Mónaco, o Rochedo mítico




Chegámos ao Mónaco no dia 30 de Dezembro. Embora a distância entre Nice e o Mónaco seja curta, a nossa chegada ao Mónaco fez-se já de noite, e como é nosso custume, fomos procurar o lugar onde pernoitar.
Parques para autocaravanas no Mónaco não existem ao ar livre, só existindo para estas, um parque subterrâneo, onde não se pode pernoitar. Assim sendo e depois de uma boa visita pela cidade de Monte Carlo, que é fabulosa à noite e que a essa hora já se encontrava vazia de trânsito e de gente, rumámos à cidade vizinha de Menton, onde encontrámos um bom parque a meia encosta, virado para o Mediterrâneo e com vista para uma das praias privadas da cidade. Aqui neste lugar bem sossegado, ficámos estacionados duas noites, fazendo o percurso para Monte Carlo de mota.
O Principado do Mónaco e o seu famosíssimo Rochedo estende-se entre a França e o Mediterrâneo. O prestígio e o renome deste atraente território encravado no território francês dos Alpes-Marítimos, vai muito para além das suas fronteiras, a propósito das quais a escritora Colette dizia que eram feitas de flores.

O espaço é limitado (195 ha), mas o sítio é encantador, ampliado em mais de 30 hectares entre 1969 e 1972 com terrenos ganhos ao mar, estende-se cerca de 3 km, ao longo da costa provençal. Protegido pelos contrafortes dos Alpes Marítimos ao longo de uma estreita faixa costeira de quatro quilómetros, (limitada pelos contrafortes montanhosos da Tête de Chien e do Monte Agel), com o seu clima temperado particularmente ameno e uma excepcional exposição ao sol de mais de 300 dias por ano, fazem do Mónaco uma terra de acolhimento por vocação.

O enclave está dividido em quatro zonas: A cidade velha, chamada de Mónaco Ville, é o local onde está o Palácio Real e o prédio do governo; La Condamine está situada aos pés da cidade velha, junto ao porto e com casas residenciais. A poucos minutos de La Condamine, está a capital Monte Carlo, cidade frequentada por gente famosa, artistas, desportistas de fama mundial e playboys europeus, possuindo diversos casinos e hotéis luxuosos. A última parte é o subúrbio industrial, chamado de Fontvieille.

Mónaco é um dos mais luxuosos locais de turismo do mundo. O minúsculo Principado é formado por quatro pequenos distritos, sendo o maior deles Monte Carlo, onde fica o famoso casino, devido ao qual o principado é sobretudo conhecido.

O primeiro casino, fundado em 1856, foi construído num promontório situado a norte do porto da antiga cidade, à qual deram mais tarde o nome de Monte Carlo, em honra do príncipe Carlos III. Este casino proporcionou ao príncipe lucros imensos e o sucesso foi tal que possibilitou a abolição de impostos em 1869.

Ainda hoje o Mónaco é um paraíso fiscal para alguns privilegiados, e os seus habitantes têm o rendimento per capita mais elevado do mundo. Conquistando algumas terras ao mar, o principado aumentou a sua superfície em 30%, mas mesmo assim é inferior ao Central Park de Nova York.

É o menor pais do mundo, depois da cidade do vaticano. Independente desde o século XIII, com alguns períodos de interrupção. Monte Carlo é uma cidade famosa pela sua sofisticação, pelos seus casinos e porque nas suas ruas se realiza o Grande Prêmio do Mónaco de Fórmula 1, sem dúvida um dos maiores eventos do país. O circuito pode ser percorrido por qualquer um de nós, o que é particularmente emocionante.

O rochedo do Mónaco, projectado sobre as águas do Mar Mediterrâneo, serviu de refúgio a várias populações primitivas. Os lígures, primeiros habitantes sedentários da região, eram montanheses acostumados a trabalhar em condições adversas.

A costa e o porto eram a saída para o mar de um destes povoados lígures, Oratelli de Peille. A região foi ocupada por fenícios, gregos e cartagineses. Inicialmente o Mónaco foi uma colónia grega, que posteriormente foi conquistada pelos romanos, no final do século II a.C..

Em 1191, Génova toma posse do território e, em 1297, o Sacro Império Romano-Germânico outorga o enclave a uma importante família genovesa, os Grimaldi, forçada ao exílio. A família francesa dos Goyon-Matignon sucede aos Grimaldi, adopta o seu nome e alinha Mónaco com a França.

Em 1793, a Monarquia Grimaldi é deposta pelo regime revolucionário da França, que anexa Mónaco. A família real retorna com a queda de Napoleão Bonaparte, em 1815. No ano seguinte, o Congresso de Viena coloca o Mónaco sob protecção do Reino da Sardenha, mas o território volta ao domínio francês em 1848.

Em 1861, um tratado restaura a soberania dos Grimaldi, em 1918, que prevê que a sucessão ao trono tenha a aprovação do governo francês e que, se a casa Grimaldi for extinta, o Principado se tornará ao protectorado francês...

Em 1962, o príncipe Rainier III outorga uma nova Constituição e estabelece um Parlamento eleito por sufrágio universal. O governo passa a ser dirigido por dois ministros, que devem ser cidadãos franceses e três conselheiros representantes do príncipe. Em 1993, o país torna-se membro da ONU e integra a União Europeia.

Apesar dos dramas familiares ilustrados por numerosos conflitos e até alguns assassinatos, a família Grimaldi, que festejou 700 anos, em 1997, é a dinastia mais antiga do mundo. O aniversário é em 8 de Janeiro, mas o apogeu das comemorações acontece durante três dias de festejos em Agosto.

O principado de Mónaco é um lugar ímpar, que nos remete a um mundo encantado, onde tudo funciona e onde“ todos são felizes”. O luxo e a beleza, principalmente a segurança faz-nos sentir como num conto-de-fadas...

Nenhum comentário: