Chegada a Uclés - 2ª pernoita

Depois de passarmos parte da noite em Chinchón, uma linda povoação situada bem próxima de Madrid, rumámos a Ulés, onde queríamos ir dormir. Desta vez, o caminho rumo a Uclés, puxa a cortina da história para nos levar a um tempo e a um lugar onde, ainda hoje, é fácil lembrar dos senhores feudais e de batalhas medievais... É ali que se encontra o Mosteiro de Uclés que é considerado como o Escorial de La Mancha, situado na província de Cuenca.

Quando lá chegámos já passava da meia-noite e a pequena povoação já se encontrava absolutamente adormecida e silenciosa, sob a proteção do seu mosteiro iluminado. Este encontra-se empoleirado numa alta colina de onde outrora a Ordem de Santiago dominava.

Subimos por estrada sinuosa e estreita, até ao topo da colina onde se encontra aninhado o mosteiro. A pernoita no recinto do mosteiro, foi realizada junto do miradouro a ver a povoação e os vinhedos e campinas que se estendem pelo vale. O silêncio e a proteção do mosteiro acompanharam-nos num sono tranquilo e repousante, a que se seguiu um acordar cheio de sol, sob o cantar da passarada.
Depois do acordar fomos até à vila para a conhecermos, tomarmos café e petiscarmos qualquer coisa. Depois de passarmos a bela porta que separa o recinto do Mosteiro do acesso ao exterior, caminhámos por ingreme ruela encantada de alvas casas, até à Plaza Mayor. É ali que se encontram os principais edifícios da vila, como a igreja e a Câmara Municipal, bem como os cafés e o principal restaurante da vila.

A pequena povoação de Uclés está organizada num conjunto urbano em torno da sua Plaza Mayor e apesar da evolução negativa dos últimos dois séculos, ainda tem vários bons exemplos de boa arquitetura, incluindo a Câmara Municipal com fachada com arcadas.
No centro da Plaza Mayor chama a nossa atenção um busto simples de Pelayo Quintero Atauri, natural de Uclés. O busto representa um homem magro, de atitude aristocrática e nobre. Como sempre, despertou em mim a curiosidade de saber quem era Pelayo Quintero Atauri, o que me levou a ler sobre a sua vida e obra.
Pelayo Quintero Atauri, mais conhecido por "o Sábio de Uclés", estudou Direito em Madrid, ao mesmo tempo que fazia os estudos de Desenho nas Escolas de Belas Artes e Ofícios. Posteriormente estudiaría la carrera de Archivero Anticuario Bibliotecario (hoy Historia). Fez também uma carreira de arquivista e bibliotecário eFormó parte de una comisión encargada de realizar una bibliografía colombina por el III Centenario del Descubrimiento de América. fez parte de uma comissão para realizar um arquivo de literatura colombiana pelo terceiro aniversário da descoberta da América. Fue profesor de dibujo en las Escuelas de Artes y Oficios de Granada, Cádiz y Sevilla. Foi professor universitário de desenho na Escola de Artes e Ofícios de Granada, Cádiz e Sevilha. Se asentó finalmente en Cádiz en 1904, donde desempeñó los cargos de delegado de la Junta Superior de Excavaciones y Antigüedades, director de Finalmente estabeleceu-se em Cádiz em 1904, onde atuou como arqueólogo, sendo delegado do Conselho Superior de escavações e diretor de AntiguidadesQUINTERO ATAURI, Pelayo las excavaciones en Cádiz, director del Museo Provincial de Bellas Artes, académico de número de la Academia de Bellas Artes, vocal de la Comisión de Monumentos y cónsul de Colombia., diretor do Museu de Belas Artes, da Academia de Belas Artes, membro da Comissão dos Monumentos e Cônsul da Colômbia. Fundador y director de la Real Academia Hispano-Americana de Ciencias y Artes, fue organizador principal de las fiestas del Centenario de las Cortes y publicó artículos de arte e historia en numerosísimas publicaciones.Foi ainda fundador e diretor do Real Academia Espanhola e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi o principal organizador das comemorações do Centenário do Parlamento e artigos publicados sobre arte e história em inúmeras publicações. En 1939 (¡con 72 años de edad!) se trasladó a la ciudad de Tetuán, Marruecos, para hacerse cargo de la Inspección de Excavaciones y de la dirección de su Museo Arqueológico de Tetuán, el cual inaugura en 1940. Em 1939 (com 72 anos de idade!) Mudou-se para a cidade de Tetouan, em Marrocos, para assumir o controlo das escavações e da direção do seu Museu Arqueológico de Tetuan, que abriu em 1940. Murió en Tetuán en 1946. Morreu em Tetuan, longe da sua terra natal, em 1946.
Uclés, habitada desde os tempos pré-romanos, foi um local muito importante para os árabes, como parte da província de Santaver (outrora situada entre Toledo e Valencia), de que era uma das suas principais cidades. Teve outrora um castelo, mesquita e banhos, mas a sua real importância foi adquirida durante a Reconquista, para se tornar a sede da Ordem de Santiago.

O Mosteiro de Uclés é o símbolo supremo da povoação e a casa paroquial da Ordem de Santiago. Foi o rei Afonso VIII de Castela, que em 1174, cedeu este sítio à Ordem de Santiago, tornando-se o lugar nessa altura a sua principal sede. Neste lugar e durante os primeiros tempos a ordem monástica era conhecida como Ordem de Uclés.
No lugar onde está situado hoje o soberbo mosteiro, existiu outrora um castelo poderoso e famoso, do qual ainda hoje existem vestígios. Da estrutura original deste forte restam três torres com um muro que as une e a muralha em ziguezague ou cremalheira, além de uma porta de entrada para o recinto fortificado, o Arco de la Fuente.

O antigo castelo foi construído no final do século IX por al-Fath ben ben Musa Zennun e foi uma importante e inexpugnável fortaleza moura.
Em 1085, após a conquista de Toledo por Afonso VI, em primeiro lugar passou para as mãos cristãs e mudou de mãos várias vezes até que em 1157, Alfonso VII o trocou por Alicun, com o rei de Múrcia. Alfonso VIII deu-o à Ordem de San Juan e mais tarde à Ordem de Santiago. No ano 1528 foi destruído, em parte, para construir o presente mosteiro. De la estructura primitiva de esta fortaleza quedan tres torres con un muro que las une y la muralla en zigzag o cremallera.

O mosteiro está situado no interior da fortaleza de Uclés (séc. XII), que tinha antes da sua construção um quilómetro quadrado, rodeado por muralhas, bastiões, escoramentos e torreões. As antigas muralhas e o mosteiro passaram por várias restaurações, a última das quais realizada em 2001.
Fonte: http://www.turismocastillalamancha.com /http://sobreespana.com / Wikipédia.org

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