunados. As salas destinadas ao jogo, compreendem uma sucessão de várias divisões, que nos apresentam vitrais, decorações fantásticas, admiráveis esculturas, várias pinturas alegóricas e candeeiros em bronze.

O Auditório da Ópera, também chamado "Salle Garnier", está decorado a vermelho e dourado, com uma profusão de baixos-relevos, frescos e esculturas. Aqui, há mais de um século, decorrem espectáculos internacionais de ópera, ballet e concertos de música.

Se olharmos para cima, nos telhados, podemos observar um impressionante trabalho de Victor Vasarely (pintor e escultor húngaro radicado na França, que faleceu em 1997, considerado o "pai da OP ART", abreviatura da Optical Art), com peças cerâmicas, geométricas e multicoloridas, que decoram os telhados do Centro de Convenções e do Auditório.

A parte de trás do Casino, em frente ao mar, está rodeada de terraços ensolarados. Em todo o exterior do casino podemos ver magníficos canteiros e relvados intercalados com lagos e repuxos de água, formando jardins de encosta que descem suavemente em direcção da rua comercial da cidade, formando uma perspectiva muito admirada por visitantes de todo o mundo.

Mónaco, o Rochedo mítico




Chegámos ao Mónaco no dia 30 de Dezembro. Embora a distância entre Nice e o Mónaco seja curta, a nossa chegada ao Mónaco fez-se já de noite, e como é nosso custume, fomos procurar o lugar onde pernoitar.
Parques para autocaravanas no Mónaco não existem ao ar livre, só existindo para estas, um parque subterrâneo, onde não se pode pernoitar. Assim sendo e depois de uma boa visita pela cidade de Monte Carlo, que é fabulosa à noite e que a essa hora já se encontrava vazia de trânsito e de gente, rumámos à cidade vizinha de Menton, onde encontrámos um bom parque a meia encosta, virado para o Mediterrâneo e com vista para uma das praias privadas da cidade. Aqui neste lugar bem sossegado, ficámos estacionados duas noites, fazendo o percurso para Monte Carlo de mota.
O Principado do Mónaco e o seu famosíssimo Rochedo estende-se entre a França e o Mediterrâneo. O prestígio e o renome deste atraente território encravado no território francês dos Alpes-Marítimos, vai muito para além das suas fronteiras, a propósito das quais a escritora Colette dizia que eram feitas de flores.

O espaço é limitado (195 ha), mas o sítio é encantador, ampliado em mais de 30 hectares entre 1969 e 1972 com terrenos ganhos ao mar, estende-se cerca de 3 km, ao longo da costa provençal. Protegido pelos contrafortes dos Alpes Marítimos ao longo de uma estreita faixa costeira de quatro quilómetros, (limitada pelos contrafortes montanhosos da Tête de Chien e do Monte Agel), com o seu clima temperado particularmente ameno e uma excepcional exposição ao sol de mais de 300 dias por ano, fazem do Mónaco uma terra de acolhimento por vocação.

O enclave está dividido em quatro zonas: A cidade velha, chamada de Mónaco Ville, é o local onde está o Palácio Real e o prédio do governo; La Condamine está situada aos pés da cidade velha, junto ao porto e com casas residenciais. A poucos minutos de La Condamine, está a capital Monte Carlo, cidade frequentada por gente famosa, artistas, desportistas de fama mundial e playboys europeus, possuindo diversos casinos e hotéis luxuosos. A última parte é o subúrbio industrial, chamado de Fontvieille.

Mónaco é um dos mais luxuosos locais de turismo do mundo. O minúsculo Principado é formado por quatro pequenos distritos, sendo o maior deles Monte Carlo, onde fica o famoso casino, devido ao qual o principado é sobretudo conhecido.

O primeiro casino, fundado em 1856, foi construído num promontório situado a norte do porto da antiga cidade, à qual deram mais tarde o nome de Monte Carlo, em honra do príncipe Carlos III. Este casino proporcionou ao príncipe lucros imensos e o sucesso foi tal que possibilitou a abolição de impostos em 1869.

Ainda hoje o Mónaco é um paraíso fiscal para alguns privilegiados, e os seus habitantes têm o rendimento per capita mais elevado do mundo. Conquistando algumas terras ao mar, o principado aumentou a sua superfície em 30%, mas mesmo assim é inferior ao Central Park de Nova York.

É o menor pais do mundo, depois da cidade do vaticano. Independente desde o século XIII, com alguns períodos de interrupção. Monte Carlo é uma cidade famosa pela sua sofisticação, pelos seus casinos e porque nas suas ruas se realiza o Grande Prêmio do Mónaco de Fórmula 1, sem dúvida um dos maiores eventos do país. O circuito pode ser percorrido por qualquer um de nós, o que é particularmente emocionante.

O rochedo do Mónaco, projectado sobre as águas do Mar Mediterrâneo, serviu de refúgio a várias populações primitivas. Os lígures, primeiros habitantes sedentários da região, eram montanheses acostumados a trabalhar em condições adversas.

A costa e o porto eram a saída para o mar de um destes povoados lígures, Oratelli de Peille. A região foi ocupada por fenícios, gregos e cartagineses. Inicialmente o Mónaco foi uma colónia grega, que posteriormente foi conquistada pelos romanos, no final do século II a.C..

Em 1191, Génova toma posse do território e, em 1297, o Sacro Império Romano-Germânico outorga o enclave a uma importante família genovesa, os Grimaldi, forçada ao exílio. A família francesa dos Goyon-Matignon sucede aos Grimaldi, adopta o seu nome e alinha Mónaco com a França.

Em 1793, a Monarquia Grimaldi é deposta pelo regime revolucionário da França, que anexa Mónaco. A família real retorna com a queda de Napoleão Bonaparte, em 1815. No ano seguinte, o Congresso de Viena coloca o Mónaco sob protecção do Reino da Sardenha, mas o território volta ao domínio francês em 1848.

Em 1861, um tratado restaura a soberania dos Grimaldi, em 1918, que prevê que a sucessão ao trono tenha a aprovação do governo francês e que, se a casa Grimaldi for extinta, o Principado se tornará ao protectorado francês...

Em 1962, o príncipe Rainier III outorga uma nova Constituição e estabelece um Parlamento eleito por sufrágio universal. O governo passa a ser dirigido por dois ministros, que devem ser cidadãos franceses e três conselheiros representantes do príncipe. Em 1993, o país torna-se membro da ONU e integra a União Europeia.

Apesar dos dramas familiares ilustrados por numerosos conflitos e até alguns assassinatos, a família Grimaldi, que festejou 700 anos, em 1997, é a dinastia mais antiga do mundo. O aniversário é em 8 de Janeiro, mas o apogeu das comemorações acontece durante três dias de festejos em Agosto.

O principado de Mónaco é um lugar ímpar, que nos remete a um mundo encantado, onde tudo funciona e onde“ todos são felizes”. O luxo e a beleza, principalmente a segurança faz-nos sentir como num conto-de-fadas...

Nice

Nice é muito mais do que a capital da Côte D'Azur, é a quinta maior cidade francesa e encerra uma rica arquitectura, além de ser um importante pólo cultural. Reúne os ricos e famosos de todo o mundo por causa de seu clima ameno, uma vegetação subtropical e o indescritível azul de seu mar, transformaram-na na maior estância da costa mediterrânica.

Localizada na baía dos Anjos, entre Mónaco e Cannes e distando apenas 30km da Itália, Nice é cortada pelos rios Pail lon e Magnan, que desaguam no Mar Mediterrâneo e tem como pano de fundo os Alpes.
Com lindas paisagens, a cidade é uma das mais turísticas de França e tem o segundo aeroporto mais movimentado do país. Cercada por lojas de alta costura e por Ferraris conversíveis por todos os lados, a cidade tem sotaque próprio e um estilo de vida glamoroso.

Nice foi fundada em 350 a.C. pelos gregos, para servir de entreposto comercial. A cidade de Nizza como se chamava naquela época, pertenceu à Itália até 1860 e esta influência italiana está presente na sua arquitectura, em especial nos edifícios da cidade antiga, junto da Colina do Château, que deve o seu nome ao castelo que em tempos aí existiu. Este bairro foi em grande parte restaurado, e os seus edifícios estreitos alojam galerias de arte, lojas e restaurantes.

A cidade também conta com muitos parques, museus e monumentos. Concentra ruínas romanas do século IV a.C. e cafés instalados em edifícios dos séculos XVII e XVIII, frequentados pela "beautiful people", que são a característica fundamental da cidade.

O seu passeio marítimo, a "Promenade des Anglais", que foi construído por volta de 1830, com fundos reunidos pela comunidade inglesa da cidade, é hoje uma estrada que se estende por 5 Km ao longo do mar, ladeada por praias de cascalho e um mar de um azul incrivel, de onde vem um premanente cheirinho a maresia, mas também rodeada de lojas, praças, galerias de arte e hotéis de luxo, como o Negresco, que evidencia a prosperidade de Nice.
Nesta viagem estivemos por duas vezes em Nice, uma quando íamos para o Mónaco e a outra quando fizemos o caminho de volta. Na segunda vez que por Nice passámos, era dia de Ano Novo e a multidão que ocupava a Promenade des Anglais, passeando ao sol de Inverno e gozando da brisa marítima, era imensa.
As suas praças de estilo veneziano estão sempre lotadas no Verão, até altas horas da madrugada. No entanto o seu Carnaval, em Fevereiro, é o ponto alto da animação de Nice, com 18 dias de festividades que terminam na terça-feira gorda, com carros alegóricos, um soberbo fogo de artifício e a famosa Batalha das Flores, que atrai visitantes de todo o mundo.

Discotecas sempre cheias fazem da vida nocturna da cidade uma das mais animadas da França. Em Nice, o sol aparece durante 300 dias por ano. E para aproveitar esse sol todo, a cidade oferece as suas lindas e famosas praias de cascalho.

A cidade também é uma excelente base para visitar outras atracções da Riviera, como Mónaco, Cannes, Antibes e Saint-Tropez, que ficam a pequena distância desta cidade. No interior, que não foi visitado por nós, por não haver tempo, há Grasse, berço do perfume francês, e Saint Paul de Vence, vila medieval, situada no alto de uma montanha da qual se tem a melhor vista da região.