Esta Casa Museu contém a maior e mais completa colecção de obras de Salvador Dalí do mundo. Nem todas as obras são do pintor surrealista e nenhum dos seus melhores trabalhos se encontra ali. Além de pinturas de todas as décadas da sua carreira, também abriga inúmeras esculturas, colagens e tapeçarias.
A meio da exposição podemos encontrar uma sala/quarto no mínimo bizarra e excêntrica, homenagem do pintor a uma actriz americana, que para se observar a real intenção do artista, quando o concebeu, tem que se subir uma escada e quando se observa o conjunto de cima podemos ver o rosto da actriz Mae West. Um espanto!...
O próprio edifício do museu é também... surrealista. As pinturas e esculturas podem ser classificadas entre inusitadas ou completamente bizarras, mas sem dúvida belas e primorosas obras de arte... Um dos meus quadros favoritos de Salvador Dalí, "A Persistência da Memória", que também lá se encontrava, ou melhor, uma miniatura algo diferente e mais pequena, baseada no original, porque o verdadeiro não se encontra neste museu e é muito maior. Nesta obra, as imagens flácidas dos relógios que se dobram, mas não se desfazem, e que evocam a obsessão humana com a passagem do tempo e com a memória, foi segundo Dalí, um quadro que levou apenas 2 horas para a ser pintado. Gala, a sua mulher e "Musa", ao voltar do cinema, quando o avistou, afirmou que "quem visse esta pintura jamais a esqueceria".
Logo à entrada podemos ver o Cadillac preto, designado de "Táxi Chuvoso" e uma escultura do artista, que é um monumento apropriado para o homem que ali está sepultado. Na ampla sala que se segue avista-se um quadro que preenche toda a parede e que parece convidar a entrar naquele “sonho”. Depois é só vivê-lo em catadupa... De sala em sala...De corredor em corredor...
Nesta grande sala, podemos ver ainda ao fundo, ao centro de três arcadas e ao fundo da arcada central, um quadro deveras surpreendente, que parece feito por um qualquer programa de computador próprio para trabalhar imagens, que só um génio como Dalí seria capaz de o conceber. Trata-se de uma imagem que no centro apresenta um nu perfeito de Gala, sua mulher, mas ao tentarmos fotografa-lo, aparece-nos a imagem de Abraham Lincoln, décimo sexto presidente dos Estados Unidos da América, e deixa de se ver Gala. Uma maravilha!...
Qualquer canto é especial, porque em todo lado há ARTE. As três horas que passaram a correr, em que viajámos por aquele mundo tão próprio de Salvador Dalí, levou-nos a sair pensando... “Hei-de cá voltar... muitas vezes”... É assim o Museu Dalí... Quando se sai, a imensa sensação de preenchimento total ou quiçá vazio, é inevitável!...
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