Visita a Verona - 2º Dia - Parte IV


A partir da Casa di Giulietta caminha-se pela Via Cappello a caminho do rio Ádige. A meio caminho cruza-se a Via Giovanni Zambelli e no seguimento da Via Cappello segue-se pela Via Leoni.
Na Via dei Leoni destaca-se num pequeno largo umas interessantes escavações, que são os restos de uma antiga muralha e de uma torre romanas, dois metros abaixo do atual nível da estrada, que remontam à época romana de meados do século I a.C.
A Via Leoni na continuação da Via Cappello, onde a estrada se alarga consideravelmente, tornando-se luminosa e espaçosa. É um caminho curto, mas é uma rua importante, pois é ali que se encontram dois dos mais famosos monumentos da cidade: o portão romano dei Leoni (dos Leões) e a igreja românica-gótica medieval de San Fermo Maggiore.
Chiesa di San Fermo Maggiore, junto à margem do rio Ádige e bem visível da outra margem, encontra-se próxima da Ponte Navi (Ponte dos Navios). A Ponte Navi sobre o rio Ádige fica situada na extremidade oriental de Verona e é famosa pela memória da batalha entre Cangrande II e seu irmão rebelde Fregnano, que ocorreu em 1354. O local onde se encontra a Ponte Navi foi outrora um porto de rio, onde no passado se fazia o desembarque de mercadorias para fins aduaneiros.
No último trecho da Via Leoni, em direção à ponte, observa-se bela vista proporcionada pela Chiesa di San Fermo. É uma visão de beleza suprema quando observada da calçada de frente para a estrada principal de San Fermo, em linha com o ângulo do Palazzo Bottagisio (o local onde ocorreu o tratado de paz, conhecido por "armistício de Villafranca”, assinado por Napoleão III de França, e Francisco José d'Áustria, em 11 julho 1859, que lançou as bases para o fim da segunda guerra de independência, preparando o palco para a paz).
A Chiesa di San Fermo Maggiore tem uma estrutura muito interessante, sendo constituída por duas igrejas sobrepostas. No exterior, junto da porta principal destacam-se os túmulos suspensos, com os restos mortais de Aventino Fracastoro e de Giovanni da Tolentino. O primeiro era o médico e conselheiro de Cangrande I della Scala e o segundo o Conde della Stacciola, um importante guerreiro.  
Os primeiros vestígios desta igreja datam do séc. VIII. Muitas reformas importantes foram feitas pela Ordem dos Beneditinos no séc. XI, e foram eles que construíram a igreja superior e inferior, tendo também começado a construção da torre, que só foi concluída em torno do séc. XIII.
A fachada tem duas lojas e uma janela de caixilhos, bem como um portal impressionante de arquitetura românica, construído no séc. XIV.
O interior tem uma única nave com cinco absides, e é no "altar da Torre”, do século XVIII, em estilo barroco que se encontra o belo retábulo de Bellotti que retrata San Francesco. O santuário possui também um altar, feito com o trabalho de escravos, onde repousam as relíquias dos santos Fermo e Rústico.
Por uma porta no transepto direito, descemos pelo claustro românico, onde uma escada conduz à igreja inferior. Também este edifício tem uma  planta em cruz latina, mas com três naves divididas por colunas e pilares, com capitéis de pedra medieval. Nesta igreja inferior a atenção deve ser dada aos interessantes frescos do século XI e XIII que cobrem as colunas e pilares, onde se destaca o recentemente restaurado "Batismo de Cristo", no terceiro pilar do corredor esquerdo.

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