Visita ao Mosteiro de Uclés

Depois da visita à pequena povoação de Uclés, caminhámos de volta ao topo da colina onde está situado o Mosteiro de Uclés, para iniciarmos a visita ao seu interior.
O Mosteiro de Uclés é um mosteiro que impressiona o visitante, em grande medida pela magnificência e pureza de sua construção. Foi declarado um monumento de interesse nacional em 1931, juntamente com o seu claustro do século XVII, com os dois andares de galerias, e a sua bela e simples Igreja, que foi projetada por Francisco de Mora, um aluno de Juan de Herrera.
O mosteiro passou por várias vicissitudes na história, tendo tido várias funções. Foi faculdade em finais do séc. XIX e princípios do séc. XX, hospital, prisão, e seminário. Hoje, o mosteiro alberga o Seminário Menor de Santiago Apóstolo e foi usado como pano de fundo no filme "Capitão Alatriste", baseado num romance de Arturo Pérez-Reverte.
O edifício que constitui o Mosteiro de Uclés foi levantado no séc. XVI, em estilo renascentista, embora a fachada sul, a mais conhecida do mosteiro seja barroca e foi construída por Pedro de Ribera. Nele existe uma notável fachada principal planteresca, por Churrigueresque, que tem uma escultura de Santiago Apóstolo. It has two large doors decorated with scallop shells on crosses of Saint James.
É por uma das duas portas da belíssima fachada principal que entramos. Estas duas grandes portas são decoradas com conchas de vieira em cruz de Santiago Apostólo. The decoration on the façade consists of suits of armour, helmets, pennants and a half-body sculpture of the Apostle. A decoração da fachada principal consiste em armaduras, capacetes, galhardetes e uma escultura de meio corpo de Santiago Apóstolo. Across the entrance way there is a courtyard with a double cloister.
Do outro lado da porta de entrada, entramos num pátio com um claustro duplo. There is a water cistern with a Baroque stone well with the coat of arms of the Order of Saint James. Há uma cisterna de água com uma pedra barroca com o brasão de armas da Ordem de Santiago. The refectory has a coffered ceiling worked in pine wood with 36 coffers representing the knights of the Order, presided by the emperor Charles V. The sacristy has two right-angled naves. Compram-se os ingressos de entrada e levantam-se os respetivos fones que nos explicam e orientam durante a visita. Passa-se o pátio e entra-se na igreja. Que foi erigida nos séculos XVI e XVII, sob um projeto de Gaspar Veja e Francisco de Mora. 

A igreja data dos séculos XVI e XVII e possui só uma  nave de proporções clássicas, com capelas laterais que datam do séc. XVI, interligadas por meio de pequenos arcos semicirculares. The main altarpiece is particularly worth noting, with a painting by Francisco Ricci, and tombs with the remains of the nobleman Don Rodrigo and his son Jorge Manrique, author of 'Stanzas on the death of his father'. O retábulo principal é particularmente digno de nota, com uma pintura de Santiago a cavalo, de Francisco Ricci.
Na igreja encontram-se os restos mortais de Don Rodrigo Manrique, o Grão-Mestre da Ordem de Santiago e do seu filho Jorge Manrique, um nobre e histórico militar e poeta espanhol, que lutou no lado isabelista na Guerra de Sucessão de Castela. Foi o autor das Coplas por la muerte de su padre”, um dos clássicos da literatura espanhola de todos os tempos.
Passa-se ao simples refeitório que tem um teto de caixotões hexagonais em madeira de pinho, trabalhado com 36 cofres e com motivos combinados com medalhões que representam os grandes mestres cavaleiros da Ordem de Santiago, presidida pelo imperador Carlos V.
A seguir a sacristia tem duas naves retangulares, com rendilhado gótico plateresco e duas janelas decoradas com esculturas. In the church, built by Francisco de Mora, there is a nave with a transept and several side chapels dating from the 16th century, interconnected by means of small semicircular arches. A partir de uma escada régia e elegante que nos conduz do pátio central para os dois andares superiores do claustro, com dez baias de cada lado, consistindo em pilares quadrados e arcos. A capela-mor é coberta por uma abóbada de berço com lunetas e com arcos de pedra em destaque, mantendo as vigas do piso superior resolvidos com aberturas que seguem o mesmo ritmo do andar térreo, decorado com plantas.
The church dates from the 16th and 17th centuries with an only nave and of classical proportions and with side Depois da visita ao interior do Mosteiro de Uclés retomamos ao pátio onde nos espera novamente o poço em calcário com decoração barroca e um Brasão Real de Armas.
A Ala este do edifício é em estilo plateresco. Foi construída nos anos 1530-50, com varandas e janelas, com ferragens em ferro forjado e decorado com conchas e esculturas em baixo relevo, com o motivo repetido da cruz de Santiago.
A Ala oeste foi construída no séc. XVII, no estilo barroco espanhol, de Churrigueresque, aluno de Juan de Herrera, e tem três andares. A ala sul foi construída no séc. XVIII, também com as características e estilo de Juan de Herrera, semelhantes à Ala anterior.
No final da tarde foi tempo de iniciar nova etápa, que nos levaria desta feita até Valencia, localizada na costa do Mediterrâneo, no leste da Espanha.

Fonte: http://www.spainisculture.com / http://www.turismocastillalamancha.com /http://sobreespana.com / Wikipédia.org

Chegada a Uclés - 2ª pernoita

Depois de passarmos parte da noite em Chinchón, uma linda povoação situada bem próxima de Madrid, rumámos a Ulés, onde queríamos ir dormir. Desta vez, o caminho rumo a Uclés, puxa a cortina da história para nos levar a um tempo e a um lugar onde, ainda hoje, é fácil lembrar dos senhores feudais e de batalhas medievais... É ali que se encontra o Mosteiro de Uclés que é considerado como o Escorial de La Mancha, situado na província de Cuenca.

Quando lá chegámos já passava da meia-noite e a pequena povoação já se encontrava absolutamente adormecida e silenciosa, sob a proteção do seu mosteiro iluminado. Este encontra-se empoleirado numa alta colina de onde outrora a Ordem de Santiago dominava.

Subimos por estrada sinuosa e estreita, até ao topo da colina onde se encontra aninhado o mosteiro. A pernoita no recinto do mosteiro, foi realizada junto do miradouro a ver a povoação e os vinhedos e campinas que se estendem pelo vale. O silêncio e a proteção do mosteiro acompanharam-nos num sono tranquilo e repousante, a que se seguiu um acordar cheio de sol, sob o cantar da passarada.
Depois do acordar fomos até à vila para a conhecermos, tomarmos café e petiscarmos qualquer coisa. Depois de passarmos a bela porta que separa o recinto do Mosteiro do acesso ao exterior, caminhámos por ingreme ruela encantada de alvas casas, até à Plaza Mayor. É ali que se encontram os principais edifícios da vila, como a igreja e a Câmara Municipal, bem como os cafés e o principal restaurante da vila.

A pequena povoação de Uclés está organizada num conjunto urbano em torno da sua Plaza Mayor e apesar da evolução negativa dos últimos dois séculos, ainda tem vários bons exemplos de boa arquitetura, incluindo a Câmara Municipal com fachada com arcadas.
No centro da Plaza Mayor chama a nossa atenção um busto simples de Pelayo Quintero Atauri, natural de Uclés. O busto representa um homem magro, de atitude aristocrática e nobre. Como sempre, despertou em mim a curiosidade de saber quem era Pelayo Quintero Atauri, o que me levou a ler sobre a sua vida e obra.
Pelayo Quintero Atauri, mais conhecido por "o Sábio de Uclés", estudou Direito em Madrid, ao mesmo tempo que fazia os estudos de Desenho nas Escolas de Belas Artes e Ofícios. Posteriormente estudiaría la carrera de Archivero Anticuario Bibliotecario (hoy Historia). Fez também uma carreira de arquivista e bibliotecário eFormó parte de una comisión encargada de realizar una bibliografía colombina por el III Centenario del Descubrimiento de América. fez parte de uma comissão para realizar um arquivo de literatura colombiana pelo terceiro aniversário da descoberta da América. Fue profesor de dibujo en las Escuelas de Artes y Oficios de Granada, Cádiz y Sevilla. Foi professor universitário de desenho na Escola de Artes e Ofícios de Granada, Cádiz e Sevilha. Se asentó finalmente en Cádiz en 1904, donde desempeñó los cargos de delegado de la Junta Superior de Excavaciones y Antigüedades, director de Finalmente estabeleceu-se em Cádiz em 1904, onde atuou como arqueólogo, sendo delegado do Conselho Superior de escavações e diretor de AntiguidadesQUINTERO ATAURI, Pelayo las excavaciones en Cádiz, director del Museo Provincial de Bellas Artes, académico de número de la Academia de Bellas Artes, vocal de la Comisión de Monumentos y cónsul de Colombia., diretor do Museu de Belas Artes, da Academia de Belas Artes, membro da Comissão dos Monumentos e Cônsul da Colômbia. Fundador y director de la Real Academia Hispano-Americana de Ciencias y Artes, fue organizador principal de las fiestas del Centenario de las Cortes y publicó artículos de arte e historia en numerosísimas publicaciones.Foi ainda fundador e diretor do Real Academia Espanhola e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi o principal organizador das comemorações do Centenário do Parlamento e artigos publicados sobre arte e história em inúmeras publicações. En 1939 (¡con 72 años de edad!) se trasladó a la ciudad de Tetuán, Marruecos, para hacerse cargo de la Inspección de Excavaciones y de la dirección de su Museo Arqueológico de Tetuán, el cual inaugura en 1940. Em 1939 (com 72 anos de idade!) Mudou-se para a cidade de Tetouan, em Marrocos, para assumir o controlo das escavações e da direção do seu Museu Arqueológico de Tetuan, que abriu em 1940. Murió en Tetuán en 1946. Morreu em Tetuan, longe da sua terra natal, em 1946.
Uclés, habitada desde os tempos pré-romanos, foi um local muito importante para os árabes, como parte da província de Santaver (outrora situada entre Toledo e Valencia), de que era uma das suas principais cidades. Teve outrora um castelo, mesquita e banhos, mas a sua real importância foi adquirida durante a Reconquista, para se tornar a sede da Ordem de Santiago.

O Mosteiro de Uclés é o símbolo supremo da povoação e a casa paroquial da Ordem de Santiago. Foi o rei Afonso VIII de Castela, que em 1174, cedeu este sítio à Ordem de Santiago, tornando-se o lugar nessa altura a sua principal sede. Neste lugar e durante os primeiros tempos a ordem monástica era conhecida como Ordem de Uclés.
No lugar onde está situado hoje o soberbo mosteiro, existiu outrora um castelo poderoso e famoso, do qual ainda hoje existem vestígios. Da estrutura original deste forte restam três torres com um muro que as une e a muralha em ziguezague ou cremalheira, além de uma porta de entrada para o recinto fortificado, o Arco de la Fuente.

O antigo castelo foi construído no final do século IX por al-Fath ben ben Musa Zennun e foi uma importante e inexpugnável fortaleza moura.
Em 1085, após a conquista de Toledo por Afonso VI, em primeiro lugar passou para as mãos cristãs e mudou de mãos várias vezes até que em 1157, Alfonso VII o trocou por Alicun, com o rei de Múrcia. Alfonso VIII deu-o à Ordem de San Juan e mais tarde à Ordem de Santiago. No ano 1528 foi destruído, em parte, para construir o presente mosteiro. De la estructura primitiva de esta fortaleza quedan tres torres con un muro que las une y la muralla en zigzag o cremallera.

O mosteiro está situado no interior da fortaleza de Uclés (séc. XII), que tinha antes da sua construção um quilómetro quadrado, rodeado por muralhas, bastiões, escoramentos e torreões. As antigas muralhas e o mosteiro passaram por várias restaurações, a última das quais realizada em 2001.
Fonte: http://www.turismocastillalamancha.com /http://sobreespana.com / Wikipédia.org

Chinchón

Saímos de Toledo ao cair da noite, com rumo a Chinchón, uma pequena vila situada bem próxima de Madrid, onde queríamos ir jantar e passar algumas horas, antes de rumarmos ao lugar de pernoita.
Já tínhamos intenção de visitar Chinchón há muito tempo, pois segundo o Guia da American Expresss, esta é a vila mais pitoresca e com mais personalidade da província de Madrid.
Chinchón está situada na bacia do Jarama-Tejo e é uma das vilas mais originais, por sua singularidade arquitetónica e seu tipicismo. Esta vila histórica rodeada de paisagens de ocre, castanho e cinza, é um lugar que tem mantido o charme de suas origens e que nos leva a uma viagem ao passado, pelo que se tornou um ponto turístico imperdível.
A vila está construída no sopé de uma alta colina e as suas ruas são quase todas em encosta, incluindo as ruas de ligação radial, que vão e vêm da Plaza Mayor, no centro, ou desde a periferia. As ruas como na maioria das vilas e aldeias castelhanas são austeras mas muito charmosas.
Chegados a Chinchón, parámos a autocaravana à entrada da vila, em ponto alto e fomos a pé até à Plaza Mayor. Os passos levam-nos por antigas ruelas empedradas e sinuosas que atravessam a vida e que nos mostram a cada esquina a história do seu povo, com casas agrupadas que vão subindo em volta dos morros em torno da Plaza Mayor, situada mais baixo, formando um círculo rodeado por antigos edifícios com pórticos de madeira, onde assentam lindas varandas pintadas de verde-escuro.
Esta antiga e bela praça principal é de origem medieval, pois remonta ao séc. XV, sendo o núcleo central e mais importante de Chinchón. É considerada uma das praças mais bonitas do mundo, pela sua harmonia e proporção. No séc. XV, nela começaram a ser construídas as primeiras casas e, finalmente a praça é fechada com casas no séc. XVII. Hoje os edifícios históricos que circundam a bela praça vão subindo em redor dela, formando dois ou três círculos, que vão crescendo à sua volta.
A Plaza Mayor de Chinchón possui duzentas e trinta e quatro varandas chamadas de "claras", que se parecem mais com balcões próprios de um teatro e que têm sido palco de muitas atividades ao longo de sua história, como festas reais, proclamações, teatros comédia, touradas desde 1502, e que já foi cenário de muitas filmagens. O pavimento vai descendo em anfiteatro até ao círculo central, o “palco”, onde ocorrem eventos.
Hoje a maioria dos edifícios à volta da Plaza Mayor de Chinchón, tornaram-se tabernas, bares, restaurantes, padarias, lojas de alimentos, bebidas e artesanato típicos de Chinchón. Foi num desses restaurantes, o "Rincón de Frascuelo", que jantámos, servidos por senhoras vestidas com trajes medievais. Neles podem saborear-se petiscos muito saborosos da região ou uma refeição espanhola clássica.
No dia da nossa visita decorria durante a semana de Carnaval, uma feira medieval no centro da Plaza Mayor, que nos ofereceu uma real vivência medieval, fazendo-nos sentir realmente a ambiência própria desta época.
O edifício monumental mais notório de Chinchón é a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, situada por trás e acima das casas da Plaza Mayor, empoleirada numa espécie de socalco. A sua construção foi iniciada em 1534 por Alonso de Cobarrubias e foi concluída em 1626. A igreja foi queimada pelos franceses em 1808 e reconstruída 20 anos depois. Esta reconstrução combina o estilo gótico plateresco, com os estilos renascentista e barroco. No seu interior a igreja possui uma pintura da "Assunção da Virgem", pintada por Goya.
À noite, a partir da Plaza Mayor, a visão desta igreja é incrível. É uma enorme massa que domina o horizonte norte da praça. Particularmente notável é a ausência de torre sineira. De fato, a Igreja da Assunção não tem torre. No entanto, um pouco à esquerda da igreja, vista a partir da Plaza Mayor, há uma torre (a Torre do Relógio) que não tem nenhuma igreja. Esta torre pertencia a uma antiga igreja, a Igreja de Nossa Senhora da Graça, que foi destruída pelas invasões francesas e nunca mais foi reconstruída. Assim, Chinchón tem uma torre sem uma igreja e uma igreja sem torre.
Há volta da vila, também são de destacar a existência de um grande número de vinhas e casas vinícolas, outrora situadas no porão da antiga cidade de Madrid.
Fonte: http://www.ciudad-chinchon.com / http://www.eturismoviajes.com