De Amarante a Mesão Frio - 5º Dia - Parte I



Deixamos a formosa cidade de Ribatâmega e rumamos à Régua, em direção a Mesão Frio pelas estradas nacionais, que fazem as serranias.
A estrada nacional passa pelas serranias do interior e vales belíssimos de Baião. São paisagens de suster a respiração. Entre as encostas do rio Douro e os cumes rochosos da Serra do Marão, Baião é o concelho mais interior do distrito do Porto e também o de carácter mais marcadamente rural.
A estrada nacional fica enquadrada na serra do Marão e faz a ligação entre os concelhos de Marco de Canavezes a oeste, Amarante a norte, Mesão Frio e Peso da Régua a este.
A paisagem vai oferecendo panoramas deslumbrantes das grandes serras e vales tranquilos, por onde serpenteiam rios e ribeiras, com passagem por pequenas aldeias tradicionais, com belíssimos solares rústicos dos séculos XVII e XVIII, que exibem brasões de armas de secular granito, que o musgo retoca e mais envelhece.
De todas as casas senhoriais destaca-se a Casa de Tormes, do séc. XVIII, onde o escritor Eça de Queiroz viveu durante algum tempo e o Solar da Rede, a meia encosta de quem desce de Mesão Frio até ao rio. É uma bonita casa senhorial, que domina uma quinta empoleirada na encosta norte do vale do Douro, onde é possível fruir de belíssimas panorâmicas sobre o vale e cujas terras plantadas com castas do vinho do Porto, vai descendo em socalcos até ao rio. É um lugar ótimo para se parar e descansar, tomar um cálice de vinho do Porto, antes de se prosseguir viagem.
O Solar da Rede é hoje uma Pousada de Portugal onde já estivemos hospedados há alguns anos, durante um fim de semana, quando colecionávamos estadias nas Pousadas Nacionais Portuguesas em tempos de “vacas gordas”, quando ainda era possível pernoitar a bons preços nestas casas e que hoje nos apresentam preços proibitivos, sendo no entanto possível visitá-las sempre que por elas se passa.
Para além dos solares, em todas as freguesias por onde se passa, levantam-se singelas e antigas igrejas e ermidas, e pelo caminho vão-se vendo aqui e ali rústicas esculturas, terras cultivadas em socalcos, alfaias agrícolas, nichos com santos, fontanários e outras obras de arte.

Longe da poluição e agitação das grandes cidades o sossego e a tranquilidade destes caminhos, são sobretudo um reconfortante reencontro com a natureza no que de mais autêntico e singular ela tem, representando para nós viajantes uma experiência única.

Entre montes e vales de vegetação densa, em caminhos surpreendentes e pouco explorados pelo turismo, encontramos belíssimos recantos para repouso e miradouros de uma beleza ímpar, que nos proporcionam momentos inesquecíveis.
Entrados em Mesão Frio aparece-nos a região dos vinhedos, típica do Douro, onde dezenas de pessoas labutam todos os anos em setembro, na época da vindima. Nessa época, na tradicional apanha das uvas, carregam-se cestos com uvas, que depois são levados às costas por homens. São cada vez mais raros os lagares onde antigamente se fazia a pisa das uvas, para obtenção do mosto, que após envelhecimento em cascos de carvalho irá resultar no magnífico vinho do Porto.
A pequena povoação de Mesão Frio fica situada no cimo dos contrafortes rochosos que descem num vasto anfiteatro voltado ao Douro. É um local de miradouro natural, que até onde a vista alcança, nos vai mostrando as depressões profundas e os vales alinhados, as formas planálticas de relevos adoçados e quase uniformes na feição inconfundível da sua grandiosidade, num cenário perfeito para os amantes da natureza em estado puro. É um local onde o espaço imenso, repousa num imenso silêncio.
Fonte: http://artigos.netsaber.com.br/ http://www.etc.pt/ http://ribadouro.jfreguesia.com/ http://www.mesaofrio.com.pt/

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