«Olivença é uma pérola portuguesa incrustada na Extremadura espanhola» (“El Pais”).
Durante mais de 600 anos a sua heróica população bateu-se contra as investidas de Castela e depois da Espanha (a partir de 1492), para preservar a sua identidade nacional. É vulgar os jovens de Olivença revestirem os bancos dianteiros dos seus carros, com as bandeiras de ambos os países, numa atitude de respeito pela cultura que os criou e a cultura que os gerou...
A frase é verdadeira, e Olivença é para nós portugueses uma espécie de cordão umbilical que se guardou durante muito tempo e que sem se saber como, se perdeu!...
A nossa passagem por Olivença foi propositada e já há bastante tempo que a queríamos visitar. Era nossa intenção passar a noite em Olivença e no dia seguinte visitarmos com calma a cidade.
No caminho desde casa até Olivença, fizemos uma só paragem, para o jantar no afamado restaurante "Bar Alentejano", em Montemor-o-Novo, onde a boa gastronomia alentejana é o prato da casa. O jantar de "Migas de espargos com carne de porco preto", seguido de óptima doçaria conventual, deu-nos a energia mais do que suficiente para realizar o resto do percurso.
A chegada à cidade de Olivença fez-se por volta das 22h00, pelo que ainda fomos visitar a zona mais movimentada, junto à praça do mercado e espreitar a cidade antiga, dentro de muralhas. Era sábado à noite e a juventude enchia a cidade, onde portugueses e espanholas faziam facilmente par, nas discotecas e bares que convidavam a entrar.
Após o passeio nocturno pela cidade e por volta da meia-noite regressámos à A.C. A pernoita foi feita num lugar bastante sossegado, junto ao terminal rodoviário e da Casa de Saúde de Olivença.
Olivença está situada na margem esquerda do rio Guadiana e o seu território tem uma forma aproximadamente triangular, com dois dos seus vértices a tocar o Guadiana.
A cidade é mística, pela sua história, passada e presente, por ser ainda um estranho mas real ponto de encontro entre as culturas de Portugal e Espanha e ainda pela sua estrutura sem igual, pois é uma cidade fortificada situada numa peneplanície árida da Extremadura espanhola.
A Vila de Olivença foi conquistada pelos portugueses aos mouros, pela primeira vez, em 1166. A sua posse definitiva foi reconhecida em 1297, no Tratado de Alcanises, quando foram fixadas as fronteiras entre Portugal e Castela.
No dia 20 de Maio de 1801, o exército espanhol, num acto de pura traição, toma o concelho de Olivença, usurpando 750 km2 do território de Portugal, incluindo uma das suas vilas mais importantes. Esta usurpação ocorre num momento particularmente dramático para Portugal, dado que se vivia sob a ameaça de uma invasão pelo exército francês.
A Espanha aproveita-se desta fragilidade de Portugal, e declara-lhe guerra e num acto de traição, pela força das armas, usurpa um território que não lhe pertencia subjugando uma população indefesa.
A história de Olivença é conturbada!… O Tratado de Alcanizes de 1297, estabelecia Olivença como parte de Portugal. Em 1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi anexado a Espanha.
No entanto, em 1815, após inúmeras manobras negociais a Espanha reconheceu a soberania portuguesa subscrevendo o Congresso de Viena de 1815, comprometendo-se à restituição do território o mais prontamente possível, mas acabou por nunca o fazer!…
O português é ainda falado pelos mais idosos e nos estratos socioeconómicos com mais baixo nível de escolaridade. Ainda hoje, mesmo os que já só falam o castelhano, entendem perfeitamente o português e distinguem-se pela entoação do seu castelhano. Usam por vezes palavras e expressões de origem portuguesa, algo incompreensíveis para os espanhóis, mas que para nós são vocábulos familiares.
O português é ainda falado pelos mais idosos e nos estratos socioeconómicos com mais baixo nível de escolaridade. Ainda hoje, mesmo os que já só falam o castelhano, entendem perfeitamente o português e distinguem-se pela entoação do seu castelhano. Usam por vezes palavras e expressões de origem portuguesa, algo incompreensíveis para os espanhóis, mas que para nós são vocábulos familiares.
Fonte: Wikipédia
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