A cidade encontra-se encaixada nas montanhas do Nordeste transmontano, a cerca de 700 m de altitude, cercada pelas Serras de Milhão, Montesinho e Nogueira. A velha "Brigantia" foi povoação importante quando da ocupação romana, e foi mais tarde baptizada "Juliobriga" pelo Imperador Augusto, em homenagem ao seu tio Júlio César.
O 4º dia, foi assim destinado à visita da cidade de Bragança. Bragança já foi para nós muitas vezes local de destino, em fins-de-semana e até em férias curtas. Recordo com muita saudade o magnífico Fim de Ano de 2003, que ali passámos na Pousada de São Bartolomeu.
A velha urbe, apesar dos laivos de juventude e modernidade que recebeu nos últimos anos, primeiro consequência dos seus pólos universitários e depois resultado do programa Polis, continua a ser precisamente a sua parte histórica que deixa mais marcas nos visitantes.
Este núcleo murado e acastelado foi edificado no século XII no lugar da Benquerença e foi propriedade dos frades beneditinos do Mosteiro do Castro de Avelãs. Esta fortaleza de raízes Afonsinas, reconstruída e reforçada por D. João I nos finais do século XIV, tem muito para mostrar dentro das muralhas, destacando-se a Torre de Menagem, a Torre da Princesa e também, a “Domus Municipalis”, a Igreja de Santa Maria e o Pelourinho. Destacam ainda dentro de muralhas as ruas estreitas com as suas típicas casas medievais.
Tem forma de um pentágono irregular composto por um depósito de água subterrânea e uma ampla galeria com janelas a toda a volta. Era o lugar onde se reuniam os membros do concelho, para debater os negócios do governo e a administração de justiça.
A sua porta principal barroca encontra-se ladeada por colunas salomónicas e o seu interior, está dividido em três naves com colunas que sustentam arcos de meio ponto, merecendo especial destaque uma pintura do século XVIII, a imagem de Santa Maria Madalena situada no altar-mor e o retábulo do século XVII da Capela de S. Estêvão.
É também recomendada a visita ao Museu do Abade de Baçal, que se encontra situado entre a cidadela e a Sé Catedral, na Rua Abílio Beça. Encerra uma colecção de peças de arte sacra e pinturas em aguarela de Alberto Souza, bem como a apresentação de vários quadros em tamanho real, com os costumes locais.Em seguida tivemos também a oportunidade de visitar o Centro Cultural de Bragança, situado do lado esquerdo da Sé Catedral, onde podemos visitar uma belíssima e inesquecível exposição de trabalhos do fotógrafo António Sá, natural de Espinho. De uma forma singela e cheia de criatividade, aliada à arte da sua técnica fotográfica, o autor, retratou para esta exposição o nosso belo património natural e monumental.
Fonte: Rotas&Destinos.xl.pt / aportugal.com
É ali que se podem observar com alguma regularidade, o açor e a águia-real, que sobrevoam estas paragens em busca de alimento.
É ali que se encontra Varge, a única povoação que se encontra à beira da estrada, desde que se deixou Rio de Onor. É nesta aldeia que se pode saborear a famosa “posta mirandesa”, no restaurante “o Careto”, recomendado por vários sites gastronómicos. Mas ainda não tínhamos apetite, pelo que seguimos viagem.
Na estrada e do lado esquerdo, o rio de Onor acompanha-nos, num vale verdejante, sombreado por alto arvoredo. Quando chegamos ao cruzamento do aeroporto, que fica do lado direito da estrada, seguimos para a esquerda em direcção a Bragança.
Após visitarmos Rihonor de Castilla, a parte espanhola da aldeia passámos a antiga ponte medieval de alvenaria e três arcos, sobre o Rio de Onor e encaminhámo-nos para o lado português da aldeia.
Foram terras que estiveram muito tempo sob a alçada do Mosteiro de San Martín de Castañeda, tendo as povoações que pagar dotação anual aos monges. Mais tarde passaram a pertencer ao Bispo de Lugo, um facto citado em vários documentos.
Ali estende-se à nossa frente, um lugar de paz imensa, ar saudável e luz intensa, com vegetação arbórea e arbustiva, onde o pinheiro, a urze, as giestas e a carqueja em flor, marcam a paisagem.
À distância de uns passos, do lado de lá da ponte e separada apenas pelo rio, a parte portuguesa da aldeia, que toma o nome de Rio de Onor.
Junto da ponte, ainda do lado espanhol, parámos numa sombra junto ao rio. Estacionamos a mota e caminhamos para o interior da aldeia da parte espanhola. Com as suas típicas casas de xisto, de paredes escuras e sem reboco, a aldeia parece estar abandonada.
Junto ao rio, encontrámos três mulheres, que conversavam falando um estranho castelhano, sentadas em cadeiras à porta de casa. Foram estas as únicas pessoas que vimos do lado espanhol.
Ao balcão a proprietária, uma portuguesa muito bonita, da fronteira, casada com um espanhol da aldeia, sendo em seu dizer, vulgar este tipo de casamentos por aquelas paragens. Pelos vistos ali não se aplica o velho ditado português: “De Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos” e ainda bem, até porque eu acredito mais no também velho ditado português, muito acertado por sinal, que diz: “Santos da casa não fazem milagres”.
Tínhamos subido tudo o que tínhamos de subir. Da estrada no alto da serra, vão-se observando as serranias à nossa volta, sendo ali facilmente observados milhafres reais, que em busca de alimento sobrevoam aquelas paragens. A descida de início é mais íngreme, mas torna-se aos poucos mais suave.

