Para passarmos o nosso dia e noite de final de ano de 2008, foi escolhida a zona junto à Marina de Monte Carlo, também designada de Porto de Hércules. À volta do Porto de Hércules, estende-se o bairro de La Condamine caracterizado por uma actividade comercial intensa, com muitas cafés, restaurantes e esplanadas.
La Condamine é o segundo bairro mais antigo do Mónaco, e o seu nome provem da
Idade Média e significa o solo arável ao pé de uma aldeia ou de um castelo. Primeiro, encontra-se o mercado coberto da
Place d'Armes, totalmente renovado, que proporciona um espaço de convívio, ao mesmo tempo moderno e funcional. Perpendicular à artéria comercial da
rua Grimaldi, estende-se a zona de peões da
rua Princesse Caroline constituída de numerosas lojas, ordenamentos paisagísticos e esplanadas de cafés, que revela ser uma passagem agradável para o
Quai Albert I e a zona do porto.
No coração de uma baía natural onde os navegadores fenícios já tinham por hábito fazer escala, o Porto do Mónaco faz parte da cidade desde que o Príncipe Alberto I, instituiu em 1900 uma comissão encarregue pela construção de um porto que fornecesse um abrigo aos vários iates de recreio estacionados na Côte d'Azur, constituindo também uma saída para o comércio da região.
Nos anos 60, foram empreendidos estudos para melhorar a protecção do plano de água, dispondo, de diques implementados ao largo, sendo feito também um novo dique destinado a proteger o porto das marés provenientes do sector Leste. Estes estudos acabaram por levar, nos anos 80, à implementação de um procedimento chamado
"muro de água fixo", através da construção de um dique semi-flutuante de 352 metros de comprimento.
As obras terminaram em Julho de 2002, tornando o porto de la Condamine ou Porto Hércules, com estas novas infra-estruturas de acolhimento, num dos maiores portos de recreio do Mediterrâneo, e contribuindo assim para o desenvolvimento da paisagem urbana e a economia do bairro de la Condamine, actualmente principal eixo do desenvolvimento económico do Principado do Mónaco.
Na foz do vale Vallon des Gaumates encontra-se a Capela Votiva, dedicada à santa padroeira do Mónaco e da Família Principesca. A capela da Santa Devota, foi construída no século XI, onde decorrem, todos os anos, no dia 27 de Janeiro, cerimónias em sua memória.
Para nós esta singela capela, serviu-nos de abrigo no final da tarde de fim de ano, que decorreu muito chuvosa, permitindo-nos assistir a uma belíssima missa rezada por um padre já ancião, com um ar boníssimo, que no final da homília, veio para a porta da capela, não só despedir-se de todos os fiéis que à missa assistiram, mas também desejar a todos um Bom Ano de 2009.
Foi aqui neste glamoroso local, que ainda durante o dia, escolhemos o café/restaurante mais bonito e simpático da Marina de Monte Carlo, onde iríamos passar a nossa noite de réveillon. Aqui ao início da noite, fomos carinhosamente recebidos por todos os funcionários e pelo dono do restaurante, onde durante toda a noite fomos mimados, sem esquecer a simpatia das restantes pessoas que tal como nós tinham escolhido o mesmo local para passar o réveillon.
Esta escolha, resultou melhor do que inicialmente tinhamos previsto, resultando num belíssimo final de ano, com o restaurante/bar cheio de gente jovem onde se degustou um menu de cozinha francesa absolutamente primoroso, que mais parecia não ter fim, regado com champanhe da melhor qualidade.
A Marina de Monte Carlo, é um local sinónimo de festa e famoso pelos quatro cantos do planeta por aliar um mar de um azul paradisíaco, gente bonita, restaurantes primorosos e uma noite dentro das casas nocturnas preparadas para o réveillon, para lá de agitada. No entanto e talvez devido ao tempo chuvoso que se fazia sentir, a cidade estava calma. Uma calma tão gostosa que me é difícil pensar nestes momentos lá vividos, sem uma enorme saudade.
Aqui onde milionários de todo o planeta, gostam de se encontrar, sem contudo se fazerem notar, tornando o local de uma simplicidade e tranquilidade impar, sem contudo deixar de ser ao mesmo tempo glamoroso. Afinal, este local proporciona o tradicional réveillon à beira-mar, com direito a contagem regressiva num grande ecrã situado na encosta onde se encontra o palácio, fogos de artifício, que em meu entender são bastante pobres para o local em causa, embora o som do buzinão que provem de centenas de iates, que se faz tradicionalmente ouvir à meia noite, seja um espectáculo fascinante e inesquecível.
Após a saída do restaurante, continuámos a festa no exterior, com as muitas actividades preparadas pelo principado, para o Natal e o Fim do Ano. Além de uma pista de gelo, encontrámos várias lojinhas de artesanato e de comes e bebes, como é comum em todas as cidades de França na época de Natal. A
Vila Natal em tudo idêntica à sua homónima da nossa vila de
Óbidos, garantia aos menos endinheirados uma festa tão ou mais divertida que a festa vivida dentro dos locais de caros réveillons...
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