3º Dia - 1ª Etapa (Parte II) - Passeio pelo Parque Natural de Montesinho

Pelo vale passamos a fronteira e encaminhamo-nos para a pequena aldeia de Calabor, onde parámos para um pequeno descanso e lanche num café / loja, onde degustámos tapas de queijo e presunto serranos.

Ao balcão a proprietária, uma portuguesa muito bonita, da fronteira, casada com um espanhol da aldeia, sendo em seu dizer, vulgar este tipo de casamentos por aquelas paragens. Pelos vistos ali não se aplica o velho ditado português: “De Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos” e ainda bem, até porque eu acredito mais no também velho ditado português, muito acertado por sinal, que diz: “Santos da casa não fazem milagres”.

A seguir começa-se a subir acentuadamente, por estrada sinuosa até ao alto da serra. Lá em cima, a cerca de 1350 a 1400 metros de altitude, abre-se uma forte radiação solar e ar fresco e muito vivo. Ali a estrada atravessa locais de rara beleza, disfrutando-se de magníficos panoramas, que não se devem deixar de contemplar demoradamente.

Olhando lá de cima, quer para norte, quer para oeste, podemos verificar o desenvolvimento ondulado da Serra de Montesinho, numa sucessão de formas arredondadas, aqui e ali separadas pelos vales de rios profundamente encaixados.

Para nordeste a cordilheira da Serra de Sanábria, para leste a alta e baixa Lombada e para sul a cidade de Bragança e a Serra de Nogueira. É uma autêntica vista aérea, onde não se vê o fim à paisagem.

Tínhamos subido tudo o que tínhamos de subir. Da estrada no alto da serra, vão-se observando as serranias à nossa volta, sendo ali facilmente observados milhafres reais, que em busca de alimento sobrevoam aquelas paragens. A descida de início é mais íngreme, mas torna-se aos poucos mais suave.
Ainda na descida e depois de um troço de muitas e acentuadas curvas, a estrada toma o rumo Este, aparecendo do lado esquerdo, rebaixada em relação ao nível da estrada, a primeira povoação do lado Norte da serra, a aldeia de Pedralba de la Paderia.

Passado algum tempo chegamos a Lobeznos e a partir dali, é um vale que nos acompanha até Puebla de Sanábria, que de longe nos acolhe e que nos aparece um pouco mais à frente, em todo o seu esplendor, após uma leve curva da estrada.

Puebla de Sanábria fica situada em cima de um promontório rochoso, que se destaca ao longe e onde se encontra o burgo antigo. É uma pequena cidade de origem medieval, cujas construções mais recentes lhe foram descaracterizando os flancos.

No entanto o velho burgo continua a merecer uma visita atenta. O monte onde se empoleira é encimado pelo Castelo dos Condes de Benavente, cuja possante torre central é chamada de “El Macho”. O burgo derrama-se por ruas empedradas, estreitas e íngremes, ladeadas de edifícios antigos, muitos deles de traça solarenga.

A visita atenta e demorada, não foi possível desta feita, mas ficou prometido que ali voltaríamos, pois tínhamos de fazer a viagem de regresso a tempo de visitarmos a bonita aldeia de Rio de Onor.

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