Ronda, a "Jóia da Andaluzia"

A chegada a Ronda é inesquecível. A rede de estradas montanhosas que ligam à cidade possuem um enorme valor paisagístico, uma vez que atravessam os numerosos passos de montanha da Cordilheira de Ronda, que oferecem aos viajantes vistas muito apreciadas por quem visita a região.

Ronda é uma cidade empoleirada na extremidade de uma cadeia montanhosa, a quem chamam a "Jóia da Andaluzia". A meseta rochosa está dividida ao meio pelo rio Guadalevín.

É uma das cidades de Espanha, com uma das localizações mais espectaculares, erguendo-se sobre uma maciça saliência rochosa, com precipícios calcários de ambos os lados, conhecido como "el Tajo de Ronda" (o penhasco de Ronda). A sua situação inexpugnável, fez com que a cidade fosse um dos últimos bastiões mouriscos a cair após a reconquista.

As duas vertentes deste desfiladeiro encontram-se ligadas através de três pontes, a Ponte Romana, a Ponte Nova e a Ponte Velha.

No lado Sul da Ponte Nova, encontra-se o velho "pueblo blanco", conhecido como "La Ciudad", de ruelas empedradas, grades nas janelas e as características paredes caiadas, onde se encontram a maioria dos locais históricos, há excepção da Plaza del Mercadillo, onde está situada a Praça de Touros, que fica do lado Norte da ponte.

A sua bela e alta ponte sobre o rio Guadalevín, a 120 metros acima da torrente, foi o local onde foram feitas as execuções públicas durante a Guerra Civil Espanhola, ao atiraram os simpatizantes republicanos pelo precipício abaixo. Este facto é mencionado por Hemingway em "Por quem os sinos dobram", um dos meus livros preferidos e que deu origem ao filme com o mesmo nome.

Diz a lenda que os corvos que habitam o precipício, são as almas de todos os que morreram naquele lugar. No século XVII, também eram ali atirados para baixo, os cavalos feridos nas touradas, uma barbaridade de arrepiar. E, até mesmo o arquitecto que a construiu, morreu nela, quando tentava apanhar seu chapéu, sendo arremessado para baixo por uma violenta rajada de vento. Hoje, felizmente, há grades nas partes mais baixas da ponte.

Ronda é famosa também por ser o berço das touradas e o grande toureiro Pedro Romero é seu filho mais ilustre, que tem a uma estátua em frente da Praça de Touros. Foi ele quem criou o estilo de tourada a pé, ao invés de montado a cavalo.

A Praça de Touros de Ronda é a praça rainha das touradas, na Andaluzia e foi inaugurada em 1785.

Pedro Romero é também conhecido por um acto que dizem, foi a base de inspiração para Prosper Mérimée, começar a escrever “Carmen”, a novela que deu origem à famosa ópera homónima de Georges Bizet.

A história conta que o famoso toureiro do séc. XVIII, encontrou sua mulher, Elena, nos braços de um amante. Ele esfaqueou o homem e arrastou a sua mulher pelas ruas da cidade até ao precipício, atirando-a lá para baixo.

Hemingway e Orson Welles, que lá está sepultado, adoravam as touradas em Ronda e ambos contribuíram muito para tornar a cidade famosa na década de 60. Diz-se que o estilo de tourear de Ronda, é menos exuberante que o estilo de Sevilha, mas com mais alma toureira.
Fonte: www.transauto.es/spanol/guia_turistica / costa-del-sol.costasur.com/pt/ronda

Ardales


Depois de deixarmos o vale do rio Guadalhorce e depois de descermos uma suave colina, avistámos a branca aldeia de Ardales.

Ardales está situada numa área que faz fronteira com as montanhas da Serrania de Ronda, os campos de Antequera e Vale do Guadalhorce, e é muito rica em arquitectura de herança mourisca, vestígios arqueológicos e recursos naturais.

A aldeia tem um sabor medieval e é dominada por um castelo e uma igreja, estendendo-se numa colina, que acaba num aglomerado escarpado, onde estão as ruínas do seu castelo.

A aldeia de Ardales desenvolveu-se então à volta de um cerro escarpado, onde se encontram até hoje as ruínas da antiga fortaleza árabe, mas o seu mais notável monumento é a Igreja de Ntra. Sra. de los Remedios, de finais do séc. XVI, que se destaca ao longe, no meio do casario branco.

A história de Ardales remonta à muito tempo atrás, pois seus povoadores à cerca de 20.000 anos a.C., deixaram a sua marca nas magníficas pinturas rupestres encontradas numa caverna, a Cueva de la Carinoria, que é um dos principais atractivos turísticos de Ardales.

Os romanos instalaram-se aqui mais tarde, fortificando o lugar com um castelo na zona conhecida como Peña de Ardales, que mais tarde foi conquistado pelos mouros e pelo seu líder Alhur al Tagafi, em 716, que nomeou a povoação de “Ard-Allah”, que significa "o jardim ou terra de Deus".

Ardales possui todas as características de um "pueblo blanco", destacando-se com a sua alva brancura ao longe, sob solo cor de ocre. É um lugar calmo, onde não se ouvem ruídos e onde o passar do tempo parece ser sempre igual.

A uns cinco quilómetros do casco urbano encontra-se a notável Cueva de Ardales, com destacadas pinturas rupestres, mas que não visitámos por falta de tempo.

Fonte: www.transauto.es/spanol/guia_turistica

Esquizofrenia social - A “loucura que assola a humanidade”

Isto de sermos ou não “doentes” é uma questão de saber quem estabeleceu as referências para a normalidade. Considerei como “normalidade” um estado de satisfação e felicidade: a visão de um ser lúcido-lúdico, em comunhão com os seus iguais neste mundo, considerando-o como uma passagem.

Olhando de frente o que estamos vivendo, o que se percebe é uma sociedade com aspectos muito nebulosos na demonstração de sua sanidade. Uma alegria verdadeira é o que parece acontecer muito raramente. Estamos, de facto, todos, muito comprometidos.

A ética da sobrevivência é o antídoto para a situação que procurei expôr. Considerando o fenómeno da globalização, a informação mundializada, a perda dos espaços públicos, a exposição constante na mídia, a única saída é tentarmos ser escandalosamente coerentes - se não vamos, rapidamente, perder a credibilidade.

A esquizofrenia social que estamos vivendo não é um fenómeno novo, mas, historicamente, trata-se da primeira vez em que ela é exposta, devassada, sem hipocrisia, e isto é assustador. Olhamos ao redor e o que vemos é um mundo muito feio.

A esquizofrenia social nasce no berço, de pais perversamente despreparados, de uma sociedade com valores cruéis ou sem valores. Mudar isso é uma questão de urgência, se pretendemos ainda ter alguma possibilidade de viver com qualidade o futuro próximo.

Não se trata de uma busca do ideal, mas do equilíbrio. Podemos tentar dar mais e melhor atenção ao nosso entorno. Podemos criar uma nova onda, por exemplo, considerando como “brega” o desapreço pela criança e ao seu futuro.

Podemos lidar com a consciência da necessidade de políticas públicas que protejam a infância e a formação dos nossos cidadãos, sem que isso pareça pieguice, jogo de poder, hipocrisia ou mesmo algo messiânico.
Da mesma forma com que já se conseguiu implantar uma certa indignação social em relação às questões ecológicas, vamos trazer a pessoa para o centro deste movimento a favor de uma ecologia ainda maior.

Elza Pádua
(Elza Pádua é graduada em Comunicação Social pela PUC – Rio e em Administração de Empresas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas. Concluiu mestrado em comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde trabalhou com temas como feminismo e sociologia. Concluiu o doutorado em Psicologia Social na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde iniciou sua pesquisa sobre esquizofrenia social. Elza também é autora do Seminário “Nós - os canibais”, apresentado na Universidade Federal Fluminense, e do artigo “O descaminho da mulher”, publicado pelo Departamento de Estudos da Mulher de Washington, nos Estados Unidos.)

Os Pueblos Blancos

Um dos mais belos roteiros da Andaluzia é o "Rota dos Pueblos Blancos", ou Rota das Cidades Brancas, por serem caiadas de branco, de acordo com a tradição moura.

A rota atravessa a Sierra de Grazalema, a Serrania de Ronda e Los Alcornocales. São cidades pequenas e médias, aninhadas no topo de montanhas e quase todas ao redor de um castelo. Os telhados vermelhos e as ruas estreitas são características típicas.
No caminho entre estas povoações, a paisagem muda de maneira dramática o tempo todo. Colinas verdejantes dão lugar a montanhas com aparência de paisagem lunar, para serem rapidamente substituídas por prados com massas de cássias amarelas ou quilómetros e quilómetros de olivais. Uma hora são bosques de carvalhos e figueiras, meia hora depois, vastas áreas agrícolas.
Muitas destas aldeias foram fundadas por tribos berberes que se fixaram na região durante os oito séculos de presença moura. Eram agricultores que cultivaram as terras onde se estabeleceram na Andaluzia, uma terra com cores semelhantes à que tinham deixado para trás, no Norte de África. São ainda hoje povoados na maioria agrícolas, que possuem muitas referências do seu passado mourisco.
Por causa da constante ameaça de ataque, uma vez que já se tinha iniciado a Reconquista, foram obrigados a escolher os locais mais elevadas e fáceis de defender e para isso estas aldeias cresceram no cimo de colinas, ou até mesmo no cimo de penhascos escarpados à volta de castelos.

Então, uma coisa está garantida em qualquer destas aldeias é uma nobre e privilegiada localização, com uma vista maravilhosa. Pena o tempo ter sido pouco, só nos dando a possibilidade de conhecermos três das mais famosas povoações que pertencem aos Pueblos Blancos, Ardales, Ronda, onde passámos a passagem de ano e Setenil de Las Bodegas, ficando as outras para uma próxima viagem.

Fonte: www.rusticblue.com

A Garganta del Chorro

No dia seguinte à chegada a El Chorro e depois do almoço, fomos visitar o desfiladeiro, com a garganta do mesmo nome.

A Garganta del Chorro é um desfiladeiro de pedra calcária, através do qual passa o rio Guadalhorce. É um local de uma beleza sufocante, bizarra mas ao mesmo tempo emocionante, dando vontade de só sair de lá, depois de tudo bem explorado. Mas isso só se pode fazer com equipamento adequado e a ajuda de guias experientes.

A paisagem circundante apresenta uma topografia quase brutal, mas muito bonita, com a zona rural circundante de encostas áridas, com vegetação rasteira e cactos. Perto da Garganta del Chorro, os altos e abruptos penhascos íngremes e quase inacessíveis.

El Chorro é uma das mais famosas áreas de escalada da Europa. Com mais de 650 rotas de escalada, centradas numa área acessível a pé. Para lá chegarem, à maioria destes penhascos escarpados, os escaladores têm que fazer o seu caminho através dos túneis ferroviários e carreiros perigosos.

Devido à sua localização no sul da Espanha, a escalada é possível durante todo o inverno, mesmo que às vezes haja frio ou neve. As rotas são geralmente duras subidas, nos altos penhascos que caem a pique sobre o rio Guadalhorce e que atraem escaladores de todo o mundo.

Ao contrário de tantos outros lugares, El Chorro está como que parado no tempo, percebendo-se que pouco tem mudado, o que mantém este lugar vivo e vibrante, atraindo um fluxo constante de pessoas de todo o mundo, que para ali trazem perspectivas únicas, atraídas pela beleza ou a paixão pela escalada.

Depois de deixar-mos a povoação de El Chorro e o seu desfiladeiro, já a caminho da Serra de Grazalema e dos Pueblos Blancos, a viagem feita através do vale do rio Guadalhorce e do vale Abdalajis é fascinante.


Este vale encontra-se situado na fronteira sul da região de Antequera, quase totalmente rodeado por terras de Antequera e aberto no meio de um corredor estreito que serpenteia o vale do rio Guadalhorce.

A serra do Valle de Abdalajis desempenha um papel importante e funciona como fundo calcário impressionante, para os belos Pueblos Blancos com suas casas de um branco imaculado.

Na encosta oposta, a paisagem é formada por um relevo muito suave e colinas ondulantes cobertas de olivais e campos de cereais. Entre as colinas e a serra encontramos o ribeiro de las Piedras, que corre lentamente entre as suaves colinas.

A situação estratégica deste pequeno vale entre as terras de Guadalhorce, via de comunicação para o mar e a cidade de Málaga, bem como as terras de Antequera, entre a Alta e Baixa Andaluzia, converte-o num corredor importante ao longo de toda a história, fazendo deste um dos locais mais ricos em vestígios arqueológicos.

Fonte: www.andalucia.com

A chegada a El Chorro

No final do segundo dia em Granada, partimos rumo à Garganta d’ El Chorro, uma maravilha geológica situada na Andaluzia profunda e conhecida pelo seu cenário deslumbrante.

No caminho parámos para um leve jantar e a compra de presunto de Granada e azeitonas da região, para depois seguirmos viagem.

O caminho até El Chorro, é cheio de subidas e descidas acentuadas, curvas e contracurvas, e estradas de má qualidade, mas merece a pena.

Imagine-se três belos lagos de cor turquesa, ligados entre si, surpreendentemente rodeados por florestas de pinheiros. Um retiro tranquilo onde se pode nadar ou pescar e até fazer um piquenique na margem dos lagos.

A chegada à pequena e silenciosa povoação de El Chorro, já noite cerrada, fez com que o lugar para a pernoita fosse encontrado com rapidez, num escaparate de estrada, com a albufeira da Barragem del Chorro aos nossos pés.

El Chorro, é uma aldeia que se encontra próximo de uma barragem hidroeléctrica sobre o rio Guadalhorce, aproximadamente a uma hora de automóvel de Málaga, que é o "El Dourado" para os escaladores, possivelmente o local de escalada em rocha mais importante de Espanha, devido às escarpas que sobressaem em ambos os lados da garganta que precede a barragem.

Na verdade, os três lagos artificiais criados por esta barragem construída a 200 m de altura, no rio Guadalhorce, rodeados por pinhais, fazem a moldura ideal para a conhecida Garganta del Chorro.

A barragem foi inaugurada oficialmente em 1921 pelo rei Alfonso XIII de Espanha e, nesta ocasião, ele fez uma caminhada ao longo de um estreito caminho, hoje chamado de El Camino del Rey, até ao desfiladeiro a cerca de 100 m, acima do rio.

El Chorro é também uma estação de caminho de ferro, onde as suas vias passam de modo impressionante por uma série de túneis cinzelados na rocha.

É aconselhável fazer o passeio pela garganta, através do caminho espectacular, que inclui partes do tradicional e vertiginoso Paseo del Rey. A construção deste caminho durou 4 anos e foi terminada em 1905.

O caminho actualmente está altamente deteriorado, pois ficou muitos anos sem manutenção e em estado perigoso. Depois que quatro pessoas morreram no ano 2000, o governo local fechou as entradas.

Muitos troços estão agora vedados, uma vez que estão em contínua deterioração, sendo extremamente perigosos. Na maior parte do caminho não existe corrimão e algumas partes do percurso cederam por completo e foram substituídas por vigas e por um fio metálico agarrado à parede.

O Camino del Rey pode ser encontrado desde o povoado de El Chorro, é uma trilha que fica numa estreita e perigosa passagem, ligando as montanhas de Chorro e Gaitanejo, e para o fazer deve tomar-se a estrada à esquerda antes da estação ferroviária, continuando após o parque de campismo, a caminho do desfiladeiro.

Depois o caminho desce e contorna a ponte ferroviária. Lá em cima, existe uma pequena ponte que liga as duas vertentes do desfiladeiro, no meio da garganta, construída durante a construção do reservatório, entre 1914 e 1921.
É um local tranquilo, onde as águias voam continuamente em círculo, em torno dos enormes penhascos.

Fonte: www.andalucia.com / costa-del-sol.costasur.com

Visita à Cidade de Granada

No segundo dia em Granada e depois de termos tido a desilusão de no dia anterior não podermos visitar o Alhambra e o Generalife, porque a visita tem hora marcada e número limitado de turistas e porque para aqueles dias já se encontravam esgotados (também se podem comprar via internet), resolvemos como era já nossa intenção dedica-lo ao reconhecimento real da cidade.
A descoberta da cidade, começou pela subida de autocarro até ao alto da cidade, junto do Alhambra e a descida a pé até meia encosta. Depois a descida, movamente de autocarro até ao centro da cidade antiga.
A partir da Gran Via de Colon, devemos entrar nas ruelas da cidade antiga, um labirinto de ruas estreitas e empedradas de sentido único, que nos levam até à Catedral de Granada, que não pudemos visitar, por estar fechada para obras. No entanto a porta estava aberta, para quem quisesse ver o presépio.

Antes de lá chegár-mos, à nossa direita, encontramos a Capilha Real e do lado esquerdo o Palácio de la Madraza. Ali também se encontra a Alcaicería, uma reconstrução de um bazar mourisco que ardeu em 1843.

A primeira foi mandada construir pelos reis católicos, o casal composto pela rainha Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão, que por casamento unificaram os reinos ibéricos no país que se tornou Espanha.
Construída entre 1506 e 1521, por Enrique de Egas, possui à entrada uma convidativa grade dourada do mestra Bartolomó de Jaén e no interior tem destaque o seu altar-mor, com as figuras em mármore de Carrara, dos reis católicos e de sua filha e genro, que ali se encontram sepultados.
O segundo, o Palácio de la Madraza, é uma antiga universidade árabe, que atraía filósofos e sábios de todos os países do Mundo, que fica situada em frente da Capela Real. Parte do edifício pertence ainda hoje, à Universidade de Granada e outra parte, à Câmara Municipal. No interior destaca-se um salão mourisco com um belo "mihrab" (portal).

As duas principais praças de Granada, são a Plaza Bib-Rambla, perto da Catedral e a Plaza Nueva ou Plaza de Santa Ana, junto à igreja do mesmo nome.

O nome Bib-Rambla significa "Porta do Rio", uma vez que a praça se situava na margem de um rio de areia. Nos tempos dos Mouros, eram ali efectuados os festivais e justas e depois mais tarde, touradas na época cristã.

Foi nesta e noutras praças de Granada que foram queimados muitos dos importantes manuscritos árabes, documentos e livros, após a conquista da cidade pelos reis católicos. Acredita-se que mais de um milhão foram destruídas desta forma.

Ao longo do tempo muitas mudanças foram feitas e muitos edifícios foram construídos sendo nesta praça, que os escribas da cidade trabalharam e as alfândegas foram criadas, para controlar o comércio das especiarias e têxteis. Ali também eram realizadas as feiras de cavalos.

Mais tarde foi a praça usada para um mercado de vegetais, carne e peixe, e nela existia um chafariz ao centro, hoje substituído pela estátua de Frei Luís de Granada.

A Plaza Nueva, mais a cima foi construída para encobrir o rio Darro, que corre por baixo, a fim de criar mais espaço na cidade. A praça tornou-se um dos mais importantes centros em Granada, onde outrora decorriam torneios e touradas, bem como execuções públicas.

Do lado esquerdo de quem chega à Plaza Nueva, pode ver-se a Chancelaria Real. Na parte de trás deste edifício, existiu uma prisão, que foi construída no séc. XVII e que serviu até o final do séc. XIX. O edifício é usado hoje como o Supremo Tribunal.

À direita da praça e junto à Igreja de Santa Ana, encontra-se a Fonte do Boi, que ali foi instalada em 1941, com o seu touro no centro, jorrando água e um meninos de cada lado.

O perfume das essências de narguilé, exala pelas ruas de Granada, que encanta pela atmosfera das histórias de mil e uma noites, imaginadas quando se deambula pela cidade. As músicas que vêm das lojas remetem à dança do ventre e lembranças e roupas à venda têm alma árabe.

Nas casas de chá, o aroma das bebidas, feitas com flores e frutas e doces à base de folhados e mel. Em muitos momentos, circular por Granada, confunde. "Será que estou numa cidade árabe?"

De vários pontos da cidade avista-se o Alhambra, construído como fortaleza militar no topo da montanha La Sabika, que foi transformado em residência real no séc. XIII.

Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas nas ruas! Tanto a meio da tarde, como já de noite que quase se acotovelavam nos passeios. Granada é uma cidade cheia de vida!!!

Fonte: Wikipédia

O Bairro Sacromonte


O Sacromonte, está situado do lado esquerdo do Bairro Albacin e na continuidade da mesma elevação de terreno, oferecendo uma grande variedade de relevo, desde colinas, riachos e rios e nela habita uma grande e rica variedade de grupos étnicos, como árabes, judeus, espanhóis, em habitações diversas, desde casas em alvenaria a cavernas escavadas na rocha calcária.

É nestas últimas habitações que os ciganos estão instalados, desde o século XVIII, nas encostas do Cerro de San Miguel e à beira do Camino del Sacromonte, a antiga estrada Guadix muçulmana.

A colina vermelha, onde está situado este bairro, apresenta um aspecto seco e árido, com cactos eriçados com pitas e oferece vistas de uma beleza indescritível, das torres do Alhanbra às encostas cobertas com casas brancas do Bairro Albacin.

As grutas do Sacromonte são agrupadas em torno de barrancos, formando uma espécie de ruas, onde se podem ver cavernas de várias categorias. As zambras, são as mais espaçosas, brancas e adornadas com vasos de cobre brilhantes. A maioria destas grutas do Sacromonte, estão localizadas perto da estrada e são facilmente acessíveis.

Nos planaltos do Sacromonte estão situadas as cavernas de condição mais humilde e possuem uma entrada que serve como cozinha e sala de jantar, com um ou dois quartos, de acordo com as habilidades dos proprietários ou do terreno.

Estas grutas do Sacromonte, foram a casa durante séculos de ciganos, boémios e artistas flamengos, transformando-se ao longo do tempo num bairro que é a alma do flamenco e lugar de profundas paixões e mistérios escondidos. O povo cigano como o judeu são dois dos povos que ao longo dos séculos preservaram a pureza da identidade racial.

Hoje o desempenho de flamenco no Sacromonte é meramente comercial e dirigida principalmente aos grupos de turistas estrangeiros, mas quem passa por Granada não deve perder a possibilidade de assistir a uma destas representações numa zambra do Sacromonte.