Deixamos a formosa cidade de Ribatâmega e rumamos à Régua, em direção a Mesão Frio pelas estradas nacionais, que fazem as serranias.
A
estrada nacional passa pelas serranias do interior e vales belíssimos de Baião. São paisagens de suster a
respiração. Entre as encostas do rio Douro e os cumes rochosos da Serra do Marão, Baião é o concelho mais interior do distrito do Porto e também o de carácter mais
marcadamente rural.
A estrada nacional fica
enquadrada na serra do Marão e faz a
ligação entre os concelhos de Marco de
Canavezes a oeste, Amarante a
norte, Mesão Frio e Peso da Régua a este.
A
paisagem vai oferecendo panoramas deslumbrantes das grandes serras e vales
tranquilos, por onde serpenteiam rios e ribeiras, com passagem por pequenas
aldeias tradicionais, com belíssimos solares rústicos dos séculos XVII e XVIII,
que exibem brasões de armas de secular granito, que o musgo retoca
e mais envelhece.
De
todas as casas senhoriais destaca-se a Casa
de Tormes, do séc. XVIII, onde o escritor Eça de Queiroz viveu durante algum tempo e o Solar da Rede, a meia encosta de quem desce de Mesão Frio até ao rio. É uma bonita casa senhorial, que domina uma
quinta empoleirada na encosta norte do vale
do Douro, onde é possível fruir de belíssimas panorâmicas sobre o
vale e cujas terras plantadas com castas do vinho do Porto, vai descendo em socalcos até ao rio. É um lugar ótimo para se parar e descansar, tomar um cálice de vinho do Porto, antes de se prosseguir viagem.
O
Solar da Rede é hoje uma Pousada de
Portugal onde já estivemos hospedados há alguns anos, durante um fim de semana,
quando colecionávamos estadias nas Pousadas Nacionais Portuguesas em tempos de
“vacas gordas”, quando ainda era possível pernoitar a bons preços nestas casas e
que hoje nos apresentam preços proibitivos, sendo no entanto possível visitá-las sempre que por elas se passa.
Para
além dos solares, em todas as freguesias por onde se passa, levantam-se singelas
e antigas igrejas e ermidas, e pelo caminho vão-se vendo aqui e ali rústicas
esculturas, terras cultivadas em socalcos, alfaias agrícolas, nichos com santos,
fontanários e outras obras de arte.
Longe
da poluição e agitação das grandes cidades o sossego e a tranquilidade destes
caminhos, são sobretudo um reconfortante reencontro com a natureza no que de
mais autêntico e singular ela tem, representando para nós viajantes uma
experiência única.
Entre montes e vales de vegetação densa, em caminhos surpreendentes e pouco explorados pelo turismo, encontramos belíssimos recantos para repouso e miradouros de uma beleza ímpar, que nos proporcionam momentos inesquecíveis.
Entrados
em Mesão Frio aparece-nos a
região dos vinhedos, típica do Douro,
onde dezenas de pessoas labutam todos os anos em setembro, na época da vindima. Nessa época, na tradicional apanha das uvas, carregam-se cestos com
uvas, que depois são levados às costas por homens. São cada vez mais raros os
lagares onde antigamente se fazia a pisa das uvas, para obtenção do mosto, que após envelhecimento
em cascos de carvalho irá resultar no magnífico vinho do Porto.
A
pequena povoação de Mesão Frio fica
situada no cimo dos contrafortes rochosos que descem num vasto anfiteatro voltado ao Douro. É um local de miradouro natural,
que até onde a vista alcança, nos vai mostrando as depressões profundas e os
vales alinhados, as formas planálticas de relevos adoçados e quase uniformes na
feição inconfundível da sua grandiosidade, num cenário perfeito para os amantes
da natureza em estado puro. É um
local onde o espaço imenso, repousa num imenso silêncio.
Fonte:
http://artigos.netsaber.com.br/ http://www.etc.pt/ http://ribadouro.jfreguesia.com/
http://www.mesaofrio.com.pt/