3º Dia - 2ª etapa (Parte I) - Passeio pelo Parque Natural de Montesinho

Após a saída de Puebla de Sanábria, rumámos a Rio de Onor, uma linda e típica aldeia portuguesa situada junto à fronteira e integrada no Parque Natural de Montesinho.

A estrada sobe a Serra de Sanábria, imediatamente a partir de Puebla de Sanábria e rapidamente se atinge grande altitude. Lá em cima é o momento de parar e contemplar a vista esplendorosa que o local nos oferece.

O panorama é maravilhoso. Puebla de Sanábria destaca-se lá em baixo, no meio de uma planície verdejante, banhada pelo rio Tera que a serpenteia majestoso.

Depois continuamos a subir a estrada estreita que segue para a fronteira portuguesa até Ungilde, que encontramos à esquerda. Ungilde é uma povoação situada a meia encosta, da qual pouco reza a história e que se presume que, tal como as restantes terras de Sanábria, teria sido ocupada ao longo dos tempos, por celtas, romanos, suevos e visigodos.
Foram terras que estiveram muito tempo sob a alçada do Mosteiro de San Martín de Castañeda, tendo as povoações que pagar dotação anual aos monges. Mais tarde passaram a pertencer ao Bispo de Lugo, um facto citado em vários documentos.

Sempre a subir são percorridos muitos quilómetros, onde predominam os matos pobres abrangendo uma área considerável. Depois sempre pela crista da serra, chega-se a um alto planalto e ali paramos, para descansar e admirar a paisagem.

Ali estende-se à nossa frente, um lugar de paz imensa, ar saudável e luz intensa, com vegetação arbórea e arbustiva, onde o pinheiro, a urze, as giestas e a carqueja em flor, marcam a paisagem.

Após o descanso, seguimos viagem e a partir de certa altura vai-se descendo muito lentamente até se atingir o vale. É nele que encontramos as primeiras casas e campos de cultivo de Rihonor de Castilla, também designada de Rihonor de Arriba, que encostada à linha de fronteira nos recebe silenciosa.

À distância de uns passos, do lado de lá da ponte e separada apenas pelo rio, a parte portuguesa da aldeia, que toma o nome de Rio de Onor.

O rio, não chega a ser ali um real obstáculo, uma vez que não serve de fronteira. Esta é feita através de uma linha imaginária, que divide a aldeia a meio.

Junto da ponte, ainda do lado espanhol, parámos numa sombra junto ao rio. Estacionamos a mota e caminhamos para o interior da aldeia da parte espanhola. Com as suas típicas casas de xisto, de paredes escuras e sem reboco, a aldeia parece estar abandonada.

Toda a aldeia, preserva um carácter bastante arcaico e rústico, “casando” perfeitamente com a belíssima paisagem natural. No deambular pelas ruelas da aldeia do lado espanhol, observamos algumas casas de construção recente, mas na sua grande maioria, as casas estão efectivamente abandonadas, encontrando-se até algumas já em ruinas.

Junto ao rio, encontrámos três mulheres, que conversavam falando um estranho castelhano, sentadas em cadeiras à porta de casa. Foram estas as únicas pessoas que vimos do lado espanhol.

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